quarta-feira, dezembro 31, 2003
O IDEAL E A VIDA
Eterna, clara, especular e lisa
Flui a vida, Zéfiro ligeiro:
Vai para o Olimpo dos bem-aventurados.
Mudam as luas, gerações deslizam -
E à juventude d'Eles florem Rosas,
Imutáveis, na eterna Ruína.
Ao homem resta só a escolha pânica
Entre o Prazer sensual e a Paz da alma;
Na fronte altíssima dos Uranidas
Reluz o brilho desses dois, casados.
- Friedrich Shiller, Primeira estrofe
Flui a vida, Zéfiro ligeiro:
Vai para o Olimpo dos bem-aventurados.
Mudam as luas, gerações deslizam -
E à juventude d'Eles florem Rosas,
Imutáveis, na eterna Ruína.
Ao homem resta só a escolha pânica
Entre o Prazer sensual e a Paz da alma;
Na fronte altíssima dos Uranidas
Reluz o brilho desses dois, casados.
- Friedrich Shiller, Primeira estrofe
terça-feira, dezembro 30, 2003
New letter bomb reaches EU target
New letter bomb reaches EU target
EC chief Romano Prodi narrowly escaped a bomb attack on Sunday
A letter bomb has been delivered to the headquarters of Eurojust, the EU agency co-ordinating the fight against crime. The device, which did not explode, was the fourth letter bomb delivered to a European figure in the past three days.
European Commission President Romano Prodi escaped unhurt when the first such device exploded at his home in the Italian city of Bologna on Sunday.
Authorities have said the two devices which arrived on Monday were both sent from Bologna.
European Central Bank head Jean-Claude Trichet and Europol were the targets on Monday.
The Hague prosecutor's office said the suspicious package was found at the offices of Eurojust on Tuesday morning.
A bomb squad was defusing the package, the prosecutor's office said in a statement.
The ECB's Jean-Claude Trichet received a bomb a day after Prodi
Eurojust is the EU body which helps co-ordinate investigations among European police forces.
Dutch prosecutors said they were investigating whether the same person was behind all the devices.
German police said they were focusing, with their Italian counterparts, on an anarchist group that has admitted carrying out two other explosions in rubbish bins near Mr Prodi's home in the past week.
Book mystery
Mr Prodi said the package he received at home contained a book wrapped in yellow paper and addressed to his wife, which been cut to insert explosive powder.
The book used was The Pleasure by Gabriele D'Annunzio, a famous early supporter of Fascism before his death in 1938.
Mr Prodi joked that the choice of book might have been ironic.
A previously unknown group known as the Informal Anarchic Federation claimed responsibility for two earlier rubbish bin attacks near Mr Prodi's home in which no-one was hurt.
In a letter to an Italian newspaper the group said it wanted to target "the apparatus of control that is repressive and leading the democratic show that is the new European order".
EC chief Romano Prodi narrowly escaped a bomb attack on Sunday
A letter bomb has been delivered to the headquarters of Eurojust, the EU agency co-ordinating the fight against crime. The device, which did not explode, was the fourth letter bomb delivered to a European figure in the past three days.
European Commission President Romano Prodi escaped unhurt when the first such device exploded at his home in the Italian city of Bologna on Sunday.
Authorities have said the two devices which arrived on Monday were both sent from Bologna.
European Central Bank head Jean-Claude Trichet and Europol were the targets on Monday.
The Hague prosecutor's office said the suspicious package was found at the offices of Eurojust on Tuesday morning.
A bomb squad was defusing the package, the prosecutor's office said in a statement.
The ECB's Jean-Claude Trichet received a bomb a day after Prodi
Eurojust is the EU body which helps co-ordinate investigations among European police forces.
Dutch prosecutors said they were investigating whether the same person was behind all the devices.
German police said they were focusing, with their Italian counterparts, on an anarchist group that has admitted carrying out two other explosions in rubbish bins near Mr Prodi's home in the past week.
Book mystery
Mr Prodi said the package he received at home contained a book wrapped in yellow paper and addressed to his wife, which been cut to insert explosive powder.
The book used was The Pleasure by Gabriele D'Annunzio, a famous early supporter of Fascism before his death in 1938.
Mr Prodi joked that the choice of book might have been ironic.
A previously unknown group known as the Informal Anarchic Federation claimed responsibility for two earlier rubbish bin attacks near Mr Prodi's home in which no-one was hurt.
In a letter to an Italian newspaper the group said it wanted to target "the apparatus of control that is repressive and leading the democratic show that is the new European order".
segunda-feira, dezembro 29, 2003
A fool
"A fool thinks himself to be wise, but a wise man knows himself to be a fool."
- William Shakespeare
- William Shakespeare
Paulo Pedroso
Paulo Pedroso foi acusado, e requereu a abertura da instrução.
Em consequência da sua acusação, requereu ainda à Comissão de Ética da AR, a suspensão do seu mandato (conforme tinha declarado que faria caso viesse a existir acusação), embora em minha opinião, não devia ter regressado à AR, e muito menos nas condições em que o fez. Em relação aos aspectos jurídicos da questão, CL - Mata-Mouros já efectuou uma correcta apreciação; acrescentaria que, penalistas de longa data, estão "às voltas" com as confusões processuais que se têm vindo a registar em relação a este processo.
Gostaria de deixar uma visão distinta de Paulo Pedroso:
conheci o Paulo há muitos anos atrás.
Era um moço introvertido, pacato e sonhador.
Gostava de Sociologia, e sonhava poder fazer investigação nessa área. Gostava de comentar as investigações sociológicas de que tinha conhecimento e, de como se processavam. Queria envolver-se em questões 'sociais', e aspirava a fazer algo de 'bom' para mudar as circunstâncias dificeis em que muitas pessoas viviam.
Lembro-me desse Paulo, era bom moço; e, lastimo que a vida lhe tenha "reservado provas tão difíceis"!
Em consequência da sua acusação, requereu ainda à Comissão de Ética da AR, a suspensão do seu mandato (conforme tinha declarado que faria caso viesse a existir acusação), embora em minha opinião, não devia ter regressado à AR, e muito menos nas condições em que o fez. Em relação aos aspectos jurídicos da questão, CL - Mata-Mouros já efectuou uma correcta apreciação; acrescentaria que, penalistas de longa data, estão "às voltas" com as confusões processuais que se têm vindo a registar em relação a este processo.
Gostaria de deixar uma visão distinta de Paulo Pedroso:
conheci o Paulo há muitos anos atrás.
Era um moço introvertido, pacato e sonhador.
Gostava de Sociologia, e sonhava poder fazer investigação nessa área. Gostava de comentar as investigações sociológicas de que tinha conhecimento e, de como se processavam. Queria envolver-se em questões 'sociais', e aspirava a fazer algo de 'bom' para mudar as circunstâncias dificeis em que muitas pessoas viviam.
Lembro-me desse Paulo, era bom moço; e, lastimo que a vida lhe tenha "reservado provas tão difíceis"!
sábado, dezembro 27, 2003
Ser Mãe
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.
Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!
Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!
- Coelho Neto
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.
Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!
Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!
- Coelho Neto
O Regresso
O Regresso
Rui Albuquerque - Cataláxia está de volta. É bom poder contar com os seus comentários.
Dedicado, ao equilíbrio e cavalheirismo, com que abordou a questão do aborto, trechos do poema:
O Botão de Rosa
Era um botão feliz,
Cuja roseira, impávida,
Ébria de aromas bons, ébria de orgulhos - ávida
De completa fragrância,
Palpitava com ânsia
Desde a própria raiz.
Tardes formosíssimas,
Ó grande livro aberto aos geniais artistas,
Como tanto alargais as crenças panteístas,
Como tanto esplendeis e como sois riquíssimas.
O cérebro em nevrose,
No pasmo que precede a augusta apoteose
De uma excelsa visão perfeitamente bela,
De uma excelsa visão em límpidos docéis,
Exaltava o acabado artístico da Tela
E o gosto dos pincéis.
A arte especialmente, esse prodígio, atriz,
Como o botão de rosa
Tão meigo e tão feliz,
Pode ser arrojada e brutalmente, ao pego,
Na treva silenciosa,
Onde o espírito vai, atordoado e cego,
Cair, entre soluços,
Como um colosso ideal tombado ao chão de bruços,
Ou pode equilibrar-se em admirável base
Estética e profunda,
Assim, bem como o outro, à mais radiosa altura.
- João da Cruz e Sousa
Rui Albuquerque - Cataláxia está de volta. É bom poder contar com os seus comentários.
Dedicado, ao equilíbrio e cavalheirismo, com que abordou a questão do aborto, trechos do poema:
O Botão de Rosa
Era um botão feliz,
Cuja roseira, impávida,
Ébria de aromas bons, ébria de orgulhos - ávida
De completa fragrância,
Palpitava com ânsia
Desde a própria raiz.
Tardes formosíssimas,
Ó grande livro aberto aos geniais artistas,
Como tanto alargais as crenças panteístas,
Como tanto esplendeis e como sois riquíssimas.
O cérebro em nevrose,
No pasmo que precede a augusta apoteose
De uma excelsa visão perfeitamente bela,
De uma excelsa visão em límpidos docéis,
Exaltava o acabado artístico da Tela
E o gosto dos pincéis.
A arte especialmente, esse prodígio, atriz,
Como o botão de rosa
Tão meigo e tão feliz,
Pode ser arrojada e brutalmente, ao pego,
Na treva silenciosa,
Onde o espírito vai, atordoado e cego,
Cair, entre soluços,
Como um colosso ideal tombado ao chão de bruços,
Ou pode equilibrar-se em admirável base
Estética e profunda,
Assim, bem como o outro, à mais radiosa altura.
- João da Cruz e Sousa
sexta-feira, dezembro 26, 2003
O INFINITO
Sempre cara me foi esta erma altura
Com esta sebe que por tanta parte
Do último horizonte a visão exclui.
Sentado aqui, e olhando, intermináveis
Espaços para além, e sobre-humanos
Silêncios, e profunda quietude,
Eu no pensar evoco; onde por pouco
O coração não treme. E como o vento
Ouço gemer nas ervas, eu àquele
Infinito silêncio esta voz
Vou comparando: e sobrevem-me o eterno,
E as idades já mortas, e a presente
E viva, e seu ruído... Assim, por esta
Imensidade a minha ideia desce:
E o naufragar me é doce neste mar.
- Giacomo Leopardi
Com esta sebe que por tanta parte
Do último horizonte a visão exclui.
Sentado aqui, e olhando, intermináveis
Espaços para além, e sobre-humanos
Silêncios, e profunda quietude,
Eu no pensar evoco; onde por pouco
O coração não treme. E como o vento
Ouço gemer nas ervas, eu àquele
Infinito silêncio esta voz
Vou comparando: e sobrevem-me o eterno,
E as idades já mortas, e a presente
E viva, e seu ruído... Assim, por esta
Imensidade a minha ideia desce:
E o naufragar me é doce neste mar.
- Giacomo Leopardi
terça-feira, dezembro 23, 2003
INEFÁVEL
Nada há que me domine e que me vença
Quando a minha alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial Setença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
Luzes claras e augustas, luzes claras
Douram dos templos as sagradas aras,
Na comunhão das níveas hóstias frias...
Quando seios pubentes estremecem,
Silfos de sonhos de volúpia crescem,
Ondulantes, em formas alvadas... "
- João da Cruz e Sousa
Quando a minha alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial Setença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
Luzes claras e augustas, luzes claras
Douram dos templos as sagradas aras,
Na comunhão das níveas hóstias frias...
Quando seios pubentes estremecem,
Silfos de sonhos de volúpia crescem,
Ondulantes, em formas alvadas... "
- João da Cruz e Sousa
segunda-feira, dezembro 22, 2003
An alternative
An alternative, unofficial peace plan for the Middle East has been launched at a ceremony in Geneva
E
13 elite reservists refuse to serve in territories
We are saying to the world don't listen to those who say the conflict is unsolvable
- Former Israeli Justice Minister Yossi Beilin
We cannot wait while the future of our two nations slides deeper into catastrophe
- Former Palestinian Information Minister Yasser Abed Rabbo
E
13 elite reservists refuse to serve in territories
We are saying to the world don't listen to those who say the conflict is unsolvable
- Former Israeli Justice Minister Yossi Beilin
We cannot wait while the future of our two nations slides deeper into catastrophe
- Former Palestinian Information Minister Yasser Abed Rabbo
13 elite reservists refuse to serve in territories
13 elite reservists refuse to serve in territories
Thirteen reservists serving in the elite Sayeret Matkal unit of the Israel Defense Forces yesterday signed a letter declaring their refusal to serve in the territories. The letter - signed by 10 soldiers and three officers - was delivered to Prime Minister Ariel Sharon's office late last night. Among the 13 signatories are nine who still do reserve service in Sayeret Matkal while the most senior is an officer with the rank of major.
"We say to you today, we will no longer give our hands to the oppressive reign in the territories and the denial of human rights to millions of Palestinians," reads the letter to Sharon, "and we will no longer serve as a defensive shield for the settlement enterprise."
Although Sayeret Matkal - the ultra-elite unit under the direct command of the IDF General Staff - is rarely involved in operations in the territories, the announcement carries weight because of the group's standing in Israeli society.
The letter came three months after the storm caused by the letter signed by 27 pilots and navigators who refused to participate in air force activities in the territories. The signers of the recent letter started to write the letter and gather signatures as a result of the pilots letter, learning a number of lessons from their mistakes. The Sayeret Matkal signatories refused to use public relations professionals, and included only active combat soldiers as signatories. It remains to be seen if they will withstand the intense public pressure brought to bear on the pilots, a number of whom chose to repudiate their signatures.
Human rights
"We cannot continue to stand silent," charging that Israeli military activities in the territories are depriving "millions of Palestinians of human rights" and endangering "the fate of Israel as a democratic, Zionist and Jewish country," wrote the soldiers.
Sharon had no comment, but the IDF spokesman said yesterday: "It is grave when reservists use their military records and the name of their unit for the purpose of expressing their political ideas." It is likely that the signatories will be dismissed from the unit. The air force removed the nine combat pilots still in active duty after they signed their protest letter in September.
Political figures who served in the elite army unit sharply criticized the announcement. Former prime minister Ehud Barak, who served as commander of Sayeret Matkal, called on signers of the letter to "immediately" retract their decision. According to Barak, it was a grave mistake, but "it's not too late to correct it, and it's important to do so."
"As much as we are divided over the hesitant and confused policy of Sharon's government which is endangering Israel, it is essential that this battle be waged in the public sphere ... I am convinced that the IDF, under Chief of Staff Moshe Ya'alon, would never lend a hand to the giving of blatantly illegal orders to soldiers, including those in Sayeret Matkal."
Deputy Defense Minister MK Ze'ev Boim said the reservists were exploiting their uniform for political purposes, and were unworthy of wearing it, Channel 2 reported.
In 1972, Sayeret Matkal commandos, led by Barak, raided a Sabena plane hijacked by Palestinian terrorists. In 1976, the elite troops carried out a daring operation at Entebbe airport in Uganda to rescue some 100 hostages on an Air France plane hijacked by terrorists, led by Finance Minister Benjamin Netanyahu's brother, Yonatan, who was killed in the rescue.
- Amos Harel
Thirteen reservists serving in the elite Sayeret Matkal unit of the Israel Defense Forces yesterday signed a letter declaring their refusal to serve in the territories. The letter - signed by 10 soldiers and three officers - was delivered to Prime Minister Ariel Sharon's office late last night. Among the 13 signatories are nine who still do reserve service in Sayeret Matkal while the most senior is an officer with the rank of major.
"We say to you today, we will no longer give our hands to the oppressive reign in the territories and the denial of human rights to millions of Palestinians," reads the letter to Sharon, "and we will no longer serve as a defensive shield for the settlement enterprise."
Although Sayeret Matkal - the ultra-elite unit under the direct command of the IDF General Staff - is rarely involved in operations in the territories, the announcement carries weight because of the group's standing in Israeli society.
The letter came three months after the storm caused by the letter signed by 27 pilots and navigators who refused to participate in air force activities in the territories. The signers of the recent letter started to write the letter and gather signatures as a result of the pilots letter, learning a number of lessons from their mistakes. The Sayeret Matkal signatories refused to use public relations professionals, and included only active combat soldiers as signatories. It remains to be seen if they will withstand the intense public pressure brought to bear on the pilots, a number of whom chose to repudiate their signatures.
Human rights
"We cannot continue to stand silent," charging that Israeli military activities in the territories are depriving "millions of Palestinians of human rights" and endangering "the fate of Israel as a democratic, Zionist and Jewish country," wrote the soldiers.
Sharon had no comment, but the IDF spokesman said yesterday: "It is grave when reservists use their military records and the name of their unit for the purpose of expressing their political ideas." It is likely that the signatories will be dismissed from the unit. The air force removed the nine combat pilots still in active duty after they signed their protest letter in September.
Political figures who served in the elite army unit sharply criticized the announcement. Former prime minister Ehud Barak, who served as commander of Sayeret Matkal, called on signers of the letter to "immediately" retract their decision. According to Barak, it was a grave mistake, but "it's not too late to correct it, and it's important to do so."
"As much as we are divided over the hesitant and confused policy of Sharon's government which is endangering Israel, it is essential that this battle be waged in the public sphere ... I am convinced that the IDF, under Chief of Staff Moshe Ya'alon, would never lend a hand to the giving of blatantly illegal orders to soldiers, including those in Sayeret Matkal."
Deputy Defense Minister MK Ze'ev Boim said the reservists were exploiting their uniform for political purposes, and were unworthy of wearing it, Channel 2 reported.
In 1972, Sayeret Matkal commandos, led by Barak, raided a Sabena plane hijacked by Palestinian terrorists. In 1976, the elite troops carried out a daring operation at Entebbe airport in Uganda to rescue some 100 hostages on an Air France plane hijacked by terrorists, led by Finance Minister Benjamin Netanyahu's brother, Yonatan, who was killed in the rescue.
- Amos Harel
A ADIVINHA
Tudo é um jogo, brincriável. Há o bomem, isso é facto. Custa é haver o humano. A vida descostura, o homem passa a linha, a corrigir os panos do tempo. Mimirosa, a menina, nada sabia desses acertos. Acreditava ser tudo simples como o molhado e água, poeira e chão. E assim, tudo em tamanho não aparado: os senhores em infância, as coisas sem consequência.
Seus pais se preocupavam. Passava a idade e Mimirosa demorava a aprender o regime da realidade. Que há deveres, e as contas do ter e do haver. E o ser é apenas o que resta. Noves fora, novos de fora.
Quem estragava esse madurecimento da miúda era sua avó, Ermelinda. A senhora se convertera em parceira de infância, ancorada em irresponsabilidade. Em meia palavra: era companhia de se evitar. Os pais de Mimirosa assim julgavam. A menina devia era evitar os risos, disciplinar arrebatamentos. A escola, em primeiro lugar. A avó, sabia-se, desprezava a escola. Que se aprende mais é fora dela, no calor da família, em redondezas de carinho. Mimirosa estava, por isso, proibida de frequentar a companhia de Ermelinda. Não queriam nem que fosse vista junto, perto do caminho da avó. A menina era conduzida, de mão acompanhada, até às imediações escolares, onde já não poderia desviar a direcção. Imaginava-se. Porque ela, mal se soltava das vistas, se internava no atalhozito que dava na casa da avó. Ali gazetava dos deveres, entretida nos nenhuns afazeres da velha senhora. Conforme os olhos distraídos da velha ela ajudava, rectificando um aqui no além ela. Até que, inevitável, chegava o jogo da adivinhação.
- Qual é um rio que não tem senão uma margem?
- Isso é coisa que não pode, avó! E do outro lado fica o quê?
- Pense, se ensine. Já sabe que o prémio que há-de haver...
Prémio que haveria era só o serem as duas, ali, no escondido. A velha deixava o mistério durar, pairada, parada. A pergunta labirintava na cabeça de Mimirosa. Podia um rio assim? Ou já se viu a estrada correr sem o amparo de duas ambas bermas?
- Mas há o prémio de verdade?
- Se você‚ adivinhar esse mistério, o mundo vai ficar tão admirado que até o tempo há-de parar.
- Jure, avozinha?, berlindavam-se os olhos dela.
E voltavam às lides, sem obrigação de nada. O jardim da casa parecia obra de inventar. Uma só arbustozinho nele cabia.
- Vês a sombra? Essa sombra é pequena. Mas existe uma sombra que é da terra toda inteira.
Voltada a casa, a menina era inquirida pelos pais, perguntas sem mistério, coisas de calcular o futuro: quando fores grande já escolheste o que vais ser? Simplesmente, ela não sabia querer ser grande. E, assim, sua ausência na resposta.
- Ela vai ser doutora hospitalar, vaticinava a mãe.
- Ou dessas que faz as contas e faz crescer dinheiro, preferia o pai.
- Tudo serás filha, mas não queremos que sejas como nós.
A menina se admirava: aqueles não gostavam de si mesmos? Por que razão eles queriam que ela lhes fosse diferente? Só a avó gostava de ser como era, cuidadosamente desarrumadinha. Como deviam ser infelizes, aqueles dois, seus pais.
Até que, urna tarde, veio o alvoroço. A velha Ermelinda se sentira mal, o peito dela se amarrotara. Mimirosa, nesses dias, deixou a escola. Mas não a deixaram entrar na velha casinha. A senhora não reconhecia ninguém, ela se convertera em fundo escuro. Nenhuma luz a trazia à superfície de si mesma. E, assim, somaram-se os dias. Mimirosa, obrigada e vigiada, voltou escola. A sombra do morcego se desenha no tecto? Pois o pensamento da neta n o saía do mesmo assunto: saudade de sua avó.
