quarta-feira, março 31, 2004

Tequilla!

Opening Mexico: The Making of a Democracy

As is so often true of U.S. perceptions of Latin America, the really big story of the past decade -- the end of seven decades of rule by Mexico's aptly named Institutional Revolutionary Party (PRI) -- passed virtually unnoticed. Preston and Dillon, star "New York Times" reporters and long-time Mexico-watchers, set out to remedy this deficiency, and they succeed brilliantly. The July 2000 election of Vicente Fox brought 71 years of dictatorial rule to a peaceful end, a singular democratic transition that this remarkable book describes in painteresque style. The brisk narrative, full of shrewd analysis and masterly old-fashioned reporting, takes the reader inside the black box of PRI politics, penetrating the circle of powerbrokers as few outside observers ever have to reveal the unspoken rules that kept the party in power and the entrails of the regime as it unraveled. It covers the bitter quarrels between President Carlos Salinas and his successor, Ernesto Zedillo, and the 1994 peso crisis, but Preston and Dillon do not attribute Mexico's democratic transition only to the actions of powerful politicians. There was no single charismatic leader such as Nelson Mandela, no defining dramatic moment such as the fall of the Berlin Wall, no victory by the left or the right, no profound economic transformation. Mexico's democratization was a gradual process, explained by the emergence of a diverse civil society, strong leadership on the left and the right, and the resolve of all parties to avoid fanaticism and violence -- a remarkable achievement given Mexico's bloody political history.

- Julia Preston and Samuel Dillon

Mintam que nós gostamos!

Dia das mentiras - 1 de Abril

Autocarros com três pisos, Bin Laden no Algarve, o CCB a afundar ou metropolitano no Porto foram algumas notícias do passado publicadas a 1 de Abril, quando dizer mentiras é cumprir a tradição. Conheça a origem deste dia e relembre algumas das maiores «petas» da história.

Anima bella da quel nodo sciolta

Alma tão bela daquele nó solta
Que mais belo não sabe urdir natura,
Tua mente volve à minha vida obscura
Do céu à minha dor em choro envolta.

Da falsa suspeição liberta e absoluta
Que outrora te fazia acerba e dura
A vista em mim pousada, ora segura
Podes fitar-me, e ouvir-me a ânsia revolta.

Olha do Sorge a montanhosa fonte
E verás lá aquele que entre o prado e o rio
De recordar-te e de desgosto é insonte.

Onde está teu albergue, onde existiu
O amor que abandonaste. E o horizonte
De um mundo que desprezas, torpe e frio.


- Petrarca

Olh'ó Passarinho...!

Oh Sr. Deputado António Costa, então Vexas. agendaram um debate de urgência relativamente ao aeroporto da Ota?!!!

Não há dúvida que são persistentes!
Mas, também, pudera, com tanto ex-Ministro do ex-Governo PS a comprar terrenos ao desbarato na Ota, para depois ficarem 'agarrados'..!!

Não se esqueça que o próprio ex-Presidente da CML, João Soares (PS), se opôs à construção de tal aeroporto "por considerar que LX não necessitava de mais aeroportos"!
Estaria ele a representar qualquer outra 'linha' do PS?!
É melhor 'pôr-se a pau', olhe que actualmente ele está 'entrincheirado' na bancada do PS, não vá ele 'pôr a perder' esse desiderato 'clubístico' (a não ser que lhe dêem uma 'jóia de admissão'!).

Não é necessário outro aeroporto em LX, o que existe chega perfeitamente para as encomendas, aliás, hoje em dia é (pelo menos assim considero) o aeroporto mais bonito da Europa.
Quanto ao fluxo de passageiros e aeronaves, é igualmente suficiente.
Considerando o estado das finanças públicas, seria um verdadeiro 'suicídio financeiro'.

Porque o Besugo é imperdível

'Bota-se' .. link:
Blogamemucho

Robôs de Marte na Internet



Robôs de Marte na Internet

O «site» da NASA dedicado à missão «Mars Exploration Rover» contém toda a informação disponível ao público sobre as acções dos robôs Spirit e Opportunity, que estudam Marte. Além de ser muito rápido, o «site» permite uma fácil navegação e é frequentemente actualizado. »

terça-feira, março 30, 2004

Concurso Euro 2004

Com o Alto Patrocínio dos 'Canhotos'

Ao Concurso Euro 2004 são, até ao momento, conhecidos dois concorrentes:

- SEF Faz Greve Total Durante o Euro 2004

Os funcionários de investigação e fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) vão fazer greve total durante uma semana, em Junho, no decurso do Euro 2004. Com essa medida, derivada do não pagamento das horas extraordinárias e cuja legitimidade foi reconhecida pelo próprio Estado há três anos, milhares de estrangeiros poderão ser impedidos de entrar no país ou, em alternativa, entrarem sem qualquer controlo e, portanto, fragilizando o esquema de segurança interno que visa, sobretudo, diminuir os riscos de atentados terroristas.


- EURO 2004 - Professores prometem «envergonhar» Governo
O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) ameaça «envergonhar» o Governo durante o Euro 2004, com a distribuição de folhetos onde refere que há um milhão de analfabetos em Portugal e 40 mil docentes desempregados.

Aguardam-se mais concorrentes, cujo Prémio final, segundo foi possível apurar, é o descrédito completo dos organismos públicos e respectiva falta de responsabilidade dos seus funcionários.

Em plena democracia constitucional, onde o direito à greve é consignado, não se vislumbra que o exercício de direito à greve seja agendado de forma política e com objectivos claramente políticos, com total desrespeito pelos interesses do país.
Claro que têm direito a receber as horas extraordinárias; ninguém põe isso em causa. Trata-se de uma dívida de há 3 anos atrás! Para quem souber fazer contas, reverterá ao tempo dos 'outros senhores'! Na altura, não fizeram greve! Porquê? Porquê no Euro 2004?!
Cheira a chantagem da mais grosseira.

Quanto aos professores, querem 'envergonhar o governo'!!!

Não há dúvida chegámos a um ponto em que, ou olhamos para as declarações que aparecem na comunicação social, com distanciamento e ironia, ou questionamo-nos até onde vai, de facto, o poder da comunicação social na manipulação do Poder.

Como o 'meu russo' não chega para tanto..

Alvíssaras a quem decifrar este 'enigma':

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segunda-feira, março 29, 2004

Novo link

ONU: Guterres defende coligação progressista para reformar organizações globais

O líder da Internacional Socialista (IS) apelou em Leiria à criação de uma grande coligação progressista para reformar as instituições internacionais como a ONU, reforçando o seu poder face à política unilateral de qualquer país.

Durante um jantar-conferência organizado sábado pela Casa-Museu João Soares, mais uma "instituição familiar"!) António Guterres considerou essencial a vitória dos Democratas nos Estados Unidos para apoiar as posições da opinião pública mundial, a qual quer uma política mais solidária e menos dependente de interesses económicos.

(Nada de 'misturar ondas'; socialismo Vs democratas americanos: não são da mesma "espécie avícola").

"O mundo como hoje o temos, a forma como os poderes se subordinam à força e aos interesses, é um mundo não apenas politicamente inaceitável como é um mundo condenável", destacou.

Para contrariar a actual situação do mundo, António Guterres defendeu uma "grande coligação" de "forças progressistas" , países, partidos e cidadãos para tentar criar uma nova ordem mundial, baseada no multilateralismo e no respeito dos direitos humanos.

(Talvez; mas, é mais demagogia 'pura'!)

Na luta contra o terrorismo não podem ser violados os direitos humanos pelo que "Guantanamo é um aliado do terrorismo porque deslegitima a acção" daqueles que o combatem, sublinhou.

A criação de uma efectiva opinião pública mundial deve ser o contraponto aos poderes neoliberais existentes em muitos países, como é o caso da Administração Bush, considerou António Guterres.

As posições unilaterais de Washington constituem um "fenómeno contagioso" levando outros países a assumir acções de força de forma isolada, prejudicando os mais fracos, observou.


Os erros cometidos com a invasão do Iraque serão "muito difíceis de resolver", vaticinou (!) António Guterres, salientando que aquele país "transformou-se no principal campo de treino do terrorismo no mundo".

O ataque ao Iraque deveu-se a uma circunstância, pois "num dado momento uma administração [norte-americana] entendeu mostrar o seu poderio ao mundo" e "escolheu um alvo mais óbvio": um país "que tinha um líder execrável".

António Guterres voltou a defender a reforma das Nações Unidas como forma de quebrar o impasse que marca a cena internacional, nomeadamente porque aquela organização se vê "bloqueada em diversas ocasiões".
(De acordo!)
A reforma do Conselho de Segurança, com a entrada de países como o Brasil, Índia ou Africa do Sul como membros permanentes e mais três representantes do hemisfério sul, foi uma das soluções preconizadas por Guterres.

Reformular o sistema de veto dos membros permanentes, permitindo votos contra sem que isso implique um chumbo, limitar esse direito a determinadas situações ou, em último caso, um acordo de princípios que condicione este mecanismo foram outras propostas avançadas.

(De acordo !!)

O ex-primeiro-ministro defendeu ainda a criação de uma "Organização Mundial do Ambiente" e de um "Conselho de Desenvolvimento Sustentável" no quadro da ONU, que coordene o processo de globalização, contrariando o "predomínio ideológico do neo-liberalismo das últimas décadas".

(Mais e mais organizações, para não se ver nada de concreto!!)

Guterres insistiu também no reforço das organizações regionais de países como a União Europeia ou o Mercosul, pois "um mundo organizado regionalmente é condição essencial para que instituições globais possam funcionar com equilíbrio".

Recordando a queda do muro de Berlim, em 1989, António Guterres lamentou igualmente que se esteja a construír uma nova divisão na Palestina, num "sinal de que a humanidade não aprendeu" com "os erros do passado".

No final do encontro, que juntou muitos notáveis socialistas como Jorge Coelho, Ferro Rodrigues, António Costa, José Sócrates, entre outros, António Guterres foi desafiado a comentar as próximas eleições europeias, nomeadamente sobre a eventualidade de um voto à esquerda vir a retirar o país da mira do terrorismo.
Sobre esta matéria, António Guterres limitou-se a dizer, laconicamente, que "não é para isso que servem as eleições europeias".


Por seu turno, Mário Soares destacou o trabalho de António Guterres, que apesar dos "altos e baixos" da sua relação, deixou "uma sólida amizade, um grande respeito mútuo e uma grande camaradagem".

(Oh, desatino; oh vã hipocrisia!!)

Segue: "Medicinas Alternativas"

As designadas medicinas alternativas, são uma excelente forma de tratamento preventivo no que toca ao organismo humano, e inclusive aos animais (propriamente ditos).
Os organismos sujeitos à medicina 'convencional', tendem a demorar mais tempo a reagir aos 'tratamentos naturais'.

A homeopatia, a aromaterapia, a medicina tradicional chinesa, a massagem Shiatsu (massagem japonesa), a tailandesa também serve!

Pessoalmente optei desde há muito pelas medicinas alternativas em contrapartida à medicina 'imposta', dita convencional, ou alopática.
De referir que têm sido muito valiosas.
Certa vez, experimentei o Shiatsu; pensava que era apenas uma questão de músculos tensos, mas, a meio da massagem adormeci!! Tal era a coisa!
Sai de lá a "voar"! (Nada de psicotrópicos.)

