quinta-feira, agosto 31, 2006

Straight on



Amanhã, é publicado o último número do jornal "O Independente".
Um jornal que marcou uma época, um ciclo, uma ruptura.

É de rupturas que a vida é feita, de rupturas se iniciam novos ciclos. Straight on, sempre em frente.

Fechou-se um momento de intervenção; novo momento e ciclo se iniciará.

A política e a intervenção política, também se fazem de ciclos, de renovações, de momentos.
A vida é um momento; passa num abrir e fechar de olhos.
Valores e princípios imperecíveis e intemporais, outros, valores modais e passageiros.

Not to serious, but serious enough.

Partidos da oposição querem personalidade independente na PGR

PSD, PCP, CDS-PP e BE querem que seja escolhida uma personalidade independente para presidir à Procuradoria-Geral da República (PGR), mas não há consenso sobre se o sucessor de Souto Moura tem de ser um magistrado.

(...)

- Diário Digital / Lusa

A anémona de cetim



Mário Soares, na primeira entrevista depois das eleições, admite que não queria ser candidato.
Sofreu com a derrota? «Não sou uma anémona impressionável».
Critica Israel e Bush.
Elogios? Vão para Sócrates e Zapatero

(...)

- PD

A Raposa e as Uvas

quarta-feira, agosto 30, 2006

Dízimo?!! Estão a pagar "dízimo"?!!

Fisco não aceita 'dízimo' pago por deputados ao PS

Alguns deputados do PS foram notificados pelas Finanças para procederem a uma correcção nas respectivas declarações de IRS referentes a 2005. Em causa está a inclusão nas despesas de uma contribuição para o partido, canalizada através do grupo parlamentar. No final do ano, a direcção da bancada emite uma declaração dando conta dessa retenção. Mas, devido à entrada em vigor da nova lei de financimanto dos partidos, as Finanças entendem que tal despesa não tem qualquer efeito fiscal.

Um dos deputados que foram alvo da notificação da Direcção-Geral das Contribuições e Impostos (DGCI) foi António Gameiro, eleito pelo círculo eleitoral de Santarém. Em declarações ao DN, o parlamentar assume que foi notificado para corrigir a declaração de IRS, tendo pago uma multa de 125 euros. "Viemos a ser confrontados com a necessidade de corrigir as declarações. Com a nova lei, deixamos de ter esta dedução fiscal", acrescentou.

Fonte da direcção do grupo parlamentar socialista confirmou ao DN que todos os anos é passada uma declaração aos deputados dando conta da retenção feita no ordenado. "Se há uma entrada de dinheiro de um deputado, que voluntariamente declara querer fazê-la, o grupo parlamentar diz que a recebeu. O dinheiro é depois canalizado para o partido. Depois disso, não sabemos se a mesma é ou não utilizada para efeitos fiscais", referiu a mesma fonte contactada pelo DN.

O 'dízimo' do PSD

A prática da contribuição para as despesas do grupo parlamentar também é seguida no PSD, onde os deputados descontam do seu ordenado uma espécie de "dízimo" para o partido. Porém, três deputados contactados pelo DN, Paulo Rangel, Fernando Negrão e Helena Lopes da Costa, garantiram que nunca receberam qualquer recibo ou declaração para qualquer tipo de efeitos, incluindo fiscais. "Jamais utilizaria essa contribuição para dedução no IRS", declarou Paulo Rangel, deputado eleito pelo círculo do Porto.

Também a deputada Helena Lopes da Costa declarou nunca lhe ter chegado nenhum comprovativo. "Nem me perguntaram se queria fazer", diz a deputada, que, socorrendo-se da declaração de vencimento do mês de Março, atesta que lhe foi descontada uma verba de 25 euros no item "Grupo Parlamentar do PSD".

Em declarações ao DN, o secretário-geral do PSD, Miguel Macedo, assegurou que esta verba não entra nas contas do partido, mas serve para despesas do grupo parlamentar. "Como a realização de jornadas parlamentares fora da Assembleia da República, em que há despesas de alojamento em hotéis", disse. O comprovativo desse desconto, referiu, é o próprio recibo do ordenado. O secretário-geral assegurou ao DN que a contribuição é "voluntária" e são os próprios deputados que declaram estar dispostos fazer esse donativo.

No que diz respeito ao CDS/PP, o deputado Nuno Magalhães assegurou ao DN que do seu ordenado não sai nenhuma percentagem para as despesas do grupo parlamentar ou para as contas do partido.

- DN

Então e os restantes Partidos com representação Parlamentar?

Que no PCP é corrente suceder, lá isso é; não sei é se passam recibo!

terça-feira, agosto 29, 2006

Ganso patola


(Imagem cedida por amigo com jeito para a escrita)

Günter "Ganso Patola" Grass, foi avistado no meio da parada SS, contudo, trata-se de uma empresa heróica, visto todos os gansos serem idênticos.

Dão-se algumas pistas na intentona de localização:

- Um ganso da escrita bolchevique;
- Premiado com o Nobel da Literatura;
- Ganso confesso das SS de Hitler, e da sua inominável campanha;
- Vítima dos seus 19 anos, à altura, imberbes e sedentos de glória;
- Vítima das circunstâncias nazis da época;
- Mentiroso confesso do seu próprio biógrafo;
- Figura infame.

Agora, já não deve ser díficil de localizar este ganso tétrico.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Líder do Hezbollah lamenta rapto de soldados israelitas

O líder do Hezbollah afirmou ontem que, se soubesse que a captura de dois soldados israelitas ia conduzir a uma guerra daquela dimensão, não a teria ordenado. Em entrevista à televisão libanesa New TV, Hassan Nasrallah garantiu ainda que o conflito com Israel não terá "um segundo round" e anunciou que as negociações com vista a uma troca de prisioneiros já estão a decorrer.

A 12 de Julho, um comando do Hezbollah atravessou a fronteira, matou três soldados israelitas e sequestrou outros dois, dando início a 34 dias de conflito entre o grupo xiita libanês e o exército do Estado hebraico. Desde o início, o Hezbollah exigiu uma troca de prisioneiros. Nasrallah avançou que os contactos nesse sentido já começaram e que as negociações poderão ser mediadas pela Itália e passar pelo presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri.

Segundo o diário egípcio Al- -Ahram, a troca poderá acontecer dentro de "duas a três semanas" e ser mediada pela Alemanha, que já desempenhou esse papel em 2004.

Nasrallah garantiu que irá respeitar o cessar-fogo, imposto no dia 14, apesar das "provocações" de Israel. O xeque explicou que Telavive ameaça recomeçar as hostilidades para pressionar a comunidade internacional a enviar a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) "para os portos, aeroportos e fronteiras com a Síria".

O líder do movimento xiita reafirmou que os seus homens não irão criar problemas à FINUL, desde que esta não procure desarmá-los. "Não haverá uma presença armada do Hezbollah no Sul do Líbano. Se os soldados libaneses encontrarem um homem armado, terão direito a desarmá-lo", garantiu.

Estas declarações surgem na véspera da chegada a Beirute do secretário-geral da ONU. Kofi Annan vai informar o Governo libanês de que a UE chegou a acordo para o envio de sete mil soldados europeus para o Líbano. Nasrallah mostrou-se disponível para um encontro com Annan, afirmando que este só pode ser ameaçado pela falta de segurança.

Entretanto, os militares israelitas ainda ocupam nove posições no Sul do Líbano, impedindo o exército deste país de se instalar junto à fronteira. Além da falta de assistência humanitária, que continua a não chegar a algumas aldeias do Sul, a população está agora sujeita ao perigo das bombas que não explodiram. Ontem, quatro pessoas ficaram feridas, entre elas três crianças, na explosão de componentes das bombas de fragmentação lançadas por Israel durante o conflito.

- DN

Raving mad!
Arranjem-lhe um psiquiatra!!

Pessoal e intransmissível

Muitos parabéns, querido amigo!
Não me esqueci :)
Muitos e bons anos, com muita Paz, Alegria, Saúde e Amor
É como o Vinho do Porto :)



Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.


- Vinicius de Moraes, Procura-se um amigo

domingo, agosto 27, 2006

Timor: manhã violenta

Sete casas queimadas.
Patrulha australiana atacada e apedrejada por cerca de cem jovens.
GNR foi chamada a ajudar.
Violência nas ruas de Dili tem vindo a aumentar.


Pelo menos sete casas foram queimadas no bairro de Bebonuk, em mais uma acção de violência durante a manhã deste domingo nas ruas de Díli, revelou à agência Lusa fonte do comando policial das Nações Unidas.