Um dia, enquanto seu olhar fingia percorrer o caderninho, a menina suspulou da carteira e se flechou porta afora. Escapou da escola e correu pelos campos. Ninguém a viu penetrar na penumbra da casa, ninguém suspeitava que se anichara, ofegante, na cabeceira da moribunda avó.
- Avó, sei a adivinha!
No rosto da senhora nenhum sinal, nem uma ruga se alterou. Parecia que Ermelinda já cruzara aquele risco feito na água, fronteira entre a vida e a morte.
- Lembra a adivinha, vó? Aquela do rio de um lado só?
E os olhos da menina se atabalhoaram de água, sentida sozinha no grande mundo. A mão dela ainda arriscou tocar no braço da avó. Mas teve medo. E se cborou! O caderninho órfão, em suas mãos, sofria a catarata das lágrimas. Até que os braços do pai a puxaram. Primeiro ela cedeu. Mas depois esgueirou-se, por um instante, e depositou o caderninho escolar no leito da água. Estava aberto numa figurinha do oceano, mais suas criaturas profundas. E a voz da menina tombada com um derradeiro lenço:
- É o mar, avó. Esse cujo rio; é o mar.
Já se retiravam daquele luto, todos mais Mimirosa quando os dedos da avó tactearam o ar e, cegos, chegaram até no caderno. Depois, acariciaram o azul da imagem. E caderno começou a pingar, como se o papel não mais contivesse aquela água.
- Mia Couto
Seus pais se preocupavam. Passava a idade e Mimirosa demorava a aprender o regime da realidade. Que há deveres, e as contas do ter e do haver. E o ser é apenas o que resta. Noves fora, novos de fora.
Quem estragava esse madurecimento da miúda era sua avó, Ermelinda. A senhora se convertera em parceira de infância, ancorada em irresponsabilidade. Em meia palavra: era companhia de se evitar. Os pais de Mimirosa assim julgavam. A menina devia era evitar os risos, disciplinar arrebatamentos. A escola, em primeiro lugar. A avó, sabia-se, desprezava a escola. Que se aprende mais é fora dela, no calor da família, em redondezas de carinho. Mimirosa estava, por isso, proibida de frequentar a companhia de Ermelinda. Não queriam nem que fosse vista junto, perto do caminho da avó. A menina era conduzida, de mão acompanhada, até às imediações escolares, onde já não poderia desviar a direcção. Imaginava-se. Porque ela, mal se soltava das vistas, se internava no atalhozito que dava na casa da avó. Ali gazetava dos deveres, entretida nos nenhuns afazeres da velha senhora. Conforme os olhos distraídos da velha ela ajudava, rectificando um aqui no além ela. Até que, inevitável, chegava o jogo da adivinhação.
- Qual é um rio que não tem senão uma margem?
- Isso é coisa que não pode, avó! E do outro lado fica o quê?
- Pense, se ensine. Já sabe que o prémio que há-de haver...
Prémio que haveria era só o serem as duas, ali, no escondido. A velha deixava o mistério durar, pairada, parada. A pergunta labirintava na cabeça de Mimirosa. Podia um rio assim? Ou já se viu a estrada correr sem o amparo de duas ambas bermas?
- Mas há o prémio de verdade?
- Se você‚ adivinhar esse mistério, o mundo vai ficar tão admirado que até o tempo há-de parar.
- Jure, avozinha?, berlindavam-se os olhos dela.
E voltavam às lides, sem obrigação de nada. O jardim da casa parecia obra de inventar. Uma só arbustozinho nele cabia.
- Vês a sombra? Essa sombra é pequena. Mas existe uma sombra que é da terra toda inteira.
Voltada a casa, a menina era inquirida pelos pais, perguntas sem mistério, coisas de calcular o futuro: quando fores grande já escolheste o que vais ser? Simplesmente, ela não sabia querer ser grande. E, assim, sua ausência na resposta.
- Ela vai ser doutora hospitalar, vaticinava a mãe.
- Ou dessas que faz as contas e faz crescer dinheiro, preferia o pai.
- Tudo serás filha, mas não queremos que sejas como nós.
A menina se admirava: aqueles não gostavam de si mesmos? Por que razão eles queriam que ela lhes fosse diferente? Só a avó gostava de ser como era, cuidadosamente desarrumadinha. Como deviam ser infelizes, aqueles dois, seus pais.
Até que, urna tarde, veio o alvoroço. A velha Ermelinda se sentira mal, o peito dela se amarrotara. Mimirosa, nesses dias, deixou a escola. Mas não a deixaram entrar na velha casinha. A senhora não reconhecia ninguém, ela se convertera em fundo escuro. Nenhuma luz a trazia à superfície de si mesma. E, assim, somaram-se os dias. Mimirosa, obrigada e vigiada, voltou escola. A sombra do morcego se desenha no tecto? Pois o pensamento da neta n o saía do mesmo assunto: saudade de sua avó.
Um dia, enquanto seu olhar fingia percorrer o caderninho, a menina suspulou da carteira e se flechou porta afora. Escapou da escola e correu pelos campos. Ninguém a viu penetrar na penumbra da casa, ninguém suspeitava que se anichara, ofegante, na cabeceira da moribunda avó.
- Avó, sei a adivinha!
No rosto da senhora nenhum sinal, nem uma ruga se alterou. Parecia que Ermelinda já cruzara aquele risco feito na água, fronteira entre a vida e a morte.
- Lembra a adivinha, vó? Aquela do rio de um lado só?
E os olhos da menina se atabalhoaram de água, sentida sozinha no grande mundo. A mão dela ainda arriscou tocar no braço da avó. Mas teve medo. E se cborou! O caderninho órfão, em suas mãos, sofria a catarata das lágrimas. Até que os braços do pai a puxaram. Primeiro ela cedeu. Mas depois esgueirou-se, por um instante, e depositou o caderninho escolar no leito da água. Estava aberto numa figurinha do oceano, mais suas criaturas profundas. E a voz da menina tombada com um derradeiro lenço:
- É o mar, avó. Esse cujo rio; é o mar.
Já se retiravam daquele luto, todos mais Mimirosa quando os dedos da avó tactearam o ar e, cegos, chegaram até no caderno. Depois, acariciaram o azul da imagem. E caderno começou a pingar, como se o papel não mais contivesse aquela água.
- Mia Couto
sábado, dezembro 20, 2003
DO ALTO DOS MONTES
Oh! Meio dia da vida! Época solene!
Oh! jardim de estio!
Beatitude inquieta da ansiedade na espera:
espero meus amigos, noite e dia,
onde estais, amigos meus?
Vinde! É tempo, é tempo!
Nã0 é por vós que o gelo cinzento
hoje se adorna com rosas?
A vós procura o rio,
Suspensos nos céus ventos e nuvens se alevantam
para observar vossa chegada
competindo com o mais sublime vôo dos pássaros.
No meu santuário coloquei a mesa:
Quem vive mais próximo das estrelas
e das horríveis profundezas do abismo?
Que reino mais extenso que o meu?
E do mel, daquele que é meu, que sentiu seu fino aroma?
Aqui estais, finalmente, meus amigos!
Ai! não é a mim que procurais?
Hesitais, mostrais surpresa?
Insultai-me é melhor! Eu não sou mais eu?
Mudei de mão, de rosto, de andar?
O que eu era, amigos, acaso não mais sou?
Tornei-me, talvez, outro?
Estranho a mim mesmo? De mim mesmo, fugido?
Lutador que muitas vezes venceu a si mesmo?
Que muitas vezes lutou contra a própria força,
ferido, paralisado pelas vitórias contra si mesmo?
Porventura não procurei os mais ásperos ventos
e aprendi a viver onde ninguém habita,
nos desertos onde impera o urso polar?
Não esqueci a Deus e ao homem, blasfêmias e orações?
Tornei-me um fantasma das geleiras.
Oh! meus velhos amigos, vossos rostos
empalidecem de imediato,
transtornados de ternura e espanto!
Andai, sem rancor! Não podeis demorar aqui!
Não é para vós este pais de geleiras e rochas!
Aqui é preciso ser caçador e antílope!
Converti-me em caçador cruel. Vede meu arco:
a tensão de sua corda!
Apenas o mais forte poderá arremessar tal dardo.
Mas não há nenhuma seta mortal como esta.
Afastai-vos, se tendes amor à vossa vida!
Fugis de mim!? Oh, coração, quanto sofreste!
E entretanto, tua esperança ainda se mantém firme!
Abre tuas portas a novos amigos,
renuncia aos antigos e às lembranças!
Fostes jovem? - Pois agora és mais e com mais brio.
Quem pode decifrar os signos apagados,
do laço que une com u'a mesma esperança?
Signos que em outros tempos escreveu o amor,
que luzem como velho pergaminho queimado
que se teme tocar, como ele. Queimado e enegrecido!
Basta de amigos! Como chamá-los?
Fantasmas de amigos! Que de noite,
tentam ainda meu coração e minha janela
e me olham sussurrando:
"Somos nós"!
Oh! Ressequidas palavras, um dia fragrantes como rosas!
Sonhos juvenis tão cheios de ilusão,
aos quais buscava no impulso de minh'alma,
agora os vejo envelhecidos!
Apenas os que sabem mudar são os de minha linhagem.
Oh! Meio dia da vida! Oh! segunda juventude!
Oh! jardim de estio!
Beatitude inquieta na ansiedade da espera!
Os amigos esperam, dia e noite, os novos amigos.
Vinde! É tempo! É tempo!
O hino antigo cessou de soar,
O doce grito do desejo expira em meus lábios.
Na hora fatídica apareceu um encantador,
o amigo do pleno meio-dia.
Não, não me pergunteis quem é;
ao meio-dia, o que era um,
dividiu-se em dois.
Celebremos, seguros de u'a mesma vitória,
a festa das festas!
Zaratustra está alai, o amigo,
o hóspede dos hóspedes!
O mundo ri, o odioso véu cai,
E eis que a luz se casa Com a misteriosa,
subjugadora Noite.
- Friederich Wilhelm Nietzsche
Oh! jardim de estio!
Beatitude inquieta da ansiedade na espera:
espero meus amigos, noite e dia,
onde estais, amigos meus?
Vinde! É tempo, é tempo!
Nã0 é por vós que o gelo cinzento
hoje se adorna com rosas?
A vós procura o rio,
Suspensos nos céus ventos e nuvens se alevantam
para observar vossa chegada
competindo com o mais sublime vôo dos pássaros.
No meu santuário coloquei a mesa:
Quem vive mais próximo das estrelas
e das horríveis profundezas do abismo?
Que reino mais extenso que o meu?
E do mel, daquele que é meu, que sentiu seu fino aroma?
Aqui estais, finalmente, meus amigos!
Ai! não é a mim que procurais?
Hesitais, mostrais surpresa?
Insultai-me é melhor! Eu não sou mais eu?
Mudei de mão, de rosto, de andar?
O que eu era, amigos, acaso não mais sou?
Tornei-me, talvez, outro?
Estranho a mim mesmo? De mim mesmo, fugido?
Lutador que muitas vezes venceu a si mesmo?
Que muitas vezes lutou contra a própria força,
ferido, paralisado pelas vitórias contra si mesmo?
Porventura não procurei os mais ásperos ventos
e aprendi a viver onde ninguém habita,
nos desertos onde impera o urso polar?
Não esqueci a Deus e ao homem, blasfêmias e orações?
Tornei-me um fantasma das geleiras.
Oh! meus velhos amigos, vossos rostos
empalidecem de imediato,
transtornados de ternura e espanto!
Andai, sem rancor! Não podeis demorar aqui!
Não é para vós este pais de geleiras e rochas!
Aqui é preciso ser caçador e antílope!
Converti-me em caçador cruel. Vede meu arco:
a tensão de sua corda!
Apenas o mais forte poderá arremessar tal dardo.
Mas não há nenhuma seta mortal como esta.
Afastai-vos, se tendes amor à vossa vida!
Fugis de mim!? Oh, coração, quanto sofreste!
E entretanto, tua esperança ainda se mantém firme!
Abre tuas portas a novos amigos,
renuncia aos antigos e às lembranças!
Fostes jovem? - Pois agora és mais e com mais brio.
Quem pode decifrar os signos apagados,
do laço que une com u'a mesma esperança?
Signos que em outros tempos escreveu o amor,
que luzem como velho pergaminho queimado
que se teme tocar, como ele. Queimado e enegrecido!
Basta de amigos! Como chamá-los?
Fantasmas de amigos! Que de noite,
tentam ainda meu coração e minha janela
e me olham sussurrando:
"Somos nós"!
Oh! Ressequidas palavras, um dia fragrantes como rosas!
Sonhos juvenis tão cheios de ilusão,
aos quais buscava no impulso de minh'alma,
agora os vejo envelhecidos!
Apenas os que sabem mudar são os de minha linhagem.
Oh! Meio dia da vida! Oh! segunda juventude!
Oh! jardim de estio!
Beatitude inquieta na ansiedade da espera!
Os amigos esperam, dia e noite, os novos amigos.
Vinde! É tempo! É tempo!
O hino antigo cessou de soar,
O doce grito do desejo expira em meus lábios.
Na hora fatídica apareceu um encantador,
o amigo do pleno meio-dia.
Não, não me pergunteis quem é;
ao meio-dia, o que era um,
dividiu-se em dois.
Celebremos, seguros de u'a mesma vitória,
a festa das festas!
Zaratustra está alai, o amigo,
o hóspede dos hóspedes!
O mundo ri, o odioso véu cai,
E eis que a luz se casa Com a misteriosa,
subjugadora Noite.
- Friederich Wilhelm Nietzsche
Cântico
Mundo à nossa medida
Redondo como os olhos,
E como eles, também,
A receber de fora
A luz e a sombra, consoante a hora
Mundo apenas pretexto
Doutros mundos.
Base de onde levanta
A inquietação,
Cansada da uniforme rotação
Do dia a dia.
Mundo que a fantasia
Desfigura
A vê-lo cada vez de mais altura.
Mundo do mesmo barro
De que somos feitos.
Carne da nossa carne
Apodrecida.
Mundo que o tempo gasta e arrefece,
Mas o único jardim que se conhece
Onde floresce a vida.
- Miguel Torga
Redondo como os olhos,
E como eles, também,
A receber de fora
A luz e a sombra, consoante a hora
Mundo apenas pretexto
Doutros mundos.
Base de onde levanta
A inquietação,
Cansada da uniforme rotação
Do dia a dia.
Mundo que a fantasia
Desfigura
A vê-lo cada vez de mais altura.
Mundo do mesmo barro
De que somos feitos.
Carne da nossa carne
Apodrecida.
Mundo que o tempo gasta e arrefece,
Mas o único jardim que se conhece
Onde floresce a vida.
- Miguel Torga
sexta-feira, dezembro 19, 2003
A calinada!
A calinada!
«Não faz sentido uma remodelação governamental mantendo o peso do CDS-PP, partido com responsabilidades em pastas importantes como a Defesa, a Justiça e a Segurança Social», sustentou o líder socialista, antes de classificar como «ridícula» a posição do ministro da Defesa, Paulo Portas, sobre a segurança das costas portuguesas quando passam petroleiros por zonas próximas das águas territoriais nacionais.
O Sr. Dr. Deputado e líder do PS, voltou à carga com a sua contínua 'basófia'! Afirmar que a 'posição do Ministro da Defesa sobre a segurança das costas portuguesas é "ridícula" merce, no mínimo, o epíteto de "Palhaço"!
Desde quando assegurar a integridade e segurança das águas territoriais portuguesas é "ridículo"?!
Esta afirmação do Sr. Dr. Deputado e líder do PS merece no mínimo uma interpelação veemente na AR!
É muito grave que o líder do maior partido da oposição tenha este tipo de afirmação em relação à segurança e integridade do território português!!
Já agora, faça favor de perguntar aos galegos se apreciaram a "traição" do governo local e central, de Espanha.
«Não faz sentido uma remodelação governamental mantendo o peso do CDS-PP, partido com responsabilidades em pastas importantes como a Defesa, a Justiça e a Segurança Social», sustentou o líder socialista, antes de classificar como «ridícula» a posição do ministro da Defesa, Paulo Portas, sobre a segurança das costas portuguesas quando passam petroleiros por zonas próximas das águas territoriais nacionais.
O Sr. Dr. Deputado e líder do PS, voltou à carga com a sua contínua 'basófia'! Afirmar que a 'posição do Ministro da Defesa sobre a segurança das costas portuguesas é "ridícula" merce, no mínimo, o epíteto de "Palhaço"!
Desde quando assegurar a integridade e segurança das águas territoriais portuguesas é "ridículo"?!
Esta afirmação do Sr. Dr. Deputado e líder do PS merece no mínimo uma interpelação veemente na AR!
É muito grave que o líder do maior partido da oposição tenha este tipo de afirmação em relação à segurança e integridade do território português!!
Já agora, faça favor de perguntar aos galegos se apreciaram a "traição" do governo local e central, de Espanha.
US lifts travel ban on UNITA
US lifts travel ban on UNITA
(Agradecidos..)
UNITA leader Isaias Samakuva on Monday welcomed an official announcement by the United States that lifts a five-year travel ban on members of the former rebel group.
The US travel restrictions were imposed in 1997 after the rebel group failed to comply with a peace deal. However, since the end of the civil war in 2002, the US has backed the lifting of sanctions against UNITA. The UN lifted its arms and oil embargo, introduced in 1993, in December 2002.
(Agradecidos..)
UNITA leader Isaias Samakuva on Monday welcomed an official announcement by the United States that lifts a five-year travel ban on members of the former rebel group.
The US travel restrictions were imposed in 1997 after the rebel group failed to comply with a peace deal. However, since the end of the civil war in 2002, the US has backed the lifting of sanctions against UNITA. The UN lifted its arms and oil embargo, introduced in 1993, in December 2002.
Dos Santos at the helm
Dos Santos at the helm
(Milagres..!)
Long-standing president Jose Eduardo dos Santos is once again firmly established at the helm of Angola's ruling MPLA after he was elected without opposition to the party's presidency, IRIN reported on Wednesday.
The congress, which ended last week, voted in Dos Santos by acclamation, paving the way for him to run again in national elections he has said will not be held before 2005.
Meanwhile, the main opposition party, UNITA, has voiced its concern over the fairness of the upcoming national elections presided over by the government.
(Milagres..!)
Long-standing president Jose Eduardo dos Santos is once again firmly established at the helm of Angola's ruling MPLA after he was elected without opposition to the party's presidency, IRIN reported on Wednesday.
The congress, which ended last week, voted in Dos Santos by acclamation, paving the way for him to run again in national elections he has said will not be held before 2005.
Meanwhile, the main opposition party, UNITA, has voiced its concern over the fairness of the upcoming national elections presided over by the government.
ANGOLA: ECHO funds refugee return
ANGOLA: ECHO funds refugee return
IRIN reported on Friday that European Commission is to provide the UN refugee agency UNHCR with US $1.78 million to assist with the repatriation of more than 13,000 Angolan refugees in the Democratic Republic of Congo (DRC).
The contribution by ECHO, the humanitarian assistance arm of the Commission, covers the registration of Angolan refugees in Bas Congo province wishing to return home, along with the delivery of mine awareness training prior to their departure, a UNHCR statement said.
IRIN reported on Friday that European Commission is to provide the UN refugee agency UNHCR with US $1.78 million to assist with the repatriation of more than 13,000 Angolan refugees in the Democratic Republic of Congo (DRC).
The contribution by ECHO, the humanitarian assistance arm of the Commission, covers the registration of Angolan refugees in Bas Congo province wishing to return home, along with the delivery of mine awareness training prior to their departure, a UNHCR statement said.
Ferro exige remodelação do Governo
Ferro exige remodelação do Governo
(Grande lata!)
O secretário-geral do PS defendeu terça-feira à noite que uma futura remodelação do Governo deverá reduzir o excessivo peso do CDS-PP no executivo, prevendo, ainda, que o ano de 2004 será marcado por maiores problemas sociais.
(Grande lata!)
O secretário-geral do PS defendeu terça-feira à noite que uma futura remodelação do Governo deverá reduzir o excessivo peso do CDS-PP no executivo, prevendo, ainda, que o ano de 2004 será marcado por maiores problemas sociais.
Spitzer Telescope
Nasa's new infra-red telescope, can see through clouds of dust that visible light can't penetrate.
Nasa's new infra-red telescope, can see through clouds of dust that visible light can't penetrate.
PATRIOT
PATRIOT
gave sweeping new powers to both domestic law enforcement and international intelligence agencies and eliminated the checks and balances that previously gave courts the opportunity to ensure that such powers were not abused.
(...) The civil liberties of ordinary Americans have taken a tremendous blow with this law (...)
In fact, in asking for these broad new powers, the government made no showing that the previous powers of law enforcement and intelligence agencies to spy on U.S. citizens were insufficient to allow them to investigate and prosecute acts of terrorism.
gave sweeping new powers to both domestic law enforcement and international intelligence agencies and eliminated the checks and balances that previously gave courts the opportunity to ensure that such powers were not abused.
(...) The civil liberties of ordinary Americans have taken a tremendous blow with this law (...)