A aromaterapia também é excelente, e muito eficaz; é o tratamento pelo olfacto. Em soluções, líquidas, cremes; essências puras ou diluídas.
A Aromaterapia é a arte e a ciência de utilizar as propriedades terapêuticas dos óleos essenciais para melhorar a saúde e o bem-estar do corpo, da mente e das emoções.

A Aromaterapia é utilizada desde a Antiguidade, e existem registos da sua utilização há pelo menos 5.000 anos. A civilização egípcia parece ser a mais dedicada à arte e à ciência da aromaterapia, utilizando o incenso, perfume e cosméticos quer ao nível espiritual, quer ao nível medicinal.
Também se encontram textos na literatura védica da Índia, datados de 4.000 A.C., sobre a utilização de materiais aromáticos para a medicina e para cosméticos. Foi isto que deu origem a um ramo do sistema de medicina indiana - Ayurveda.
A China também tem manuscritos que são tão antigos como os védicos, incluindo os relatórios de medicina chinesa - do Imperador, que descreve utilizações em matérias aromáticas. As civilizações da Mesopotâmia utilizavam 'untos' aromáticos como parte da 'prática espiritual'. Mais tarde, os Gregos e os Romanos, assim como as civilizações árabes, herdaram o conhecimento dos egípcios e espalharam essa utilização.
Os óleos essenciais são substâncias voláteis extraídas do reino vegetal. São concentrados das moléculas aromáticas de uma planta ou das suas partes. Os óleos essenciais são a alma da planta.
Por exemplo:
Alfazema (ansiedade, insónia, enxaquecas, dores reumáticas, cicatrizante e anti-séptico);
Canela ( estimulante geral; afrodisíaco; anti-séptico);
Sândalo (anti-séptico do sistema urinário, afrodisíaco).


domingo, março 28, 2004

Porquê a surpresa?!

OPEP deve reafirmar a redução da produção a partir de Abril

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) deverá reafirmar quarta-feira, em Viena, a intenção de reduzir a produção a partir de 01 de Abril, afirmam especialistas.

Apesar das vendas de petróleo continuarem elevadas, "a OPEP vai chegar a acordo quanto à redução da produção em Abril devido à quebra da procura esperada para o segundo trimestre do ano", estima Adam Sieminski, analista do Deutsche Bank.

Os países da OPEP "não podem ser reactivos, têm de ser proactivos" perante a previsão da diminuição do consumo de petróleo depois do Inverno no hemisfério norte, explicou Bruce Evers, analista do banco Investec.

Em Fevereiro, numa reunião em Argel, a OPEP surpreendeu o mercado ao anunciar uma diminuição da produção de 2,5 milhões de barris por dia, que seria posta em prática em Março e Abril.


Addenda:

- E não vai ficar pela redução de 2,5 Mio. barris/dia, vai ser ainda mais reduzida.
- Preparem-se para "APERTAR o cinto". Pelo menos em.. 3 furos!!

sábado, março 27, 2004

Ouve, meu anjo



Ouve, meu anjo:
Se eu beijasse a tua pele?
Se eu beijasse a tua boca
Onde a saliva é mel?

Tentou, severo, afastar-se
Num sorriso desdenhoso;
Mas aí!,
A carne do assasssino
É como a do virtuoso.

Numa atitude elegante,
Misterioso, gentil,
Deu-me o seu corpo doirado
Que eu beijei quase febril.

Na vidraça da janela,
A chuva, leve, tinia...

Ele apertou-me cerrando
Os olhos para sonhar -
E eu lentamente morria
Como um perfume no ar!


- António Botto

Tsss..

Os adiantamentos têm que ser pagos.

Mais 20 anos.. já não é nada mau, não senhor..

Governo prorroga por 20 anos concessão do Bloco Zero

- 26-Mar-2004 - 16:41

O governo angolano decidiu hoje prorrogar por 20 anos a concessão de exploração de petróleo no Bloco Zero, numa reunião do conselho de ministros que também aprovou os novos regimes fiscal e aduaneiro aplicáveis ao sector petrolífero.

"O governo aprovou a prorrogação da concessão do Bloco Zero por um período adicional de 20 anos, até 31 de Dezembro de 2030", refere o comunicado final da reunião, acrescentando que neste período de tempo serão feitos "investimentos significativos" naquela concessão petrolífera da zona marítima de Cabinda.

Estes investimentos, que não foram quantificados, terão como objectivo a implementação do projecto que prevê a eliminação da queima de rotina de gás natural nas explorações de petróleo.

O Bloco Zero, ao largo do enclave de Cabinda, é explorado por um consórcio que integra a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (SONANGOL), com 41 por cento do capital, e a Cabinda Gulf Oil Company (CABGOC), da Chevron/Texaco, que possui 39,2 por cento do capital.

Integram ainda o Bloco Zero a ELF, com 10 por cento, e a ENI, com os restantes 9,8 por cento.

Nesta reunião do conselho de ministros foi também aprovada a proposta de lei sobre tributação das actividades petrolíferas, que estabelece o regime tributário a aplicar às entidades nacionais e estrangeiras que exerçam operações petrolíferas de pesquisa, produção, armazenagem, venda, exportação, tratamento e transporte.

Segundo o comunicado final, a nova legislação pretende "uniformizar os regimes fiscais aplicáveis às actividades petrolíferas, tendo em conta a especificidade das principais modalidades associativas nas operações petrolíferas", numa referência aos contratos de partilha de produção e aos contratos de associação em participação.

Nesse sentido, será uniformizada a taxa de imposto sobre rendimentos de petróleo e a determinação da matéria colectável, bem como a isenção do imposto sobre produção de petróleo e do imposto de transacção de petróleo nos contratos de partilha de produção.

Ainda no sector petrolífero, o governo angolano aprovou a proposta de lei do regime aduaneiro, que estabelece as regras que vão reger as operações petrolíferas.

Com a nova legislação pretende-se "uniformizar o regime aduaneiro aplicável às diferentes concessões petrolíferas, estabelecendo um sistema de igualdade de tratamento das entidades investidoras no sector petrolífero".

Na perspectiva do governo angolano, "as operações petrolíferas, pelo risco que encerram e pelo grande volume de investimentos, requerem um regime aduaneiro diferenciado daquele que vigora para as restantes actividades económicas".

Nesta reunião do Conselho de Ministros foi ainda aprovado um projecto de investimento privado de 14 milhões de dólares na área das telecomunicações, que vai ser implementado pela empresa NEXUS.

O projecto visa a criação de "uma rede de telecomunicações com base na exploração combinada dos segmentos de telefonia e Internet", segundo refere o comunicado final da reunião, que não adianta mais pormenores sobre o assunto.

O governo angolano aprovou ainda o projecto de lei de base das actividades industriais, que pretende "tornar mais simples os procedimentos de autorização, fiscalização e intervenção do Estado nas actividades industriais".

A intenção desta nova legislação é "criar condições para o desenvolvimento de uma indústria moderna e competitiva, voltada para o consumo de matérias-primas nacionais e regionais".

Refúgio Aboim Ascenção

Aboim Ascensão recusa crianças com SIDA e deficiências

O Refúgio Aboim Ascensão, um dos principais centros para acolhimento de crianças em risco em Portugal, recusa receber meninos com SIDA, infectados com o HIV ou hepatite C, ou portadores de deficiências, avançou o Jornal da Noite da SIC citando uma carta oficial do estabelecimento.

No documento, assinado pelo director da instituição, Luís Villas-Boas, é listada uma série de pré-requisitos para admissão de uma criança, em que se inclui uma declaração médica de que não seja portadora de patologia infecto-contagiosa ou deficiência.
Contactado pelo canal privado, Luís Villas-Boas garante que as regras são estas desde a fundação. «Há uma opção institucional, que são crianças dos 0 aos 6 (anos), não portadoras de doenças infecciosas, não portadoras de deficiências», disse à SIC. «É para isso que estamos capacitados», acrescentou.

A estação de Carnaxide contactou com a secretária de Estado da Segurança Social, Teresa Caeiro, segundo a qual «não é admissível» que uma instituição escolha as crianças que recebe. Para governante, o estabelecimento de acolhimento tem todo o direito de conhecer o historial clínico dos meninos que recebe, para melhor adequar a forma de o tratar.

A Associação Abraço também já reagiu à notícia, considerando a actuação do Refúgio um «crime público», e o Estado deveria «cortá-lo das sua lista de instituições sérias e credíveis».


O Refúgio Aboim Ascensão é uma instituição privada de solidariedade social - IPSS.
Não tem capacidade técnica especializada para aceitar crianças com doenças contagiosas, ou deficiência.
Tem estatutos próprios, e regras próprias, conhecidas desde sempre pelas entidades públicas e privadas com as quais a instituição tem vínculos.

Luís Villas-Boas defendeu publicamente que não devia de ser permitida a adopção de crianças por parte de casais homossexuais.

O 'lobby gay' "contra-atacou", liderado pela IPSS Abraço. A Abraço tem, de facto nos seus estatutos o acolhimento de crianças com factores de risco - HIV/SIDA. Tem, no presente caso, possibilidade de colocar em prática os fins para os quais foi constituida.

Os argumentos de inadmissivel ou de discriminação não colhem! São factos conhecidos desde a constituição da instituição: Refúgio Aboim Ascensão, a qual tem desempenhado um excelente papel e função junto das crianças abandonadas e desprotegidas; muitas das vezes, substituindo-se às obrigações estatais, com excelência inusitada em Portugal.

Crowning glory, may be crop of gulag

THEY can transform crop-haired tomboys into Botticelli Venuses in a matter of minutes. But the growing number of women with extensions made from human hair may unwittingly be carrying a dark secret.

The trend, popularised by the likes of Victoria Beckham, Kylie Minogue and Elle McPherson, means salons are struggling to meet demand from women who are delighted to pay £2,000 for longer and thicker hair without having to wait for it to grow.

The Times has discovered the latest trends may originate in Russia's notorious prisons. To meet the demand in the West for the extensions, convicts in Russia are having their heads illegally shaved. Supplies are also be taken from children and mental patients. The freshly shorn locks may then be then sent to London's salons where they are glued on the existing hair of their wealthy clients. Mrs Beckham has admitted: "My extensions come from Russian prisoners, so I've got Russian cell-block H on my head."

That throwaway comment to The Sunday Times has led to claims that women in Russian detention centres are having their hair illegally cut off for the profit of warders. Lyudmila Alpern, deputy director for the Moscow Centre for Prison Reform, said: "If you go into a detention centre with long, beautiful hair, there is very little chance you'll come out with it intact.

"They say to the women that they have to cut hair for hygiene, because of lice, but that is not true. Wardens cut the hair because they want to have a bit of business on the side." There is no suggestion Ms Beckham's extensions were illegally sourced. Her hairdresser, Feleny Georghiou, said: "Although the hair is from Russia, it is not actually from prisoners."

Simon Forbes, the celebrity hairdresser who invented the extension technique, described the practice as "immoral".

He said that women were left in the dark about the origin of their extensions and would be horrified if they understood "the gravity of the situation in terms of supply of the product".

Mr Forbes, who uses only artificial monofibres for his extensions, said:

"We're hearing all sorts of real horror stuff at the moment. Why do women with lots of money in their pocket have to walk around, albeit unwittingly, wearing hair from what could be a Russian prisoner?" William Sankey, editor of the Good Shopping Guide, an ethical directory, said several salons had voiced concern about the origin of the human hair. "A lot of hair is coming via Russia and the whole area is a real minefield," said Mr Sankey.

