Estarei a ler bem?!!!
Terrorismo: PS demarca-se de ideia de Mário Soares
Ex-presidente da República defendeu abertura ao diálogo com a Al-Qaeda
A direcção do PS demarcou-se hoje do ex-presidente da República Mário Soares, que defendeu a abertura de canais de diálogo com a rede terrorista Al-Qaida, considerando tratar- se de uma posição "pessoal" do ex-chefe de Estado.
"Na direcção do PS, não comentamos posições pessoais de camaradas nossos", disse à agência Lusa o membro do Secretariado Nacional dos socialistas Pedro Adão e Silva.
No entanto, dirigentes do PS contactados pela Lusa manifestaram "perplexidade" pelas declarações que têm vindo a ser proferidas pelo ainda eurodeputado socialista a propósito das relações que os países ocidentais deverão ter com a organização terrorista islâmica Al-Qaida.
Quinta-feira, durante uma conferência sobre Direitos Humanos na Fundação Mário Soares, o ex-Presidente da República defendeu o diálogo com a organização Al-Qaida para perceber os seus objectivos e combater o terrorismo, em alternativa ao uso da força.
"Para fazer a paz não vale a pena falar com os que fazem a guerra?", questionou o eurodeputado, dando como exemplo a opção do líder da Esquerda Republicana da Catalã (ERC), Josep-Lluis Carod- Rovira, que teve um encontro com elementos da organização separatista basca ETA, classificada como terrorista pela União Europeia.
Segundo Soares, a essa iniciativa de Carod-Rovira, "o povo espanhol respondeu com bom senso e sabedoria", fazendo aumentar o número de deputados da ERC de um para oito nas eleições gerais espanholas do passado dia 14.
Do gabinete da secretária nacional do PS para as Relações Internacionais, Ana Gomes, chegou a resposta à agência Lusa que a ex- embaixadora portuguesa na Indonésia "não comentava" as afirmações de Mário Soares, até porque se encontrava fora do país, na Argentina.
O líder do PS/Porto, Francisco Assis, alegou desconhecer as afirmações do ex-chefe de Estado, mas vincou a sua oposição a "qualquer diálogo com uma organização terrorista como a Al-Qaida".
O deputado socialista e ex-director do jornal "Público" Vicente Jorge Silva manifestou o seu "veemente desacordo" com as posições de Mário Soares sobre a Al-Qaida, após lembrar que foi autor de um voto de protesto na Assembleia da República "contra declarações insultuosas proferidas pelo porta-voz do CDS-PP, Pires de Lima", em relação a Soares.
"Concordo com algumas posições de Mário Soares sobre a guerra no Iraque, mas também acho que ele confunde com frequência a legitimidade da intervenção internacional no Afeganistão e aquilo que se passou com o Iraque", começou por apontar Vicente Jorge Silva.
Segundo o deputado do PS, a posição do ex-presidente da República "é absolutamente impensável, em primeiro lugar porque a Al- Qaida não quer diálogo com ninguém e, depois, porque o seu único objectivo é calar pelo terror as democracias".
"Apesar de ter razão em algumas coisas do que diz sobre os Estados Unidos, penso que Mário Soares, por vezes, está a assumir posições extremas em relação à política norte-americana, o que contrasta com a sua habitual moderação e sentido de responsabilidade", acrescentou o ex-director do jornal "Público".
Vicente Jorge Silva advogou ainda que o cenário de diálogo com a organização Al-Qaida "representaria um terrível sinal de fraqueza" para as democracias ocidentais.
"O que mais espanta na posição de Mário Soares sobre a Al- Qaida é que ele tenha entrado numa terrível confusão, misturando organizações independentistas (algumas delas anti-colonialistas) e grupos fanáticos de carácter religioso", observou ainda o deputado do PS.
"Estas recentes declarações de Mário Soares nunca teriam sido proferidas por ele nem antes nem logo após o 25 de Abril de 1974, porque (o ex-presidente da República) nunca se rendeu nem perante a ditadura (do Estado Novo) nem perante os revolucionários comunistas", frisou ainda o ex-director do jornal "Público".