De acordo com a mesma fonte, a meio da manhã uma patrulha australiana tinha sido atacada por um grupo de cerca de uma centena de jovens junto ao bairro do mercado de Comoro.

Os polícias da Austrália pediram ajuda ao comando das Nações Unidas que enviou para o local uma patrulha composta por elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR) já integrada na missão da ONU.

Com a chegada dos militares portugueses, o grupo dispersou à força dos cartuchos de bagos de borracha. Pouco depois da primeira intervenção da missão policial das Nações Unidas, duas casas eram incendiadas no bairro de Bebonuk, obrigando as forças policiais a concentrarem a sua atenção no bairro, enquanto o grupo de jovens se reorganizava junto ao campo de deslocados do aeroporto internacional de Díli que atacou à pedrada.

Junto ao campo de deslocados, a GNR foi novamente chamada para defender os polícias australianos que estavam a ser atacados à pedrada alegadamente pelo mesmo grupo de jovens do bairro do mercado de Comoro.

Logo ao início da tarde e na sequência dos ataques, quer à polícia australiana quer ao campo de deslocados, foram incendiadas mais cinco casas no bairro de Bebonuk, não tendo as forças internacionais detido qualquer suspeito.

«Apesar da coincidência não temos qualquer informação sobre quem queimou as casas», referiu a fonte da ONU contactada pela Lusa.

A violência nas ruas de Díli tem vindo a aumentar com uma maior organização dos grupos de jovens que são agora maiores e ultrapassam já a centena de indivíduos, o que dificulta a acção policial.

Por diversas vezes o capitão Gonçalo Carvalho, comandante da força da GNR em Timor-Leste, agora integrada na missão da ONU, chamou a atenção para uma melhor organização dos grupos de jovens que provocam distúrbios, assinalando também o recurso a meios de comunicação que servem para dar sinais de alerta da chegada das forças policiais.

- Portugal Diário

Timor Leste vs Austrália

Reportando-me ao jornal Público de ontem, num artigo em que davam conta dos desacatos crescentes em Díli.

A Missão Internacional (mais uma...) da ONU, para efeitos de logística, verá os contigentes substítuidos, e o número de efectivos alargado. Contará, ainda, e segundo as pretensões, com militares de novos países a aderirem ao envio de forças.

A Austrália está a levantar grandes problemas e impedimentos a que tal seja feito de forma proporcional e equilibrada, basta lembrar os casos havidos pouco tempo atrás.

A Austrália quer um estatuto especial em Timor-Leste, ou seja, e falando claro, quer ser a nova potência colonializadora do Estado Soberano e Independente de Timor-Leste, e, se a memória não me falha, o último Estado Soberano e Independente criado e reconhecido no âmbito da ONU.

Recapitulando, a Austrália quer um estatuto especial, que de forma alguma poderá ser aceite pela comunidade internacional; porque, em abono da verdade dos factos, os timorenses não os querem lá nem para colheres de pau!

E estes desacatos em Díli devem-se ao facto dos deslocados lhes atirarem pedras - à guisa de cartinhas de amor!
Os australianos comportam-se como autênticos donos e senhores de Timor-Leste, e o Povo Timorense não os quer ver, quanto mais tê-los por lá.

Parece que os desacatos, se as forças militares australianas não forem retiradas do terreno, tenderão a aumentar ainda mais.
Os timorenses merecem melhor.

Água pesada

Teerão desafia ONU e avança com o nuclear

O Presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, inaugurou ontem em Arak (Centro do Irão) uma fábrica de produção de água pesada, líquido que será depois utilizado para refrigerar o reactor nuclear que está ainda a ser construído. A ONU deu ao Irão um prazo até sexta-feira para suspender o seu programa de enriquecimento de urânio, mas Ahmadinejad assegura que Teerão defenderá o seu direito à tecnologia atómica.

(...)

- DN

FINUL: Açúcar para que te quero!

Libaneses não confiam na capacidade da FINUL

O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, chega amanhã a Beirute, para discutir com responsáveis libaneses o destacamento da força internacional no Sul do Líbano e debater o problema da segurança na fronteira com a Síria. Apesar da satisfação de Beirute e Telavive com o contributo dos países europeus - que garantem cerca de metade dos 15 mil efectivos da força - a maioria da população libanesa não confia nesta missão para impedir uma nova ofensiva israelita.

(...)

- DN

Um filme

A Insustentável Leveza do Ser



Sinopse:

Um médico checo busca a liberdade sexual como forma de realização interior, mas a sua utopia erótica é interrompida pela invasão soviética em 1968, que pôs fim à tentativa de liberalização do país.

Nos anos 60 em Praga, Checoslováquia, Tomás, um médico totalmente apolítico, tem como hobby ter diversas parceiras sexuais, evitando sempre, assim, um maior envolvimento.

Mas duas mulheres:
Sabina, uma artista plástica, e Teresa, uma empregada de bar que sonha ser fotógrafa; vão estar muito presentes na vida dele.

Ao serem atingidos pelos acontecimentos de 1968, conhecido como "A Primavera de Praga", quando tanques soviéticos invadiram a capital checa para pôr fim a uma série de protestos, a vida deste triângulo amoroso é afectada, os seus sonhos foram destruídos e as suas vidas iriam mudar para sempre.

sábado, agosto 26, 2006

ONU, EUA, Europa e UE


UNIFIL

ONU vs EUA?
ONU vs UE
ONU vs Europa?
ONU vs ONU?

EUA vs ONU?
EUA vs EUA?
EUA vs Europa?
EUA vs UE?

Europa vs ONU?
Europa vs EUA?
Europa vs Europa?
Europa vs UE?

UE vs ONU?
UE vs EUA?
UE vs Europa?
UE vs UE?

Então e:
Israel?
Líbano?
Hezbollah?
Árabes palestinianos - Autoridade Palestiniana+Hamas?
Síria?
Irão?
Jordânia
Egipto?
Arábia Saudita?
Todos os restantes actores regionais?

O Mandato da força internacional, a ser enviada, para o Líbano, é ainda um emaranhado de boas vontades e de interesses estratégicos.

Um interessantíssimo artigo, do jornalista Jorge Almeida Fernandes, publicado hoje no jornal Público,sob o título:

Europa assegura mais de metade da força militar para o Líbano

Os europeus vão pela primeira vez desempenhar um papel activo no Médio Oriente, declara o ministro dos Estrangeiros italiano.
Roma e Paris lideram a missão no Líbano, ontem garantida numa reunião de emergência em Bruxelas. Têm concepções algo distintas dos EUA, de momento "prisioneiros" do Iraque. É uma missão de alto risco, com um mandato ambíguo e num clima hostil. O êxito depende da cooperação dos inimigos.

De modo algum pode, uma tal missão, ser compatível com um resultado bem sucedido, tendo em conta a disparidade de posições e as leituras efectuadas pelos Estados no âmbito da Missão que pretendem levar ao terreno.

Mas, que Missão é essa?!
É desconcertante assistir a um emaranhado desta envergadura, porque é de envergadura o emaranhado, e maior é, porque em causa estão Estados.

A sempre periclitante posição do Direito Internacional, revela-se uma vez mais; uma questão recorrente, quando se trata de implementar Decisões de âmbito internacional.

Uma Missão que surge à imagem de um caldeirão repleto de todo o tipo de iguarias.

As posições de França e Itália, actores que nos idos foram potências colonizadoras na região, vão de novo para o terreno.
Uns são filhos de Deus, os outros ... de uma qualquer outra bitola.
O Ministro D'Alema queixa-se de que a Europa é sempre um pagador, ao invés de ser um actor...

A invocação da pseudo Constituição Europeia e/ou o seu chumbo, quando refere que:
as iniciativas de defesa e política internacional não são propriamente comunitárias, mas nacionais, dos grandes países.

Revela várias coisas:

- Se a pseudo Constituição Europeia tivesse sido aprovada, estando os Estados membros da UE vinculados a uma Federação, o hipotético ou eventual envio de forças militares podia ou não ser efectuado a nível de um hipotético e eventual Governo Central;

- Se a pseudo Constituição Europeia tivesse sido aprovada os Srs. de Bruxelas, como maior facilidade e sem necessidade de maiores inconvenientes, tomariam as decisões que tivessem por convenientes, sem prestar contas a ninguém;

- Revela que ainda bem que a Constituição Europeia foi chumbada, e mais uma vez, e sem qualquer demagogia ou outros entraves:
NÃO À PSEUDO CONSTITUIÇÃO EUROPEIA.