"We've had reports that some of it has been cut off women in asylums and women in prisons. The point we want to make is that the consumer should be made aware of this before making a decision."
The import and use of unworked human hair is not subject to quality controls, duty or any form of regulation in Britain. A spokeswoman for Customs and Excise said: "Because there are no restrictions against human hair we wouldn't know where it came from." Previously most human hair imported hair imported into Britain originated in India and China.

Sixty per cent of the hair exported by India comes from Tirupati temple at Andhra Pradesh, where up to 15,000 pilgrims ritually shave their heads every day. Now however, there is growing demand for "European" hair from Russia or Ukraine as it is finer than Chinese or Indian hair and more authentic-looking when matched with white-skinned Britons.

A spokeswoman for Racoon International, which supplies human hair to more than 1,000 British salons, insisted its hair was sourced from "reliable wholesalers". Connect, a London-based company which supplies real hair to another 500 salons, said its "European" hair was collected in Russia but claimed that theirs came directly from salons within Russia. Lucinda Ellery the managing director of Lucinda Ellery Hair Solutions, said:

"We've got several merchants, we don't ask our merchants where the supply is from. Hair is rather like diamonds, you never know where it comes from.

"There is no doubt that if there was a suspicion about dubious suppliers they would immediately be boycotted." A spokeswoman for the wholesalers shop4hair.com also refused to give details of its suppliers, citing competition.

"I have no idea about that. I just buy it from my suppliers, but it's certainly not from prisons," she said. "I trust my supplier completely."

- Stefanie Marsh and Clem Cecil

Nota:
Esta informação foi confirmada por um Alto Funcionário do Conselho da Europa.

sexta-feira, março 26, 2004

Tintern Abbey

Cinco anos se passaram: cinco Verões
e cinco Invernos longos! E outra vez
ouço estas águas que dos montes rolam
com tão doce murmúrio. Tornoo a ver
estas altas escarpas majestosas
que no isolado matagal imprimem
ideias de mais funda solidão.

E à paz do céu eu ligo esta paisagem.
O dia voltou-me, sob o qual uma vez mais
repouso, à sombra do sicômoro,
e vejo desenhados os cultivos,
e os tufos do pomar que ainda imaturo
nesta estação do ano é verde, e não
se distingue dos bosques, nem perturba
o verde da paisagem. Ainda outra vez
contemplo as sebes, indistintas já,
porque cresceram bravas; e as herdades
verdes até ao limiar das portas;
e entre o arvoredo os ascendentes fumos!
Alguns são tão incertos, como se
fossem de vagabundos pelos bosques
ou de caverna de eremita aonde
junto do fogo el' esteja.

Esta beleza,
na longa ausência, nunca foi pra mim
como paisagem na Visão de um cego:
mas, amiúde, em quartos solitários
ou nas cidades agitadas, eu,
em horas de amargura, lhes devi
no sangue e no meu peito sensações
que entram às vezes no mais puro da alma
num repousar tranquilo. E sentimentos
de prazer não-lembrado, quais, talvez,
poder não pouco é que hão-de ter naquela
parte melhor da vida do homem justo:
breves, sem nome, não-lembrados actos
de bondade ou de amor.. Nem menos, creio,
ainda lhes devo mais sublime dádiva,
um estado de alma em bem-aventurança
em que a pesada carga do mistério,
em que a opressão, que nos esmaga e gasta,
do não-inteligível deste mundo,
se torna leve: esse sereno estado
em que os Afectos nos conduzem suaves-
até que, o respirar em nosso corpo
e o movimento de correr o sangue
quase que suspendidos; dorme o corpo
e se transforma em palpitar de uma alma:
enquanto um olhar, aquietado pelo
fundo poder de alegres harmonias,
nos mostra a vida interior das coisas.

Se uma vã crença isto só for.. mas quanto -
em trevas ou por entre as várias formas
de um triste dia, quando o anseio inútil
e a febre deste mundo mais pesaram
no coração que bate, oh, quantas vezes
em espírito, voltei às tuas margens,
silvestre rio!, que vagueias por
bosques tão verdes - quanto a ti voltei!
E Ora, em relance de ideal quase extinto,
num reconhecimento vago e frágil
e algo também de uma tristeza ambígua,
a paisagem do espírito renasce:
enquanto estou aqui, não só no senso
do presente prazer, mas na confiança,
que neste instante, o alimento e a vida
no futuro não faltem.
O que ouso esperar sem dúvida diverso do que
eu era, quando andei nestes montes qual cabrito
saltava nas encostas, Pelas margens
de fundos rios e torrentes frias,
por onde a Natureza me levasse:
mais como aquele que foge do que teme,
que quem procura o que ama.
A Natureza (os mais rudes prazeres da juventude
e a alegria animal do movimento,
agora já perdidos) para mim
era tudo. Não posso descrever
o que por mim eu era. A catarata
de ecos me fascinava: e a escarpa abrupta,
as montanhas, e os bosques mais sombrios,
as suas cores e formas então eram
como um desejo: sentimento e amor
não precisando mais remoto encanto
que o pensamento empreste, ou outro interesse
mais que o do próprio olhar. Mas esse tempo
passado é já, com seu prazer que doía,
suas vertigens de êxtase. Não me cabe
chorar ou lamentar, pois outros gozos
vieram, para tal perda, quero crer,
compensação bastante. É que aprendi
a ver a Natureza, não qual via
com juvenil descuido; mas ouvindo
a triste música da humanidade.
Nem áspera, nem dura; poderosa
para nos aquietar. Tenho sentido
uma presença a perturbar-me alegre
com mais altas ideias: um sublime
senso de algo mais profundamente infuso,
cuja morada é a luz dos sois poentes,
do oceano a curva, o ar que nos rodeia,
o céu azul, e o pensamento humano:
um movimento, um espírito, que impele
tudo o que pensa, tudo o que é pensado,
e rola em quanto existe. Sou, portanto,
o amante ainda de montanhas, prados,
e bosques, e de tudo quanto vemos
na verde terra, e também todo o mundo
que ver e ouvir em parte criam, e é
o que apercebem: e de aceitar feliz,
na Natureza e na sensual linguagem,
uma âncora do puro pensamento,
guia do que o meu peito sente,
e a alma do meu ser inteiro, moral.


- William Wordsworth

"Matta" o que é o 'esmocracia'?!

O que há de errado em tudo isto?
O facto de estarmos perante um regime Totalitário a dar-se ares de democrático! Estado de direito, democrático!!
Pois, pois.. e se o meu cão voa-se..

Prédios de Luanda têm de estar pintados até ao fim do cacimbo
- 25-Mar-2004 - 18:35

As fachadas e as zonas exteriores dos prédios de Luanda vão ter de ser pintadas pelos proprietários durante a próxima estação seca, numa iniciativa integrada na campanha para melhorar a imagem da capital angolana.

Depois da campanha de recolha de lixo, das operações para tapar os buracos nas ruas e da iniciativa para retirar os geradores que ocupam os passeios e as sucatas que se encontram na via pública, agora é a vez da pintura dos prédios.

O despacho assinado por
Higino Carneiro, coordenador da Comissão de Gestão de Luanda, não deixa espaço para dúvidas, frisando que os edifícios terão que ser "obrigatoriamente" pintados.

As operações de pintura dos prédios terão que estar concluídas num prazo de 90 dias, a contar de 15 de Maio, data em que começa o "cacimbo", como é localmente designada a estação seca.

"A maior parte dos edifícios de Luanda encontra-se num acentuado estado de degradação e é necessário pôr cobro a esta situação", afirmou Rosa Nicolo, directora provincial de habitação.

Segundo esta responsável provincial, a resolução do problema da degradação dos edifícios deve envolver "a participação dos condóminos, que têm que contribuir financeiramente para que o seu prédio esteja limpo".

O despacho de Higino Carneiro, que também ocupa o cargo de ministro das Obras Públicas, salienta que esta medida visa contribuir para a melhoria das condições de habitabilidade, invertendo a situação de acentuada degradação dos prédios.

A implementação desta medida terá como primeiro passo a realização de reuniões entre as autoridades provinciais e municipais, os administradores dos prédios e os presidentes das comissões de moradores.

Estas reuniões terão como primeiro objectivo, segundo a directora provincial de habitação, sensibilizar para a "necessidade de embelezamento dos prédios".

Segundo Rosa Nicolo, competirá aos administradores municipais identificar os edifícios que apresentam um estado de degradação mais acentuado, após o que as autoridades vão analisar a situação financeira dos moradores.

"O governo tem consciência de que há prédios que estão tão degradados que tem de haver uma participação do Estado", admitiu, mas frisou que a ajuda estatal não vai acontecer em todos os edifícios da capital.

"O Estado vai comparticipar, mas não na totalidade, e depois, a longo prazo, os moradores vão devolver esse valor", disse Rosa Nicolo.

Para "imprimir um impulso na conservação e beneficiação dos prédios em situação de acentuada degradação", as autoridades vão adoptar soluções legais que permitam aos proprietários, através da comparticipação de entidades públicas e privadas, proceder a obras de pintura e manutenção dos edifícios.

Segundo a directora provincial da habitação, os moradores que não quiserem participar na melhoria dos prédios poderão vir a ser chamados a tribunal, ao abrigo da Lei do Condomínio.


"Temos leis que obrigam as pessoas a pintar os prédios", frisou Rosa Nicolo, salientando que, em Angola, "há leis para tudo, o grande problema é a sua implementação".

Por essa razão, o aviso fica feito: Quem não quiser participar terá de responder em tribunal".

(Higinio, " 'teddy-bear' de Arronche", és uma vergonha.)

quinta-feira, março 25, 2004

Cântico Negro

"Vem por aqui" – dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho os com olhos lassos,
(Há nos meus olhos ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
– Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Porque me repetis: "Vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?
Corre nas vossas veias sangue velho dos avós.
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
– Sei que não vou por aí!


- José Régio

The Madrid attacks have cast a long shadow over the EU

Terror fight sets agenda for EU

European leaders are in Brussels for an EU summit now dominated by finding ways to tackle terrorism.

The leaders are discussing a package of counter-terrorism measures agreed after the Madrid train bombings.


These steps include monitoring data from mobile phone calls, a single EU-wide arrest warrant, and the naming of an anti-terrorism coordinator.

The summit will also seek ways of restarting talks on a constitution for the EU that in May grows to 25 members.

(...)

«Campanha por uma Angola Democrática» apela à reconciliação nacional

Os responsáveis pela «Campanha por uma Angola Democrática» aprovaram, quarta-feira, no Huambo, uma moção em que apelam à instauração de um processo de «reconciliação nacional», com vista «à restauração da dignidade humana e do sentido de cidadania a todos os que foram afectados directa ou indirectamente pela guerra e pela intolerância política».

«Paz sem reconciliação nacional é fantasia!», é sublinhado no documento aprovado pela «Campanha por uma Angola Democrática», iniciativa conjunta une os esforços de cerca de 30 organizações e visa estimular o exercício da democracia no país.

Reconhecendo que a paz em Angola, alcançada em 2002, «veio restaurar a esperança na coabitação pacífica entre os diferentes povos e sensibilidades políticas e sociais» que formam o país, os subscritores da moção denunciam, porém, «o retorno às perseguições e retaliações políticas, que se multiplicam no Centro-Sul do país» e «a imposição da cultura do medo», que dizem ser «um imperativo dos anti-democratas».