In fact, in asking for these broad new powers, the government made no showing that the previous powers of law enforcement and intelligence agencies to spy on U.S. citizens were insufficient to allow them to investigate and prosecute acts of terrorism.
G. Soros Vs Bush Jr.?
Não.
Tão amigos que 'nós' eramos..
George Soros
George Soros, the billionaire currency speculator, has set aside $15 million just to help defeat George W. Bush's re-election efforts. Soros, originally from Hungary, believes the Bush administration is dangerous and is leading us into perpetual war.
He's spreading the money to various organizations committed to working against Bush's re-election. I don't know if he will get what he wants, but I tend to agree with him that the Bush administration seems committed to perpetual war.
Bush has so loosely defined both terrorism and his war on terrorism that there is absolutely no way anyone will be able to tell when or if it is won. He defines as terrorists anyone who attacks a government, no matter if the attacks are legitimate resistance against an illegitimate government. He has thus empowered dictators all over the world to crack down on all dissidents and get Brownie points for "fighting terrorism."
The proper definition of an act of terrorism is an attack aimed at civilians chosen at random. Attacks directed against soldiers are by definition not terrorism, but acts of resistance or of guerrilla warfare. The bombings of the Red Cross and the United Nations in Iraq were acts of terrorism. The bombings of American soldiers are just guerrilla warfare. Bus bombs in Israel are acts of terrorism; attacks against Israeli soldiers or armed settlers are acts of resistance.
Furthermore, he's added to the list of America's enemies organizations that might be terrorists but have strictly local beefs within their own countries. Believe it or not, there are conflicts that have nothing to do with us, and we should stay out of them.
The idea of a Pax Americana imposed on the world at the point of a gun is both dangerous and delusional. Ditto his proclaimed doctrine of pre-emptive war. Power is relative. We have the power to nuke North Korea, but do we have the power to send foot soldiers slogging up that steep terrain? No, sir, we do not. We have the power to defeat most, though not all, armies, but we do not have the power to defeat guerrillas. We are not, as you can see in Iraq, very good at that.
As we are learning in Iraq and Afghanistan, after the war comes the hard part – occupation that can drain blood and treasure like a never-healing open wound. Times are a-changing, and the world is not about to let America impose its will on everyone else without resistance.
America was most admired when it had no ambition for empire and no desire for colonies. We had better return to our republican ideals, or we will end up like the once-mighty British Empire – a bankrupt, third-rate country. The sun, which once never set on the British Empire, now never rises on it. The Brits bled themselves to death in two world wars and in trying to hold people who didn't want to be held under their control.
Unless we change our policy, we will end up the same way. How many wars, how many occupations do you think we can afford when we're already running a nearly half-trillion-dollar deficit? So far, the Iraq War has cost us more than $150 billion and nearly 400 lives. What, pray tell, benefits have we gotten from that? When will it end? And if – and it's a whopper of an "if" – we were to leave Iraq with a democratic government, what would prevent Iraqis from replacing it with another dictatorship? Most governments established by an occupying power have a short life span.
I think the Bush administration has shown itself to be incompetent in foreign affairs and negligent in domestic affairs. I hope Soros gets his money's worth. The president's narrow view of the world is too childish and simplistic for such dangerous times.
- Charley Reese
Tão amigos que 'nós' eramos..
George Soros
George Soros, the billionaire currency speculator, has set aside $15 million just to help defeat George W. Bush's re-election efforts. Soros, originally from Hungary, believes the Bush administration is dangerous and is leading us into perpetual war.
He's spreading the money to various organizations committed to working against Bush's re-election. I don't know if he will get what he wants, but I tend to agree with him that the Bush administration seems committed to perpetual war.
Bush has so loosely defined both terrorism and his war on terrorism that there is absolutely no way anyone will be able to tell when or if it is won. He defines as terrorists anyone who attacks a government, no matter if the attacks are legitimate resistance against an illegitimate government. He has thus empowered dictators all over the world to crack down on all dissidents and get Brownie points for "fighting terrorism."
The proper definition of an act of terrorism is an attack aimed at civilians chosen at random. Attacks directed against soldiers are by definition not terrorism, but acts of resistance or of guerrilla warfare. The bombings of the Red Cross and the United Nations in Iraq were acts of terrorism. The bombings of American soldiers are just guerrilla warfare. Bus bombs in Israel are acts of terrorism; attacks against Israeli soldiers or armed settlers are acts of resistance.
Furthermore, he's added to the list of America's enemies organizations that might be terrorists but have strictly local beefs within their own countries. Believe it or not, there are conflicts that have nothing to do with us, and we should stay out of them.
The idea of a Pax Americana imposed on the world at the point of a gun is both dangerous and delusional. Ditto his proclaimed doctrine of pre-emptive war. Power is relative. We have the power to nuke North Korea, but do we have the power to send foot soldiers slogging up that steep terrain? No, sir, we do not. We have the power to defeat most, though not all, armies, but we do not have the power to defeat guerrillas. We are not, as you can see in Iraq, very good at that.
As we are learning in Iraq and Afghanistan, after the war comes the hard part – occupation that can drain blood and treasure like a never-healing open wound. Times are a-changing, and the world is not about to let America impose its will on everyone else without resistance.
America was most admired when it had no ambition for empire and no desire for colonies. We had better return to our republican ideals, or we will end up like the once-mighty British Empire – a bankrupt, third-rate country. The sun, which once never set on the British Empire, now never rises on it. The Brits bled themselves to death in two world wars and in trying to hold people who didn't want to be held under their control.
Unless we change our policy, we will end up the same way. How many wars, how many occupations do you think we can afford when we're already running a nearly half-trillion-dollar deficit? So far, the Iraq War has cost us more than $150 billion and nearly 400 lives. What, pray tell, benefits have we gotten from that? When will it end? And if – and it's a whopper of an "if" – we were to leave Iraq with a democratic government, what would prevent Iraqis from replacing it with another dictatorship? Most governments established by an occupying power have a short life span.
I think the Bush administration has shown itself to be incompetent in foreign affairs and negligent in domestic affairs. I hope Soros gets his money's worth. The president's narrow view of the world is too childish and simplistic for such dangerous times.
- Charley Reese
quinta-feira, dezembro 18, 2003
O amigo gaulês, ou o sucesso da evasão da Constituição Europeia
Ninguém ousará dizer que o resultado da cimeira de Bruxelas foi negativo para o interesse português
I. Nos tempos que correm, as boas notícias parecem ser cada vez mais raras. De modos que, quando lá vem uma, é normal que atinja enorme destaque. E se for inesperada, então maior é ainda a alegria. Sucede que neste fim-de-semana houve não uma mas duas boas notícias: a evasão da constituição europeia e a detenção de Saddam.
II. Há várias versões sobre a responsabilidade maior pelo mérito da primeira. Pessoalmente acredito mais na que desenha a vitória do eixo atlantista (Reino Unido e Espanha, a que se juntou decisivamente a Polónia). Nesse caso, é com o maior gosto que cumprimos o dever de dizer "Muchas gracias, Polska!".
Outra tese, porventura mais cínica, aponta o mérito, nem mais nem menos, ao actual Presidente do país do antigo Rei Sol e hoje do senhor Giscard. Dizem que os outros Estados, incluindo os acusados de serem os mais recalcitrantes - a saber, a Espanha e principalmente a Polónia - até estavam a mostrar flexibilidade negocial, mas o sucessor de Napoleão, segundo as crónicas, "não se mexeu", exibindo mais uma vez a já lendária natureza irredutível dos gauleses. Não creio muito nesta hipótese mas, de qualquer modo, pelo sim pelo não, e para o caso de ser verdadeira, aqui fica desde já exarado um grande "Merci bien, Jacques!"
III. Já o primeiro-ministro do Luxemburgo (cujo nome, de momento, não me ocorre), esse titular de um potentado dotado de uma história gloriosa na Europa, explicou a verdadeira razão do sucesso - perdão, segundo a sua estranha opinião, do "fracasso" - como resultante de alguns países terem posto os seus interesses nacionais à frente do interesse europeu (sem com isso pretender atingir Portugal). Ora bem, aí está como numa frase só fica dito tudo. E com uma clareza cristalina. Assim é que é falar. E depois não venham os Estados ditos médios e pequenos queixar-se, alegando que não foram devidamente avisados, quando o Luxemburgo anunciar urbi et orbi que avança sozinho - além da Bélgica, claro - no apoio à França e à Alemanha.
IV. Enquanto se pensava que ainda era possível vir a haver uma Constituição para a Europa, Portugal fez uma excelente proposta: a inclusão no texto final da consagração expressa do princípio da igualdade. É que o assunto não só não era pacífico como, pelo contrário, se revestia de muito melindre, era mesmo quase provocatório. Perguntarão alguns, mais inocentes: mas então esse princípio não estava já reconhecido? Claro que não, nem podia, porque o espírito europeu mais avançado não se compadece com lirismos.
V. Por outro lado, comprovou-se também, por a+b, que o nosso voto favorável à França e à Alemanha na questão do incumprimento do Pacto de Estabilidade não foi um erro, e muito menos uma prova de fraqueza, pelo contrário, foi um preço muito em conta para a obtenção do aval daqueles países para a atribuição a Portugal da Agência Europeia de Segurança Marítima. E vistas agora as coisas por esta perspectiva, ninguém ousará dizer que o resultado foi negativo para o interesse nacional. Embora este, segundo o augusto e nunca por demais venerado primeiro-ministro luxemburguês (cujo nome continua a não me ocorrer), seja negativo por definição. E o facto de o Luxemburgo não poder ter interesse nacional, até porque nem sequer é uma Nação, não é para aqui chamado.
- Paulo Teixeira Pinto
I. Nos tempos que correm, as boas notícias parecem ser cada vez mais raras. De modos que, quando lá vem uma, é normal que atinja enorme destaque. E se for inesperada, então maior é ainda a alegria. Sucede que neste fim-de-semana houve não uma mas duas boas notícias: a evasão da constituição europeia e a detenção de Saddam.
II. Há várias versões sobre a responsabilidade maior pelo mérito da primeira. Pessoalmente acredito mais na que desenha a vitória do eixo atlantista (Reino Unido e Espanha, a que se juntou decisivamente a Polónia). Nesse caso, é com o maior gosto que cumprimos o dever de dizer "Muchas gracias, Polska!".
Outra tese, porventura mais cínica, aponta o mérito, nem mais nem menos, ao actual Presidente do país do antigo Rei Sol e hoje do senhor Giscard. Dizem que os outros Estados, incluindo os acusados de serem os mais recalcitrantes - a saber, a Espanha e principalmente a Polónia - até estavam a mostrar flexibilidade negocial, mas o sucessor de Napoleão, segundo as crónicas, "não se mexeu", exibindo mais uma vez a já lendária natureza irredutível dos gauleses. Não creio muito nesta hipótese mas, de qualquer modo, pelo sim pelo não, e para o caso de ser verdadeira, aqui fica desde já exarado um grande "Merci bien, Jacques!"
III. Já o primeiro-ministro do Luxemburgo (cujo nome, de momento, não me ocorre), esse titular de um potentado dotado de uma história gloriosa na Europa, explicou a verdadeira razão do sucesso - perdão, segundo a sua estranha opinião, do "fracasso" - como resultante de alguns países terem posto os seus interesses nacionais à frente do interesse europeu (sem com isso pretender atingir Portugal). Ora bem, aí está como numa frase só fica dito tudo. E com uma clareza cristalina. Assim é que é falar. E depois não venham os Estados ditos médios e pequenos queixar-se, alegando que não foram devidamente avisados, quando o Luxemburgo anunciar urbi et orbi que avança sozinho - além da Bélgica, claro - no apoio à França e à Alemanha.
IV. Enquanto se pensava que ainda era possível vir a haver uma Constituição para a Europa, Portugal fez uma excelente proposta: a inclusão no texto final da consagração expressa do princípio da igualdade. É que o assunto não só não era pacífico como, pelo contrário, se revestia de muito melindre, era mesmo quase provocatório. Perguntarão alguns, mais inocentes: mas então esse princípio não estava já reconhecido? Claro que não, nem podia, porque o espírito europeu mais avançado não se compadece com lirismos.
V. Por outro lado, comprovou-se também, por a+b, que o nosso voto favorável à França e à Alemanha na questão do incumprimento do Pacto de Estabilidade não foi um erro, e muito menos uma prova de fraqueza, pelo contrário, foi um preço muito em conta para a obtenção do aval daqueles países para a atribuição a Portugal da Agência Europeia de Segurança Marítima. E vistas agora as coisas por esta perspectiva, ninguém ousará dizer que o resultado foi negativo para o interesse nacional. Embora este, segundo o augusto e nunca por demais venerado primeiro-ministro luxemburguês (cujo nome continua a não me ocorrer), seja negativo por definição. E o facto de o Luxemburgo não poder ter interesse nacional, até porque nem sequer é uma Nação, não é para aqui chamado.
- Paulo Teixeira Pinto
quarta-feira, dezembro 17, 2003
TRANSNATIONAL CORPORATIONS IN CONFLICT PRONE ZONES: PUBLIC POLICY RESPONSES AND A FRAMEWORK FOR ACTION
TRANSNATIONAL CORPORATIONS IN CONFLICT PRONE ZONES: PUBLIC POLICY RESPONSES AND A FRAMEWORK FOR ACTION
Private sector activity is a significant factor influencing he shape and intensity of many conflicts. However, there has to date been little effort to engage different types of private sector, actors systematically in conflict prevention.
This paper argues that conflict sensitive business, and its promotion by public policymaking institutions, could become an important part of a collective effort to reduce conflict.
Private sector activity is a significant factor influencing he shape and intensity of many conflicts. However, there has to date been little effort to engage different types of private sector, actors systematically in conflict prevention.
This paper argues that conflict sensitive business, and its promotion by public policymaking institutions, could become an important part of a collective effort to reduce conflict.
Já mete nojo!
Nos últimos dias o Jornal "Público" tem vindo a publicar artigos relativamente à questão de Timor (Leste).
Hoje: aqui, aqui e aqui, são continuação dos anteriores.
Fui das pessoas que se manifestou pela independência, pelo reconhecimento de Timor Leste como Estado Soberano, e pelo término da ocupação pela Indonésia.
A questão das independências por Portugal, não é uma questão pacífica ou pacificada! Está muito longe de o ser, e muito ainda está por dizer e, por explicar.
Timor Leste não é caso único!
Os partidos políticos de Timor Leste têm vindo a revelar uma propensão para atacar com uma verocidade incrível, Portugal.
Têm razões de queixa? É muito provável que tenham em relação ao passado, não são únicos. Actualmente, não têm razão de queixa. Têm estado a receber milhões de Euros em troca de nada! Têm desprezado a cultura portuguesa; a língua, os apoios 'legislativos', o envio de professores e de material escolar, o investimento directo por parte de empresários portugueses. Têm legitimidade de recusar, mas Portugal tem também legitimidade de cortar quaisquer subsídios ou ajudas monetárias a Timor Leste.
É aconselhável que o Governo Português se apreste a cortar permanentemente o fornecimento de ajuda económica, afinal um Estado Soberano deve prover a fundos próprios e, fazer uma gestão correcta e eficaz desses fundos. Não se tratam de 'pessoas' desvalidas/incapazes, como diz uma ditado português:
"Tens mãozinhas, tens pézinhos, levanta-te se queres comer".
Hoje: aqui, aqui e aqui, são continuação dos anteriores.
Fui das pessoas que se manifestou pela independência, pelo reconhecimento de Timor Leste como Estado Soberano, e pelo término da ocupação pela Indonésia.
A questão das independências por Portugal, não é uma questão pacífica ou pacificada! Está muito longe de o ser, e muito ainda está por dizer e, por explicar.
Timor Leste não é caso único!
Os partidos políticos de Timor Leste têm vindo a revelar uma propensão para atacar com uma verocidade incrível, Portugal.
Têm razões de queixa? É muito provável que tenham em relação ao passado, não são únicos. Actualmente, não têm razão de queixa. Têm estado a receber milhões de Euros em troca de nada! Têm desprezado a cultura portuguesa; a língua, os apoios 'legislativos', o envio de professores e de material escolar, o investimento directo por parte de empresários portugueses. Têm legitimidade de recusar, mas Portugal tem também legitimidade de cortar quaisquer subsídios ou ajudas monetárias a Timor Leste.
É aconselhável que o Governo Português se apreste a cortar permanentemente o fornecimento de ajuda económica, afinal um Estado Soberano deve prover a fundos próprios e, fazer uma gestão correcta e eficaz desses fundos. Não se tratam de 'pessoas' desvalidas/incapazes, como diz uma ditado português:
"Tens mãozinhas, tens pézinhos, levanta-te se queres comer".
Barreira Entre a Aeronáutica e o Espaço Vai Deixar de Existir
Barreira Entre a Aeronáutica e o Espaço Vai Deixar de Existir
Pois.. quando afirmava, antes do 'tempo' esta realidade, era considerada 'maluca'!
É o que dá, ser-se 'avant-garde'!
Pois.. quando afirmava, antes do 'tempo' esta realidade, era considerada 'maluca'!
É o que dá, ser-se 'avant-garde'!
terça-feira, dezembro 16, 2003
Açores: Santa Maria com centro de acompanhamento de satélites em 2005
Santa Maria, 16 Dez (Lusa) - A ilha de Santa Maria vai acolher, em 2005, uma estação de acompanhamento de satélites, que poderá desempenhar um papel de relevo no programa da Agência Espacial Europeia (ESA) a implementar a partir de 2007.
Segundo a ministra da Ciência e Ensino Superior, que hoje apresentou o projecto de cinco milhões de euros na ilha açoriana, o centro de rastreio de satélites poderá ter "ainda um maior papel" na sequência da nova geração de lançadores da ESA.
A Agência Espacial Europeia prevê ensaiar, em 2007, novos lançadores de satélites reutilizáveis, incluídos num programa que deverá estar concluído em 2015, disse Maria da Graça Carvalho.
Nessa altura, a estação de Santa Maria poderá constituir um segundo centro da ESA, a seguir ao da Guiana Francesa, admitiu.
Maria da Graça Carvalho anunciou, ainda, que está programada uma visita técnica à ilha, no próximo mês, com vista à instalação de equipamentos móveis de acompanhamento de satélites lançados da base de Kourou, na Guiana Francesa.
A previsão de um lançamento em 2005 faz com que a ESA tenha a intenção de colocar a curto prazo na ilha de Santa Maria uma estação móvel para acompanhar a operação.
A iniciativa de instalar nos Açores a estação de rastreio surgiu no Conselho Consultivo para o Espaço, em Janeiro de 2003, no âmbito do Gabinete de Relações Internacionais da Ciência e Ensino Superior, e foi trabalhada ao nível técnico com a ESA.
Actualmente, a telemetria é feita em Kourou e na França, localizações que tornam necessária uma estação no meio do Atlântico, lacuna que tem sido colmatada pela ESA com o recurso a um navio especializado.
A par da criação deste centro de telemetria, vai ser também instalado um centro de investigação na área do programa de observação da terra, ao qual Portugal vai aderir já em Janeiro.
Trata-se de um centro de grande importância por abranger investigação na área dos oceanos, disse Maria da Graça Carvalho, que defendeu, por isso, a sua ligação à Universidade dos Açores.
"Podemos ter nesta área investigadores não só locais, como internacionais, e fazer aqui um centro de desenvolvimento baseado na ciência e em tecnologia de ponta", sublinhou.
O ministro da presidência realçou que, apesar de existirem alternativas de localização para a estação, caso das Canárias, a decisão pelos Açores foi possível através de um trabalho de valorização das vantagens técnicas da ilha.
Morais Sarmento referiu que o projecto vai ainda contribuir para novas fases de desenvolvimento da ilha de Santa Maria, com cerca de seis mil habitantes.
José Pedro Poiares, secretário executivo da ESA, reconheceu que Santa Maria é o melhor local para fazer o rastreio dos foguetões Ariane 5, que têm como destino a Estação Espacial Internacional (ISS).
A ESA tem "uma certa urgência no estabelecimento deste centro", justificada com o primeiro lançamento já em 2005, o que obriga à instalação de uma estação móvel, disse.
O secretário regional da Economia, Duarte Ponte, assegurou que o Governo Regional tem acompanhado com satisfação o projecto e manifestou a disponibilidade do executivo para colaborar com todas as entidades envolvidas no processo.
Segundo a ministra da Ciência e Ensino Superior, que hoje apresentou o projecto de cinco milhões de euros na ilha açoriana, o centro de rastreio de satélites poderá ter "ainda um maior papel" na sequência da nova geração de lançadores da ESA.
A Agência Espacial Europeia prevê ensaiar, em 2007, novos lançadores de satélites reutilizáveis, incluídos num programa que deverá estar concluído em 2015, disse Maria da Graça Carvalho.
Nessa altura, a estação de Santa Maria poderá constituir um segundo centro da ESA, a seguir ao da Guiana Francesa, admitiu.
Maria da Graça Carvalho anunciou, ainda, que está programada uma visita técnica à ilha, no próximo mês, com vista à instalação de equipamentos móveis de acompanhamento de satélites lançados da base de Kourou, na Guiana Francesa.
A previsão de um lançamento em 2005 faz com que a ESA tenha a intenção de colocar a curto prazo na ilha de Santa Maria uma estação móvel para acompanhar a operação.
A iniciativa de instalar nos Açores a estação de rastreio surgiu no Conselho Consultivo para o Espaço, em Janeiro de 2003, no âmbito do Gabinete de Relações Internacionais da Ciência e Ensino Superior, e foi trabalhada ao nível técnico com a ESA.