A imagem (no topo da pág.) revela com clareza o resultado final de, mais, uma nova Missão no Líbano; esteticamente sempre em remodelação.
Uma força militar de interposição, não de intervenção, entre as partes no conflito; os militares no terreno, assistirão ao desenrolar dos acontecimentos sem puderem intervir.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Allez



PGR: operadores judiciários querem consenso entre partidos

Os operadores judiciários defendem que a escolha do nome do novo procurador-geral da República (PGR) deve reunir o mais «alargado consenso» possível, com o Governo a socialista a ouvir não só o PSD, como os restantes partidos da oposição sobre a melhor pessoa para suceder a Souto Moura.

(...)

- DD

O consenso era verde ...

Parabéns!

Ao Blogame Mucho, que cumpre hoje 3 anos blogosféricos!

À Lolita, mas em particular, ao Besugo!
Contem muitos!



Neruda pôs um peixe na bandeira
que desfraldava em frente à sua casa.
Talvez quisesse assim, desta maneira,
dizer que um peixe voa sem ter asa.

Dizer que nós podemos transformar
As coisas pela força da vontade:
Que o mar pode ser céu, o céu ser mar,
Dependendo do olhar, da intensidade.

Talvez quisesse nos dizer que a vida
É o exercício de enganar a morte;
Que depende de nós uma saída,
Parar os dados, reverter a sorte.

Que toda coisa é muito mais que a coisa
em si; que um nome pode ser trocado:
tudo consiste em ser a mariposa
que se transforma num milagre alado.

Assim, pensando bem, o que Neruda
buscou simbolizar com o peixe erguido
na flâmula, que agora se transmuda
em onda do mar, tem múltiplo sentido:

Antes do mais, é a pura imagem física
do peixe, o seu desenho, o seu traçado
geométrico, a linha elíptica, a risca,
o contorno preciso e elaborado;

a exatidão de meios, essa técnica
biológica que o torna a parte viva
da água em que ele vive, a chispa elétrica
que intensa o move, orienta, compulsiva.

O peixe de Neruda é mais que um peixe,
é uma bandeira, é mais que uma bandeira,
um conjunto de símbolos, um feixe
de acepções - a mitologia inteira.

É um peixe apostólico, sem dúvida,
a ser multiplicado quando há bodas;
mas é também um peixe só e único,
quando se forem as esperanças todas.

Pois é o peixe de Cristo e do infinito,
esse oito deitado e em si completo,
oracular, sinal na areia escrito,
signo zodiacal, moto perpétuo.

Por isso penso às vezes que Neruda
ao erguer de manhã aquele mastro,
com voz potente e ao mesmo tempo muda,
dizia versos ao seu peixe-astro:

‘Acorda, ó peixe inaugural, ó peixe matutino
Longe de teu reduto aquático, nos ares;
Deixa a esponja, o coral, o caramujo
— Teus amigos agora são as aves.
Deixa o reduto de imersões profundas,
Liberta-te de abraços isobáricos
E paira livre de teu peso em vôo silencioso e estático;
Nada nesse ondulante pavilhão que o vento do mar fustiga.
És agora o peixe em estado virtual, o peixe-pensamento, espadanando
A esbranquiçada metamorfose das escamas.
A ti entrego o destino de uma espécie
Marítima e volátil, a dupla vida
Que intentamos viver sem os recursos
Que ora te empresto da imaginação.
A ti confio o destino de todos estes seres
Que querem ser bem mais do que têm sido.
Mas que lhes falta o anseio de ter asas
Ou temem sempre mergulhar no abismo’.

E tarde, tendo os olhos seus imersos
no pôr-do-sol, descendo o pavilhão,
talvez Neruda lhe dissesse versos
— que o verso de Neruda é uma oração:

‘Volta, ó peixe vesperal, mergulhador do ocaso,
Ao seio original de onde saíste, entre líquenes e anêmonas;
Conta às algas o azul do céu quando os stratus
coroam as colinas,
Agora sabes os segredos dos que pairam acima do horizonte,
Mas dize-lhes também que aventura inaudita
É viver em dois mundos, é saber que estás aqui
Mas que podes pairar além do insuspeitado.

Sonda teu elemento com perícia mas denodo,
Não deixes o recôndito esquecido,
Nele há tesouros que ainda não fulguram
Por lhes faltarem olhos que os vejam.

Vai mais fundo, explora os teus recursos mais íntimos,
A força potencial que jaz nestas escamas
Que tatalaram como virgens rêmiges,
Um dia nas alturas.
Usa teus olhos oblíquos para veres na sombra
O que muitos não vêem em pleno dia,
Sê tu mesmo, sabendo bem que podes
Ser outro, muitos mais, ser legião, miríade
Sem trair o que de mais teu trazes contigo.
Amanhã, serás outro meu amigo.’

E ouvindo o Poeta descobri que havia
Algo de mais recôndito na imagem:
Além de toda essa mitologia,
Há no peixe uma última mensagem.

A de que é a Poesia um peixe-alado
E o Poeta um ser que busca o vir-a-ser.
Vive para dar vida ao Incriado,
Que a missão do Poeta é transcender.


- Ivo Barroso, O Peixe de Neruda

CARTA ABERTA AO CAMARADA VLADIMIR

Absolutamente imperdível esta entrada do JF!

Eu que estava sem a mínima inspiração para o tema, ei-lo!
Amanhado e cozinhado!!


Camarada,

Já sabemos do que aconteceu. Mas em nome dos velhos tempos, não resistimos a escrever-lhe, em desespero de causa autárquica. Bem sabemos que os tempos parece que são outros, que muitos camaradas saíram, outros inscreveram a letras douradas o seu nome na história da luta dos povos pela Paz e pelos Direitos dos Trabalhadores. Pior: outros inscreveram o seu nome nos ficheiros doutros partidos que o imperialismo e a CIA fabricaram para alimentar a contra-revolução. Mas...

Nós confessamos, camarada. O favor que queremos pedir-lhe pode ser considerado inoportuno. Há cimeiras com comunicação social, há televisões privadas, há tudo. E nada nos garante que os inimigos da Revolução não apanhem esta carta e a entreguem ao palhaço imperialista Bush, que espanca os povos e oprime o Globo e a luta dos seus povos para acabar com a exploração, com a bota imperialista.

Pronto, cá vai: estamos a precisar de um quarto num hotel com uma paisagem tranquila, se possível adormecente, de preferência com um laguinho ao pé, para poder parecer Tróia ou coisa assim. Ainda têm essas construções guardadas? Ou está tudo urbanizado? O quê? Estão arrendadas às mafias dos carros pretos? Não ficaram com nenhuma para uma emergência?! É que estamos mesmo aflitos. Temos cá um camarada cansado que necessita repouso absoluto e como ainda não está muito frio por aí, pensámos que não seria impossível convencer a SIC e a TVI (com o resto podemos nós...) que o camarada ia de turista, de férias, de excursão, qualquer coisa. Para se renovar, é claro, para se renovar. Até já se vendem postais ilustrados nos quiosques, isso nós sabemos porque vimos da última vez que visitámos o mausoléu do outro camarada Vladimir, que é o segundo mais importante a seguir ao camarada destinatário.

Não nos lembramos é do nome da terra onde havia esses prédios. A reacção cá chama-lhe Sibéria, mas nós sabemos que são datchas especiais para camaradas cansados pelo esforço do trabalho revolucionário. É urgente, muito urgente, camarada Vladimir.

Enviamos envelope RSF para a resposta. Não carece de selo, não vá apanhar uma greve do pessoal dos correios.

Os Vossos

Antigos Amigos


quarta-feira, agosto 23, 2006

Plutões



Já não chegava a Lua tornar-se num planeta! Agora Plutão, passou a ser: Plutões!!

O que os artistas fazem para aparecer em cena...

Rebirth



Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.


- Sophia de M.B.A., Liberdade

Chamberlain disse algo parecido

terça-feira, agosto 22, 2006

Desculpem lá qualquer coisinha, mas...

... que estória é esta de Portugal enviar tropas para o Sul do Líbano?!!!

Envio de militares está ser ponderado com prudência (??!!)

O ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, afirmou hoje que o Governo está a ponderar «com muita exigência e prudência» o envio de militares para o Líbano, impondo quatro condições para a concretização dessa missão.

(...)

- DD/Lusa

As exíguas Forças Militares portuguesas serem enviadas para o Sul do Líbano...

Por uma questão de Geopolítica e posição na NATO?

Como forma de treino militar: teste de meios e pessoal? (!! Com uma coisinha tão exígua?!!)

Como forma de solidariedade para com todas as partes no terreno?

Nenhuma das anteriores, bem me parecia.
Então porquê?