«Continuamos a assistir, como que impotentes, à arrogância de certos grupos da nossa sociedade que ousam desafiar os ventos da história para gozarem, de forma egoísta, o país, as riquezas e a paz que a todos pertencem por igual», lê-se na «Moção sobre a Reconciliação entre os Angolanos».

No mesmo texto, os responsáveis pela Campanha queixam-se ainda da «ausência de uma política oficial de reconciliação nacional» e do «desprezo com que se recebem os diversos apelos de reconciliação da maioria dos sectores da sociedade».

«Com a guerra perdeu o povo. Ganharam, acima de tudo, os mercadores de armas e da nossa morte», frisam. «A paz é para todos e só a reconciliação nacional e uma verdadeira democracia poderão mantê-la por várias gerações», defendem ainda.

«Se a guerra serviu para dividir e destruir Angola e os angolanos, que a paz seja factor de reconciliação e união entre os irmãos e irmãs desavindos, entre aqueles que se separaram por força das circunstâncias e com os que partiram em busca de refúgio noutras paragens», mas também «portadora da democracia» e «inspiradora da competência, da responsabilidade política e patriótica para uma gestão transparente da vida dos angolanos e dos recursos do país», lê-se na moção.

- PNN (agencianoticias.com)

quarta-feira, março 24, 2004

Handle, with extreme caution.

'Os' Presidente

Ou, de vez em quando, até se sabe ALGUMA verdade!

A lista de pagamentos

Centenas de milhões de dólares, destinados ao pagamento da dívida de Angola à Rússia, foram desviados para contas de dirigentes de ambos os países e empresas misteriosas em vários pontos do globo. A lista de transacções é revelada num relatório a que a VISÃO teve acesso.

terça-feira, março 23, 2004

Trânsitos de Vénus.

À Procura da Escala Exacta do Sistema Solar

«O livro que o leitor tem entre mãos conta a história de uma aventura que atravessa os séculos e tem dois momentos altos: um em 8 de Junho de 2004 e outro em 6 de Junho de 2012. Nós, que estamos vivos nos princípios do século XXI, temos a sorte de poder viver essa aventura na primeira pessoa, testemunhando a passagem de Vénus em frente ao Sol. Em 2004, isso acontecerá num raro trânsito totalmente visível em Portugal; em 2012, num outro que se registará quando for noite na Europa Ocidental. Mas há muito mais nos trânsitos do que em apenas vivê-los. Só há uma primeira vez para descobrir, com surpresa e deslumbre, a aventura fabulosa que tem sido a procura dos trânsitos de Vénus. [...] Um trânsito é a passagem de um astro em frente a outro astro maior, sem o ocultar. Nos eclipses, pelo contrário, um dos astros esconde significativamente o outro.»
Este é um extracto de Trânsitos de Vénus. À Procura da Escala Exacta do Sistema Solar, de Nuno Crato, Fernando Reis e Luís Tirapicos, a ser publicado pela Gradiva dentro de umas semanas -- e é um livro espantoso, a não perder. Mesmo não sendo astrónomo.


Este livro trazido à atenção pelo FJV - Aviz, é de um amigo de longa data, o Luís Tirapicos. Há muitos anos que não nos vemos, e o FJV fez o favor de informar que, 'finalmente', este amigo vai lançar, em co-autoria algo que sei ser, não só um desejo, como também um tributo à capacidade de comunicar de uma forma simples, directa e perceptível, as questões astronómicas, mesmo para leigos!
Parabéns Luís, espero, e estou certa que sim, será um sucesso!

Da Editora Gradiva.

A não perder, "dentro de umas semanas"!

segunda-feira, março 22, 2004

Cuidado com.. o Bolso!!

Angola participa na fiscalização das finanças da CPLP

O Tribunal de Contas de Angola está a participar na auditoria das contas do Secretariado Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), juntamente com o Tribunal de Contas do Brasil, revelou domingo à Angop fonte ligada à instituição judicial.

Durante o presente ano, dois auditores angolanos e igual número de brasileiros estão encarregues da fiscalização das contas da CPLP, a pedido do secretário executivo da organização, o brasileiro João Augusto de Médicis.

De acordo com a mesma fonte, a verificação das contas não tem um prazo definido, dependendo a sua duração do volume de trabalho que a tarefa exigir. Em 2003, a auditoria das contas da CPLP esteve a cargo de Portugal e de Cabo Verde.

Angola e Brasil foram eleitos durante a reunião do Conselho Directivo da Organização das Instituições Supremas de Controlo da CPLP (ISC da CPLP), realizada de 3 a 6 de Novembro do ano passado, em Brasília.

- PNN (agencianoticias.com)

Morte do sheik Ahmed Yassin provoca reacções condenatórias

A morte do fundador e líder espiritual do Hamas, o sheik Ahmed Yassin, esta segunda-feira durante uma operação militar do exército israelita na Faixa de Gaza, mereceu a condenação de responsáveis políticos e religiosos de todo o mundo.

O Vaticano, por intermédio do porta-voz Joaquin Navarro Valls, condenou a morte do xeque Yassin, considerando-o "um acto de violência que não será justificável em nenhum Estado de direito".

(...)

- Lusa


Vejamos, estamos perante dois vectores distintos:

- os palestinianos, a 'causa' palestiniana, as reenvidicações palestinianas, e, uma figura carismática dita de 'líder espiritual', de um número extenso de palestinianos fundamentalistas, os quais recorrem, na sua grande maioria, a ataques bombistas para fazer valer os seus pontos de vista.
- os israelistas, com as suas pretensões, reenvindicações, e actos em relação aos palestinianos - cultura, religião e território; temos ainda os ataques bombistas dos palestinianos fundamentalistas que matam milhares de israelitas, militares e civis.

Aquilo que hoje teve lugar, para além da eliminação física de uma pessoa:

- Ahmed Yassin era um líder, ainda por cima, um 'líder espiritual', ou antes, assim considerado pelos seus seguidores, talvez resultando na proporção da sua incapacidade física, sobre a qual retirava os maiores dividendos, conseguindo instigar à acção e veneração, os seus 'apreciadores'!
É, apartir de hoje, considerado um Mártir; diga-se que, de 'venerando' nada teve! Tal estatuto foi-lhe atribuido hoje!!
- Os israelitas, não considero, nem de perto nem de longe, que desconhecessem ou estivessem inconscientes dos efeitos deste acto, e desta 'martirização', e dos efeitos da mesma! Os melhores estrategas; estudo minucioso dos resultados/efeitos de cada acção.

Caberá agora ao governo israelita assumir as suas responsabilidades.
(Depois, queixam-se dos resultados das eleições!..)

Addenda:

tinham forma de resolver esta questão de maneira muito mais eficiente e sem este aparato. Mas não, têm que fazer 'show-off'.

Seria Extremamente Grave" Legitimar o Terror com Negociações"

Transcreve-se, na íntegra, a entrevista efectuada ao Prof. Adriano Moreira pelo Jornal Público.

Uma reflexão apropriada sobre o tema, que subscrevo.
Sr. Prof., V. Exa. sempre igual a si mesmo.

«Adriano Moreira fala com a clareza de um professor experimentado e com os cuidados que seriam normais num ministro dos Negócios Estrangeiros em exercício. Mas não evita abordar as matérias que são assunto habitual das suas crónicas e intervenções públicas: as fragilidades da intervenção militar no Iraque, o multilateralismo, os melhores caminhos para a paz e para derrotar ao paladinos do terror e, em tudo isto, o papel dos Estados Unidos, da União Europeia e de instituições como as Nações Unidas e a NATO.

Numa altura em que a Europa e o mundo ainda não se refizeram do choque do 11 de Março em Madrid e quando passou um ano sobre o início da intervenção dos EUA e forças aliadas no Iraque, Adriano Moreira foi o convidado de mais um programa "Diga Lá Excelência", que ontem pôde ser ouvido na Rádio Renascença e visto no canal 2. A conversa começou, inevitavelmente, por Espanha, onde a vitória dos socialistas encabeçados por José Luís Zapatero reacendeu o debate em torno do terrorismo e dos seus perigos.

P. - Podemos relacionar a vitória do PSOE directamente com o atentado do 11 de Março?
R. - Não tenho elementos que permitam fazer essa relação. Certamente teve influência na opinião pública espanhola, mas parece-me uma conclusão errada dizer que se trata de uma vitória do terrorismo. Há certamente uma mudança de percepção do eleitorado espanhol, mas diz respeito aos responsáveis pela condução política. Não vejo nenhuma relação evidente de que o povo espanhol mudou de atitude em relação ao terrorismo.

P. - Felipe González [ex-líder do PSOE e anterior primeiro-ministro espanhol] escreveu a 10 de Março [véspera dos atentados] um artigo que enviou ao "El País" para publicação, onde apelava ao voto no PSOE mas admitia um cenário eleitoral de vitória do PP, até com maioria absoluta... Se até o PSOE traçava este cenário...
R. - É justamente o que pretendo dizer. O problema diz mais respeito à credibilidade do aparelho político. E esse é, certamente, o efeito colateral que a intervenção dos Estados Unidos provocou. Porque, com as dúvidas sobre a existência das armas de destruição maciça e depois a confirmação de que elas não foram encontradas, o que aquilo que provocou, e e foi gravíssimo, foi pôr a credibilidade dos governos em causa. Do governo dos EUA e dos que lhe estão associados, que naturalmente remetem para os próprios EUA o terem-lhes apresentado evidências que os convenceram. Já tivemos uma declaração do governo da Polónia também no mesmo sentido. Ora a credibilidade dos governos é fundamental!

P. - Mas quando em Espanha surge um novo poder (antiguerra digamos), quando Zapatero diz que vai retirar as suas forças do Iraque, vir agora a Polónia dizer que foi enganada, deixando subentender que se calhar também retira...
R. - Está já a concluir, talvez com uma certa velocidade. Eu diria que o governo da Polónia está a defender a sua credibilidade. Antes que qualquer acontecimento interno a ponha em causa, apontando o exemplo espanhol.

P. - Mas não o deveria ter feito quando Tony Blair veio, há já largas semanas, admitir que os serviços secretos também não o tinham informado convenientemente?
R. - Volto ao meu ponto: logo que se verificou que as armas de destruição maciça não eram encontradas, a credibilidade dos governos que desencadearam a intervenção no Iraque foi posta em causa. Mas há outro aspecto que estadistas responsáveis têm de levar em conta. É que, embora tenha sido, na minha opinião, ilegítima a intervenção dos Estados Unidos, ela instalou depois de feita um perigo verdadeiro: uma reacção contra os ocidentais. Esse perigo tem de ser enfrentado agora pelos governos, sejam quais forem. A retirada do Iraque não é, a meu ver, o mais indicado para um governo responsável. O futuro primeiro-ministro Zapatero, talvez por falta de experiência de governo, constituiu-se prisioneiro das suas palavras. Espero que tenha sido apenas o entusiasmo da vitória.

P. - Mas não poderá haver também um entusiasmo, por parte dos autores dos atentados de Madrid, que os leve a acreditar que assim poderão mudar governos e políticas?
R. - É possível que pensem isso. De resto, em relação a esta rede terrorista, há algumas diferenças em relação à nossa experiência passada que é preciso levar em conta. Em primeiro lugar, eles nunca declararam quais são os seus objectivos estratégicos. E não há nenhum combate onde os intervenientes não procurem perceber e tornar claro o que é que os satisfará para estabelecerem a paz. E isso aumenta a incerteza desta agressão em curso em relação ao Ocidente. Naturalmente, a melhor resposta não é desarmar diante disso. A melhor atitude é apelar à firmeza, à vigilância, à defesa dos princípios. Para quê? Para não consentir a vitória, que então seria fácil, de destruir a nossa própria concepção de vida. E nós não podemos consentir isso, não podemos conceder essa vitória facilmente.