Actualmente, a telemetria é feita em Kourou e na França, localizações que tornam necessária uma estação no meio do Atlântico, lacuna que tem sido colmatada pela ESA com o recurso a um navio especializado.
A par da criação deste centro de telemetria, vai ser também instalado um centro de investigação na área do programa de observação da terra, ao qual Portugal vai aderir já em Janeiro.
Trata-se de um centro de grande importância por abranger investigação na área dos oceanos, disse Maria da Graça Carvalho, que defendeu, por isso, a sua ligação à Universidade dos Açores.
"Podemos ter nesta área investigadores não só locais, como internacionais, e fazer aqui um centro de desenvolvimento baseado na ciência e em tecnologia de ponta", sublinhou.
O ministro da presidência realçou que, apesar de existirem alternativas de localização para a estação, caso das Canárias, a decisão pelos Açores foi possível através de um trabalho de valorização das vantagens técnicas da ilha.
Morais Sarmento referiu que o projecto vai ainda contribuir para novas fases de desenvolvimento da ilha de Santa Maria, com cerca de seis mil habitantes.
José Pedro Poiares, secretário executivo da ESA, reconheceu que Santa Maria é o melhor local para fazer o rastreio dos foguetões Ariane 5, que têm como destino a Estação Espacial Internacional (ISS).
A ESA tem "uma certa urgência no estabelecimento deste centro", justificada com o primeiro lançamento já em 2005, o que obriga à instalação de uma estação móvel, disse.
O secretário regional da Economia, Duarte Ponte, assegurou que o Governo Regional tem acompanhado com satisfação o projecto e manifestou a disponibilidade do executivo para colaborar com todas as entidades envolvidas no processo.
segunda-feira, dezembro 15, 2003
'Humanidade'
Aquele que, nos seus mais tenros anos,
Algo de novo encontra que de amor o rende,
Alta esperança cria, e voa firme
Nas viris asas de sentir-se um homem:
Mais que riquezas são seus pensamentos.
Mas o deleite humano cresce um breve tempo,
E no chão tomba quão depressa o arranca
Um fatal pensamento que às raízes torce.
É um dia, um dia só, a vida humana. O Homem
O que é? O que não é?
Sombra num sonho É o Homem.
Mas se o deus nos ilumina
Na terra brilha a vida
E é doce como o mel.
Egina, augusta mãe,
Protege esta cidade na viagem
A que se apresta em busca de ser livre:
E Zeus contigo, e Eacos,
Peleus, o nobre Télamon, e Aquiles.
- Píndaro, FINAL DA OITAVA ODE PÍTICA
Algo de novo encontra que de amor o rende,
Alta esperança cria, e voa firme
Nas viris asas de sentir-se um homem:
Mais que riquezas são seus pensamentos.
Mas o deleite humano cresce um breve tempo,
E no chão tomba quão depressa o arranca
Um fatal pensamento que às raízes torce.
É um dia, um dia só, a vida humana. O Homem
O que é? O que não é?
Sombra num sonho É o Homem.
Mas se o deus nos ilumina
Na terra brilha a vida
E é doce como o mel.
Egina, augusta mãe,
Protege esta cidade na viagem
A que se apresta em busca de ser livre:
E Zeus contigo, e Eacos,
Peleus, o nobre Télamon, e Aquiles.
- Píndaro, FINAL DA OITAVA ODE PÍTICA
domingo, dezembro 14, 2003
sábado, dezembro 13, 2003
Re: Re: Hip, Hip.. Hurra!
O amigo :) AAA está pessimista quanto às matérias relativas à pretensa "Constuição Europeia", e ao desfecho retumbante (a meu ver) a que hoje chegou a CIG.
No que a Portugal diz respeito, e a meu ver, foi um 'óptimo resultado'!
Em causa estavam, e continuam a estar, matérias cuja 'delicadeza' política e económica, permitiram 'suspirar' de alívio!
Acresce que a Itália na sua ânsia de granjear os louros de 'conseguir uma "Constituição para a Europa" ' na sua Presidência, foi 'por água abaixo'! Ao invés de fanfarras, ouviu-se o 'silêncio pesado' e de 'mau-agoro' dos grandes!
A questão passa agora para as mãos dos Irlandeses. E, até, pelo menos, 2005 continuará a vigorar o Tratado de Nice.
Para além da questão das votações, do número de comissários, da herança cristã ou judaico-cristã, estavam em causa (a meu ver):
- O abuso na terminologia do próprio 'documento': "Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa", Constituição para a Europa! A Europa não se resume aos Estados membros da UE! Tanto quanto é do meu conhecimento, nenhum dos Estados Membros apresentou qualquer objecção a esta terminologia!
- Depois o célebre Art. 10º: a questão do primado do direito comunitário sobre o nosso direito constitucional; muito já foi dito, inclusive que o direito comunitário prima, há muito, sobre o nosso direito constitucional, há excepção dos direitos fundamentais. É uma questão que deve ser plenamente clarificada no futuro Tratado, cujo objectivo era no início, agregar num só documento as normas dispersas, e, que foi "corrompido" pelo "Presidium"!
Neste momento, e após o, em boa hora, falhanço da CIG, haverá tempo suficiente para o Tratado, que se deseja em outros moldes, ser debatido, esclarecido e corrigido.
No que a Portugal diz respeito, e a meu ver, foi um 'óptimo resultado'!
Em causa estavam, e continuam a estar, matérias cuja 'delicadeza' política e económica, permitiram 'suspirar' de alívio!
Acresce que a Itália na sua ânsia de granjear os louros de 'conseguir uma "Constituição para a Europa" ' na sua Presidência, foi 'por água abaixo'! Ao invés de fanfarras, ouviu-se o 'silêncio pesado' e de 'mau-agoro' dos grandes!
A questão passa agora para as mãos dos Irlandeses. E, até, pelo menos, 2005 continuará a vigorar o Tratado de Nice.
Para além da questão das votações, do número de comissários, da herança cristã ou judaico-cristã, estavam em causa (a meu ver):
- O abuso na terminologia do próprio 'documento': "Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa", Constituição para a Europa! A Europa não se resume aos Estados membros da UE! Tanto quanto é do meu conhecimento, nenhum dos Estados Membros apresentou qualquer objecção a esta terminologia!
- Depois o célebre Art. 10º: a questão do primado do direito comunitário sobre o nosso direito constitucional; muito já foi dito, inclusive que o direito comunitário prima, há muito, sobre o nosso direito constitucional, há excepção dos direitos fundamentais. É uma questão que deve ser plenamente clarificada no futuro Tratado, cujo objectivo era no início, agregar num só documento as normas dispersas, e, que foi "corrompido" pelo "Presidium"!
Neste momento, e após o, em boa hora, falhanço da CIG, haverá tempo suficiente para o Tratado, que se deseja em outros moldes, ser debatido, esclarecido e corrigido.
As Guerras Franco - Alemãs, 'Tratado do Elysée' e a UE
Palestra do Embaixador da República Francesa
- 22 de janeiro de 2003
Alain Rouquié, sobre o quadragésimo aniversário do Tratado do Elysée
De 1870 a 1939, em três gerações, a Europa conheceu três guerras franco-alemãs. As duas últimas (1914-18 e 39-45) tiveram a amplitude de conflitos mundiais. Desde 1945, apesar do enfrentamento ideológico planetário e da guerra fria, a Europa vive em paz, uma paz que completará em breve 80 anos. Essa longa paz só foi possível porque foram extraídas lições dos conflitos passados escolhendo-se o difícil e exigente caminho da reconciliação e da cooperação entre a França e a Alemanha. Uma aproximação a serviço da integração européia, da qual ela é um indispensável propulsor.
Tudo começou em 9 de maio de 1950, com a declaração fundadora de dois homens, dois visionários: Robert Schumann e Jean Monet. O primeiro, alsaciano, conhecia bem a Alemanha e as dificuldades das cidades fronteiriças. Essa declaração, uma verdadeira bomba logo após as destruições e os rancores da segunda guerra mundial, propunha a criação de uma comunidade franco-alemã do carvão e do aço, primeiro passo essencial rumo a uma Europa que "não será construída de uma só vez", porém "através de realizações concretas criando primeiramente uma solidariedade de fato". Os autores desse projeto ambicioso e audacioso acrescentam: "a união das Nações européias exige que a oposição secular entre a França e a Alemanha seja eliminada…"
O plano da CECA, também conhecido como Plano Schumann, tinha por objetivo principal a reconciliação franco-alemã, a fim de lançar as bases de uma "Federação européia indispensável à Paz".
O primeiro Chanceler da República Federal Alemã, Konrad Adenauer, acolheu favoravelmente o Plano Schumann e a idéia de uma aproximação franco-alemã pelo viés de solidariedades econômicas cruzadas.
O que veio a seguir é conhecido: o Tratado de Paris, em 1951 e, em seguida, os Tratados de Roma, de 25 de março de 1957, dando surgimento às três comunidades: CECA, CEE e Euratom, que criavam a Europa econômica ligando primeiramente 6 países e depois 9, em seguida 10, 12, hoje 15 e amanhã 27.
A dupla franco-alemã teve um papel essencial nesse processo. Foi por essa razão que, quarenta anos atrás, o General de Gaulle e o Chanceler Adenauer, a República Federal e a França decidiram selar através de um tratado a sua reconciliação. A reconciliação entre duas Nações que assentam os fundamentos de uma paz duradoura na Europa e da integração regional.
O documento assinado em 22 de janeiro de 1963 é um documento quadro. Ele estabelece os grandes objetivos da cooperação franco-alemã e define as regras institucionais de sua execução. Ele repousa em duas séries de disposições.
- Um calendário obrigatório de encontros regulares em todos os níveis (de Chefes de Estado – 2 reuniões de cúpula por ano, de Ministros – trimestral e entre altos funcionários) para assegurar a continuidade da cooperação.
- Um intercâmbio de cooperação concentrado em três áreas:
a juventude, as relações exteriores, a defesa.
Com o objetivo de colocar permanentemente em prática a reconciliação histórica da França e da Alemanha, foi dada uma ênfase especial à juventude dos dois países. Criou-se então, em julho de 1963, o Ofício Franco-Alemão da Juventude (OFAJ). Esse organismo possibilitou o encontro entre sete milhões de jovens dos dois países, porque o importante é unir os homens. Qual é o balanço desse tratado (para além das reuniões de cúpula, das reuniões ministeriais e dos encontros de jovens)?
São numerosos os avanços.
O Tratado inaugurou uma era de cooperação sem precedente entre nossos dois países, ao mesmo tempo em que dava um impulso decisivo à construção européia. Diálogo político estreito, cooperação econômica, cooperação em matéria de pesquisa, cultura e educação favorecem os intercâmbios entre as duas sociedades.
Eu gostaria de citar apenas alguns exemplos, alguns deles muito conhecidos, outros menos.
Em matéria econômica, a criação de empresas franco-alemãs como a EADS (Eurocopter-Airbus), nascida da fusão da Dasa e da Aérospatiale, a Aventis (Hoechst e Rhône-Poulenc),
a seguradora AGF, a cooperação Siemens-Framatone-Alcatel na área nuclear. No campo cultural: o canal de televisão franco-alemão ARTE, criado no final dos anos 80, um dos melhores canais europeus e dos mais originais, a Universidade Franco-Alemã, fundada em 1999. Sem falar das redes universitárias binacionais e dos diplomas franco-alemães. A Academia Franco-Alemã de Cinema, fundada em 2001. Simbólica e promissora é a formação entre dois antigos "inimigos hereditários" da brigada franco-alemã, criada em 1981, primeiro passo decisivo para a instauração de uma corporação militar européia alguns anos mais tarde.
Se a cooperação franco-alemã é dinâmica e soube inovar em áreas espetaculares como a cultura e a defesa, é porque ela é ao mesmo tempo de proximidade e institucional, porque o Tratado do Elysée é um tratado tanto de amizade quanto de cooperação. Por isso, a maioria das cidades da França, pequenas ou médias, são cidades-irmãs das cidades alemãs do Oeste, mas também do Leste depois da reunificação. Mas, além disso, o diálogo político franco-alemão é a base dos grandes avanços europeus: a reforma do sistema monetário europeu, empreendido por Helmut Schmidt e Valéry Giscard d'Estaing, nos anos 70, resultou na união monetária e, depois, na moeda única, o Euro.
Hoje, os avanços obtidos em quarenta anos de aproximação e cooperação deve dar à França e à Alemanha a capacidade de enfrentar os novos desafios da mundialização e dar prosseguimento à construção européia no momento de uma ampliação histórica da União.
Porque é uma constatação histórica, como declarou recentemente o Presidente Chirac: quando o motor franco-alemão funciona, a Europa progride, estagnando quando a relação entre a França e a Alemanha marca passo.
Por essa razão, na última reunião de cúpula franco-alemã (de Schewerin, em julho de 2002), o Chanceler e o Presidente da República destacaram a sua determinação em reinaugurar e aprofundar a relação franco-alemã. Porque o bom entendimento entre a Alemanha e a França é a chave dos progressos políticos da Europa. Não é a convergência de nossos pontos de vista que faz a nossa força, mas, acima de tudo, a nossa determinação no interesse comum, a serviço do empreendimento europeu, de superar nossas divergências quando existirem. É a nossa comunidade de destino e a nossa exigência do futuro que agora nos ditam essa vontade comum. O Tratado do Elysée está mais vivo do que nunca.
- 22 de janeiro de 2003
Alain Rouquié, sobre o quadragésimo aniversário do Tratado do Elysée
De 1870 a 1939, em três gerações, a Europa conheceu três guerras franco-alemãs. As duas últimas (1914-18 e 39-45) tiveram a amplitude de conflitos mundiais. Desde 1945, apesar do enfrentamento ideológico planetário e da guerra fria, a Europa vive em paz, uma paz que completará em breve 80 anos. Essa longa paz só foi possível porque foram extraídas lições dos conflitos passados escolhendo-se o difícil e exigente caminho da reconciliação e da cooperação entre a França e a Alemanha. Uma aproximação a serviço da integração européia, da qual ela é um indispensável propulsor.
Tudo começou em 9 de maio de 1950, com a declaração fundadora de dois homens, dois visionários: Robert Schumann e Jean Monet. O primeiro, alsaciano, conhecia bem a Alemanha e as dificuldades das cidades fronteiriças. Essa declaração, uma verdadeira bomba logo após as destruições e os rancores da segunda guerra mundial, propunha a criação de uma comunidade franco-alemã do carvão e do aço, primeiro passo essencial rumo a uma Europa que "não será construída de uma só vez", porém "através de realizações concretas criando primeiramente uma solidariedade de fato". Os autores desse projeto ambicioso e audacioso acrescentam: "a união das Nações européias exige que a oposição secular entre a França e a Alemanha seja eliminada…"
O plano da CECA, também conhecido como Plano Schumann, tinha por objetivo principal a reconciliação franco-alemã, a fim de lançar as bases de uma "Federação européia indispensável à Paz".
O primeiro Chanceler da República Federal Alemã, Konrad Adenauer, acolheu favoravelmente o Plano Schumann e a idéia de uma aproximação franco-alemã pelo viés de solidariedades econômicas cruzadas.
O que veio a seguir é conhecido: o Tratado de Paris, em 1951 e, em seguida, os Tratados de Roma, de 25 de março de 1957, dando surgimento às três comunidades: CECA, CEE e Euratom, que criavam a Europa econômica ligando primeiramente 6 países e depois 9, em seguida 10, 12, hoje 15 e amanhã 27.
A dupla franco-alemã teve um papel essencial nesse processo. Foi por essa razão que, quarenta anos atrás, o General de Gaulle e o Chanceler Adenauer, a República Federal e a França decidiram selar através de um tratado a sua reconciliação. A reconciliação entre duas Nações que assentam os fundamentos de uma paz duradoura na Europa e da integração regional.
O documento assinado em 22 de janeiro de 1963 é um documento quadro. Ele estabelece os grandes objetivos da cooperação franco-alemã e define as regras institucionais de sua execução. Ele repousa em duas séries de disposições.
- Um calendário obrigatório de encontros regulares em todos os níveis (de Chefes de Estado – 2 reuniões de cúpula por ano, de Ministros – trimestral e entre altos funcionários) para assegurar a continuidade da cooperação.
- Um intercâmbio de cooperação concentrado em três áreas:
a juventude, as relações exteriores, a defesa.
Com o objetivo de colocar permanentemente em prática a reconciliação histórica da França e da Alemanha, foi dada uma ênfase especial à juventude dos dois países. Criou-se então, em julho de 1963, o Ofício Franco-Alemão da Juventude (OFAJ). Esse organismo possibilitou o encontro entre sete milhões de jovens dos dois países, porque o importante é unir os homens. Qual é o balanço desse tratado (para além das reuniões de cúpula, das reuniões ministeriais e dos encontros de jovens)?
São numerosos os avanços.
O Tratado inaugurou uma era de cooperação sem precedente entre nossos dois países, ao mesmo tempo em que dava um impulso decisivo à construção européia. Diálogo político estreito, cooperação econômica, cooperação em matéria de pesquisa, cultura e educação favorecem os intercâmbios entre as duas sociedades.
Eu gostaria de citar apenas alguns exemplos, alguns deles muito conhecidos, outros menos.
Em matéria econômica, a criação de empresas franco-alemãs como a EADS (Eurocopter-Airbus), nascida da fusão da Dasa e da Aérospatiale, a Aventis (Hoechst e Rhône-Poulenc),
a seguradora AGF, a cooperação Siemens-Framatone-Alcatel na área nuclear. No campo cultural: o canal de televisão franco-alemão ARTE, criado no final dos anos 80, um dos melhores canais europeus e dos mais originais, a Universidade Franco-Alemã, fundada em 1999. Sem falar das redes universitárias binacionais e dos diplomas franco-alemães. A Academia Franco-Alemã de Cinema, fundada em 2001. Simbólica e promissora é a formação entre dois antigos "inimigos hereditários" da brigada franco-alemã, criada em 1981, primeiro passo decisivo para a instauração de uma corporação militar européia alguns anos mais tarde.
Se a cooperação franco-alemã é dinâmica e soube inovar em áreas espetaculares como a cultura e a defesa, é porque ela é ao mesmo tempo de proximidade e institucional, porque o Tratado do Elysée é um tratado tanto de amizade quanto de cooperação. Por isso, a maioria das cidades da França, pequenas ou médias, são cidades-irmãs das cidades alemãs do Oeste, mas também do Leste depois da reunificação. Mas, além disso, o diálogo político franco-alemão é a base dos grandes avanços europeus: a reforma do sistema monetário europeu, empreendido por Helmut Schmidt e Valéry Giscard d'Estaing, nos anos 70, resultou na união monetária e, depois, na moeda única, o Euro.
Hoje, os avanços obtidos em quarenta anos de aproximação e cooperação deve dar à França e à Alemanha a capacidade de enfrentar os novos desafios da mundialização e dar prosseguimento à construção européia no momento de uma ampliação histórica da União.
Porque é uma constatação histórica, como declarou recentemente o Presidente Chirac: quando o motor franco-alemão funciona, a Europa progride, estagnando quando a relação entre a França e a Alemanha marca passo.
Por essa razão, na última reunião de cúpula franco-alemã (de Schewerin, em julho de 2002), o Chanceler e o Presidente da República destacaram a sua determinação em reinaugurar e aprofundar a relação franco-alemã. Porque o bom entendimento entre a Alemanha e a França é a chave dos progressos políticos da Europa. Não é a convergência de nossos pontos de vista que faz a nossa força, mas, acima de tudo, a nossa determinação no interesse comum, a serviço do empreendimento europeu, de superar nossas divergências quando existirem. É a nossa comunidade de destino e a nossa exigência do futuro que agora nos ditam essa vontade comum. O Tratado do Elysée está mais vivo do que nunca.
Hip, Hip.. Hurra!
European summit ends in failure
Berlusconi offered four possible solutions to Spain and Poland
European Union leaders have failed to reach agreement on a constitution at a crucial summit in Brussels.
The talks were deadlocked by Poland and Spain's refusal to surrender voting rights secured at a summit in Nice three years ago.
The Italian Prime Minister Silvio Berlusconi, said there was "total disagreement" on voting powers.
The EU expands from 15 to 25 states next year, and agreement at these talks was seen as vital.
The BBC's William Horsley in Brussels says this looks like a disaster for the EU and the future is now uncertain.
The leaders are now preparing to leave Brussels after two days of sometimes bitter exchanges.
It is better to give it some time for countries to have time to find an accord
Tony Blair
UK prime minister
Reaction in quotes
Speaking to reporters after the summit broke up, UK Prime Minister Tony Blair backed the decision to abandon the talks, saying the bloc should take time to find the "right agreement".
Swedish Prime Minister Goran Persson said talks on the constitution were unlikely to resume until 2005.
He said the EU would ask Ireland, which takes over the presidency in January, to hold talks to suggest a way forward.
Irish Prime Minister Bertie Ahern said there would not be any further talks on the matter until March.
Our correspondent quotes one official as saying that France forced the breakdown of talks by refusing to consider any compromise on the voting issue.
He adds that France and Germany are expected to make a joint statement about the future of the talks on the constitution - and the future of the European Union itself.
The Nice agreement on EU expansion gave Spain and Poland - one of the new members - almost as many votes each as Germany, despite them having smaller populations.
Warsaw and Madrid say the subsequent constitution proposals significantly diminish their power, and are unacceptable.