Um País que está de tanga: com um déficit maior do que o previsto, em, cerca de, dobro; sem capacidade para fazer face às questões cadentes nacionais; cuja postura internacional foi sempre no âmbito diplomático (ao menos isso); sem capacidade de meios e pessoal militar, afinal, o que é que vai fazer uma força militar portuguesa para o Sul do Líbano?!

Tirar férias?
Não me parece, aquela região é quente, mas não propriamente agradável a veraneio.

Integrar mais um regimento de capacetes azuis, cuja capacidade de intervenção não vai além da admoestação e cara feia?

Puro desperdício do erário público.
E letra morta internacional.
Já para não falar dos possíveis efeitos secundários que pode trazer...

segunda-feira, agosto 21, 2006

Tudo bons rapazes



Nomeações por escolha sairão em Diário da República

O Governo esclareceu hoje que as nomeações por escolha para os gabinetes e para a Função Pública continuarão a ser publicadas no Diário da República.

Em conferência de imprensa, o secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, explicou que a não publicação em Diário da República dos contratos de trabalho dos funcionários do Estado diz respeito apenas aos contratos com prazo.

«O que está em causa não são as nomeações para gabinetes, para a Função Pública ou por escolha, são os contratos individuais de trabalho», disse João Figueiredo.

O secretário de Estado disse, no entanto, que até ao final do ano o Governo vai aproveitara a reforma do sistema de vínculos, carreiras e remunerações para propor que todas as contratações sejam publicadas.

- Diário Digital / Lusa


Um dia destes a rapaziada socialista parte as ancas.
Tal é o frenético movimento...

Defiance

Cockroach, you ...

Olhá pescadinha!!

Lei da Paridade publicada hoje em Diário da República

A Lei da Paridade, que obriga à inclusão de um terço de mulheres nas listas candidatas às eleições, foi publicada, esta segunda-feira, em Diário da República.

- DD

É a política, pseudamente mais sexy...!!

Uma perguntinha de somenos importância:

Essa quota feminina tem, necessariamente, que se reportar aos lugares elegíveis?


A título de acrescento, e também de uma perguntinha de, ainda mais, somenos importância:

Essa quota de 33,...% permite aos partidos políticos inserirem 50 ou mais % de mulheres?

Hã, hã...? Não percebi.

Não?
Pois não.

Parida(de)

Estamos conversados.

Oh Sr. Primeiro Ministro: puro jogo de ancas.

domingo, agosto 20, 2006

Senhor D'Aragão

Foi ter escutado o canto das sereias,
foi ter fitado os olhos de Medusa.
Fez de mim pedra, estátua confusa
náufrago irrecuperável de Odisseias.

Foi ter interrogado Esfinges e Oráculos,
foi ter percorrido, curioso, o labirinto;
Fez de mim a vítima com que brinco
cercando-me de muros e obstáculos.

Foi ter partido para muito longe, foi
Ter ficado prisioneiro da Cadeira Sem Memória;
-fez de mim aquilo que mais dói:

Um Ulisses que já não cabe na história,
um velho mais réprobo que herói,
Sem Penélope, nem Ítaca, nem glória.



Creia vossa Senhoria que, no Plano da Consciência, não há Cavalheiro mais bravo e galhardo que Vós.

Pois é desta massa que são feitos os Heróis. Sim, aqueles que lutam contra moinhos e marés, contra o aceite e o momentâneo, contra as aparências de Verdade...

Crede, é dessa fibra que a História não tece, mas que perdura e replica uma e nova vez, que são feitos os Heróis; aqueles seres lendários, que no meio do labirinto e do desconhecido têm coragem e força para avançar e continuar, para descobrir e chamar a si a Realidade.

É pois, com a mais elevada Honra e Estima que aqui me curvo perante prenda tão preciosa, e saúdo o Denodado Paladino.

Hoje, só notícias engraçadas!

O DN de hoje publica um artigo do outro mundo!!

A Lua também pode ser um planeta?

Isto a propósito da recente reunião da União Astronómica Internacional que teve lugar em Praga. A União Astronómica Internacional, por falta de mais, propôs uma nova definição para planetas.

Até hoje vigorava, em termos de classificação, que a Lua era um satélite da Terra. A partir de hoje existe a, forte, probabilidade de a Lua ser classificada cientificamente como Planeta.

A referir:

na tradição, a Lua foi sempre tida como um planeta, não em termos científicos, mas em termos metafísicos e simbólicos.

Cientificamente e juridicamente, foi considerada como um satélite do nosso planeta.

Esta nova classificação irá provocar a alteração da legislação internacional, e nacional por parte dos países que detém legislação nesse sentido, do designado Direito Espacial ou do Espaço Exterior, ou ainda como alguns gostam de apelidar de Espaço Extra-Atmosférico!
(Há para todos os gostos e feitios.)

Assim, o sem mais que fazer da União Astronómica Internacional, e se vier a ser aprovada e adoptada, vai dar lugar a uma carga de trabalhos por parte de outros especialistas que terão que reavaliar e adequar os seus respectivos quadros e enquadramentos a esta nova classificação.


Situação ridícula.

Hoje é Domingo, dia de descanso, dia de repouso, de dolce far niente. Sem stress ou incómodos, de coisas ligeiras e de boa disposição.

Qual não foi o espanto quando me deparo com a graçola do Dr. Monteiro, em que refere que quer a sua sigla!!! A sua sigla...

Monteiro quer a sua sigla PP

A sua, dele, Manuel Monteiro...
Oh Sr. Dr., sabe que nos meandros do futebol, quando os jogadores se agarram muito à bola, é costume dizerem: se a queres, leva-a para casa (?)
Olhe que se trata de uma mera piada, não de um facto consumado, assim não fosse, e o jogo a decorrer em campo não prosseguiria.

Mais, referir-lhe que a sigla PP já se encontra devidamente acautelada pelo CDS-PP junto do Tribunal Constitucional (TC), e uma sigla não faz um Partido, antes é um Partido que preenche uma sigla.

Ao demais, apenas foguetório, para aparecer nos meios de comunicação e fazer publicidade.
Este tempo de antena deve-se ao facto de se tratar de uma situação de tão ridícula que é, dar um bom postal de Domingo, assim a título de combate ao stress e um convite a um bom par de gargalhadas.

V. Exa. tenta aplicar Maquiavel, contudo recomenda-se voltar a ler bem para obter alguns esclarecimentos de fundo; ao mesmo tempo que pensa numa qualquer outra sigla para acrescentar à sua ND, porque esta: PP, já tem proprietários há muito tempo, basta consultar os registos do TC.

Apenas mais uma coisinha, ingerências em seara alheia, das duas uma, ou dão barraca ou cai granizo; não recomendo nenhuma delas, por conseguinte, trate das suas coisinhas e deixe que os demais tratem das suas.
Há situações que, embora sirvam para marketing, de tão ridículas têm o efeito contrário...

sábado, agosto 19, 2006

Parabéns!

Hoje é a vez do Último Reduto, do Pedro Guedes completar 3 anos blogosféricos!

Muitos parabéns! Conte muitos na demanda :)



"O que a vida apresenta de pior não é a violenta catástrofe, mas a monotonia dos momentos semelhantes; numa ou se morre ou se vence, na outra verás que o maior número nem venceu nem morreu: flutua sem norte, sem esperança. Não te deixes derrubar pela insignificância dos pequenos movimentos e serás homem para os grandes; se jamais te faltar a coragem para afrontar os dias em que nada se passa, poderás sem receio esperar os tempos em que o mundo se vira."

- Agostinho da Silva, Ir à Índia Sem Abandonar Portugal, trecho

quinta-feira, agosto 17, 2006

No farwell to arms

É o caso, recorrente, do Líbano.

Lebanon Sending Troops Into South
Compromise Will Allow Hezbollah to Keep Arms

Embora a Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas:

[O Conselho de Segurança] apela a uma cessação imediata das hostilidades: a cessação imediata por parte do Hezbollah de todos os ataques e a cessação imediata por parte de Israel de todas as operações ofensivas militares.

Dito isto, como se de letra morta ou antes de letra diplomática se trate, as partes no terreno continuam na esperança de se defrontarem até ao último elemento.

O papel do Governo e Estado Libanês é o dos 3 macaquinhos perante a tomada de posição no território por parte do Hezbollah. Um Governo islâmico dentro de um Estado democrático!
É bom de ver que, o Governo libanês não tem capacidade de por cobro aos desmandos do Partido de Deus, e que, infelizmente, mais cedo ou mais tarde, estará na posse formal do poder estatal.

Quanto ao Estado de Israel, os media estão a preparar a morte efectiva de Sharon, que se encontra em estado de coma desde o início do ano, e que, durante um largo período, nada disseram até ser o momento adequado.
Naturalmente que Israel tem mais do que capacidade bélica para esmagar o Hezbollah e respectivos acompanhantes; para teste e sondagem, não esteve mal a campanha.