P. - O governo que agora recebeu um voto de confiança dos espanhóis é o do partido que, no caso da Catalunha, negociou [uma trégua unilateral] com a ETA...
R. - Vamos ver como é que o povo espanhol, que confiou nesse governo que já tinha esse aspecto considerado negativo em geral, vai manter essa relação de confiança.

P. - Não acredita que o povo espanhol possa ter deixado de pensar que a firmeza é a solução e que possa estar neste momento aberto a uma negociação em várias frentes?
R. - No dia em que for aceite que a negociação é o método de lidar com esta agressão, está reconhecida a legitimidade política. Acho que isso seria extremamente grave.

P. - O dr. Mário Soares, aqui em Portugal, ainda agora sugeriu que se deve avançar para uma negociação com a Al-Qaeda...
R. - Devo dizer que já li uma referência muito ligeira a essa declaração, mas gostava de conhecê-la na íntegra. Porque...

P. - ... "é preciso conhecer o inimigo, é preciso saber as suas razões"...
R. - Exactamente. Uma das grandes dificuldades que os serviços de informação mostram é conhecer o inimigo. Porque o inimigo é completamente diferente do inimigo do passado. Nem sequer se trata daquilo que era qualificado como terrorismo, que era o terrorismo territorializado, com aconteceu nas lutas anticoloniais. Neste momento é um inimigo em rede, que não tem povo, que não tem alimentação orçamental regular (mas não lhe faltam recursos financeiros), que não declara os seus objectivos estratégicos...

P. - Declara um, extremamente vago: é contra o Ocidente.
R. - Esse é, justamente, um dos motivos da nossa perplexidade com aquilo que está a acontecer. A negociação é o valor, o método, da nossa cultura ocidental. É mesmo um dos valores fundamentais da atitude europeia. Nós devemos, pelo diálogo, resolver os problemas mas não é por cedências, é por evidências. Neste caso, não sabemos quem é a outra parte, não temos conhecimento do adversário, conhecemos mal a sua estrutura e funcionamento. É por isso que eu não vou fazer nenhum comentário a essa declaração.

P. - Mas mesmo que soubéssemos quem era, fazia sentido negociar nestes termos?
R. - Não. Não vejo nenhum sinal, da parte desse adversário tão mal conhecido, que seja daqueles que possam indicar, a estadistas responsáveis, uma luz para o diálogo.

P. - E em relação à ETA, essa cultura europeia do diálogo deveria levar o governo espanhol a sentar-se à mesa das negociações? Como fez o senhor Rovira na Catalunha?
R. - E se pusesse a pergunta ao contrário? Sentar a ETA à mesa das negociações? Porque isso tem a ver com problemas que estão territorializados e nós, que até apoiamos o direito de intervenção em lugares onde há conflitos, muitas vezes esquecemos que ainda não resolvemos dois conflitos internos muito sérios: o da ETA e o da Irlanda do Norte. Isso devia preocupar toda a Europa mas, estranhamente, tem sido reservado à jurisdição interna de cada um dos países. Mas a tentativa de diálogo com os bascos é contínua, tal como as tentativas de aumentar as autonomias. Isso é parte do diálogo. Parece é que há algum sector irredutível, e isso é um julgamento que o governo espanhol tem de fazer. Mas é um fenómeno completamente diferente do terrorismo transnacional, que além de ser, como disse o professor Torres, "o apocalipse da razão", é que ele faz do sacrifício dos inocentes o penhor do êxito. E isto é uma coisa extraordinária!

P. - Mas há terroristas "bons", com causas, que avisam antes do atentado?
R. - Cada um invoca a sua escala de valores. E o terrorismo, que é um método de combate, invoca também uma escala de valores. Até comete o abuso de incorporar elementos religiosos no conceito estratégico que os orienta.»

sábado, março 20, 2004

Um Pouco Mais de Azul


Do JCD

Colecção Angola

«Cobertura de congresso MPLA foi propaganda»

O Conselho Nacional de Comunicação Social (CNCS) considerou hoje que o tratamento noticioso dado pela Televisão Pública de Angola (TPA) e pela Rádio Nacional de Angola (RNA) ao Congresso do MPLA, partido no poder, foi "propaganda político- partidária".

"Analisado todo o material informativo produzido pela TPA e pela RNA não poderíamos deixar de inferir que o tratamento noticioso dispensado por estes órgãos de informação do sector público às actividades levadas a cabo pelo MPLA em alusão ao seu V Congresso revestiu a forma de propaganda político-partidária", salienta o CNCS numa deliberação divulgado em Luanda.

O Conselho Nacional de Comunicação Social chegou a esta conclusão na sequência de uma queixa apresentada pelo Partido Renovador Democrático (PRD), que reivindicou um idêntico tratamento por ocasião das comemorações do seu 13º aniversário.

Numa conferência de imprensa realizada na capital angolana, Dário de Melo, porta-voz do CNCS, considerou "inquestionável" que o tratamento noticioso dado pela televisão e pela rádio do Estado ao congresso do maior partido angolano "passou a mensagem do MPLA por via da informação, de comentários e de imagens veiculadas de forma a condicionar e atingir a opinião pública".

Nesse sentido, salientou que "merece reparo o comportamento da TPA e da RNA".

Na sequência da queixa apresentada pelo PRD e das conclusões a que chegou, o CNCS fez uma recomendação aos órgãos de informação públicos para que "observem as normas ético-legais a que estão obrigados".

A posição hoje divulgada pelo Conselho Nacional de Comunicação Social surge numa altura em que vários partidos políticos da oposição angolana questionam o tratamento noticioso que é dado pelos órgãos de informação públicos às actividades promovidas pelo MPLA.

O CNCS é um órgão de 14 membros independente, criado em 1992, no quadro das eleições angolanas, para observar e regular a utilização dos meios de comunicação social.

sexta-feira, março 19, 2004

Estarei a ler bem?!!!

Terrorismo: PS demarca-se de ideia de Mário Soares

Ex-presidente da República defendeu abertura ao diálogo com a Al-Qaeda

A direcção do PS demarcou-se hoje do ex-presidente da República Mário Soares, que defendeu a abertura de canais de diálogo com a rede terrorista Al-Qaida, considerando tratar- se de uma posição "pessoal" do ex-chefe de Estado.

"Na direcção do PS, não comentamos posições pessoais de camaradas nossos", disse à agência Lusa o membro do Secretariado Nacional dos socialistas Pedro Adão e Silva.

No entanto, dirigentes do PS contactados pela Lusa manifestaram "perplexidade" pelas declarações que têm vindo a ser proferidas pelo ainda eurodeputado socialista a propósito das relações que os países ocidentais deverão ter com a organização terrorista islâmica Al-Qaida.

Quinta-feira, durante uma conferência sobre Direitos Humanos na Fundação Mário Soares, o ex-Presidente da República defendeu o diálogo com a organização Al-Qaida para perceber os seus objectivos e combater o terrorismo, em alternativa ao uso da força.

"Para fazer a paz não vale a pena falar com os que fazem a guerra?", questionou o eurodeputado, dando como exemplo a opção do líder da Esquerda Republicana da Catalã (ERC), Josep-Lluis Carod- Rovira, que teve um encontro com elementos da organização separatista basca ETA, classificada como terrorista pela União Europeia.

Segundo Soares, a essa iniciativa de Carod-Rovira, "o povo espanhol respondeu com bom senso e sabedoria", fazendo aumentar o número de deputados da ERC de um para oito nas eleições gerais espanholas do passado dia 14.

Do gabinete da secretária nacional do PS para as Relações Internacionais, Ana Gomes, chegou a resposta à agência Lusa que a ex- embaixadora portuguesa na Indonésia "não comentava" as afirmações de Mário Soares, até porque se encontrava fora do país, na Argentina.

O líder do PS/Porto, Francisco Assis, alegou desconhecer as afirmações do ex-chefe de Estado, mas vincou a sua oposição a "qualquer diálogo com uma organização terrorista como a Al-Qaida".

O deputado socialista e ex-director do jornal "Público" Vicente Jorge Silva manifestou o seu "veemente desacordo" com as posições de Mário Soares sobre a Al-Qaida, após lembrar que foi autor de um voto de protesto na Assembleia da República "contra declarações insultuosas proferidas pelo porta-voz do CDS-PP, Pires de Lima", em relação a Soares.

"Concordo com algumas posições de Mário Soares sobre a guerra no Iraque, mas também acho que ele confunde com frequência a legitimidade da intervenção internacional no Afeganistão e aquilo que se passou com o Iraque", começou por apontar Vicente Jorge Silva.

Segundo o deputado do PS, a posição do ex-presidente da República "é absolutamente impensável, em primeiro lugar porque a Al- Qaida não quer diálogo com ninguém e, depois, porque o seu único objectivo é calar pelo terror as democracias".

"Apesar de ter razão em algumas coisas do que diz sobre os Estados Unidos, penso que Mário Soares, por vezes, está a assumir posições extremas em relação à política norte-americana, o que contrasta com a sua habitual moderação e sentido de responsabilidade", acrescentou o ex-director do jornal "Público".

Vicente Jorge Silva advogou ainda que o cenário de diálogo com a organização Al-Qaida "representaria um terrível sinal de fraqueza" para as democracias ocidentais.

"O que mais espanta na posição de Mário Soares sobre a Al- Qaida é que ele tenha entrado numa terrível confusão, misturando organizações independentistas (algumas delas anti-colonialistas) e grupos fanáticos de carácter religioso", observou ainda o deputado do PS.

"Estas recentes declarações de Mário Soares nunca teriam sido proferidas por ele nem antes nem logo após o 25 de Abril de 1974, porque (o ex-presidente da República) nunca se rendeu nem perante a ditadura (do Estado Novo) nem perante os revolucionários comunistas", frisou ainda o ex-director do jornal "Público".

- Portugal Diário

Novo Link

Olissipo

Anunciado pelo CAA, no Blasfémias.
Como diz o Fumaças:
"Um blog sobre Lisboa, para quem tem Lisboa no coração."

Em resposta ao Salvador da Pátria

O Picuinhas chamou à atenção para esta notícia no Público Online: Conferência sobre direitos humanos (!!)
Mário Soares defende diálogo com Al-Qaeda em vez do uso da força

O ex-Presidente da República e eurodeputado socialista Mário Soares defendeu hoje o diálogo com a organização Al-Qaeda, em alternativa ao uso da força, para perceber os objectivos da rede liderada por Osama bin Laden e combater o terrorismo.
- Dialogar, dialogar, dialogar, dialogar, dialogar, dialogar, dialogar, dialogar, ah e, não se esqueçam, dialogar.
Será que a senilidade lhe levou a metade do cérebro que ainda funcionava?!

"Para fazer a paz não vale a pena falar com os que fazem a guerra?", questionou o eurodeputado, ao intervir numa conferência sobre direitos humanos em Lisboa, na Fundação Mário Soares.
- Oh Sr. Dr., mas quem é que lhe disse que isto é uma guerra?!! Isto é TERRORISMO.
Uma conferência sobre Direitos Humanos: Vexa., "de facto", é um 'lutador' dos direitos humanos!!
Naturalmente que teria de ter lugar na SUA Fundação, ou de contrário, não haveria conferência! Já agora, qual o montante dispendido pelos participantes?