- Portugal Diário
Ex-presidente da República defendeu abertura ao diálogo com a Al-Qaeda
A direcção do PS demarcou-se hoje do ex-presidente da República Mário Soares, que defendeu a abertura de canais de diálogo com a rede terrorista Al-Qaida, considerando tratar- se de uma posição "pessoal" do ex-chefe de Estado.
"Na direcção do PS, não comentamos posições pessoais de camaradas nossos", disse à agência Lusa o membro do Secretariado Nacional dos socialistas Pedro Adão e Silva.
No entanto, dirigentes do PS contactados pela Lusa manifestaram "perplexidade" pelas declarações que têm vindo a ser proferidas pelo ainda eurodeputado socialista a propósito das relações que os países ocidentais deverão ter com a organização terrorista islâmica Al-Qaida.
Quinta-feira, durante uma conferência sobre Direitos Humanos na Fundação Mário Soares, o ex-Presidente da República defendeu o diálogo com a organização Al-Qaida para perceber os seus objectivos e combater o terrorismo, em alternativa ao uso da força.
"Para fazer a paz não vale a pena falar com os que fazem a guerra?", questionou o eurodeputado, dando como exemplo a opção do líder da Esquerda Republicana da Catalã (ERC), Josep-Lluis Carod- Rovira, que teve um encontro com elementos da organização separatista basca ETA, classificada como terrorista pela União Europeia.
Segundo Soares, a essa iniciativa de Carod-Rovira, "o povo espanhol respondeu com bom senso e sabedoria", fazendo aumentar o número de deputados da ERC de um para oito nas eleições gerais espanholas do passado dia 14.
Do gabinete da secretária nacional do PS para as Relações Internacionais, Ana Gomes, chegou a resposta à agência Lusa que a ex- embaixadora portuguesa na Indonésia "não comentava" as afirmações de Mário Soares, até porque se encontrava fora do país, na Argentina.
O líder do PS/Porto, Francisco Assis, alegou desconhecer as afirmações do ex-chefe de Estado, mas vincou a sua oposição a "qualquer diálogo com uma organização terrorista como a Al-Qaida".
O deputado socialista e ex-director do jornal "Público" Vicente Jorge Silva manifestou o seu "veemente desacordo" com as posições de Mário Soares sobre a Al-Qaida, após lembrar que foi autor de um voto de protesto na Assembleia da República "contra declarações insultuosas proferidas pelo porta-voz do CDS-PP, Pires de Lima", em relação a Soares.
"Concordo com algumas posições de Mário Soares sobre a guerra no Iraque, mas também acho que ele confunde com frequência a legitimidade da intervenção internacional no Afeganistão e aquilo que se passou com o Iraque", começou por apontar Vicente Jorge Silva.
Segundo o deputado do PS, a posição do ex-presidente da República "é absolutamente impensável, em primeiro lugar porque a Al- Qaida não quer diálogo com ninguém e, depois, porque o seu único objectivo é calar pelo terror as democracias".
"Apesar de ter razão em algumas coisas do que diz sobre os Estados Unidos, penso que Mário Soares, por vezes, está a assumir posições extremas em relação à política norte-americana, o que contrasta com a sua habitual moderação e sentido de responsabilidade", acrescentou o ex-director do jornal "Público".
Vicente Jorge Silva advogou ainda que o cenário de diálogo com a organização Al-Qaida "representaria um terrível sinal de fraqueza" para as democracias ocidentais.
"O que mais espanta na posição de Mário Soares sobre a Al- Qaida é que ele tenha entrado numa terrível confusão, misturando organizações independentistas (algumas delas anti-colonialistas) e grupos fanáticos de carácter religioso", observou ainda o deputado do PS.
"Estas recentes declarações de Mário Soares nunca teriam sido proferidas por ele nem antes nem logo após o 25 de Abril de 1974, porque (o ex-presidente da República) nunca se rendeu nem perante a ditadura (do Estado Novo) nem perante os revolucionários comunistas", frisou ainda o ex-director do jornal "Público".
- Portugal Diário