No farwell to arms, indeed! E em breve retomaram do ponto onde ficou, com novos protagonistas e um guião mais elaborado.
É a história do mundo; um mundo desejoso de sangue, suor e lágrimas.
Ah, e quem se lixa é o mexilhão.

Novos desafios

É o que se esperam no novo ciclo blogosférico!

Stay tuned for another cartoon :)

quarta-feira, agosto 16, 2006

Muito obrigada!

Pelas felicitações "aniversariais"!



Em particular ao:

JF, um Amigo sempre atento e presente.
Muito Obrigada

Luís (LAS), também, um Amigo sempre atento e presente.
Muito Obrigada


À Susana, do Arestália! Muito obrigada pela lembrança :)
Uma "manta de retalhos" sempre às ordens!!

JPT, um "blogoamigo transcontinental" :)) de três, longos, anos blogosféricos e dos muitos acontecimentos que foram tendo lugar em Portugal e no mundo!
A Ma-Schamba sempre em mutação!

Andarilho, que lá por terras da bela Á-Má - Santo Nome de Deus de Macau (que saudades!!), parou um pouco para desejar os parabéns!

Carlos Furtado, fundador do Nortadas; com o apreço e a estima pessoal de sempre :)

João Carvalho Fernandes, Fumaças; um defensor intransigente e incansável da democracia em Cuba, longa vida!
Um dia destes temos que fumar um purito :))

D'ragão, eterno Cavaleiro e Cavalheiro, defensor dos fracos e oprimidos, portento da palavra.
Desdenhoso de festanças à D. Constança!
Salve!

Pedro Guedes, em demanda no seu Reduto inspirado!

Adolfo :), no sempre melódico Arte da Fuga! Beijinho grande

ABA pela prenda maravilhosa :), que no Luminescências com as suas partículas de Luz e poesia vai iluminando a escuridão blogosférica

André, pela lembrança; a simpatia nunca chega com atraso :)

Diogo, amiguinho :) espero que o descanso tenha sido agradável, beijocas grandes

António Torres - não vale levar PC's para as férias! :)) Férias, são férias!
Os gestos grandes nunca chegam com atraso :)

III Aniversário

O Eclético faz hoje 3 Anos de publicação na Blogosfera - iniciou-se nos idos de 16 de Agosto do ano de 2003!!

Três anos na blogosfera é muito tempo.
Muito foi sucedendo: o mundo mudou. O País continua tal qual nos idos de Eça e Ortigão. O fenómeno da blogosfera generalizou-se e transformou-se num meio de comunicação e de pressão - muitos movimentos cívicos surgiram a partir daqui. A liberdade de expressão passou a ser exercida, de facto, por cidadãos anónimos e outras figuras publicamente conhecidas - ou com vontade de o ser, mas, acima de tudo, permitiu a expressão da opinião e da vontade de ser e de fazer, de mudar e de construir algo de novo. Muitas ideias e projectos viram a luz, outras nem por isso - não passando de meras expressões de vontade.

O Eclético surgiu como um Diário, onde expressar algumas ideias e pensar em voz alta - naturalmente que nem tudo foi escrito, mas, para além e acima de tudo, é um blog pessoal e de opinião, também ela estritamente pessoal; Eclético, porque é a soma de tudo aquilo que aqui me apetece colocar, sem agenda ou definição - ao sabor do vento, da vontade e do momento; uma visão da vida e dos acontecimentos. Um verdadeira manta de retalhos. E de retalhos, nem sempre claros ou directos, apenas para quem conseguir neles ler.

E agora, considerem-se todos convidados virtuais a um picnic de Verão numa belíssima praia das Maldivas

terça-feira, agosto 15, 2006

Está explicada a propaganda

Vaga de incêndios provoca 'curto-circuito' no Governo

O empurrar de responsabilidades , a propósito da mais recente vaga de incêndios, está a provocar um clima de tensão nos bastidores do Governo. Com o Ministério da Administração Interna a apontar o dedo aos Ministérios da Agricultura e do Ambiente. "Se nada é feito antes, na prevenção, quando chegamos à fase do combate parecemos guarda-redes a defender penáltis", disse ao DN fonte da Administração Interna.

(...)

- DN

Esta revelação explica a propaganda desta notícia.

Tristes instituições. Paga e cala.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Special Report



Is the United States winning the war on terror? Not according to more than 100 of America’s top foreign-policy hands. They see a national security apparatus in disrepair and a government that is failing to protect the public from the next attack.

(...)

- Foreign Policy & The Center For American Progress


Next October we will know.

domingo, agosto 13, 2006

Reencontros

Há pessoas que dá prazer reencontrar.

Pessoas que acrescentam algo ao nosso mundo.
Capazes de fazerem-nos sorrir e apreciar coisas simples.



Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!

Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,

Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!

Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.

Amigo é a solidão derrotada!

Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!


- Alexandre O'Neill, Amigo

Very - Valentino (Jour)

Lacroix (Nuit)

sábado, agosto 12, 2006

Hechizo Flamenco



Cobre
- Paco de Lucia

Hot Summer

sexta-feira, agosto 11, 2006

Desprestígio das instituições

O emagrecimento do Estado, numa óptica Liberal, não passa pela extinção pura e simples de toda a máquina burocrática do Estado.

O núcleo de Estado necessário à vida quotidiana de todos os cidadãos do País, deve ser claro e concreto. Simples e preciso, e, acima de tudo respeitado e respeitável. E é aqui, neste último termo: respeitável, que reside o problema.

A título de exemplo, existe legislação a mais; legislação que é letra morta, por falta de aplicação. Mas, mais grave é a publicação de diplomas, aprovados e ratificados, que carecem à posteriori de, em publicação autónoma e extraordinária, de esclarecimentos e rectificações, e muitas vezes rectificações às rectificações!!!
Já não existem diplomas a salvo; não se pode confiar com rigor nos diplomas publicados, na eventualidade de ser publicada rectificação ou qualquer outro tipo de acrescento ou esclarecimento.

É o descrédito total e completo das instituições, que já de si, não dão provas de o serem.

As instituições neste País, pois é dele que se fala, são opacas, fósseis e descreditadas, e não há ninguém - ou eventualmente até existiria, que consiga por isto nos eixos.

Já Ramalho Ortigão, em 1877, dizia (mas nada muda neste País?!!!):

A crise economica não nos parece ter sido objecto de cuidados mais serios do que aquelles que cercaram a questão hydraulica. Ou é certo ou não é que a inundação do Tejo e os temporaes que concorreram com ella destruíram as casas, devastaram os campos, reduziram povoações inteiras á miseria e á fome. Se isto é uma pura invenção dos reporters sentimentaes, o diligente esforço humanitario empregado para arrancar da caridade o remedio supremo do grande mal é uma simples ostentação insensata e ridicula. Se são verdadeiras as informações que os jornaes vagamente nos transmittem das desgraças provenientes da inundação do Tejo e do Guadiana, n'esse caso a questão não se resolve pela caridade particular mas sim pela assistencia publica.

Porque—reflictamos um momento—ou existe esse conjuncto harmonico de instituições solidarias e responsaveis chamado o Estado, ou não existe.

Se não existe, em nome de que principio nos estão aqui a impôr o serviço militar, o exercito, as barreiras, as alfandegas, o funccionalismo e a lista civil?

Se o Estado existe, o que é para elle o lnundado? O Inundado é o productor e é o contribuinte. Agricultando o seu campo, creando o cavallo, engordando o boi, creando o porco, tosquiando a ovelha, pisando a azeitona, podando a cepa, descaseando o sobreiro, o Inundado desde tempos immemoraveis que não faz mais do que estas duas coisas: produz e paga.

(...)

Não sei realmente, querido Inundado, como poderás agradecer-nos tão reiterados e tão grandes beneficios! Como não sabes fazer mais nada, espero ao menos quo rezes por nós. Compenetra-te bem de quanto nos deves, e não te esqueças nunca, em primeiro logar de nos pagar as decimas, e em segumdo de nos encommendares a Deus em todas as tuas orações de manhã e de tarde para que o Altissimo vele constantemente pelos nossos preciosos e divertidos dias e nos dilate a vida pelos mais longos annos, como desejas e has mister.

Não te assustes, por quem és, com esse passageiro incidente da agua pela cinta. Mantem-te em uma attitude serena e firme. As cheias bolindo-se com ellas ainda enchem mais. Ao passo que, abandonadas a si mesmas, as cheias aborrecem-se e esvasiam. Por tanto deixa obrar a natureza. Logo que o tempo enxugue e os terrenos sequem, socega que irei ver-te. Podes desde já preparar a foguetada, o vivorio, e o publico regosijo, para receberes quem é devéras

Teu amo e protector

O Estado.