Mário Soares deu o exemplo do dirigente da Esquerda Republicana da Catalunha Josep-Lluis Carod-Rovira (..)
- Ah, sim senhor..!!

"Como conseguimos a paz nas ex-colónias? Tivemos que falar com os que faziam a guerra, na altura também considerados terroristas", recordou o ex-chefe de Estado.
- Grande safardana!!

Referindo-se à Al-Qaeda como "uma galáxia, com várias constelações e planetas, à qual se atribui a liderança de Bin Laden" (..)
- Vexa. é que vive "noutro universo"!

Mário Soares mostrou-se também confiante num entendimento entre os Estados Unidos e a Al-Qaeda "se mudar a Administração norte- americana".
- Juntando-se à sua dilecta discípula Ana Gomes, constituem uma "excelente dupla": Batman e Robin; o 'espectro socialista espalha-se'.

À atenção do Presidente da CML

Lisboa Pode Já Ter Mais de Dois Mil Sem-abrigo

Lisboa terá mais de dois milhares de pessoas sem-abrigo ou em condições de pobreza extrema, calcula o gabinete de acção social da associação Cais, que se dedica a ajudar esta camada da população.

Esta é uma estimativa sem rigor científico, obtida através do número de inscrições na "sopa dos pobres" - o grande refeitório que a Santa Casa da Misericórdia tem nos Anjos. Mas aponta para uma situação bastante mais preocupante do que há quatro anos atrás, quando um estudo encomendado pela Câmara de Lisboa identificou 1366 sem-abrigo na cidade.


Exmo. Sr. Presidente da CML, Pedro Sacana Lopes:

Vexa. ao invés de andar a construir 7 picinas para encher o 'olho à maralha', e pista de patinagem no gelo (!), deveria ao invés, lidar e solucionar questões mais imediatas e de cariz humanitário.

Deixe-se de criancices; e, já agora uma sugestão de âmbito político, enquanto Vexa. pensar "apenas e somente no assassinato político", ou tentativa de, do PSD, pela minha parte considero que deve ser o PSD a ajustar contas com Vexa.. Quando tal não se circunscrever ao PSD e Vexa. considerar, pretenciosamente do alto do seu palco glamoroso, que pode tentar imiscuir-se em casa alheia, posso garantir-lhe que vai ter sérios problemas; nem todos são ovelhas.

"Nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que balança cai."

Se, se portar bem, garanto que lhe ofereço um espelho estilo Rocócó pelo Natal.

quarta-feira, março 17, 2004

Não sei o quê desgosta

Não sei o quê desgosta
A minha alma doente.
Uma dor suposta
Dói-me realmente.

Como um barco absorto
Em se naufragar
À vista do porto
E num calmo mar,

Por meu ser me afundo,
Pra longe da vista
Durmo o incerto mundo.


- Fernando Pessoa

MAS QUE M++++ É ESTA?!!

Aguardam-se explicações, antes de maiores comentários.

No CDS Já Se Fala em Fusão

Quando se fala com algum dirigente do CDS sobre os dois anos de Governo, uma das primeiras coisas que salientam é a solidez da coligação com o PSD. Lembram como nos primeiros tempos comentadores e adversários vaticinavam que a aliança entre Paulo Portas e Durão Barroso seria breve e asseguram que está para durar até 2006, até 2010. Dois membros da direcção democrata-cristã com que o PÚBLICO falou admitem mesmo que o caminho pode ser uma fusão entre os dois partidos no decorrer de uma segunda legislatura de governo em coligação. Já no PSD, as vozes vão no sentido contrário: são de algum incómodo pelo peso que o CDS, que não chegou a ter dez por cento dos votos, tem no Executivo.

A solidez da coligação parece residir na relação entre os líderes dos dois partidos. E também numa certa discrição a que Paulo Portas se tem remetido. O líder do CDS percebeu que tinha de se "apagar" para que o PSD aceitasse o CDS. Um dirigente democrata-cristão admite mesmo que esta seja uma estratégia deliberada e até combinada entre Durão e Portas.

O mesmo dirigente confia que os partidos vão coligados às legislativas de 2006 e defende que depois devem caminhar para uma fusão, que, no entanto, deve permitir manter a identidade de cada um. A camparação que faz é com o PP espanhol, onde tanto há "gays" como militantes da Opus Dei anti-legalização das ligações homossexuais.

Um outro dirigente democrata-cristão, que também defende o caminho da fusão, alerta que é preciso o CDS não criar dificuldades ao PSD com episódios como as picardias com a família Soares. E acredita que é possível os dois partidos ou o "grande partido de direita" que ambos formarem ficar no poder para além do habitual ciclo de oito anos. É que, explica, se, em 2006, a economia vai estar a crescer, em 2010 será possível estar a viver dos rendimentos.

Os discursos partidários do CDS provocam por vezes a irritação dos sociais-democratas, foi o caso deste episódio com Mário Soares ou do tema da imigração. Estas divergências acabam por ser vistas no PSD como o preço a pagar por algo que os sociais-democratas prezam acima de tudo: a estabilidade governativa, ou seja, as condições para governar em maioria absoluta. Mesmo nas alturas de maior tensão, a maior parte das pessoas reconhecem que a direcção do PSD tomou a atitude certa ao aliar-se ao CDS porque, de outro modo, e com uma conjuntura económica desfavorável, um governo minoritário pouco conseguiria fazer.

As críticas que os partidos da oposição fazem ao CDS e ao seu peso excessivo na política do Governo em proporção com o número de lugares que ocupam começam a ter, contudo, algum eco entre os sociais-democratas. É o caso da posição tomada em relação ao aborto, o almoço de congratulação pela regulamentação da lei de imigração, um projecto de revisão constitucional mais radical do que o pretendido pelo PSD, o abandono dos círculos uninominais na revisão das leis eleitorais.

Membros do Governo sublinham ao PÚBLICO, no entanto, que os casos de maior tensão no Executivo ocorrem não tanto entre pessoas do PSD e do CDS, mas mesmo entre sociais-democratas.

Nos primeiros meses de Governo, o período foi de expectativa do PSD, desconfiado, em relação ao comportamento do CDS. Depois seguiu-se o caso Moderna e aí é curiosa a interpretação do que se passou. Durão Barroso apoiou sem reservas o seu ministro da Defesa e o PSD garante que, em contrapartida, o CDS ficou devedor dessa prova de apoio político que ajudou a sedimentar a coligação.

- Por E.L./H.P.
Quarta-feira, 17 de Março de 2004

terça-feira, março 16, 2004

Representante da Renamo em Portugal, no resto da Europa e EUA renuncia ao cargo

Do Jornal Digital:
Jorge Pereira da Silva demarca-se de Dhlakama


Jorge Pereira da Silva, representante da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em Portugal, no resto da Europa e nos Estados Unidos da América (EUA) renunciou ao cargo numa carta dirigida ao presidente do maior partido da oposição moçambicana, onde se demarca de Afonso Dhlakama - com que não esconde divergências - e tece duras críticas à força política, noticiou a revista «Tempo» na sua última edição.

«A Renamo está claramente acéfala, dependente da vontade soberana e discricionária do presidente do partido. Nesta estrutura de poder de tipo ‘imperial’ a experiência de democracia interna não existe a não ser como chavão de propaganda. Os negócios confundem-se com actividade política», acusa Jorge Pereira da Silva numa das nove páginas de críticas e sugestões que enviou a Afonso Dhlakama.

Numa «muita longa carta que já há muito lhe devia ter escrito», o militante n/o 1828 daquele partido moçambicano considera que «as últimas eleições autárquicas de Novembro de 2003» foram «um verdadeiro desastre eleitoral» que mediram «o enorme falhanço» das políticas protagonizadas pelo líder da Renamo.

«Esta penalização é, sem dúvida, uma importante mensagem que a liderança da Renamo tem que saber interpretar. Todavia, permita-me que lho diga, não creio que saiba fazer tal interpretação», escreve ainda Pereira da Silva, que tem a sua base no Porto. «A cacofonia dos demagogos e dos infiltrados, a quem o senhor abre escancaradamente a porta, não sara as feridas e as enfermidades do partido, da sociedade e do país, apenas as agravam», acrescenta o moçambicano, membro do partido há quase 20 anos.

Na missiva divulgada pela «Tempo» - que segundo Jorge Pereira da Silva «não tem como objectivo disputar o poder a quem o tem, bem ou mal, mas tão-só contribuir para o debate» - o agora ex-representante do partido em Portugal, no resto da Europa e nos EUA salienta também que «a actual liderança da Renamo tem-se notabilizado pelo disparate e pelas asneiras, como se tem distinguido pela mais absoluta falta de senso político e comum».

Para o mesmo responsável, que acusa Dhlakama de ceder «desde há muito, a certo calculismo dos interesses mais ou menos instalados», «é chegado o momento de reflectir para além das simpatias pessoais, para lá dos ‘negócios’ de ocasião feitos com indivíduos nacionais e estrangeiros».

Jorge Pereira da Silva diz-se ainda convicto que «não se podem misturar amizades pessoais com acção política» e propõe «uma revolução interna de ideias, dos novos conceitos e soluções», lembrando que «o único e legítimo proprietário do partido são os seus militantes e os moçambicanos».

(c) PNN - agencianoticias.com

Sedna: A História de um Nome

The Legend Of Sedna

Once upon a time, before the white men and all others, the Inuit hunted the land and fished the land. In this time, was a great hunter, whose wife had died long ago leaving a girl child. The hunter would raise the child himself.

The child grew to become a very beautiful woman with many suitors seeking her hand. The hunter was proud for his daughter, she could sew good clothing and in all the land none was so pretty . Finally the hunter had decided who who would marry his daughter, with pride he called his daughter to his side and said, "Daughter I have chosen your husband, it will be this man".

Sedna: O Último Planeta do nosso Sistema Solar(?)



Sedna is extremely far from the Sun, in the coldest known region of our solar system, where temperatures never rise above minus 240 degrees Celsius (minus 400 degrees Fahrenheit). The planetoid is usually even colder, because it approaches the Sun only briefly during its 10,500-year solar orbit. At its most distant, Sedna is 130 billion kilometers (84 billion miles) from the Sun, which is 900 times Earth's solar distance.

Presidenciais norte-americanas

Candidatos com «blogs»

Pouco conhecidos há dois ou três anos, os «blogs» (diários pessoais publicados na Internet) tornaram-se recentemente um instrumento indispensável nas campanhas para as presidenciais norte-americanas, em especial depois de um surpreendente arranque de Howard Dean nas primárias democratas. Na sequência desta nova relação entre a Internet e a política, foram criados os «blogs» dos dois homens que vão defrontar-se nas eleições de Novembro, John Kerry e George W. Bush.

O «blog» de Bush (http://georgewbush.com/blog/) contém sobretudo notícias relativas à agenda presidencial e «links» para artigos de diversos órgãos de comunicação social. Há ainda um espaço dedicado aos cibernautas que tenham «blogs» ou «sites» próprios e que queiram divulgar nas suas páginas a campanha do actual Presidente norte-americano, através da colocação de «banners» e notícias.