CONTENTIOUS ISSUES
Voting powers
Number of commissioners
Christian heritage
National vetoes on foreign, defence and taxation policy
Extent of European Parliament's influence on EU budget
Voting row explained
Saturday saw Mr Berlusconi - as host of the talks during Italy's tenure of the EU presidency - present four alternative proposals to Spain and Poland in an attempt to break the deadlock.
But Polish Foreign Minister Wlodzimierz Cimoszewicz signalled his country's refusal to give ground on the voting rights issue.
"If it's not possible to agree, we shall wait. We're talking about compromise or domination," he said.
'Double majority'
All 25 leaders must approve the proposed constitution. However, an agreement is not needed in order for the enlargement to go ahead.
The constitution, drafted over 17 months by a special convention, introduces a "double majority" system of voting.
It means a vote is passed when it has the support of 50% of countries, representing 60% of the EU's population.
Medium-sized countries like Poland and Spain say the system favours big states - like Britain, France and Germany - and the very smallest nations.
Regardless of any agreement that might have been reached this weekend, the voting rules under the existing Nice treaty continue to apply until November 2009.
sexta-feira, dezembro 12, 2003
Hoje: Anda à Roda!
EU's leaders begin crunch summit
THE SUMMIT'S BIG ISSUES
Voting powers
Number of commissioners
Christian values
National vetoes on foreign, defence and taxation policy
EU's military role and obligations of neutral nations
Extent of European Parliament's influence on EU budget
Poland is one of 10 states due to swell the EU next year
European Union leaders have begun a crucial summit in Brussels on the organisation's new constitution, with the issue of voting rights to the fore.
Heads of state and government must reconcile the constitution with accords reached at a summit in 2000.
Spain and Poland have been resisting the loss of substantial voting powers promised them at the Nice meeting.
But the summit began with a major investment deal for the EU as it prepares to gain 10 new members in May.
Europe needs to speak with one voice and act as one man... instead, we once again see that there are those who want Europe to remain divided and weak
Italian Prime Minister Silvio Berlusconi, who currently holds the EU's rotating presidency, warned that the summit could fall on the voting issue alone.
"The voting system is the obstacle that can block the whole agreement and that is a pity," he said, welcoming the leaders of the 25 states.
Romano Prodi, head of the European Commission, rated the summit's chances of success at "66%".
Outside the summit, ordinary Europeans appear to have little idea of the complex issues at the Brussels talks.
In Paris, people interviewed by the BBC's World Today programme either said they had "no idea" or hoped it would be a "constitution like the French one with liberty, fraternity and peace in the world".
An interviewee in Vienna said he had "heard a lot, of course, but nothing special".
In Britain, concerns over creeping constitutional powers coming out of Brussels has turned into outright hostility to the EU, the BBC's Mike Sanders reports, and only one in four Britons now supports the organisation in opinion polls.
Veto threat
The BBC's Tim Franks, in Brussels, says that in the best tradition of market hagglers, leaders are warning that they are prepared to walk away rather than buy the constitution on offer.
VOTING RIGHTS OPTIONS
Nice agreement: middling-sized states like Spain and Poland get voting powers comparable to a giant like Germany
New constitution: all EU decisions require support of a majority of member states representing at least 60% of the EU's population
Voting row explained
The constitution's details
The EU's institutions
UK Prime Minister Tony Blair, for one, said he had "red lines" on issues such as the right to veto EU decisions.
However the main bone of contention is a promise won by Poland and Spain during the exhausting negotiations in Nice which gives them 27 votes each on the EU's executive body, the Council of Ministers.
This compares with 29 for Germany, which has twice the population of each of the two countries.
The new constitution, drafted over 17 months by a special convention, tries to redress the balance by introducing a "double majority" system of voting - seen to favour big states like Britain, France and Germany.
Polish President Aleksander Kwasniewski has threatened to veto the new constitution if his country's votes are reduced.
German Chancellor Gerhard Schroeder, who met him in Berlin, remarked that: "One cannot become a member of the European Union and want to start this membership with a veto."
Investment deal
Mr Blair is expected to insist on retaining the national veto in key policy areas such as taxation, legal systems, social security provisions and budgets.
National vetoes on foreign, defence and taxation policy
EU's military role and obligations of neutral nations
Extent of European Parliament's influence on EU budget
Another contentious issue raised by Poland is the lack of any mention in the constitution of Europe's specifically Christian heritage and values.
However, the EU leaders began their talks by announcing an agreement on a 62 billion-euro "quick start" plan to encourage public and private investment in transport and research.
Projects covered range from Alpine rail tunnels to laser technology research.
"This is the first economic policy action in the history of the EU," said Silvio Berlusconi.
On a number of other issues, the chances of agreement also seem good:
The 19 smaller nations look likely to get representatives in the European Commission after all
Agreement is expected on plans to give the EU a more substantial military role after guarantees were given that a new defence arrangement would not undermine NATO.
THE SUMMIT'S BIG ISSUES
Voting powers
Number of commissioners
Christian values
National vetoes on foreign, defence and taxation policy
EU's military role and obligations of neutral nations
Extent of European Parliament's influence on EU budget
Poland is one of 10 states due to swell the EU next year
European Union leaders have begun a crucial summit in Brussels on the organisation's new constitution, with the issue of voting rights to the fore.
Heads of state and government must reconcile the constitution with accords reached at a summit in 2000.
Spain and Poland have been resisting the loss of substantial voting powers promised them at the Nice meeting.
But the summit began with a major investment deal for the EU as it prepares to gain 10 new members in May.
Europe needs to speak with one voice and act as one man... instead, we once again see that there are those who want Europe to remain divided and weak
Italian Prime Minister Silvio Berlusconi, who currently holds the EU's rotating presidency, warned that the summit could fall on the voting issue alone.
"The voting system is the obstacle that can block the whole agreement and that is a pity," he said, welcoming the leaders of the 25 states.
Romano Prodi, head of the European Commission, rated the summit's chances of success at "66%".
Outside the summit, ordinary Europeans appear to have little idea of the complex issues at the Brussels talks.
In Paris, people interviewed by the BBC's World Today programme either said they had "no idea" or hoped it would be a "constitution like the French one with liberty, fraternity and peace in the world".
An interviewee in Vienna said he had "heard a lot, of course, but nothing special".
In Britain, concerns over creeping constitutional powers coming out of Brussels has turned into outright hostility to the EU, the BBC's Mike Sanders reports, and only one in four Britons now supports the organisation in opinion polls.
Veto threat
The BBC's Tim Franks, in Brussels, says that in the best tradition of market hagglers, leaders are warning that they are prepared to walk away rather than buy the constitution on offer.
VOTING RIGHTS OPTIONS
Nice agreement: middling-sized states like Spain and Poland get voting powers comparable to a giant like Germany
New constitution: all EU decisions require support of a majority of member states representing at least 60% of the EU's population
Voting row explained
The constitution's details
The EU's institutions
UK Prime Minister Tony Blair, for one, said he had "red lines" on issues such as the right to veto EU decisions.
However the main bone of contention is a promise won by Poland and Spain during the exhausting negotiations in Nice which gives them 27 votes each on the EU's executive body, the Council of Ministers.
This compares with 29 for Germany, which has twice the population of each of the two countries.
The new constitution, drafted over 17 months by a special convention, tries to redress the balance by introducing a "double majority" system of voting - seen to favour big states like Britain, France and Germany.
Polish President Aleksander Kwasniewski has threatened to veto the new constitution if his country's votes are reduced.
German Chancellor Gerhard Schroeder, who met him in Berlin, remarked that: "One cannot become a member of the European Union and want to start this membership with a veto."
Investment deal
Mr Blair is expected to insist on retaining the national veto in key policy areas such as taxation, legal systems, social security provisions and budgets.
National vetoes on foreign, defence and taxation policy
EU's military role and obligations of neutral nations
Extent of European Parliament's influence on EU budget
Another contentious issue raised by Poland is the lack of any mention in the constitution of Europe's specifically Christian heritage and values.
However, the EU leaders began their talks by announcing an agreement on a 62 billion-euro "quick start" plan to encourage public and private investment in transport and research.
Projects covered range from Alpine rail tunnels to laser technology research.
"This is the first economic policy action in the history of the EU," said Silvio Berlusconi.
On a number of other issues, the chances of agreement also seem good:
The 19 smaller nations look likely to get representatives in the European Commission after all
Agreement is expected on plans to give the EU a more substantial military role after guarantees were given that a new defence arrangement would not undermine NATO.
quinta-feira, dezembro 11, 2003
Giscard joins Academie 'immortals'
(Finalmente, obteve o que procurava ..!! )
The 77-year-old former president of France Valery Giscard D'Estaing has succeeded in his bid to become an "immortal."
Not one of the undead, but a member of France's most prestigious and ancient cultural institution - the Academie Francaise.
The former leader, whose most recent task has been writing the blueprint for the EU constitution, put his name forward last month to take the seat left vacant by the late poet-president of Senegal, Leopol-Sedar Senghor.
Valery Giscard D'Estaing was a minister under Charles de Gaulle
In a vote of the club's existing 37 members on Thursday afternoon, he was approved by 19 votes to eight.
He thus becomes the 706th member of an exclusive club founded 360 years ago with the sole task of compiling, very slowly, the definitive French dictionary.
He will earn a stipend of 200 euros a year, an elaborate green-braided uniform, and the right to hobnob with other septuagenarians under the dome of the Academie's palatial headquarters on the Quai de Conti.
The honour may well become him, but it was a close-run thing.
To get the seat VGE, as he is universally known in France, had to overcome the opposition of a group of die-hards in the Academie transfixed by an ancient political grudge.
Humility?
In 1969 VGE was a young ex-finance minister whose long-standing master President Charles de Gaulle was in deep political difficulty.
De Gaulle called a referendum, VGE urged a No vote, the referendum was lost, and the next day de Gaulle resigned. Since then VGE's name has been mud among true Gaullists.
"The only question we ask each other when we're choosing is: Is he good company?"
And among the Academie's existing 37 "immortals" - average age 77 - there are not a few of those.
Their leader Maurice Druon, an 85-year-old novelist who joined de Gaulle in London in the war and wrote the words of the resistance anthem the Song of the Partisans, led the charge.
"What unexpected attack of humility has persuaded Valery Giscard D'Estaing to present his candidacy to the Academie Francaise," he wrote.
"Here is a former president who, when he gave lunches at the Elysee, did not allow anyone to sit in front of him and ate his meal staring at an empty place, like the king at Versailles.
"And we all remember the not-so-charming off-handedness with which he spoke to new academicians when they came for his approval."
Academie leader Maurice Druon had questioned VGE's application
VGE's hauteur when in office from 1974 to 1981 has long been the stuff of legend, but Druon also questioned whether the former president's literary achievement was sufficient to earn him a seat. Being a recognised writer is not essential for Academie membership, but it certainly helps.
As Druon pointed out, VGE's only output so far has been four political books, some memoirs and a romantic novel called Le Passage that was panned by Le Monde in 1994 for its "total absence of originality".
"His literary distinctions are as paltry as his aristocratic ones," Druon said.
Go slow
The Academie was founded by Cardinal de Richelieu in 1635 with the task of "fixing the French language, giving it rules and rendering it pure and comprehensible by all".
Its working speed - or lack of it - is legendary. Members meet every Thursday to consider a few words, and they are currently at the letter "R" of the ninth edition which is due out in 2015.
Members stay members for life and when they finally succumb to mortality, the survivors choose the replacement.
The criteria are supposed to be literary merit and cultural achievement, but members concede other factors also play.
As one member said anonymously to Liberation newspaper: "When you're elected, you're in the saddle for ever. The only question we ask each other when we're choosing is: Is he good company?"
VGE apparently is.
- Hugh Schofield, in Paris
The 77-year-old former president of France Valery Giscard D'Estaing has succeeded in his bid to become an "immortal."
Not one of the undead, but a member of France's most prestigious and ancient cultural institution - the Academie Francaise.
The former leader, whose most recent task has been writing the blueprint for the EU constitution, put his name forward last month to take the seat left vacant by the late poet-president of Senegal, Leopol-Sedar Senghor.
Valery Giscard D'Estaing was a minister under Charles de Gaulle
In a vote of the club's existing 37 members on Thursday afternoon, he was approved by 19 votes to eight.
He thus becomes the 706th member of an exclusive club founded 360 years ago with the sole task of compiling, very slowly, the definitive French dictionary.
He will earn a stipend of 200 euros a year, an elaborate green-braided uniform, and the right to hobnob with other septuagenarians under the dome of the Academie's palatial headquarters on the Quai de Conti.
The honour may well become him, but it was a close-run thing.
To get the seat VGE, as he is universally known in France, had to overcome the opposition of a group of die-hards in the Academie transfixed by an ancient political grudge.
Humility?
In 1969 VGE was a young ex-finance minister whose long-standing master President Charles de Gaulle was in deep political difficulty.
De Gaulle called a referendum, VGE urged a No vote, the referendum was lost, and the next day de Gaulle resigned. Since then VGE's name has been mud among true Gaullists.
"The only question we ask each other when we're choosing is: Is he good company?"
And among the Academie's existing 37 "immortals" - average age 77 - there are not a few of those.
Their leader Maurice Druon, an 85-year-old novelist who joined de Gaulle in London in the war and wrote the words of the resistance anthem the Song of the Partisans, led the charge.
"What unexpected attack of humility has persuaded Valery Giscard D'Estaing to present his candidacy to the Academie Francaise," he wrote.
"Here is a former president who, when he gave lunches at the Elysee, did not allow anyone to sit in front of him and ate his meal staring at an empty place, like the king at Versailles.
"And we all remember the not-so-charming off-handedness with which he spoke to new academicians when they came for his approval."
Academie leader Maurice Druon had questioned VGE's application
VGE's hauteur when in office from 1974 to 1981 has long been the stuff of legend, but Druon also questioned whether the former president's literary achievement was sufficient to earn him a seat. Being a recognised writer is not essential for Academie membership, but it certainly helps.
As Druon pointed out, VGE's only output so far has been four political books, some memoirs and a romantic novel called Le Passage that was panned by Le Monde in 1994 for its "total absence of originality".
"His literary distinctions are as paltry as his aristocratic ones," Druon said.
Go slow
The Academie was founded by Cardinal de Richelieu in 1635 with the task of "fixing the French language, giving it rules and rendering it pure and comprehensible by all".
Its working speed - or lack of it - is legendary. Members meet every Thursday to consider a few words, and they are currently at the letter "R" of the ninth edition which is due out in 2015.
Members stay members for life and when they finally succumb to mortality, the survivors choose the replacement.
The criteria are supposed to be literary merit and cultural achievement, but members concede other factors also play.
As one member said anonymously to Liberation newspaper: "When you're elected, you're in the saddle for ever. The only question we ask each other when we're choosing is: Is he good company?"
VGE apparently is.
- Hugh Schofield, in Paris
A Questão Presidencial no PSD (2)
A Questão Presidencial no PSD (2)
Por JOSÉ PACHECO PEREIRA
(NA) Link acima para consulta do Artigo completo; as questões, que me parecem mais pertinentes e que foram suscitadas por JPP a seguir em comentário.
1. Tem sentido suscitar a questão presidencial nos dias de hoje?
Não, de facto não faz qualquer sentido suscitar a questão presidencial. As eleições para a Presidência da Repúblicas são em 2005. Ainda muita água correr sob as pontes.
Quanto ao pretenso candidato à Presidência da República Pedro Santana Lopes, pela minha parte posso referir que teria de nascer de novo para obter o meu voto.
Em relação ao 'PP', o PP talvez considere a possibilidade de apoiar o candidato que JPP refere, o CDS não.
Além do mais, o que JPP se escusa de referir, ou de, eventualmente, sequer pensar é que, para lá das estruturas políticas existem cidadãos: livres, que decidem por si a todo o tempo, e que não aceitam 'estórias da carochinha' (até porque são maiores). JPP está incomodado com a situação. Eu também.
2. Tem sentido dramatizar a relação com o Presidente da República?
Não, não tem.
Apenas tem que existir coerência.
3. A quem prejudica a colocação na agenda política actual da questão presidencial?
Ao PSD e ao Governo. Num momento de dificuldades económicas e sociais e quando o Governo anuncia reformas difíceis, o entendimento institucional com o Presidente é um factor primordial para o sucesso da governação.
Tem toda a razão. Mas, deixa-me um pouco apreensiva não ter suscitado um 'qualquer fantasma'!
4. A quem favorece a obsessão presidencial?
Favorece a pré-candidatura pessoal de Santana Lopes, que necessita de ultrapassar a sua inerente fragilidade através de uma permanente ocupação do espaço mediático e para tal tem de dramatizar artificialmente a questão presidencial. A sua fragilidade vem da contradição entre a enorme controvérsia que suscita - controvérsia que não é sobre políticas, ou projectos ou programas, que se desconhecem, mas sobre a pessoa do candidato e o seu populismo político - e o carácter estabilizador e regulador da função presidencial.
É também do interesse desta pré-candidatura transformar tudo num drama político global, envolvendo a liderança partidária, a estabilidade governativa, o futuro da coligação, pretendendo assim desertificar o campo de outras candidaturas pela inevitabilidade de um enorme desgaste previsível apenas e só no conflito partidário interno.
De facto, Pedro Santana Lopes enganou-se na profissão! Em vez de político, devia ter seguido a carreira teatral.
Favorece o PP de Paulo Portas, que necessita, por um lado, de um palco de afirmação permanente pelo confronto e, por outro, porque, a médio prazo, as opções de Paulo Portas dentro do PSD exigem uma direcção que aceite e favoreça um processo de fusão do seu grupo e uma entrada negociada dele próprio para o partido de onde saiu há muitos anos.
"Favorece o PP de Paulo Portas, que necessita de um palco de afirmação permanente pelo confronto" (!!) JPP continua a ter um 'fantasma' que o assombrar qual figura freudiana, saída de Fausto.
Quanto à pretensa fusão do CDS com o PSD: esqueçam, é uma impossibilidade; uma mera farsa, proposta por gente de má-fé.
Se Paulo Portas "pretende" (como apregoam) "entrar" para o PSD, naturalmente que tem toda a legitimidade para o fazer. Como qualquer outro cidadão.
Mas, não confundir uma pessoa, com um Partido.
5. Que candidato presidencial o PSD deve escolher?
Não comento, trata-se de uma questão interna do PSD.
Pessoalmente, o candidato que gostaria que se perfila-se para a Presidência é: Cavaco Silva.
6. Qual o significado da frase "um Governo, uma maioria, um Presidente" de Sá Carneiro?
Concordo.
7. Era este o "sonho" central de Sá Carneiro?
Concordo.
Mas, estas são as actuais circunstâncias.
Vivemos hoje.
Centrar tudo numa estratégia pessoal (de Santana Lopes) e de um pequeno grupo (o PP de Portas) e nos seus interesses é uma distracção que o PSD pagará caro e que deixará o "sonho" de Sá Carneiro ainda mais longe.
Quanto a Santana Lopes está tudo dito.
O "pequeno grupo (o PP de Portas)", não há dúvida que Portas é o calcanhar de Aquiles de JPP! Trata-se de uma fixação! O PP (é Monteirista, ou já esqueceram que foi Manuel Monteiro quem adicionou PP (Partido Popular) ao CDS?! Memoriazinha curta!
O CDS não é um 'grupo pequeno', é aquilo que é, e mais, é com esse "grupo pequeno" que foi possível constituir o actual governo! Pacheco Pereira parece viver num outro mundo! Para um político com tantos anos de 'estrada', das duas uma, ou está a ser absolutamente demagógico quanto ao 'seu PSD', ou os corredores da Europa lhe estão a turvar a 'realidade' política portuguesa!
Uma coisa é certa, Pacheco Pereira está totalmente desencantado com o PSD.
Por JOSÉ PACHECO PEREIRA
(NA) Link acima para consulta do Artigo completo; as questões, que me parecem mais pertinentes e que foram suscitadas por JPP a seguir em comentário.
1. Tem sentido suscitar a questão presidencial nos dias de hoje?
Não, de facto não faz qualquer sentido suscitar a questão presidencial. As eleições para a Presidência da Repúblicas são em 2005. Ainda muita água correr sob as pontes.
Quanto ao pretenso candidato à Presidência da República Pedro Santana Lopes, pela minha parte posso referir que teria de nascer de novo para obter o meu voto.
Em relação ao 'PP', o PP talvez considere a possibilidade de apoiar o candidato que JPP refere, o CDS não.
Além do mais, o que JPP se escusa de referir, ou de, eventualmente, sequer pensar é que, para lá das estruturas políticas existem cidadãos: livres, que decidem por si a todo o tempo, e que não aceitam 'estórias da carochinha' (até porque são maiores). JPP está incomodado com a situação. Eu também.
2. Tem sentido dramatizar a relação com o Presidente da República?
Não, não tem.
Apenas tem que existir coerência.
3. A quem prejudica a colocação na agenda política actual da questão presidencial?
Ao PSD e ao Governo. Num momento de dificuldades económicas e sociais e quando o Governo anuncia reformas difíceis, o entendimento institucional com o Presidente é um factor primordial para o sucesso da governação.
Tem toda a razão. Mas, deixa-me um pouco apreensiva não ter suscitado um 'qualquer fantasma'!
