quinta-feira, dezembro 11, 2003

A Questão Presidencial no PSD (2)

A Questão Presidencial no PSD (2)
Por JOSÉ PACHECO PEREIRA


(NA) Link acima para consulta do Artigo completo; as questões, que me parecem mais pertinentes e que foram suscitadas por JPP a seguir em comentário.

1. Tem sentido suscitar a questão presidencial nos dias de hoje?
Não, de facto não faz qualquer sentido suscitar a questão presidencial. As eleições para a Presidência da Repúblicas são em 2005. Ainda muita água correr sob as pontes.
Quanto ao pretenso candidato à Presidência da República Pedro Santana Lopes, pela minha parte posso referir que teria de nascer de novo para obter o meu voto.
Em relação ao 'PP', o PP talvez considere a possibilidade de apoiar o candidato que JPP refere, o CDS não.
Além do mais, o que JPP se escusa de referir, ou de, eventualmente, sequer pensar é que, para lá das estruturas políticas existem cidadãos: livres, que decidem por si a todo o tempo, e que não aceitam 'estórias da carochinha' (até porque são maiores). JPP está incomodado com a situação. Eu também.

2. Tem sentido dramatizar a relação com o Presidente da República?
Não, não tem.
Apenas tem que existir coerência.

3. A quem prejudica a colocação na agenda política actual da questão presidencial?
Ao PSD e ao Governo. Num momento de dificuldades económicas e sociais e quando o Governo anuncia reformas difíceis, o entendimento institucional com o Presidente é um factor primordial para o sucesso da governação.

Tem toda a razão. Mas, deixa-me um pouco apreensiva não ter suscitado um 'qualquer fantasma'!

4. A quem favorece a obsessão presidencial?
Favorece a pré-candidatura pessoal de Santana Lopes, que necessita de ultrapassar a sua inerente fragilidade através de uma permanente ocupação do espaço mediático e para tal tem de dramatizar artificialmente a questão presidencial. A sua fragilidade vem da contradição entre a enorme controvérsia que suscita - controvérsia que não é sobre políticas, ou projectos ou programas, que se desconhecem, mas sobre a pessoa do candidato e o seu populismo político - e o carácter estabilizador e regulador da função presidencial.

É também do interesse desta pré-candidatura transformar tudo num drama político global, envolvendo a liderança partidária, a estabilidade governativa, o futuro da coligação, pretendendo assim desertificar o campo de outras candidaturas pela inevitabilidade de um enorme desgaste previsível apenas e só no conflito partidário interno.


De facto, Pedro Santana Lopes enganou-se na profissão! Em vez de político, devia ter seguido a carreira teatral.

Favorece o PP de Paulo Portas, que necessita, por um lado, de um palco de afirmação permanente pelo confronto e, por outro, porque, a médio prazo, as opções de Paulo Portas dentro do PSD exigem uma direcção que aceite e favoreça um processo de fusão do seu grupo e uma entrada negociada dele próprio para o partido de onde saiu há muitos anos.
"Favorece o PP de Paulo Portas, que necessita de um palco de afirmação permanente pelo confronto" (!!) JPP continua a ter um 'fantasma' que o assombrar qual figura freudiana, saída de Fausto.
Quanto à pretensa fusão do CDS com o PSD: esqueçam, é uma impossibilidade; uma mera farsa, proposta por gente de má-fé.
Se Paulo Portas "pretende" (como apregoam) "entrar" para o PSD, naturalmente que tem toda a legitimidade para o fazer. Como qualquer outro cidadão.
Mas, não confundir uma pessoa, com um Partido.

5. Que candidato presidencial o PSD deve escolher?
Não comento, trata-se de uma questão interna do PSD.
Pessoalmente, o candidato que gostaria que se perfila-se para a Presidência é: Cavaco Silva.

6. Qual o significado da frase "um Governo, uma maioria, um Presidente" de Sá Carneiro?
Concordo.

7. Era este o "sonho" central de Sá Carneiro?
Concordo.
Mas, estas são as actuais circunstâncias.
Vivemos hoje.

Centrar tudo numa estratégia pessoal (de Santana Lopes) e de um pequeno grupo (o PP de Portas) e nos seus interesses é uma distracção que o PSD pagará caro e que deixará o "sonho" de Sá Carneiro ainda mais longe.
Quanto a Santana Lopes está tudo dito.
O "pequeno grupo (o PP de Portas)", não há dúvida que Portas é o calcanhar de Aquiles de JPP! Trata-se de uma fixação! O PP (é Monteirista, ou já esqueceram que foi Manuel Monteiro quem adicionou PP (Partido Popular) ao CDS?! Memoriazinha curta!
O CDS não é um 'grupo pequeno', é aquilo que é, e mais, é com esse "grupo pequeno" que foi possível constituir o actual governo! Pacheco Pereira parece viver num outro mundo! Para um político com tantos anos de 'estrada', das duas uma, ou está a ser absolutamente demagógico quanto ao 'seu PSD', ou os corredores da Europa lhe estão a turvar a 'realidade' política portuguesa!

Uma coisa é certa, Pacheco Pereira está totalmente desencantado com o PSD.