P. S. O bom amigo Luiz de Campos recommenda-se-te muito e manda perguntar-te como gostas mais da caridade, se escripta á latina com c a, ou á grega com c h a.

Também era melhor...

... que assim não fosse.

Ministério do Ambiente afirma apoio a MAI

O Ministério do Ambiente anunciou sexta-feira ter dado indicações ao Instituto da Conservação da Natureza (ICN) para apoiar o Ministério da Administração Interna no combate aos incêndios nas áreas protegidas.

(...)

- DD

É interessante verificar a terminologia deste (des)Governo:

Um Ministério afirma apoio a outro Ministério!!!!

Devem estar a falar de Países diferentes, ou planetas diferentes.
Não de um mesmo Governo.

Portugal anda à mercê da propaganda e da publicidade socialista.
Portugal não tem um Governo que governe de forma clara, de forma concreta, e que dê provas disso.
Ao invés, verificamos a existência de Ministérios e Ministros, em total menosprezo por uma governação capaz e concentânea com o seu estatuto.

Propaganda pura e simples, e ostentação pura e dura.

quinta-feira, agosto 10, 2006

O Novelo Londrino



Terroristas iam usar bombas líquidas nos ataques aos aviões

A Scotland Yard disse esta quinta-feira que o plano terrorista desmantelado na Grã-Bretanha se centrava na detonação de explosivos líquidos levados em bagagens de mão para dentro dos aviões.


Washington aponta dedo a al-Qaeda

A alegada conspiração que envolvia a explosão de vários aviões, hoje frustrada por Londres, «sugere a existência de um plano da al-Qaeda», segundo a administração norte-americana.



Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o vôo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,

Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente...

Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que idéia gravitais?

Mas na imensa extensão, onde se esconde
O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...


- Antero de Quental, Oceano Nox

quarta-feira, agosto 09, 2006

Epílogo Chicharral :))

Uma pessoa querida, ofereceu-me o livro do JCD, aka aka, Jaquizinhos, vulgo carrapau de escabeche :))



Voltei a ler um dos textos que mais gozo me deu ler na blogosfera, absolutamente imperdível e de ir às lágrimas!! Simplesmente extraordinário.

Aqui se reproduz, com o respectivo link - links lá:


Embora fora de tempo e depois do assunto já ter sido encerrado por terceiros, volto ao tema de debate com o Assembleia e com o Crítico. Vantagens de ter um blogue democrata liberal e individualista que fala do que quer, quando quer.

Resolvi entrevistar-me a mim próprio. Para isto parecer uma entrevista na TVI, o entrevistador vai personificar Manuela Moura Guedes.

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MMG: Olá, eu sou a Manuela Moura Guedes. Uma menina de 9 anos foi atropelada por uma bicicleta em Pevidém e partiu uma unha. A TVI vai estar em directo do local do acidente neste jornal. Para já, uma entrevista com o autor de um blogue que se envolveu numa polémica, recentemente. Boa Noite, senhor Jaquinzinho, então como é que tudo isto começou?

Eu: Boa noite, Manuela. Tudo começou com um terrível erro. Uma tarde destas, quando regressava para o subúrbio onde resido, vinha eu do meu emprego numa empresa do sector terciário, dizia eu, em vez de sintonizar a Antena 2 deixei o rádio do carro utilitário na TSF. Involuntariamente, acabei por ouvir parte de uma entrevista de Maria João Pires a Carlos Vaz Marques. Nessa entrevista Maria João Pires fez algumas afirmações que erradamente interpretei como barbaridades.

MMG (espantada): Barbaridades? A Maria João Pires disse barbaridades?

Eu: Eu achava que sim. Mas estava errado. Como sabe ela até ganhou imensos prémios...

MMG: Como é evidente. Ninguém com um curriculum assim poderia dizer barbaridades. Mas afinal, o que é que ela teria dito?

Eu: Não me vou repetir, não tenho coragem... Compreenda que estou muito arrependido. Mas está tudo no meu blogue. Quem quiser pode ir lá e ler.

MMG: E, ao que sei, nesse seu blogue também inseriu umas frases suas que indignaram outros blógueres?

Eu: Sim. (Pausa) Gostei da maneira como aporteguesou bloggers. Vou passar a usar se não se importa...

MMG: De modo algum. Perguntava-lhe se tinha deixado outros blógueres indignados.

Eu: Exactamente. Nada de novo. Há sempre muitos blógueres indignados com o que escrevo. Sou muito insensível.

MMG: Hmmmm.... Então e que frases foram essas?

Eu: Foram muitas. Mas acho que a pior foi esta: "Por mim, depois de ouvir a entrevista de MJP, tenho sérias reservas à atribuição de subsídios públicos a MJP. O radicalismo das palavras da artista e algumas afirmações aflitivamente tontas não auguram nada de bom. Não pondo em causo o mérito de Balgais que me parece evidente, a subsidiação de projectos politicamente empenhados dá direito a qualquer um de nós para exigir o mesmo tratamento em projectos educativos próprios de qualquer índole." Referia-me à escola primária.

MMG (espantadíssima): Ooooohhhhhhh!!!! Você escreveu isso?

Eu: Escrevi. Nem sei o que me passou pela cabeça.

MMG: Balgais? Com ‘a’?

Eu: Sim. Foi uma grelha. Oops... enganei-me outra vez. Disse grelha em vez de grolha!

MMG: Ahahahahah.... Voltemos então a Bolgais, ahahah, ai que engraçado.

Eu: Ahahahah! Outra grulha!

MMG (Rindo com evidente prazer): Ahahahah. Aiiii... estou que nem posso. Ai... Bem, depois daquela frase infelicíssima houve uma reacção do Manuel Alçada.

Eu: Exactamente. Como é óbvio, chamou-me chicharro.

MMG: Foi muito moderado...

Eu: Pois foi. Além disso, escreveu: “Acredito que o Estado deve apoiar um bom projecto, quer este seja feito por MJP, JCD, o Papa ou o Louçã, mesmo que não concorde com uma palavra do que digam. Esta é uma das diferenças entre democracia e ditadura.”

MMG: Em itálico?

Eu: Não, a direito mesmo. Eu é que falei em itálico.

MMG: Itálico ou não, ele disse muito bem.

Eu: Pois disse. Mas na altura eu achava que tinha dito muito mal...

MMG (olhos esbugalhados): Achava?

Eu: Achava!

MMG: Porquê?

Eu: Dei uns exemplos no meu blogue. Um nazi, um terrorista ou uma pintora chanfrada podem apresentar bons projectos para educar as crianças dos outros. Eu achava que não queria que os meus filhos fossem educados por quem tivesse ideais racistas e também não queria que um alguém ensinasse a um filho meu as coisas que MJP disse na entrevista.

MMG: Ohhhhh.... E depois?

Eu: O Manuel explicou-me que o "estado deve dar dinheiro a qualquer chanfrado desde que este apresente um bom projecto, obedecendo às regras elementares de um Estado de Direito Democrático.”

MMG: O Manuel disse isso?

Eu: Não. Escreveu.

MMG: Não...

Eu: Sim. Está aqui.

MMG: O link não parece estar a funcionar...

Eu: Ahhh. Enganei-me outra vez. Lol! Aqui é que é.

MMG (Lendo...): Hmmm... Ele não disse exactamente isso.

Eu: Ai não? No post seguinte até escreveu: “O Estado deve apoiar o projecto do senhor neonazi? Se o projecto for válido, sim. Se incentivar à violência e à xenofobia, não.”

MMG: Ahhh... pois é. E você não concorda?

Eu: Não concordava. Agora, depois de ter sido elucidado, já concordo.

MMG: Já?

Eu: Já.

MMG: Oh! Mesmo que seja um projecto de um nazi?

Eu: Mesmo, já fui esclarecido. No papel, todos os projectos são válidos. Até havia um projecto de um filme sobre a Branca de Neve que depois de ter sido apoiado passou a ser sobre a Preta de Bréu. Mas como todos sabemos, isso não impediu o estado de continuar a apoiar o mesmo cineasta. Foi uma lição para todos nós, o estado deve apoiar todos.

MMG: Evidentemente. É para isso que serve o estado, não é?

Eu: É. Nazis, comunistas, alterglobalizadores, apresentadoras de telejornais, pianistas. Antes eu pensava que se o estado queria subsidiar a educação primária, o ideal era dar o dinheiro aos pais dos miúdos e eles poderiam escolher a escola livremente.

MMG: Vouchers? Que americanice...