4. A quem favorece a obsessão presidencial?
Favorece a pré-candidatura pessoal de Santana Lopes, que necessita de ultrapassar a sua inerente fragilidade através de uma permanente ocupação do espaço mediático e para tal tem de dramatizar artificialmente a questão presidencial. A sua fragilidade vem da contradição entre a enorme controvérsia que suscita - controvérsia que não é sobre políticas, ou projectos ou programas, que se desconhecem, mas sobre a pessoa do candidato e o seu populismo político - e o carácter estabilizador e regulador da função presidencial.
É também do interesse desta pré-candidatura transformar tudo num drama político global, envolvendo a liderança partidária, a estabilidade governativa, o futuro da coligação, pretendendo assim desertificar o campo de outras candidaturas pela inevitabilidade de um enorme desgaste previsível apenas e só no conflito partidário interno.
De facto, Pedro Santana Lopes enganou-se na profissão! Em vez de político, devia ter seguido a carreira teatral.
Favorece o PP de Paulo Portas, que necessita, por um lado, de um palco de afirmação permanente pelo confronto e, por outro, porque, a médio prazo, as opções de Paulo Portas dentro do PSD exigem uma direcção que aceite e favoreça um processo de fusão do seu grupo e uma entrada negociada dele próprio para o partido de onde saiu há muitos anos.
"Favorece o PP de Paulo Portas, que necessita de um palco de afirmação permanente pelo confronto" (!!) JPP continua a ter um 'fantasma' que o assombrar qual figura freudiana, saída de Fausto.
Quanto à pretensa fusão do CDS com o PSD: esqueçam, é uma impossibilidade; uma mera farsa, proposta por gente de má-fé.
Se Paulo Portas "pretende" (como apregoam) "entrar" para o PSD, naturalmente que tem toda a legitimidade para o fazer. Como qualquer outro cidadão.
Mas, não confundir uma pessoa, com um Partido.
5. Que candidato presidencial o PSD deve escolher?
Não comento, trata-se de uma questão interna do PSD.
Pessoalmente, o candidato que gostaria que se perfila-se para a Presidência é: Cavaco Silva.
6. Qual o significado da frase "um Governo, uma maioria, um Presidente" de Sá Carneiro?
Concordo.
7. Era este o "sonho" central de Sá Carneiro?
Concordo.
Mas, estas são as actuais circunstâncias.
Vivemos hoje.
Centrar tudo numa estratégia pessoal (de Santana Lopes) e de um pequeno grupo (o PP de Portas) e nos seus interesses é uma distracção que o PSD pagará caro e que deixará o "sonho" de Sá Carneiro ainda mais longe.
Quanto a Santana Lopes está tudo dito.
O "pequeno grupo (o PP de Portas)", não há dúvida que Portas é o calcanhar de Aquiles de JPP! Trata-se de uma fixação! O PP (é Monteirista, ou já esqueceram que foi Manuel Monteiro quem adicionou PP (Partido Popular) ao CDS?! Memoriazinha curta!
O CDS não é um 'grupo pequeno', é aquilo que é, e mais, é com esse "grupo pequeno" que foi possível constituir o actual governo! Pacheco Pereira parece viver num outro mundo! Para um político com tantos anos de 'estrada', das duas uma, ou está a ser absolutamente demagógico quanto ao 'seu PSD', ou os corredores da Europa lhe estão a turvar a 'realidade' política portuguesa!
Uma coisa é certa, Pacheco Pereira está totalmente desencantado com o PSD.
Estranha Desventura..!
Muito se tem escrito, e criticado, sobre a actual AD - coligação governamental entre o PSD e o CDS. Facto é que a AD exerce o poder político, é Governo.
O consenso parece ser tudo menos cómodo!
O Homem parece ter nascido para a Guerra e não para a Paz.
Se não, veja-se: segundo 'reza', os maiores desenvolvimentos tecnológicos ocorreram sempre em razão do interesse bélico humano; uma constante insatisfação, muitas vezes traduzida na aversão aos momentos em que ocorria e ocorre acalmia dos instintos mais conflituosos.
Ora, considerando que na existência nada é perfeito, e que o equílibrio (pelo menos da minha parte) é o mais desejável e desejado, a oposição à actual coligação governamental portuguesa faz-se 'dentro' do próprio parceiro de coligação: PSD!
Não é de facto caso único, de referir que o anterior Governo liderado pelo PS, do então PM António Guterres, 'sofria' do mesmo male! Eram os próprios socialistas que exerciam oposição ao então governo!
Ninguém pretende que 'tudo vai bem na coligação', isso seria de uma ingenuidade facciosa e falaciosa; mas, como em qualquer relacionamento, há que primar pelo compromisso. Tal passa por, muitas vezes engolir 'sapos'! Pois.., mas é assim.
É lírico assistir ao 'desassombro' (ou será antes 'assombro'?!) de alguns social-democratas, que 'tendem' a rejeitar a existência de uma coligação com o CDS para formar governo! Não me parece que seja com o CDS que têm problemas - é que, o CDS é um Partido Político, não uma pessoa; as pessoas esquecem-se desse facto com extrema facilidade. E, não aceitam terem de realizar compromissos com um partido com menor relevância eleitoral que o seu próprio Partido! O que é que esperavam?! Que o partido com menor expressão eleitoral, invariavelmente, se submete-se aos ímpetos do maior?! Revertam as posições, e avaliem por vós.
Não chega, embora com legitimidade para tal, o constante ataque político da esquerda caviar?
A própria posição do PS é interessante, manda a 'guarda-avançada' para 'desbravar caminho', e entra posteriormente na 'discussão' qual 'vítima do sistema' (não é de perto, nem de longe a realidade!)!
Não é aconselhável ser político em Portugal!
E cada vez mais se assistirá ao recuo de pessoas competentes para exercerem cargos de responsabilidade política, porque, não é salutar ou aconselhável ser 'prior nesta freguesia'!
O consenso parece ser tudo menos cómodo!
O Homem parece ter nascido para a Guerra e não para a Paz.
Se não, veja-se: segundo 'reza', os maiores desenvolvimentos tecnológicos ocorreram sempre em razão do interesse bélico humano; uma constante insatisfação, muitas vezes traduzida na aversão aos momentos em que ocorria e ocorre acalmia dos instintos mais conflituosos.
Ora, considerando que na existência nada é perfeito, e que o equílibrio (pelo menos da minha parte) é o mais desejável e desejado, a oposição à actual coligação governamental portuguesa faz-se 'dentro' do próprio parceiro de coligação: PSD!
Não é de facto caso único, de referir que o anterior Governo liderado pelo PS, do então PM António Guterres, 'sofria' do mesmo male! Eram os próprios socialistas que exerciam oposição ao então governo!
Ninguém pretende que 'tudo vai bem na coligação', isso seria de uma ingenuidade facciosa e falaciosa; mas, como em qualquer relacionamento, há que primar pelo compromisso. Tal passa por, muitas vezes engolir 'sapos'! Pois.., mas é assim.
É lírico assistir ao 'desassombro' (ou será antes 'assombro'?!) de alguns social-democratas, que 'tendem' a rejeitar a existência de uma coligação com o CDS para formar governo! Não me parece que seja com o CDS que têm problemas - é que, o CDS é um Partido Político, não uma pessoa; as pessoas esquecem-se desse facto com extrema facilidade. E, não aceitam terem de realizar compromissos com um partido com menor relevância eleitoral que o seu próprio Partido! O que é que esperavam?! Que o partido com menor expressão eleitoral, invariavelmente, se submete-se aos ímpetos do maior?! Revertam as posições, e avaliem por vós.
Não chega, embora com legitimidade para tal, o constante ataque político da esquerda caviar?
A própria posição do PS é interessante, manda a 'guarda-avançada' para 'desbravar caminho', e entra posteriormente na 'discussão' qual 'vítima do sistema' (não é de perto, nem de longe a realidade!)!
Não é aconselhável ser político em Portugal!
E cada vez mais se assistirá ao recuo de pessoas competentes para exercerem cargos de responsabilidade política, porque, não é salutar ou aconselhável ser 'prior nesta freguesia'!
terça-feira, dezembro 09, 2003
Espanha? Que Espanha?!
O 'fantasma Espanha' 'assombra-nos': antes, durante e depois, do início da nossa nacionalidade.
Qual 'padeira de Aljubarrota', muitas vezes sou tentada a bradir a 'pá' para afastar hipotéticos 'conquistadores!
Em abono da verdade, dos negócios realizados em Espanha, e com espanhóis, não existiram quaisquer problemas de maior.
É uma realidade que os empresários espanhóis estão a 'entrar em força' no mercado português, estão apenas a exercer a liberdade de mercado. Muitos há que atestam que Portugal foi vendido aos espanhóis - a Espanha.
Mas, que Espanha?
A Espanha é uma ilusão! É um mapa de 'retalhos', de regiões autonómicas, que apenas se mantém unidas por um Rei!
Como alguém diria: "Estão seguros por pinças"!
Veja-se, a região Basca, a Catalunha, a Galiza (que se dizem portugueses).
O separatismo espanhol tem raízes profundas, e hoje assiste-se a um recrudescimento desse fenómeno.
Parece-me que estamos face a um 'espectro', e não a uma realidade de 'reconquista'.
Qual 'padeira de Aljubarrota', muitas vezes sou tentada a bradir a 'pá' para afastar hipotéticos 'conquistadores!
Em abono da verdade, dos negócios realizados em Espanha, e com espanhóis, não existiram quaisquer problemas de maior.
É uma realidade que os empresários espanhóis estão a 'entrar em força' no mercado português, estão apenas a exercer a liberdade de mercado. Muitos há que atestam que Portugal foi vendido aos espanhóis - a Espanha.
Mas, que Espanha?
A Espanha é uma ilusão! É um mapa de 'retalhos', de regiões autonómicas, que apenas se mantém unidas por um Rei!
Como alguém diria: "Estão seguros por pinças"!
Veja-se, a região Basca, a Catalunha, a Galiza (que se dizem portugueses).
O separatismo espanhol tem raízes profundas, e hoje assiste-se a um recrudescimento desse fenómeno.
Parece-me que estamos face a um 'espectro', e não a uma realidade de 'reconquista'.
Formulário
Gosto mesmo é do formulário :))
Eheh :)), o Carlos da Grande Loja, 'apresentou' um formulário genial!
Já agora, o conceito original de M.A.F.I.A. advém das Guerras Napoleónicas: Morte Al Francese Italia Avanti!
Eheh :)), o Carlos da Grande Loja, 'apresentou' um formulário genial!
Já agora, o conceito original de M.A.F.I.A. advém das Guerras Napoleónicas: Morte Al Francese Italia Avanti!
Para um mundo mais seguro
Kofi Annan - Secretário-Geral das Nações Unidas.
CHEGÁMOS a um momento decisivo da história. A grande ameaça de uma confrontação nuclear entre super-potências rivais está ultrapassada. Mas uma nova e diversificada constelação de ameaças surgiu em seu lugar. Precisamos de examinar novamente os instrumentos que regem as relações internacionais. Estarão à altura de responder a estes novos testes? Se não, de que modo os devemos alterar?
Os acontecimentos do ano passado vieram expor profundas divisões entre os membros das Nações Unidas, em questões fundamentais de política e de princípios. Como podemos protegermo-nos melhor contra o terrorismo internacional e pôr termo à dispersão de armas de armas de destruição maciça? Quando é que o uso da força é admissível - e quem o decide? Deve se cada Estado por si próprio ou será mais seguro um trabalho conjunto? A «guerra preventiva» é por vezes justificada ou é simplesmente uma agressão sob outro nome? E num mundo que se tornou «unipolar», qual deve ser o papel das Nações Unidas?
Estes novos debates sobrepõem-se aos que surgiram na década de 1990. É a soberania dos Estados um princípio absoluto e imutável, ou o nosso entendimento dessa questão precisa de evoluir? Até que ponto é responsabilidade da comunidade internacional prevenir ou resolver conflitos no interior dos Estados (em oposição à guerra entre eles) particularmente quando envolvem genocídio, «limpeza étnica» ou outras violações dos direitos humanos? Temos mecanismos eficazes para levar a cabo estas responsabilidades?
Estas interrogações estão no âmago da paz e da segurança internacionais. Não podem ficar sem resposta. Contudo estas não são as únicas interrogações. Para muitas pessoas nem sequer serão as mais urgentes.
De facto, para muitos povos no mundo de hoje, em particular nos países pobres, o risco de serem atacados por terroristas ou com armas de destruição maciça, ou mesmo de se tornarem vítimas de genocídio, deve parecer relativamente remoto comparado com as chamadas ameaças «soft» - os perigos sempre presentes de extrema pobreza e fome, a utilização de água imprópria para consumo, a degradação ambiental e as doenças infecciosas ou endémicas. Trata-se de ameaças que matam milhões de pessoas todos os anos.
Não se pense que estas coisas estão desligadas da questão da paz e da segurança, ou que podemos dar-nos ao luxo de as ignorar até que as ameaças «hard» tenham sido eliminadas.
Neste momento já devemos ter aprendido que um mundo onde existe uma desigualdade gritante - entre países e dentro deles - onde muitos milhões de pessoas enfrentam uma brutal opressão e extrema miséria, nunca será um mundo totalmente seguro, nem mesmo para os seus habitantes mais privilegiados.
Se a base comum que utilizámos para nos posicionarmos já não parece sólida, temos de procurar uma nova base comum para os nossos esforços colectivos. E precisamos de ponderar se a própria Organização das Nações Unidas é o instrumento adequado para responder aos desafios que temos pela frente.
Foi essa a missão que decidi atribuir a um painel de 16 pessoas altamente respeitadas e experientes de todos os continentes e que vai reunir-se pela primeira vez neste fim-de-semana. É presidido pelo antigo primeiro-ministro da Tailândia, Anand Panyarachun, e inclui destacados especialistas em temas de segurança e de desenvolvimento.
O papel desta comissão desenvolve-se em três vertentes: promover uma análise conjunta das ameaças presentes e futuras à paz e à segurança; elaborar uma avaliação rigorosa do contributo de uma acção colectiva para responder a essas ameaças; e recomendar as mudanças necessárias para tornar as Nações Unidas num instrumento legítimo e eficaz para uma resposta colectiva. Em particular, como podem as Nações Unidas «tomar medidas colectivas eficazes para a prevenção e eliminação de ameaças à paz», que é um dos seus objectivos, tal como definido no Artigo I da Carta?
A comissão irá concentrar-se primeiramente nas ameaças à paz e segurança. Mas também precisará de analisar outros desafios, na medida em que estes possam influenciar ou estar ligados a essas ameaças. Isso significa que não deverá apenas olhar para o Conselho de Segurança, mas também para a Assembleia-Geral e para o Conselho Económico e Social.
Pode mesmo significar uma análise do Conselho dos Organismos de Tutela - um dos «principais órgãos» da ONU, mas que não tem qualquer função desde que o último dos «territórios sob tutela» se tornou independente em 1994. Talvez fosse possível encontrar um novo papel para este organismo, à luz das novas responsabilidades atribuídas recentemente às Nações Unidas em alguns países destruídos pela guerra.
Apenas os Estados membros das Nações Unidas podem decidir sobre essas questões, mas a comissão poderá dar aí o seu contributo. Espero que terminem o seu relatório até ao Outono de 2004, para que me seja possível fazer recomendações à próxima sessão da Assembleia-Geral da ONU.
Se a comissão executar bem o seu trabalho, a história poderá, apesar de tudo, recordar a actual crise como uma grande oportunidade que homens e mulheres sábios souberam utilizar para fortalecer os mecanismos da cooperação internacional e adaptá-los às necessidades do novo século.
(c) 2003, Global Viewpoint.
CHEGÁMOS a um momento decisivo da história. A grande ameaça de uma confrontação nuclear entre super-potências rivais está ultrapassada. Mas uma nova e diversificada constelação de ameaças surgiu em seu lugar. Precisamos de examinar novamente os instrumentos que regem as relações internacionais. Estarão à altura de responder a estes novos testes? Se não, de que modo os devemos alterar?
Os acontecimentos do ano passado vieram expor profundas divisões entre os membros das Nações Unidas, em questões fundamentais de política e de princípios. Como podemos protegermo-nos melhor contra o terrorismo internacional e pôr termo à dispersão de armas de armas de destruição maciça? Quando é que o uso da força é admissível - e quem o decide? Deve se cada Estado por si próprio ou será mais seguro um trabalho conjunto? A «guerra preventiva» é por vezes justificada ou é simplesmente uma agressão sob outro nome? E num mundo que se tornou «unipolar», qual deve ser o papel das Nações Unidas?
Estes novos debates sobrepõem-se aos que surgiram na década de 1990. É a soberania dos Estados um princípio absoluto e imutável, ou o nosso entendimento dessa questão precisa de evoluir? Até que ponto é responsabilidade da comunidade internacional prevenir ou resolver conflitos no interior dos Estados (em oposição à guerra entre eles) particularmente quando envolvem genocídio, «limpeza étnica» ou outras violações dos direitos humanos? Temos mecanismos eficazes para levar a cabo estas responsabilidades?
Estas interrogações estão no âmago da paz e da segurança internacionais. Não podem ficar sem resposta. Contudo estas não são as únicas interrogações. Para muitas pessoas nem sequer serão as mais urgentes.
De facto, para muitos povos no mundo de hoje, em particular nos países pobres, o risco de serem atacados por terroristas ou com armas de destruição maciça, ou mesmo de se tornarem vítimas de genocídio, deve parecer relativamente remoto comparado com as chamadas ameaças «soft» - os perigos sempre presentes de extrema pobreza e fome, a utilização de água imprópria para consumo, a degradação ambiental e as doenças infecciosas ou endémicas. Trata-se de ameaças que matam milhões de pessoas todos os anos.
Não se pense que estas coisas estão desligadas da questão da paz e da segurança, ou que podemos dar-nos ao luxo de as ignorar até que as ameaças «hard» tenham sido eliminadas.
Neste momento já devemos ter aprendido que um mundo onde existe uma desigualdade gritante - entre países e dentro deles - onde muitos milhões de pessoas enfrentam uma brutal opressão e extrema miséria, nunca será um mundo totalmente seguro, nem mesmo para os seus habitantes mais privilegiados.
Se a base comum que utilizámos para nos posicionarmos já não parece sólida, temos de procurar uma nova base comum para os nossos esforços colectivos. E precisamos de ponderar se a própria Organização das Nações Unidas é o instrumento adequado para responder aos desafios que temos pela frente.
Foi essa a missão que decidi atribuir a um painel de 16 pessoas altamente respeitadas e experientes de todos os continentes e que vai reunir-se pela primeira vez neste fim-de-semana. É presidido pelo antigo primeiro-ministro da Tailândia, Anand Panyarachun, e inclui destacados especialistas em temas de segurança e de desenvolvimento.
O papel desta comissão desenvolve-se em três vertentes: promover uma análise conjunta das ameaças presentes e futuras à paz e à segurança; elaborar uma avaliação rigorosa do contributo de uma acção colectiva para responder a essas ameaças; e recomendar as mudanças necessárias para tornar as Nações Unidas num instrumento legítimo e eficaz para uma resposta colectiva. Em particular, como podem as Nações Unidas «tomar medidas colectivas eficazes para a prevenção e eliminação de ameaças à paz», que é um dos seus objectivos, tal como definido no Artigo I da Carta?
A comissão irá concentrar-se primeiramente nas ameaças à paz e segurança. Mas também precisará de analisar outros desafios, na medida em que estes possam influenciar ou estar ligados a essas ameaças. Isso significa que não deverá apenas olhar para o Conselho de Segurança, mas também para a Assembleia-Geral e para o Conselho Económico e Social.
Pode mesmo significar uma análise do Conselho dos Organismos de Tutela - um dos «principais órgãos» da ONU, mas que não tem qualquer função desde que o último dos «territórios sob tutela» se tornou independente em 1994. Talvez fosse possível encontrar um novo papel para este organismo, à luz das novas responsabilidades atribuídas recentemente às Nações Unidas em alguns países destruídos pela guerra.
Apenas os Estados membros das Nações Unidas podem decidir sobre essas questões, mas a comissão poderá dar aí o seu contributo. Espero que terminem o seu relatório até ao Outono de 2004, para que me seja possível fazer recomendações à próxima sessão da Assembleia-Geral da ONU.
Se a comissão executar bem o seu trabalho, a história poderá, apesar de tudo, recordar a actual crise como uma grande oportunidade que homens e mulheres sábios souberam utilizar para fortalecer os mecanismos da cooperação internacional e adaptá-los às necessidades do novo século.
(c) 2003, Global Viewpoint.
segunda-feira, dezembro 08, 2003
'A propos' dos subsídios à cultura
Uma retrospectiva 'séria' :)) (Epílogo)
Mais 'adiante' uma perspectiva analítica!
Mais 'adiante' uma perspectiva analítica!
Monitors condemn Russian election
President Putin faces election himself in March
Russia's parliamentary elections have failed to meet many democratic criteria, international observers say.
Sunday's poll was "overwhelmingly distorted" by pro-government bias, the Organisation for Security and Cooperation in Europe said.
In Washington, a White House spokesman said "we share those concerns" and called for further political reform.
With more than 98% of the votes counted, the pro-Kremlin United Russia Party is leading the poll with 37.1%.
The Communists took second place with 12.7%, followed by the ultra-nationalist party of Vladimir Zhirinovsky at 11.6%, according to preliminary results, Central Election Commission Chairman Alexander Veshnyakov told reporters.
Two liberal, pro-free market parties, the Union of Right Forces (SPS) and Yabloko, failed to get the 5% of votes needed to win party list seats in the State Duma, Mr Veshnyakov said.