Quanto ao «blog» de John Kerry (http://blog.johnkerry.com/), baseia-se essencialmente - tal como o de George W. Bush - no que vai acontecendo durante a campanha e em notícias que digam respeito aos Estados Unidos, sendo escrito pela sua equipa, por apoiantes e por convidados especiais. O «blog» de Bush também é redigido pela sua equipa.

Este é, aliás, um aspecto que revela alguma contradição, já que os «blogs» foram originalmente concebidos como diários pessoais, mas tanto a equipa de Bush como a de Kerry optaram por uma abordagem formal.

Além das medidas que preconizam em termos políticos, a maior diferença entre os dois «blogs» reside sobretudo no facto de o de John Kerry permitir comentários, ao passo que no de Bush essa possibilidade não existe.

Médico e governador do pequeno Estado norte-americano de Vermont, Howard Dean era praticamente desconhecido até ao início das últimas primárias democratas, altura em que conseguiu grande apoio popular à sua candidatura, graças ao seu «site» de campanha, criado em Agosto de 2002. Dean, que apostou na interactividade, chegou mesmo a angariar, em tempo recorde, 15 milhões de dólares de pequenos donativos para a sua campanha. Embora se tenha afundado nas últimas semanas (segundo os seus apoiantes devido à forma como os «media» tradicionais o trataram, ridicularizando-o através da difusão dos seus gritos de alegria a seguir aos bons resultados que obteve em Iowa), Dean apostou de forma inovadora na Internet, permitindo maior participação dos cidadãos, o que pode explicar, segundo vários analistas, o seu sucesso em especial entre os jovens.

- Cristina Bernardo Silva

segunda-feira, março 15, 2004

Novo Link

Uma verdadeira jóia Oceanus Occidentalis, trazido à atenção pelo JPT - Ma-Schamba.

Uma pequena amostra:

Quando se era Homem
Sentença proferida em 1487 no Processo contra o Prior de Trancoso


"Padre Francisco da Costa, Prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres.

El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo."

(Autos arquivados na Torre do Tombo)


D. João II, o meu preferido.

Comentário

Cortesia de Rui Pimentel, na Visão


Agradecimento

Os amigos "Blasfemos", "reinventam" diariamente a blogosfera!
Parabéns!

Muito grata pela deferência no que toca às "Blasferas", e à percepção da leitura que fazem deste Blog.
Ao CAA, um Ser Humano profundo e extraordinário; muito obrigada.
Sem menosprezo dos restantes excelentes 'bloggers', uma palavra de apreço ao PMF, muito grata pelo 'medíocre', tal distinção lisonjeia-me, significa que não sou consensual!
Obrigada!

Uma coisa é certa, o maior gozo que tenho na vida é poder aprender todos os dias; uma nova visão mais Humana, e equilibrada.

A todos vós uma graciosa vénia.

Amo ergo sum, e precisamente nessa proporção.

- Ezra Pound

domingo, março 14, 2004

Decisões Políticas

A Espanha votou.

As eleições que deviam ter sido adiadas, quanto mais não fosse como sinal de respeito, tiveram o seu desfecho.

DANZA DA LUA EN SANTIAGO
¡Fita aquel branco galán,
olla seu transido corpo!

É a lúa que baila
na Quintana dos mortos.

Fita seu corpo transido
negro de somas e lobos.

Nai: a lúa está bailando
na Quintana dos mortos.

¿Quén fire potro de pedra
na mesma porta do sono?

¡É a lúa! ¡É a lúa
na Quintana dos mortos!

¿Quen fita meus grises vidros
cheos de nubens seus ollos?

¡É a lúa! ¡É a lúa
na Quintana dos mortos!

Déixame morrer no leito
soñando con froles dóuro.

Nai: a lúa está bailando
na Quintana dos mortos.

¡Ai filla, co ar do céo
vólvome branca de pronto!

Non é o ar, é a triste lúa
na Quintana dos mortos.

¿Quén brúa co-este xemido
dímenso boi melancónico?

¡Nai: É a lúa, a lúa
coronada de toxos,
que baila, e baila, e baila
na Quintana dos mortos!


- Federico García Lorca

sábado, março 13, 2004

Um relato na 1ª pessoa

O terrorismo.
O Terror.

Não sou única no contacto com este fenómeno.

Quem viveu nas "ex-colónias" pode relatar muitos casos ligados a este espectro.
Eu, nasci na selva angolana, bem no 'coração de Angola'.

O meu:
O terrorismo não se circunscreve apenas, e somente, a actos bombistas, mas sobretudo à criação e propaganda do medo:
seja pelo recurso a actos ou a omissões.

Um inimigo invicível.

O Medo prespassava, principalmente na noite. Pela calada da noite os vultos moviam-se livres.
Embora com milícia privada, nunca existem elementos de segurança suficientes para garantir a integridade física de quem quer que seja, em circunstâncias destas.

O Terror era uma sensação que pairava; não se traduzia, até determinado momento, em acontecimentos físicos.

Apenas pairava, e era um inimigo psicológico, que constrangia e aprisionava a mente e o 'coração'.

Eu, míuda, absolutamente despudorada, escapava-me de noite e percorria as ruas, sem medo, ou temor.
Existe um sistema próprio que nos é conferido quando nascemos nestas circunstâncias: todos os instintos da Terra são nossos.
Instintos muito mais apurados e 'refinados' - à milésima.
Nunca fui atacada, apenas observada; como predador e presa. Nunca me considerei presa, e muito menos predadora.
VÍTIMA NUNCA.
Mas, existe 'um certo código', que se traduz em "respeito pelos despudorados"; como que a dizer: "eh pá, olha um doido! Será que se pega?!"

Ainda nesta linha:

uma certa noite, eu 'mignone', em todos os sentidos - desde a idade, até a altura! - ouvi um algazarra, eram três pretos (sim, a cor deles) a discutirem; um deles tinha um gato preto.
Estavam a preparar-se para matarem o gato.
'Fui-me a eles'; primeiro, uns pontapés nas canelas "Toma lá que é para aprenderes!", e depois, "Não têm vergonha? Então vocês querem matar o animalzinho?!! Mas, que mal é que ele vos fez?!!"
"Ele traz má sorte."
"Má sorte?!! Mas, porquê?!"
"Ah, então, porque é preto!"
"Ah, porque é preto!! Então e vocês? São o quê?!!
Dêem-me mas é o gato."
Vai daí que, o gato foi parar à minha pessoa. Coitadinho, arranhou-me toda!
É a luta pela vida! Nada que não tenha sarado.
Era um gato maravilhoso; amigo, carinhoso, companheiro.
O problema dele?
ERA PRETO, e eles eram 'PARDOS'.

Quando a situação se tornou, de facto impraticável, as mulheres e crianças foram evacuadas.
Saímos à meia-noite, em 'machimbombos' com os faróis apagados, e 4 milicianos em cada viatura. Às crianças, as Mães tapavam a boca, para não serem feitos ruídos.
Partimos dia 26 de Maio, para chegarmos a Lisboa a 3 de Junho de 1975.
No Aeroporto de Luanda fomos sujeitos a bombardeamentos de 'rockets', bzzz, por todos os lados, assobiavam à volta do avião e, iam caindo na pista. (Parámos para embarcar mais passageiros. Parecia um jardim zoológico!!)
O que se passou entretanto? Não sei, deve estar aqui 'escondido', algures em mim. Porque a Vida, tem a benção de permitir esquecer; lançar para um canto qualquer da 'memória', do inconsciente, factos.
O meu gato? Bem, o meu gato ficou.
Assim como ficou 'metade de mim'.
O que custou mais? Ser espoliada dos bens materiais, ou dos bens imateriais?
Mil, muitas vezes mil, os imateriais.

Nem toda a racionalidade do Mundo (e arredores), explica ou prepara para compreender na totalidade, tudo aquilo por que passamos na vida.

Quando da luta entre a razão e o coração, quem vence é o coração. Porque o Coração tem razões, que a Razão desconhece. Essa é que é essa.
E os muitos 'canudos' que possamos conquistar, estão muito aquém da realidade; a teoria e a prática têm um fosso entre elas, e em última instância vence sempre a realidade.

sexta-feira, março 12, 2004

Teu Espírito





Deus dos nossos dias supremos,
Dos nossos pais e hostes guerreiras,
De cuja mão sublime temos
Domínio em gelos e palmeiras -
Senhor, teu espírito não nos faleça,
Não nos esqueça! não nos esqueça!

Cessa o tumulto, cessa o bulício,
Reis, chefes vão-se; ainda perdura
O teu antigo sacrifício,
Uma alma humana humilde e pura. -
Senhor, teu espírito não nos faleça,
Não nos esqueça, não nos esqueça!

A nossa esquadra ao longe, esvai-se;
Já pelas praias não se ouve o Tiro:
O esplendor de ontem, ei-lo que vai-se
Como o de Nínive, como o de Tiro!
Teu espírito ainda se compadeça,
Não nos esqueça, não nos esqueça!

Se a nossa alma, ébria de ambição,
E olvidando que és tu seu rei,
Soltar vanglórias de pagão() -
Senhor, teu espírito não nos faleça,
Não nos esqueça, não nos esqueça!

De alma pagã cuja fé fica
Em cano de arma e ferro nu, -
Pó que sobre pó edifica
E guarda, sem guardares Tu, -
De glória oca, de oco valor,
Sempre o teu povo livra, Senhor!


- Joseph Ruydard Kipling

Ainda há Homens assim.

Um lutador por excelência; não pelas razões erradas, mas pelas convicções certas.

Partidos Trocam Acusações Sobre 11 de Março de 1975

Nuno Melo partiu para o mais forte ataque. Começou por atacar o "dirigente comunista Carvalho da Silva que convenceu o sindicalista do mesmo nome" a agendar uma jornada de luta para ontem. Para o deputado do CDS, o dia 11 de Março era "o pior dia possível de que um democrata" se poderia lembrar para se manifestar. Passou depois a explicar porquê:

por "lembrar prisões sem culpa formada", por "lembrar a opressão armada do COPCON", por "lembrar a reforma agrária" e por "lembrar as nacionalizações".

Em resposta, as 'figuras' "gauche iluminée" rebatem recorrendo à sempre presente K7 'pop demodée' (hoje estou muito 'afransezada'!):

O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, acusou o toque e invocando a defesa da honra da sua bancada, insinuou que no passado o CDS teria apoiado acções terroristas: "Nós, nesta bancada, nunca tivemos nem nunca teremos bombistas. Não sei se o CDS está em condições de dizer o mesmo."

Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda optou por apontar o dedo a Durão Barroso, ao lembrar o último debate com primeiro-ministro no Parlamento e a separação feita por Durão entre o 25 de Abril e o 11 de Março: "Durão Barroso é contra o 11 de Março simplesmente porque à coligação da direita e da extrema-direita agrada o tom vingativo, entusiasma a verve acusatória, mobiliza o delírio persecutório, delicia o ajuste de contas com as suaus derrotas e contenta a perseguição aos fantasmas do seu próprio acobardamento perante a política de então."


Mais comentários para quê?!
Está tudo dito.

quinta-feira, março 11, 2004

Carpe Diem!

Não procures, Leuconoe, - ímpio será sabê-lo -
que fim nos destinaram os deuses ;
não consultes sequer os números babilónicos:

Melhor é aceitar! E venha o que vier!

Quer Júpiter te dê ainda muitos Invernos,
quer seja o derradeiro este que ora desfaz
nos rochedos hostis ondas do mar Tirreno,
vive com sensatez destilando o teu vinho
e, como a vida é breve, encurta a longa esp'rança.