Eu: Pois era. E também aprendi que o custo não interessa. Nem é preciso publicar as contas das organizações subsidiadas.

MMG: Irrelevante. Mais americanices.

Eu: Claro. E afinal, o que é que interessa quanto custa? Economicismos neoliberais! Bem, o que vale é que agora, reconheço que é muito melhor dar aos artistas todo o dinheiro que eles quiserem, para educarem os nossos filhos. Espero que lhes ensinem que nem todos os americanos são maus.

MMG (olhar incrédulo): Como assim? Existem americanos bons?

Eu: Claro. O Oliver Stone e o Michael Moore.

MMG: Pois é, tinha-me esquecido desses!

Eu: E quero que os miúdos saibam que a competitividade e o sucesso são coisas más, que o pior assassino do século XX foi Bush, e que no século XVIII as pessoas viviam muito melhor do que hoje. Coisas dessas.

MMG: As crianças precisam de aprender o que está certo. Então, e o que aconteceu depois?

Eu: Depois o senhor doutor crítico escreveu um manifesto anti-jaquinzinhos.

MMG: A sério? E o que é que ele disse?

Eu: Fez uma análise crítica profunda sobre a minha pessoa. Brilhante análise, diga-se. Descobri imensas coisas novas sobre mim, que ignorava.

MMG: Ah é? Tais como?

Eu: Não posso dizer. Se a minha mulher lê, põe-me a mala à porta.

MMG: Ooops... foi assim tão mau?

Eu: Sim... Foi horrível. Pôs-me no meu devido lugar, ao nível das paroquianas que cometem o crime de produzir ruídos parasitas com o abanar de leques enquanto as elites ouvem órgão. Ou pior ainda, dos pais que levam os filhos ranhosos a concertos e arrotam a menos de 200 metros das elites.

MMG: É triste dizê-lo... mas em Portugal, em 2003, ainda há gente assim, sem nível... é o que se pode esperar do governo que temos. E que mais disse ele?

Eu: Tantas coisas. Foi uma análise tão... tão... inteligente! Senti-me como um pequeno burguês nojento e inculto que vai para os centros comerciais arrastar-se, ouvir o Asere Je, vomitar ignorância, consumir produtos brancos...

MMG: Que horror... Imagino. Sentiu-se como alguém que não respeita O Mensch, Bewein dein' Sünde Gross, ou uma passacaglia em dó menor e um trio-sonata em Sol Maior...

Eu: Exactamente. Foi assim. Explicou muito bem, Manuela.

MMG: Obrigada. E mais?

Eu: Pedi-lhe humildemente desculpa por ser ignorante, analfabeto, inculto, egoísta, incapaz, pequeno, rural, tacanho, imbecil, fechado, cegueta, odiento, rancoroso, velhaco, invejoso, raivoso, fingidor, escarnecedor e por ter desdenhado do belo, do sábio, e do verdadeiro erudito, por ser incapaz de erudição. Rezei a noite toda, por ele.

MMG: Muito bem. Um verdadeiro acto de contrição.

Eu: Ele merecia-o. Iluminou-me e mostrou-me o caminho. O meu objectivo no mundo é pagar impostos para que algumas mentes privilegiadas possam assistir a espectáculos incompreensíveis pelo comum dos mortais, abaixo do custo. E ele foi nobre, aceitando a minha penitência. E voltou a dar-me na cabeça explicando que é impossível criticar as opiniões políticas de Maria João Pires porque ela toca piano divinamente. É totalmente verdade. Todos sabemos que Bach seria um excelente Ministro das Finanças.

MMG: Evidentemente. E então, o que vai fazer agora?

Eu: Vou trabalhar melhor e aumentar a minha produtividade, agora que descobri o meu papel na sociedade. Vou pagar os impostos com um sorriso porque sei que estou a contribuir para que alguém possa ser ainda mais feliz. Alguém que não vê o mundo pelo seu umbigo.

MMG: Pelo meu umbigo?

Eu: Não, pelo dele.

MMG: ahhh, pois... Caro bloguista, só mais uma questão. Por que razão aceitou dar esta entrevista? Foi só para pedir a remissão dos seus pecados?

Eu: Não só. Mas também porque percebi que tinha interpretado mal a situação. Sabe, afinal o elitismo do crítico tinha uma perspectiva ainda mais ampla, de pensamento e cultura, de humanismo e sensibilidade. Quando me apercebi, não resisti a tamanho altruismo. Caíram-me as lágrimas.

...(segundos de silêncio)

MMG: Que bonito.

Eu: É. Apetecia-me dar pontapés nos pais dos miúdos ranhosos que negam o direito de um pobre sem abrigo a escutar em silêncio um recital de órgão na Sé com entrada livre, sem ruído de fundo.

MMG: Dramático.

EuÉ. Percebi que se o estado subsidiar a ópera, o sem abrigo pode assistir ao concerto no S.Carlos, sem ser incomodado pelo barulho de insensíveis como eu.

MMG. Claro. Foi muito insensível.

Eu: Pois fui.

MMG: Pois foi.

Eu: Pois fui.

MMG: Pois foi.

Eu. Eu sei. Desculpem-me.

...silêncio...

MMG: Obrigado por esta entrevista. Passemos a um assunto mais importante. Um assalto a uma mercearia em Barroselas acabou mal. A dona da mercearia agrediu o assaltante, um cantor de ópera desempregado, com uma colher de pau. Em directo do local...

terça-feira, agosto 08, 2006

Lua-Cheia

Hoje, a Lua está Cheia.
E que Bela...



A Lua-Cheia representa as profundezas do inconsciente, a reflexão, influências em vários aspectos das nossas vidas.

A Lua Cheia simboliza fertilidade, poder, sensualidade, emoções femininas, mostra como lidar com essas emoções e traz lembranças de vidas passadas.

Como as Marés Plenas - o fluxo e refluxo, a geração, a plenitude.


Rights of Man - Celtic Harp (mp3)


Why does this sudden passion smite me?
I stretch my hands all blind to see:
I need the lamp of the world to light me,
Lead me and set me free.

Something a moment seemed to stoop from
The night with cool cool breath on my face
Or did the hair of the twilight droop from
Its silent wandering ways?

About me in the thick wood netted
The wizard glow looks human-wise;
And over the tree-tops barred and fretted
Ponders with strange old eyes.

The tremulous lips of air blow by me
And hymn their time-old melody:
Its secret strain comes nigh and nigh me:
"Ah, brother, come with me;

'For here the ancient mother lingers
To dip her hands in the diamond dew,
And lave thine ache with cloud-cool fingers
Till sorrow die from you."


- A. E., Mystery (Irish)

8 - 8

A Grande Esfinge do Egipto



A Grande Esfinge do Egito sonha por este papel dentro...
Escrevo — e ela aparece-me através da minha mão transparente
E ao canto do papel erguem-se as pirâmides...
Escrevo — perturbo-me de ver o bico da minha pena
Ser o perfil do rei Quéops ...
De repente paro...
Escureceu tudo... Caio por um abismo feito de tempo...

Estou soterrado sob as pirâmides a escrever versos à luz clara deste
candeeiro
E todo o Egito me esmaga de alto através dos traços que faço com
a pena...

Ouço a Esfinge rir por dentro
O som da minha pena a correr no papel...
Atravessa o eu não poder vê-la uma mão enorme,
Varre tudo para o canto do teto que fica por detrás de mim,
E sobre o papel onde escrevo, entre ele e a pena que escreve
Jaz o cadáver do rei Quéops, olhando-me com olhos muito abertos,
E entre os nossos olhares que se cruzam corre o Nilo
E uma alegria de barcos embandeirados erra
Numa diagonal difusa
Entre mim e o que eu penso...

Funerais do rei Quéops em ouro velho e Mim! ...


- Fernando Pessoa

Parabéns!

À menina perólas :)

Muitos parabéns pelo 1º Aniversário blogosférico!




Conte muitos mais!

E para animar o dia, um poema brincalhão de Natália Correia:

Estava o Parlamento em tédio morno
Do Processo Penal a lei moendo
Quando carnal a deputada porno
Entra em S. Bento. Horror! Caso tremendo!

Leda à tribuna dos solenes sobe
A lasciva onorevole Cicciolina
E seus pares saudando ali descobre
O botão rosado da tettina.

Para que dos pais da Pátria o pudor vença,
Do castro bracarense o verbo chispa:
«Cesse a sessão em nome da decência
Antes que a Messalina mais se dispa.»

Mas - ó partidas que prega a estatuária! -
Que fazer no hemiciclo avesso ao nu
Daquela estátua que a nudez plenária
Ali ostenta sem pudor nenhum?