At a news conference in Moscow, the OSCE - who had about 400 observers in Russia - said the elections called into question Moscow's commitment to Western standards of democracy.
The organisation criticised the biased use of taxpayer money and state television to promote certain parties.
"Our main impression of the overall electoral process was... one of regression in the democratisation of this country," said Bruce George, president of the parliamentary assembly of the OSCE.
"In this election the enormous advantage of incumbency and access to state equipment, resources and buildings led to the election result being overwhelmingly distorted."
"It's the shared and unanimous view that these deficiencies called into question Russia's willingness to move towards European and international standards for democratic elections," he said.
In Washington, President George W Bush's spokesman referred to the importance of "Russian legislators dedicating themselves to pushing through the political and economic reform agenda".
'Shameful farce'
But President Vladimir Putin has hailed the State Duma election as "another step in strengthening democracy" in Russia.
Experts say Mr Putin now seems assured of gaining a second term in presidential elections next March.
If United Russia and its allies are gain a two-thirds majority, they would be able to amend the Russian constitution, potentially paving the way for Mr Putin to stand for a third term as president.
Russian election factfile
At-a-glance
Twenty-three parties were competing for half of the 450 places in the State Duma of parliament, in the fourth such election since the collapse of communism in the early 1990s.
The other 225 seats were being contested by individual candidates on a first-past-the-post basis, where United Russia candidates were also expected to dominate, Russian experts say.
Election officials put voter turnout at about 56%, compared with 53.9% recorded during the last Duma vote in 1999.
The figure was well above the 25% mark needed to validate the poll.
The election will decide the make-up of the Duma for the next four years.
Earlier, Communist leader Gennady Zyuganov denounced the elections as a "shameful farce".
"You are all participants here in a revolting spectacle which for some reason is called an election," he said after exit polls were published.
"We are living in an authoritarian regime," said Yabloko leader Grigory Yavlinsky, adding that the presidential administration had used all its resources to bring about United Russia's victory.
More than 1,100 international observers from 48 states were accredited for the election.
Boost for Putin
The BBC's Stephen Dalziel says the slight polarisation in voting for the two second place parties does not necessarily spell trouble for Mr Putin.
Mr Zhirinovsky's misleadingly-named Liberal Democrats will be expected to support the president on most of his decisions as they did in his last parliament, he says.
But the result is being seen as a major defeat for the Communists, who have been a dominant force in the Duma for the past decade and were considered the greatest threat to the Kremlin.
Mr Putin is also likely to be boosted by the success of the Motherland Party, which is expected to come fourth with about 9% despite being set up only a few months ago.
Analysts say Motherland was created by Kremlin insiders with the aim of taking away votes from the Communists.
'Serious victory'
Mr Veshnyakov, the central election chief, has promised to publish results from across the country's 11 time zones on the internet within 24 hours of polling stations closing.
Lyubov Sliska, a senior figure in United Russia, said the result meant democratic reforms would continue.
"This is a serious victory we can rightly be proud of," she said.
Our correspondent says that if Mr Putin has a Duma which largely supports him, it will be more difficult for any challenger in the presidential elections next March.
After nearly four years in the Kremlin, Mr Putin, the former head of the secret police, still appears to be riding a wave of genuine support.
The hard line his administration has taken against corruption and wealthy oligarchs has gone down well with voters.
Russia's parliamentary elections have failed to meet many democratic criteria, international observers say.
Sunday's poll was "overwhelmingly distorted" by pro-government bias, the Organisation for Security and Cooperation in Europe said.
In Washington, a White House spokesman said "we share those concerns" and called for further political reform.
With more than 98% of the votes counted, the pro-Kremlin United Russia Party is leading the poll with 37.1%.
The Communists took second place with 12.7%, followed by the ultra-nationalist party of Vladimir Zhirinovsky at 11.6%, according to preliminary results, Central Election Commission Chairman Alexander Veshnyakov told reporters.
Two liberal, pro-free market parties, the Union of Right Forces (SPS) and Yabloko, failed to get the 5% of votes needed to win party list seats in the State Duma, Mr Veshnyakov said.
At a news conference in Moscow, the OSCE - who had about 400 observers in Russia - said the elections called into question Moscow's commitment to Western standards of democracy.
The organisation criticised the biased use of taxpayer money and state television to promote certain parties.
"Our main impression of the overall electoral process was... one of regression in the democratisation of this country," said Bruce George, president of the parliamentary assembly of the OSCE.
"In this election the enormous advantage of incumbency and access to state equipment, resources and buildings led to the election result being overwhelmingly distorted."
"It's the shared and unanimous view that these deficiencies called into question Russia's willingness to move towards European and international standards for democratic elections," he said.
In Washington, President George W Bush's spokesman referred to the importance of "Russian legislators dedicating themselves to pushing through the political and economic reform agenda".
'Shameful farce'
But President Vladimir Putin has hailed the State Duma election as "another step in strengthening democracy" in Russia.
Experts say Mr Putin now seems assured of gaining a second term in presidential elections next March.
If United Russia and its allies are gain a two-thirds majority, they would be able to amend the Russian constitution, potentially paving the way for Mr Putin to stand for a third term as president.
Russian election factfile
At-a-glance
Twenty-three parties were competing for half of the 450 places in the State Duma of parliament, in the fourth such election since the collapse of communism in the early 1990s.
The other 225 seats were being contested by individual candidates on a first-past-the-post basis, where United Russia candidates were also expected to dominate, Russian experts say.
Election officials put voter turnout at about 56%, compared with 53.9% recorded during the last Duma vote in 1999.
The figure was well above the 25% mark needed to validate the poll.
The election will decide the make-up of the Duma for the next four years.
Earlier, Communist leader Gennady Zyuganov denounced the elections as a "shameful farce".
"You are all participants here in a revolting spectacle which for some reason is called an election," he said after exit polls were published.
"We are living in an authoritarian regime," said Yabloko leader Grigory Yavlinsky, adding that the presidential administration had used all its resources to bring about United Russia's victory.
More than 1,100 international observers from 48 states were accredited for the election.
Boost for Putin
The BBC's Stephen Dalziel says the slight polarisation in voting for the two second place parties does not necessarily spell trouble for Mr Putin.
Mr Zhirinovsky's misleadingly-named Liberal Democrats will be expected to support the president on most of his decisions as they did in his last parliament, he says.
But the result is being seen as a major defeat for the Communists, who have been a dominant force in the Duma for the past decade and were considered the greatest threat to the Kremlin.
Mr Putin is also likely to be boosted by the success of the Motherland Party, which is expected to come fourth with about 9% despite being set up only a few months ago.
Analysts say Motherland was created by Kremlin insiders with the aim of taking away votes from the Communists.
'Serious victory'
Mr Veshnyakov, the central election chief, has promised to publish results from across the country's 11 time zones on the internet within 24 hours of polling stations closing.
Lyubov Sliska, a senior figure in United Russia, said the result meant democratic reforms would continue.
"This is a serious victory we can rightly be proud of," she said.
Our correspondent says that if Mr Putin has a Duma which largely supports him, it will be more difficult for any challenger in the presidential elections next March.
After nearly four years in the Kremlin, Mr Putin, the former head of the secret police, still appears to be riding a wave of genuine support.
The hard line his administration has taken against corruption and wealthy oligarchs has gone down well with voters.
domingo, dezembro 07, 2003
O CORPO FALA...
A palavra, escrita e falada, não é o único meio de se comunicar. Há uma outra forma de comunicação entre as pessoas que se baseia na linguagem não-verbal: dos gestos, do corpo.
SAIBA COMO O CORPO FALA...
As pessoas manifestam-se não somente pelo que dizem, mas principalmente, através da maneira como as palavras são ditas: nos gestos, na expressão do rosto, na maneira de falar, na entoação da voz. A linguagem silenciosa da comunicação não-verbal está arreigada no nosso dia-a-dia, mesmo que, durante a maior parte do tempo, não nos demos conta disso.
Podemos pensar primeiro nos códigos que substituem a fala, como a linguagem dos surdo-mudos e a mímica. Nesse caso, o corpo expressa-se literalmente e supre totalmente a ausência de som. Em seguida, devemos lembrar-nos dos gestos e movimentos corporais que acompanham a fala e auxiliam a linguagem articulada.
Além da emissão de códigos naturais, dos substitutos e dos auxiliares da fala, o corpo expressa-se também através de gestos quase involuntários, guiados por sentimentos e sensações. Uma linguagem inata e inconsciente que, muitas vezes, diz aquilo que a razão tenta omitir.
Pesquisas revelam que, quando se fala, o que mais influência a comunicação é a linguagem corporal (55%), seguida pelo tom da voz (38%) e, por último, pelas palavras propriamente ditas (7%). Às vezes prendemo-nos tanto às palavras, que esquecemos da importância que um gesto ou um movimento tem nas nossas relações.
A linguagem corporal influencia mais de 90%. A postura, as roupas, o olhar, a posição das pernas, tudo.
Procure ser natural, pois o corpo fala por si mesmo.
SAIBA COMO O CORPO FALA...
As pessoas manifestam-se não somente pelo que dizem, mas principalmente, através da maneira como as palavras são ditas: nos gestos, na expressão do rosto, na maneira de falar, na entoação da voz. A linguagem silenciosa da comunicação não-verbal está arreigada no nosso dia-a-dia, mesmo que, durante a maior parte do tempo, não nos demos conta disso.
Podemos pensar primeiro nos códigos que substituem a fala, como a linguagem dos surdo-mudos e a mímica. Nesse caso, o corpo expressa-se literalmente e supre totalmente a ausência de som. Em seguida, devemos lembrar-nos dos gestos e movimentos corporais que acompanham a fala e auxiliam a linguagem articulada.
Além da emissão de códigos naturais, dos substitutos e dos auxiliares da fala, o corpo expressa-se também através de gestos quase involuntários, guiados por sentimentos e sensações. Uma linguagem inata e inconsciente que, muitas vezes, diz aquilo que a razão tenta omitir.
Pesquisas revelam que, quando se fala, o que mais influência a comunicação é a linguagem corporal (55%), seguida pelo tom da voz (38%) e, por último, pelas palavras propriamente ditas (7%). Às vezes prendemo-nos tanto às palavras, que esquecemos da importância que um gesto ou um movimento tem nas nossas relações.
A linguagem corporal influencia mais de 90%. A postura, as roupas, o olhar, a posição das pernas, tudo.
Procure ser natural, pois o corpo fala por si mesmo.
EU constitution summit 'may fail'
Big countries appear reluctant to yield
Germany and Italy have warned that a European Union summit next week may not agree a new EU constitution.
Speaking in Berlin, Italy's Prime Minister - and current EU president - Silvio Berlusconi said he was "55% optimistic" a deal would be reached.
His host, German Chancellor Gerhard Schroeder, said both men did not rule out failure in Brussels on Friday.
The biggest disagreement has been over voting powers among nations when the EU expands to take in 10 new members.
Unchanged position
Germany and France, which together account for one-third of the bloc's population want the voting system to reflect their size.
But Spain and Poland fear domination by the bigger countries and have been fighting a fierce battle to hold on to a voting system agreed three years ago at the Nice summit.
This is a question on which we are not movable
Gerhard Schroeder
German Chancellor
The two were given 27 votes each in the future executive commission - only two less than the most populated states, including Germany which has a population double their size.
The draft constitution proposes that a double majority system would work most efficiently - a decision would go through if supported by half the member states representing at least 60% of the EU's total population.
After talks in Berlin, Chancellor Schroeder said Germany's position remained unchanged.
"I'm happy that the Italian presidency sees the question of voting rights exactly as Germany does," Mr Schroeder said.
"This is a question on which we are not movable."
Berlusconi optimistic, but not sanguine
Mr Berlusconi's assessment was not very sanguine, says the BBC's Ray Furlong in Berlin.
"With this meeting, the 50-50 optimism that I expressed yesterday has risen slightly to 55-45" in favour of the summit succeeding, Mr Berlusconi said.
He did not suggest possible concessions at the meeting on 12-13 December.
Among the other issues that have yet to be discussed is the question of whether God and the EU Christian heritage should be mentioned in the text.
This is something Malta, Spain and Poland are keen to include and something which would make France, a country with a strong separation of state and church, very unhappy.
Germany and Italy have warned that a European Union summit next week may not agree a new EU constitution.
Speaking in Berlin, Italy's Prime Minister - and current EU president - Silvio Berlusconi said he was "55% optimistic" a deal would be reached.
His host, German Chancellor Gerhard Schroeder, said both men did not rule out failure in Brussels on Friday.
The biggest disagreement has been over voting powers among nations when the EU expands to take in 10 new members.
Unchanged position
Germany and France, which together account for one-third of the bloc's population want the voting system to reflect their size.
But Spain and Poland fear domination by the bigger countries and have been fighting a fierce battle to hold on to a voting system agreed three years ago at the Nice summit.
This is a question on which we are not movable
Gerhard Schroeder
German Chancellor
The two were given 27 votes each in the future executive commission - only two less than the most populated states, including Germany which has a population double their size.
The draft constitution proposes that a double majority system would work most efficiently - a decision would go through if supported by half the member states representing at least 60% of the EU's total population.
After talks in Berlin, Chancellor Schroeder said Germany's position remained unchanged.
"I'm happy that the Italian presidency sees the question of voting rights exactly as Germany does," Mr Schroeder said.
"This is a question on which we are not movable."
Berlusconi optimistic, but not sanguine
Mr Berlusconi's assessment was not very sanguine, says the BBC's Ray Furlong in Berlin.
"With this meeting, the 50-50 optimism that I expressed yesterday has risen slightly to 55-45" in favour of the summit succeeding, Mr Berlusconi said.
He did not suggest possible concessions at the meeting on 12-13 December.
Among the other issues that have yet to be discussed is the question of whether God and the EU Christian heritage should be mentioned in the text.
This is something Malta, Spain and Poland are keen to include and something which would make France, a country with a strong separation of state and church, very unhappy.
sábado, dezembro 06, 2003
Dinner with Attila the Hun
Attila invited both parties of us to dine with him about three o'clock that afternoon. We waited for the time of the invitation, and then all of us, the envoys from the Western Romans as well, presented ourselves in the doorway facing Attila. In accordance with the national custom the cupbearers gave us a cup for us to make our libations before we took our seats. When that had been done and we had sipped the wine, we went to the chairs where we would sit to have dinner. All the seats were ranged down either side of the room, up against the walls. In the middle Attila was sitting on a couch with a second couch behind him. Behind that a few steps led up to his bed, which for decorative purposes was covered in ornate drapes made of fine linen, like those which Greeks and Romans prepare for marriage ceremonies. I think that the more distinguished guests were on Attila's right, and the second rank on his left, where we were with Berichos, a man of some renown among the Scythians, who was sitting in front of us. Onegesios was to the right of Attila's couch, and opposite him were two of the king's sons on chairs. The eldest son was sitting on Attila's own couch, right on the very edge, with his eyes fixed on the ground in fear of his father.
When all were sitting properly in order, a cupbearer came to offer Attila an ivy-wood bowl of wine, which he took and drank a toast to the man first in order of precedence. The man thus honored rose to his feet and it was not right for him to sit down again until Attila had drunk some or all of the wine and had handed the goblet back to the attendant. The guests, taking their own cups, then honored him in the same way, sipping the wine after making the toast. One attendant went round to each man in strict order after Attila's personal cupbearer had gone out. When the second guest and then all the others in their turn had been honored, Attila greeted us in like fashion in our order of seating.
After everyone had been toasted, the cupbearers left, and a table was put in front of Attila and other tables for groups of three or four men each. This enabled each guest to help himself to the things put on the table without leaving his proper seat. Attila's servant entered first with plates full of meat, and those waiting on all the others put bread and cooked food on the tables. A lavish meal, served on silver trenchers, was prepared for us and the other barbarians, but Attila just had some meat on a wooden platter, for this was one aspect of his self-discipline. For instance, gold or silver cups were presented to the other diners, but his own goblet was made of wood. His clothes, too, were simple, and no trouble was taken except to have them clean. The sword that hung by his side, the clasps of his barbarian shoes and the bridle of his horse were all free from gold, precious stones or other valuable decorations affected by the other Scythians. When the food in the first plates was finished we all got up, and no one, once on his feet, returned to his seat until he had, in the same order as before, drunk the full cup of wine that he was handed, with a toast for Attila's health. After this honor had been paid him, we sat down again and second plates were put on each table with other food on them. This also finished, everyone rose once more, drank another toast and resumed his seat.
As twilight came on torches were lit, and two barbarians entered before Attila to sing some songs they had composed, telling of his victories and his valor in war. The guests paid close attention to them, and some were delighted with the songs, others excited at being reminded of the wars, but others broke down and wept if their bodies were weakened by age and their warrior spirits forced to remain inactive. After the songs a Scythian entered, a crazy fellow who told a lot of strange and completely false stories, not a word of truth in them, which made everyone laugh. Following him came the Morr, Zerkon, totally disorganized in appearance, clothes, voice and words. By mixing up the languages of the Italians, with those of the Huns and Goths, he fascinated everyone and made them break out in uncontrollable laughter, all that is except Attila. He remained impassive, without any change of expression, and neither by word or gesture did he seem to share in the merriment except that when his youngest son, Ernas, came in and stood by him, he drew the boy towards him and looked at him with gentle eyes. I was surprised that he paid no attention to his other sons, and only had time for this one. But the barbarian at my side, who understood Italian and what I had said about the boy, warned me not to speak up, and said that the seers had told Attila that his family would be banished but would be restored by this son. After spending most of the night at the party, we left, having no wish to pursue the drinking any further.
- Priscus, Envoy from the Eastern Empire (c. 450 AD)
When all were sitting properly in order, a cupbearer came to offer Attila an ivy-wood bowl of wine, which he took and drank a toast to the man first in order of precedence. The man thus honored rose to his feet and it was not right for him to sit down again until Attila had drunk some or all of the wine and had handed the goblet back to the attendant. The guests, taking their own cups, then honored him in the same way, sipping the wine after making the toast. One attendant went round to each man in strict order after Attila's personal cupbearer had gone out. When the second guest and then all the others in their turn had been honored, Attila greeted us in like fashion in our order of seating.
After everyone had been toasted, the cupbearers left, and a table was put in front of Attila and other tables for groups of three or four men each. This enabled each guest to help himself to the things put on the table without leaving his proper seat. Attila's servant entered first with plates full of meat, and those waiting on all the others put bread and cooked food on the tables. A lavish meal, served on silver trenchers, was prepared for us and the other barbarians, but Attila just had some meat on a wooden platter, for this was one aspect of his self-discipline. For instance, gold or silver cups were presented to the other diners, but his own goblet was made of wood. His clothes, too, were simple, and no trouble was taken except to have them clean. The sword that hung by his side, the clasps of his barbarian shoes and the bridle of his horse were all free from gold, precious stones or other valuable decorations affected by the other Scythians. When the food in the first plates was finished we all got up, and no one, once on his feet, returned to his seat until he had, in the same order as before, drunk the full cup of wine that he was handed, with a toast for Attila's health. After this honor had been paid him, we sat down again and second plates were put on each table with other food on them. This also finished, everyone rose once more, drank another toast and resumed his seat.
As twilight came on torches were lit, and two barbarians entered before Attila to sing some songs they had composed, telling of his victories and his valor in war. The guests paid close attention to them, and some were delighted with the songs, others excited at being reminded of the wars, but others broke down and wept if their bodies were weakened by age and their warrior spirits forced to remain inactive. After the songs a Scythian entered, a crazy fellow who told a lot of strange and completely false stories, not a word of truth in them, which made everyone laugh. Following him came the Morr, Zerkon, totally disorganized in appearance, clothes, voice and words. By mixing up the languages of the Italians, with those of the Huns and Goths, he fascinated everyone and made them break out in uncontrollable laughter, all that is except Attila. He remained impassive, without any change of expression, and neither by word or gesture did he seem to share in the merriment except that when his youngest son, Ernas, came in and stood by him, he drew the boy towards him and looked at him with gentle eyes. I was surprised that he paid no attention to his other sons, and only had time for this one. But the barbarian at my side, who understood Italian and what I had said about the boy, warned me not to speak up, and said that the seers had told Attila that his family would be banished but would be restored by this son. After spending most of the night at the party, we left, having no wish to pursue the drinking any further.
- Priscus, Envoy from the Eastern Empire (c. 450 AD)
Transformar a OTAN
Lord Robertson examina o significado da Cimeira de Praga e faz uma apreciação dos desafios futuros.
O desempenho duma organização não se avalia pela forma como actua quando tudo está a correr bem mas como reage quando as coisas correm mal. A este respeito, nos meses seguintes à Cimeira de Praga de Novembro, a Aliança teve que enfrentar questões em que os Estados membros não estiveram de acordo e em que foram necessárias difíceis negociações para reconciliar as várias posições nacionais.
No princípio de 2003, verificou-se um intenso debate entre os Aliados sobre o momento do apoio defensivo à Turquia para dissuadir um possível ataque pelo Iraque. Mas negociações difíceis para a obtenção dum consenso são a essência da OTAN. Além disso, apesar das divergências, na Europa e dos dois lados do Atlântico, quanto à política em relação ao Iraque, não obstante os protestos maciços e a proximidade de eleições em vários países da OTAN, a Aliança conseguiu obter consenso suficiente para dar à Turquia ajuda defensiva para enfrentar a ameaça representada pelo Iraque.