De inveja o tempo voa enquanto nós falamos:
trata pois de colher o dia, o dia de hoje,
que nunca o de amanhã merece confiança.


- Horácio

Começou a "Jihad"

Não estamos preparados para combater o terrorismo.
Nunca nenhum 'coração' está preparado para o que está para vir.

Valha-nos Deus, porque aos Homens, só resta Lutar.
Pela Vida, pela Liberdade, por uma forma e conduta de vida designada por: Ocidental.

Purported Qaeda Letter Claims Spain Bombings-Paper
Thu Mar 11, 2004 03:31 PM ET
DUBAI (Reuters) - A letter purporting to come from Osama bin Laden's al Qaeda network claimed responsibility for the train bombings in Spain on Thursday, calling them strikes against "crusaders", a London-based Arabic newspaper said

Cassete árabe abre nova linha de investigação

Never be without rememberance of Him,
for His rememberance
gives strength and wings
to the bird of the Spirit.
If that objective of yours
is fully realized, that is
"Light upon Light"...
...But at the very least, by
practicing God's rememberance
your inner being
will be illuminated
little by little and
you will achieve
some measure of detachment
from the world.


- Rumi

O Espectro do Terror

Que vemos aqui, entre as dunas de areia batidas
de luar, sozinhos com os nossos pensamentos, Bill,
sozinhos com os nossos sonhos, Bill, tão leves como
os véus que adejam sobre a cabeça das mulheres
que dançam,
sozinhos com uma imagem, uma imagem a seguir
a outra, de todos os mortos,
os mortos mais numerosos que os grãos de areia
amontoados um a um aqui, sob o luar,
amontoados no horizonte e com a forma que as mãos
do vento lhes querem dar,
que vemos aqui, Bill, além daquilo que desespera
os sábios,
além daquilo que faz chorar os poetas, que faz com
que os soldados se lancem para a frente e percam
a vida à luz do sol: que será, Bill?


- Carl Sandburg

O Terror assolou hoje Madrid.

Não é de hoje, o Terror.
É de sempre.

Sempre que um Ser Humano atenta contra a integridade e dignidade de outro Ser Humano, pelo recurso à violência: física, mental ou espiritual.

O Espectro do Terror, é cego, surdo e mudo.
Insinua-se nas mentes e corações, e alastra.
Alimenta-se vorazmente dos sentimentos mais negativos.

O Terror é a 'Arma' do Séc. XXI; Espectro asqueroso, contra o qual somente a solidariedade humana será reacção.
Acção concreta, firme e inamovível.
Considerar que será possível por fim, é como tentar 'tocar as estrelas em bicos de pé'.

Muitos estudos, reflexões, análises foram feitas, e são feitas, para caracterizar e tipificar o Terrorismo.
Muitos outros sobre formas de o combater; acções e campanhas militares lançadas para controlar e por termo a este espectro.
Nada.
Ainda por aí anda, e infelizmente, continuará.

Gostaria de registar um sentimento de profunda solidariedade, para com aqueles que, em todo o Mundo, foram atingidos por este Espectro em todas as suas facetas.

quarta-feira, março 10, 2004

!!!!

Santana ataca Belém em Julho
(!! Endoidou!! Olha a gripe das 'galinhas'!)

A Voz de Um Guerreiro

Saiu hoje para as bancas a revista "Tempo".

Como título de interesse, em particular:

"Dhlakama com oposição interna".

"Afonso Dhlakama recebeu uma "carta-bomba" com origem no Porto.
Jorge Pereira da Silva - representante da Renamo em Portugal, no resto da Europa e nos EUA - escreveu uma carta a Dhlakama. E não foi nada brando, expondo várias divergências e ensaiando uma ruptura."

"Representante da RENAMO em Portugal, no resto da Europa e EUA renuncia ao cargo e desafia directamente Afonso DHlakama".

"Jorge Pereira da Silva, representante até à data da Renamo na Europa e nos EUA, renunciou ao cargo. Fê-lo numa extensa carta
(9 páginas) dirigida ao presidente da Renamo, onde se demarca das opções políticas tomadas por Afonso Dhlakama. Uma missiva a que a TEMPO teve acesso, em rigoroso exclusivo."

Comprem, comprem, antes que esgote!

O Dr. Jorge Pereira da Silva foi, desde 1999, até à data representante oficial da RENAMO em Portugal; não o Dr. Jaime Nogueira Pinto, como muita classe política quer acreditar.

No texto publicado, pode constatar-se os fundamentos para tal acção, todos factos inegáveis e que assistem sem sombra de dúvida ao meu amigo Jorge. Tem-se 'batido' de forma incansável e de uma feroz lealdade para com a RENAMO, o líder deste partido, mas sobretudo e acima de tudo, para com Moçambique e a população moçambicana.
Todos lutamos pela nossa visão e convicção do mundo, da forma como este deve 'funcionar'.
A sua visão de dinamismo e da criação de condições concretas para os moçambicanos e Moçambique, levaram-no a cindir com a liderança da RENAMO.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Quem, em posição de liderança partidária, pertender fossilizar, e recusar considerar quaisquer outras opiniões que não a sua, reserva-se a 'derrotas'; o egocentrismo é a derrocada de qualquer estadista (político não serve!!).

A obra fica, o homem passa.

Sic Transit Gloria Mundi.

terça-feira, março 09, 2004

Para estimular exercício da democracia

Várias organizações da sociedade civil angolana e partidos da oposição, incluindo quatro representados no Parlamento, lançam, esta terça-feira, a «Campanha por uma Angola Democrática», iniciativa conjunta que visa estimular o exercício da democracia no país.

A campanha, que será lançada em quatro províncias até ao final do mês de Março, une os esforços de cerca de 30 organizações no sentido de «pressionar por mudanças que, em última instância, contribuam para a melhoria do quotidiano dos angolanos», lê-se numa nota distribuída à imprensa a propósito do lançamento da campanha.

«Nós queremos criar pressão suficiente para reivindicar a realização da actual Lei Constitucional, a marcação da data das eleições e a criação das condições em que estas devem ocorrer», disse Rafael Marques, coordenador da campanha. «Julgamos importante preparar os cidadãos de modo a que tenham um papel mais activo na mudança da sociedade», acrescentou.

A guerra em Angola, que durou 27 anos, terminou em Abril de 2002, com um saldo de mais de um milhão de mortos e cerca de quatro milhões de deslocados. Nos dois anos de paz, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, tem evitado convocar as eleições, invocando como razão o actual processo de revisão constitucional. Entretanto, a maioria dos cidadãos continua a viver na miséria.

Segundo Rafael Marques, a pressão sobre o Governo, no sentido de alargar o espaço de convivência democrática e tendentes à resolução dos problemas da sociedade, tem estado a crescer. «Há muitas vozes espalhadas a pressionar pela democracia. Estamos a tentar formar uma plataforma comum para que juntos possamos avançar e começar a responder às exigências públicas a favor da democracia», diz. «A ideia é criar uma agenda alternativa comum», sublinhou ainda.

Marques lembra que, durante a guerra, a sociedade civil dirigiu os seus esforços no sentido de se pôr termo ao conflito. «Agora que o contexto militar no país - com a excepção de Cabinda - não é mais uma preocupação para nós, podemos seguir em frente», referiu.

Apesar do fim da guerra civil, um conflito militar continua a opor as forças governamentais à Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), tendo morrido já milhares de cidadãos, prosseguindo igualmente as denúncias de violações dos direitos humanos, por parte de soldados governamentais, contra a população civil local.

A «Campanha por uma Angola Democrática» está «esperançada» numa reacção do MPLA, partido no poder, que o aproxime das posições de outras franjas da sociedade, mas avisa desde já os líderes do país de que a sociedade deverá prosseguir a sua marcha mesmo sem a sua vontade.

Por outro lado, a campanha, que pretende estender-se a todo o país, concita os partidos políticos a olhar para além das suas agendas internas. «Nós queremos encorajar o Governo, os membros do MPLA e a UNITA inclusive, a abrir-se a outras iniciativas que sejam em benefício do país, e não dos seus partidos», explicou Rafael Marques. Uma conferência destinada a elaborar uma agenda alternativa comum está programada para o próximo mês de Abril.

- PNN (agencianoticias.com)

Les Contemplations

Si un auteur pouvait avoir quelque droit d'influer sur la disposition d'esprit des lecteurs qui ouvrent son livre, l'auteur des Contemplations se bornerait à dire ceci : Ce livre doit être lu comme on lirait le livre d'un mort.

Vingt-cinq années sont dans ces deux volumes. Grande mortalis aevi spatium. L'auteur a laissé, pour ainsi dire, ce livre se faire en lui. La vie, en filtrant goutte à goutte à travers les événements et les souffrances, l'a déposé dans son cœur.

Ceux qui s'y pencheront retrouveront leur propre image dans cette eau profonde et triste, qui s'est lentement amassée là, au fond d'une âme.

Qu'est-ce que les Contemplations ? C'est ce qu'on pourrait appeler, si le mot n'avait quelque prétention, les Mémoires d'une âme.
Ce sont, en effet, toutes les impressions, tous les souvenirs, toutes les réalités, tous les fantômes vagues, riants ou funèbres, que peut contenir une conscience, revenus et rappelés, rayon à rayon, soupir à soupir, et mêlés dans la même nuée sombre.

C'est l'existence humaine sortant de l'énigme du berceau et aboutissant à l'énigme du cercueil; c'est un esprit qui marche de lueur en lueur en laissant derrière lui la jeunesse, l'amour, l'illusion, le combat, le désespoir, et qui s'arrête éperdu « au bord de l'infini » . Cela commence par un sourire, continue par un sanglot, et finit par un bruit du clairon de l'abîme.

Une destinée est écrite là jour à jour.

Est?ce donc la vie d'un homme ? Oui, et la vie des autres hommes aussi. Nul de nous n'a l'honneur d'avoir une vie qui soit à lui. Ma vie est la vôtre, votre vie est la mienne, vous vivez ce que je vis; la destinée est une. Prenez donc ce miroir, et regardez-vous-y. On se plaint quelquefois des écrivains qui disent moi. Parlez-nous de nous, leur crie-t-on. Hélas ! quand je vous parle de moi, je vous parle de vous. Comment ne le sentez-vous pas ?

Ah ! insensé, qui crois que je ne suis pas toi !

Ce livre contient, nous le répétons, autant l'individualité du lecteur que celle de l'auteur. Homo sum. Traverser le tumulte, la rumeur, le rêve, la lutte, le plaisir, le travail, la douleur, le silence; se reposer dans le sacrifice, et, là, contempler Dieu; commencer à Foule et finir à Solitude, n'est-ce pas, les proportions individuelles réservées, l'histoire de tous ?

On ne s'étonnera donc pas de voir, nuance à nuance, ces deux volumes s'assombrir pour arriver, cependant, à l'azur d'une vie meilleure. La joie, cette fleur rapide de la jeunesse, s'effeuille page à page dans le tome premier, qui est l'espérance, et disparaît dans le tome second, qui est le deuil.

Quel deuil ? Le vrai, l'unique : la mort; la perte des êtres chers. Nous venons de le dire, c'est une âme qui se raconte dans ces deux volumes :
Autrefois, Aujourd'hui. Un abîme les sépare, le tombeau.

A V. H. Guernesey, mars 1856.


- Victor Hugo