Eis que o demo-cristão então concebe
As vergonhas velar da escultura.
Honesta inspiração do céu recebe
E moção apresenta de censura:

«Poupado seja à nudez viciosa
O olhar parlamentar votado ao bem.
Da estátua tapem-se as partes vergonhosas.
Ponham-lhe cuequinhas e soutiens.»


- Cantigas de Risadilha

segunda-feira, agosto 07, 2006

Notícias

Alguém sabe dizer quais as novas de Timor-Leste?

É que, a questão foi pura e simplesmente esquecida!!

Notícias agradecessem

Lei da Paridade promulgada (!!)

O Presidente da República promulgou, esta segunda-feira, a Lei da Paridade, um mês depois de ter sido aprovada, no Parlamento, uma segunda versão do diploma que Cavaco Silva vetou em Junho.
O anúncio da promulgação foi feito através do «site» da Presidência da República (www.presidencia.pt) e não são referidos os motivos da promulgação.

O primeiro veto de Cavaco Silva desde que é Presidente foi precisamente à Lei da Paridade, apresentada pelo PS, e que prevê a inclusão de um terço de mulheres nas listas de candidatos às eleições.

O Chefe do Estado justificou o veto à primeira versão da lei, a 02 de Junho, com o «carácter excessivo» das sanções: as listas que não cumprissem as quotas seriam impedidas de concorrer às eleições.

- Diário Digital


Passou, e não é que passou mesmo?!!
Cheira a podre no reino de portugal.

Sobre o assunto, em Março deste ano.

sábado, agosto 05, 2006

Silly, silly season

Em jeito de reflexão, um pensamento para os dias que vão correndo:



Tantas vezes vai o cântaro à fonte, que acaba por lá deixar a asinha.

quarta-feira, agosto 02, 2006

De Contemptu et Odio Fugiendo



(...) que o príncipe pense (como acima se disse em parte) em fugir àquelas circunstâncias que possam torná-lo odioso e desprezível; sempre que assim proceder, terá cumprido o que lhe compete e não encontrará perigo algum nos outros defeitos.

Odioso o tornará, acima de tudo, como já disse, o ser rapace e usurpador dos bens e das mulheres dos súbditos, do que se deve abster; e, desde que não se tirem nem os bens nem a honra à universalidade dos homens, estes vivem felizes e somente se terá de combater a ambição de poucos, o que se refreia por muitos modos e com facilidade.

Desprezível o torna ser considerado volúvel, leviano, efeminado, pusilânime, irresoluto, do que um príncipe deve guardar-se como de um escolho, empenhando-se para que nas suas acções se reconheça grandeza, coragem, gravidade e fortaleza; com relação às acções privadas dos súbditos, deve querer que a sua sentença seja irrevogável; deve manter-se em tal conceito que ninguém possa pensar em enganá-lo ou traí-lo.

O príncipe que dá de si esta opinião é assaz reputado e, contra quem é reputado, só com muita dificuldade se conspira; dificilmente é atacado, desde que se considere excelente e seja reverenciado pelos seus.

Na verdade, um príncipe deve ter dois temores: um de ordem interna, de parte de seus súbditos, o outro de natureza externa, de parte dos potentados estrangeiros.
Destes se defende com boas armas e bons amigos; e sempre que tenha boas armas, terá bons amigos.
A situação interna, desde que ainda não perturbada por uma conspiração, estará segura sempre que esteja estabilizada a externa; mesmo quando esta se agite, se o príncipe organizou-se e viveu como eu já disse, desde que não desanime, resistirá a qualquer impacto, como salientei ter feito o espartano Nábis.

Mas, a respeito dos súbditos, quando os negócios externos não se agitam, deve-se temer que conspirem secretamente, contra o que o príncipe se assegura firmemente fugindo de ser odiado ou desprezado e mantendo o povo com ele satisfeito; isto é de necessidade seja conseguido, como já acima se falou longamente.

Um dos mais poderosos remédios de que um príncipe pode dispor contra as conspirações é não ser odiado pela maioria, porque sempre, quem conjura, pensa com a morte do príncipe satisfazer o povo, mas, quando considera que com isso irá ofendê-lo, não se anima a tomar semelhante partido, mesmo porque as dificuldades com que os conspiradores têm de se defrontar são infinitas.
Por experiência vê-se que muitas foram as conspirações mas poucas tiveram bom fim, pois quem conspira não pode ser sozinho, nem pode ter por companheiros senão aqueles que acredite estarem descontentes; mas, logo que tenha revelado a um descontente a sua intenção,dará motivo para ficar contente porque, evidentemente, ele pode daí esperar todas as vantagens; de forma que, vendo o ganho certo de um lado, sendo o outro dúbio e cheio de perigo, é preciso seja ou extraordinário amigo seu ou implacável inimigo do príncipe para manter a palavra empenhada.

(...)


- Maquiavel

Letra pró-popular portuguesa em honra da lucidez

(...)

Eles olham para a direita, e pisca, pisca,
Eles olham para a esquerda, e pisca, pisca
Andam praí a piscar p'ra ver se arranjam conquista
Parece que está a dar, e que veio p'ra ficar
A moda do pisca, pisca

O pisca pisca é um truque muito usado
Segundo dizem, desde os tempos que há memória
E até parece que os seus belos resultados
Vêm de longe segundo reza a história


(...)

- Ruth Marlene, A moda do pisca pisca

terça-feira, agosto 01, 2006

Sentenciou (!!) e sentencioso mal.

O Dr. Manuel Monteiro sentenciou!! E como sempre, sentenciou mal.

Para atitudes desesperadas, ou riso brejeiro ou indiferença completa.

Dos fracos não reza a verbe.

Nem de propósito!!

Défice da Administração Central sobe mais de 6 vezes em Junho

O défice da Administração Central, que junta o subsector Estado com os serviços e fundos autónomos, aumentou mais de seis vezes de Maio para Junho, segundo os dados hoje divulgados pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO).

O saldo negativo da Administração Central ascendia no final de Junho a 2.450 milhões de euros, mais 2,055 milhões do que em Maio.


A justificar este agravamento esteve um crescimento da despesa (mais 42,4% para 24,9 mil milhões de euros) superior aos das receitas (mais 16,9% para 22,4 mil milhões de euros).

A informação hoje divulgada pela DGO desenvolve os dados da execução orçamental relativa ao subsector Estado que é normalmente conhecida no dia 15 de cada mês e acrescenta-lhe a dos fundos e serviços autónomos.

Os dados mostram ainda que os custos com a dívida pública aumentaram 59%, para 2.598,2 milhões de euros.

A informação da DGO é prestada no final de cada mês no âmbito de um mecanismo informativo do Fundo Monetário Internacional, o special data dissemination standard (SDDS).

O SDDS foi estabelecido em 1996 para guiar os países que pretendiam aceder aos mercados internacionais de capitais na disseminação de informação financeira.

Desta orientação decorre a libertação regular de informação relativa a receitas e despesas da Administração Central, à conta do Sector Público Administrativo e à dívida da Administração Central.

- Diário Digital / Lusa


É fartar vilanagem.
Não há Orçamento que resista a tanto gasto supérfluo e desnecessário.
A máquina propagandística deste (des)Governo continua em alta, tal como as "sondagens" virtuais.
Daí, que venha o Sr Ministro das Finanças com um golpe de mestre para desviar as atenções... carácter nefasto o deste (des)Governo.

Caloteiro por Caloteiro

O Fisco resolveu publicar a lista de alegados devedores.

As opiniões dividem-se; as opiniões políticas também.
Há excepção do CDS-PP, todas as restantes forças apoiam a iniciativa, inclusive, há quem considere ficar aquém do necessário!

No tempo da outra senhora, existiam comerciantes que afixam à porta dos respectivos estabelecimentos uma lista dos devedores: "Queres fiado? Toma..."

Hoje em dia, alguns comerciantes reinventaram tal prática; O Fisco também a adoptou. Contudo, o Fisco não dá aos seus credores o mesmo direito, i.e., não permite àqueles lesados pelo Fisco e pela falta de pagamento em geral do Estado, publicarem da mesma forma as dívidas que este tem para com as empresas e os particulares.

Medida pedagógica? Medida possibilitadora de arrecadar receitas?
Nem uma coisa nem outra. In extremis, in dubio pro reo.
Cabe à entidade fiscal a prova da dívida e providenciar judicialmente a reparação da mesma, assim como aos particulares e empresas o recurso à mesma forma de reparo.

No estado em que o Estado (leia-se o (des)Governo) está, não tarda muito o Estado de Direito dará lugar ao estado do faroeste.
Ladies and gents: present yours arms.