Mais uma vez, o problema era de oportunidade não de conteúdo. Apesar das suas divergências, os Aliados demonstraram que levam a sério as suas obrigações nos termos do Tratado e que estão prontos a assumirem-nas. Embora tivesse sido preferível uma decisão mais rápida e mais serena, o que conta é o resultado final. Além disso, o planeamento foi seguido duma decisão rápida de destacar meios para a Turquia.
Nos próximos meses e anos, os membros da Aliança terão sem dúvida que se esforçar novamente para obter consensos quando enfrentarem questões difíceis. De facto, mesmo durante a Guerra Fria, houve muitas vezes divergências entre os países da OTAN. Como o antigo Secretário-Geral Lord Carrington gostava de dizer, ao contrário do bloco soviético, a OTAN canta em harmonia, não em uníssono. É devido à diversidade democrática da Aliança que a OTAN funciona nos bons e nos maus momentos e que, no período depois do 11/9, já obteve vastos consensos num certo número de áreas cruciais.
Vastos consensos
Primeiro, chegámos a acordo sobre o carácter das novas ameaças e sobre a melhor forma de a OTAN e os seus membros lhes responderem. O terrorismo e a proliferação das armas de destruição maciça são os dois principais desafios do século XXI. Os Aliados da OTAN reconheceram isto ao invocarem o Artigo 5º em resposta aos ataques de 11/9. E reconheceram-no de novo ao enviarem forças para o Afeganistão para combater a Al Qaeda e os Taliban. Em consequência, em 2002, enterrámos definitivamente o eterno debate quanto a saber se OTAN pode ou deve agir “fora da área”.
Na Cimeira de Praga, demos mais um passo para chegar a um consenso. Acordámos num novo conceito militar para a defesa contra o terrorismo, que estipula que as nossas forças devem ser capazes de “dissuadir, reprimir e defender” contra os terroristas, e que o deverão fazer onde quer que os nossos interesses o exijam. Além disso, a Aliança já concretizou este compromisso ao dar apoio ao comando holandês-alemão da Força Internacional de Ajuda à Segurança que está presentemente destacada em Cabul.
Também avançámos muito no sentido de obter um novo consenso quanto à forma de enfrentar a ameaça representada pelas armas de destruição maciça. Em Praga, os dirigentes da OTAN concordaram em melhorar as capacidades de detecção, em equipar as forças da OTAN com melhor equipamento de protecção e em apoiar as autoridades civis em caso de emergência. E lançaram um novo estudo de exequibilidade sobre a Defesa Antimíssil da OTAN para analisar as opções para a protecção do território, forças e centros populacionais da Aliança contra toda a gama de ameaças de mísseis.
A OTAN continuará a ser uma organização dinâmica, qualquer que seja o número de membros -
Também emergiu um novo consenso sobre as capacidades militares de que necessitamos para enfrentar as novas ameaças. Em Praga, foi conseguido acordo sobre a reforma da estrutura de comando da OTAN para melhorar a sua rapidez de reacção e de destacamento. Os Aliados também se comprometeram em melhorar bastante áreas essenciais das operações modernas: transporte estratégico, interoperacionalidade e munições guiadas com precisão, entre outras. Muitos Aliados comprometeram-se a fazer individualmente melhorias, outros a constituir equipas para resolver deficiências mais eficazmente. Mas, o que é importante, todos estes compromissos são claros e específicos – o que tornará fácil controlar o seu progresso. Desta forma, o Compromisso das Capacidades de Praga constitui um verdadeiro ponto de viragem na adaptação das capacidades europeias às exigências do século XXI.
Outro grande avanço na área das capacidades foi o acordo alcançado em Praga sobre a criação duma Força de Reacção da OTAN (NRF). Uma força moderna que conferirá à Aliança a capacidade de responder de forma rápida e eficaz às novas ameaças. A NRF equilibrará mais equitativamente os riscos, envolvendo mais Aliados nas operações, em vez de lhes atribuir, apenas por omissão, somente responsabilidades pós conflitos. E reunindo as melhores forças dos dois lados do Atlântico, a NRF também servirá de catalisador da necessária transformação de todas as forças Aliadas. Mais uma vez, um notável novo consenso foi obtido num extremamente pequeno espaço de tempo.
Transformação da Aliança
Antes do 11/9, era geralmente esperado que a Cimeira de Praga se centraria no alargamento da OTAN. Contudo, os convites feitos a sete novos países tornaram-se parte duma agenda de transformação da Aliança muito mais vasta. Mas há um forte consenso de que o alargamento continua a ser um imperativo estratégico, mesmo depois de os sete convidados aderirem formalmente no próximo ano. Isto é assim porque, juntamente com a expansão da União Europeia, o alargamento da OTAN ajudará a consolidar a Europa como espaço de segurança comum. Isto constituirá um grande passo no sentido de tornar a Europa um continente que deixe de ser fonte de conflitos.
Alguns analistas de segurança têm posto em dúvida a aptidão da OTAN para funcionar com muito mais membros. É certo que mais opiniões serão manifestadas em torno duma mesa do Conselho do Atlântico Norte alargada. Mas, como aconteceu nas fases anteriores do alargamento da OTAN, mais opiniões não significa necessariamente opiniões mais divergentes. Embora nenhum dos sete convidados possua capacidades militares espectaculares, cada um deles tem capacidades específicas que serão valiosas para a OTAN. Além disso, trarão entusiasmo, uma boa vontade para, se necessário, assumir riscos e o apreço pelo valor duma Aliança transatlântica permanente. Baseada num tal empenhamento político forte, a OTAN continuará a ser uma organização dinâmica, qualquer que seja o número de membros.
O 11/9 transformou o terrorismo duma preocupação de segurança interna num desafio de segurança verdadeiramente internacional. Por esta razão, os Aliados têm-se esforçado por envolver os seus 27 países Parceiros na luta contra esta ameaça. O Plano de Acção da Parceria sobre o Terrorismo acordado em Praga identifica as possibilidades de cooperação concreta nesta área. Esforços mais alargados para ajudar os Parceiros nas reformas internas e nas questões de segurança deverão ter um efeito positivo nas causas de fundo do terrorismo e na sua propagação a outros países.
A cooperação com um Parceiro em particular, a Rússia, já recebeu um grande impulso o ano passado. No seguimento do 11/9, os Aliados da OTAN e a Rússia compreenderam rapidamente que enfrentam perigos comuns e não podem continuar a dar-se ao luxo de discutir questões como o alargamento da OTAN. Esta constatação levou à criação, em Maio do ano passado, do Conselho OTAN-Rússia. Além disso, continua a encorajar uma cooperação construtiva no quadro deste fórum sobre uma vasta gama de questões de segurança, incluindo o combate ao terrorismo e a prevenção da proliferação das armas de destruição maciça.
Logo após a Cimeira de Praga, em Dezembro do ano passado, conseguimos outro avanço ao acordarmos numa base formal para a cooperação entre a Aliança e a União Europeia em gestão de crises e prevenção de conflitos. Até então, embora as duas organizações tivessem conseguido cooperar com êxito no terreno, designadamente para evitar uma guerra civil na ex-República Jugoslava da Macedónia* em 2001, não tínhamos sido capazes de institucionalizar o relacionamento. Isto agora mudou.
O novo acordo UE-OTAN tem potencial para transformar não só a segurança europeia mas também o relacionamento transatlântico. Ao permitir a utilização de meios e capacidades da OTAN nas operações dirigidas pela UE, os dois lados do Atlântico ficam a ganhar. A União Europeia terá a possibilidade de demonstrar o seu potencial como interveniente sério em matéria de segurança. E, se ficar gradualmente apta a assumir maior responsabilidade pela estabilidade nos Balcãs em substituição da OTAN, as forças dos EUA, em particular, ficarão disponíveis para outras tarefas prementes. Isto contribuirá para facilitar uma nova partilha de encargos mais justa entre os Estados Unidos e uma Europa mais madura.
Tudo considerado, percorremos um caminho bem longo desde o 11/9. Houve uma larga convergência de opiniões sobre as novas ameaças que enfrentamos e sobre a melhor maneira de lhes responder; sobre as capacidades que necessitamos para responder; sobre a contribuição que os novos membros poderão dar à nossa causa; e sobre a necessidade de colaborar com os países Parceiros e com o nosso principal parceiro estratégico, a União Europeia. É claro, ao mesmo tempo, que não podemos ser condescendentes.
Desafios futuros
Em primeiro lugar, a OTAN e os seus membros têm pela frente uma agenda exigente para satisfazer os vários compromissos assumidos na Cimeira de Praga. Isto aplica-se aos esforços reforçados para enfrentar a ameaça terrorista, incluindo uma cooperação mais profunda com os nossos Parceiros. E aplica-se, em particular, aos compromissos que cada um dos 19 membros da OTAN assumiu nos termos do Compromisso das Capacidades de Praga, todos eles fundamentais para a eficácia e a credibilidade a longo prazo da OTAN.
Segundo, temos que completar as nossas ligações com a União Europeia. Os trabalhos de implementação do acordo de Dezembro começaram imediatamente, com ênfase particular na possibilidade de a União Europeia substituir a OTAN na missão na ex-República Jugoslava da Macedónia*. Mas o potencial a mais longo prazo da nossa cooperação ultrapassa bastante a gestão de crises nos Balcãs. E deve tornar-se ainda maior à medida que as duas organizações se alarguem e tenham 19 membros comuns.
Terceiro, temos que redobrar os esforços para convencer o grande público. Uma das características deste novo ambiente de segurança é que as nossas políticas de segurança – e as nossas instituições – estão a mudar mais rapidamente que a percepção que têm as nossas opiniões públicas. Em consequência, a tarefa de explicar o que é a OTAN e o que está a fazer está a tornar-se cada vez mais exigente. Temos, portanto, que fazer um esforço adicional para garantir que a compreensão da nova OTAN pelo público continue muito difundida, forte e apoiante.
O 11/9 e o Iraque demonstram que estamos num período de transição fundamental. O ambiente de segurança está em mudança, assim como a forma como reagimos a ele e uns aos outros. O que é crucial durante este período de transição é preservar e reforçar o que nos trouxe até onde estamos actualmente e tanto contribuiu para a nossa segurança, prosperidade e bem-estar. Trata-se, em poucas palavras, da nossa cultura transatlântica comum de confiança, cooperação e apoio mútuo.
- Lord Robertson, Secretário-Geral da OTAN.
O desempenho duma organização não se avalia pela forma como actua quando tudo está a correr bem mas como reage quando as coisas correm mal. A este respeito, nos meses seguintes à Cimeira de Praga de Novembro, a Aliança teve que enfrentar questões em que os Estados membros não estiveram de acordo e em que foram necessárias difíceis negociações para reconciliar as várias posições nacionais.
No princípio de 2003, verificou-se um intenso debate entre os Aliados sobre o momento do apoio defensivo à Turquia para dissuadir um possível ataque pelo Iraque. Mas negociações difíceis para a obtenção dum consenso são a essência da OTAN. Além disso, apesar das divergências, na Europa e dos dois lados do Atlântico, quanto à política em relação ao Iraque, não obstante os protestos maciços e a proximidade de eleições em vários países da OTAN, a Aliança conseguiu obter consenso suficiente para dar à Turquia ajuda defensiva para enfrentar a ameaça representada pelo Iraque.
Mais uma vez, o problema era de oportunidade não de conteúdo. Apesar das suas divergências, os Aliados demonstraram que levam a sério as suas obrigações nos termos do Tratado e que estão prontos a assumirem-nas. Embora tivesse sido preferível uma decisão mais rápida e mais serena, o que conta é o resultado final. Além disso, o planeamento foi seguido duma decisão rápida de destacar meios para a Turquia.
Nos próximos meses e anos, os membros da Aliança terão sem dúvida que se esforçar novamente para obter consensos quando enfrentarem questões difíceis. De facto, mesmo durante a Guerra Fria, houve muitas vezes divergências entre os países da OTAN. Como o antigo Secretário-Geral Lord Carrington gostava de dizer, ao contrário do bloco soviético, a OTAN canta em harmonia, não em uníssono. É devido à diversidade democrática da Aliança que a OTAN funciona nos bons e nos maus momentos e que, no período depois do 11/9, já obteve vastos consensos num certo número de áreas cruciais.
Vastos consensos
Primeiro, chegámos a acordo sobre o carácter das novas ameaças e sobre a melhor forma de a OTAN e os seus membros lhes responderem. O terrorismo e a proliferação das armas de destruição maciça são os dois principais desafios do século XXI. Os Aliados da OTAN reconheceram isto ao invocarem o Artigo 5º em resposta aos ataques de 11/9. E reconheceram-no de novo ao enviarem forças para o Afeganistão para combater a Al Qaeda e os Taliban. Em consequência, em 2002, enterrámos definitivamente o eterno debate quanto a saber se OTAN pode ou deve agir “fora da área”.
Na Cimeira de Praga, demos mais um passo para chegar a um consenso. Acordámos num novo conceito militar para a defesa contra o terrorismo, que estipula que as nossas forças devem ser capazes de “dissuadir, reprimir e defender” contra os terroristas, e que o deverão fazer onde quer que os nossos interesses o exijam. Além disso, a Aliança já concretizou este compromisso ao dar apoio ao comando holandês-alemão da Força Internacional de Ajuda à Segurança que está presentemente destacada em Cabul.
Também avançámos muito no sentido de obter um novo consenso quanto à forma de enfrentar a ameaça representada pelas armas de destruição maciça. Em Praga, os dirigentes da OTAN concordaram em melhorar as capacidades de detecção, em equipar as forças da OTAN com melhor equipamento de protecção e em apoiar as autoridades civis em caso de emergência. E lançaram um novo estudo de exequibilidade sobre a Defesa Antimíssil da OTAN para analisar as opções para a protecção do território, forças e centros populacionais da Aliança contra toda a gama de ameaças de mísseis.
A OTAN continuará a ser uma organização dinâmica, qualquer que seja o número de membros -
Também emergiu um novo consenso sobre as capacidades militares de que necessitamos para enfrentar as novas ameaças. Em Praga, foi conseguido acordo sobre a reforma da estrutura de comando da OTAN para melhorar a sua rapidez de reacção e de destacamento. Os Aliados também se comprometeram em melhorar bastante áreas essenciais das operações modernas: transporte estratégico, interoperacionalidade e munições guiadas com precisão, entre outras. Muitos Aliados comprometeram-se a fazer individualmente melhorias, outros a constituir equipas para resolver deficiências mais eficazmente. Mas, o que é importante, todos estes compromissos são claros e específicos – o que tornará fácil controlar o seu progresso. Desta forma, o Compromisso das Capacidades de Praga constitui um verdadeiro ponto de viragem na adaptação das capacidades europeias às exigências do século XXI.
Outro grande avanço na área das capacidades foi o acordo alcançado em Praga sobre a criação duma Força de Reacção da OTAN (NRF). Uma força moderna que conferirá à Aliança a capacidade de responder de forma rápida e eficaz às novas ameaças. A NRF equilibrará mais equitativamente os riscos, envolvendo mais Aliados nas operações, em vez de lhes atribuir, apenas por omissão, somente responsabilidades pós conflitos. E reunindo as melhores forças dos dois lados do Atlântico, a NRF também servirá de catalisador da necessária transformação de todas as forças Aliadas. Mais uma vez, um notável novo consenso foi obtido num extremamente pequeno espaço de tempo.
Transformação da Aliança
Antes do 11/9, era geralmente esperado que a Cimeira de Praga se centraria no alargamento da OTAN. Contudo, os convites feitos a sete novos países tornaram-se parte duma agenda de transformação da Aliança muito mais vasta. Mas há um forte consenso de que o alargamento continua a ser um imperativo estratégico, mesmo depois de os sete convidados aderirem formalmente no próximo ano. Isto é assim porque, juntamente com a expansão da União Europeia, o alargamento da OTAN ajudará a consolidar a Europa como espaço de segurança comum. Isto constituirá um grande passo no sentido de tornar a Europa um continente que deixe de ser fonte de conflitos.
Alguns analistas de segurança têm posto em dúvida a aptidão da OTAN para funcionar com muito mais membros. É certo que mais opiniões serão manifestadas em torno duma mesa do Conselho do Atlântico Norte alargada. Mas, como aconteceu nas fases anteriores do alargamento da OTAN, mais opiniões não significa necessariamente opiniões mais divergentes. Embora nenhum dos sete convidados possua capacidades militares espectaculares, cada um deles tem capacidades específicas que serão valiosas para a OTAN. Além disso, trarão entusiasmo, uma boa vontade para, se necessário, assumir riscos e o apreço pelo valor duma Aliança transatlântica permanente. Baseada num tal empenhamento político forte, a OTAN continuará a ser uma organização dinâmica, qualquer que seja o número de membros.
O 11/9 transformou o terrorismo duma preocupação de segurança interna num desafio de segurança verdadeiramente internacional. Por esta razão, os Aliados têm-se esforçado por envolver os seus 27 países Parceiros na luta contra esta ameaça. O Plano de Acção da Parceria sobre o Terrorismo acordado em Praga identifica as possibilidades de cooperação concreta nesta área. Esforços mais alargados para ajudar os Parceiros nas reformas internas e nas questões de segurança deverão ter um efeito positivo nas causas de fundo do terrorismo e na sua propagação a outros países.
A cooperação com um Parceiro em particular, a Rússia, já recebeu um grande impulso o ano passado. No seguimento do 11/9, os Aliados da OTAN e a Rússia compreenderam rapidamente que enfrentam perigos comuns e não podem continuar a dar-se ao luxo de discutir questões como o alargamento da OTAN. Esta constatação levou à criação, em Maio do ano passado, do Conselho OTAN-Rússia. Além disso, continua a encorajar uma cooperação construtiva no quadro deste fórum sobre uma vasta gama de questões de segurança, incluindo o combate ao terrorismo e a prevenção da proliferação das armas de destruição maciça.
Logo após a Cimeira de Praga, em Dezembro do ano passado, conseguimos outro avanço ao acordarmos numa base formal para a cooperação entre a Aliança e a União Europeia em gestão de crises e prevenção de conflitos. Até então, embora as duas organizações tivessem conseguido cooperar com êxito no terreno, designadamente para evitar uma guerra civil na ex-República Jugoslava da Macedónia* em 2001, não tínhamos sido capazes de institucionalizar o relacionamento. Isto agora mudou.
O novo acordo UE-OTAN tem potencial para transformar não só a segurança europeia mas também o relacionamento transatlântico. Ao permitir a utilização de meios e capacidades da OTAN nas operações dirigidas pela UE, os dois lados do Atlântico ficam a ganhar. A União Europeia terá a possibilidade de demonstrar o seu potencial como interveniente sério em matéria de segurança. E, se ficar gradualmente apta a assumir maior responsabilidade pela estabilidade nos Balcãs em substituição da OTAN, as forças dos EUA, em particular, ficarão disponíveis para outras tarefas prementes. Isto contribuirá para facilitar uma nova partilha de encargos mais justa entre os Estados Unidos e uma Europa mais madura.
Tudo considerado, percorremos um caminho bem longo desde o 11/9. Houve uma larga convergência de opiniões sobre as novas ameaças que enfrentamos e sobre a melhor maneira de lhes responder; sobre as capacidades que necessitamos para responder; sobre a contribuição que os novos membros poderão dar à nossa causa; e sobre a necessidade de colaborar com os países Parceiros e com o nosso principal parceiro estratégico, a União Europeia. É claro, ao mesmo tempo, que não podemos ser condescendentes.
Desafios futuros
Em primeiro lugar, a OTAN e os seus membros têm pela frente uma agenda exigente para satisfazer os vários compromissos assumidos na Cimeira de Praga. Isto aplica-se aos esforços reforçados para enfrentar a ameaça terrorista, incluindo uma cooperação mais profunda com os nossos Parceiros. E aplica-se, em particular, aos compromissos que cada um dos 19 membros da OTAN assumiu nos termos do Compromisso das Capacidades de Praga, todos eles fundamentais para a eficácia e a credibilidade a longo prazo da OTAN.
Segundo, temos que completar as nossas ligações com a União Europeia. Os trabalhos de implementação do acordo de Dezembro começaram imediatamente, com ênfase particular na possibilidade de a União Europeia substituir a OTAN na missão na ex-República Jugoslava da Macedónia*. Mas o potencial a mais longo prazo da nossa cooperação ultrapassa bastante a gestão de crises nos Balcãs. E deve tornar-se ainda maior à medida que as duas organizações se alarguem e tenham 19 membros comuns.
Terceiro, temos que redobrar os esforços para convencer o grande público. Uma das características deste novo ambiente de segurança é que as nossas políticas de segurança – e as nossas instituições – estão a mudar mais rapidamente que a percepção que têm as nossas opiniões públicas. Em consequência, a tarefa de explicar o que é a OTAN e o que está a fazer está a tornar-se cada vez mais exigente. Temos, portanto, que fazer um esforço adicional para garantir que a compreensão da nova OTAN pelo público continue muito difundida, forte e apoiante.
O 11/9 e o Iraque demonstram que estamos num período de transição fundamental. O ambiente de segurança está em mudança, assim como a forma como reagimos a ele e uns aos outros. O que é crucial durante este período de transição é preservar e reforçar o que nos trouxe até onde estamos actualmente e tanto contribuiu para a nossa segurança, prosperidade e bem-estar. Trata-se, em poucas palavras, da nossa cultura transatlântica comum de confiança, cooperação e apoio mútuo.
- Lord Robertson, Secretário-Geral da OTAN.