sexta-feira, abril 30, 2004

Homenagem ao Garboso de Cavalaria

Os Dragões



A história do Regimento de Cavalaria é lendária.
Assim como o são, os homens que baixo a sua bandeira, desempenharam funções e desenvolveram campanhas.

É desta têmpera que é feito o Povo Português! Um 'punhado de 'homens bons' (homens e mulheres), uniram-se para 'criar' Portugal.
Um grupo de pessoas livres, decididas; com visão de futuro e ganas de Liberdade.

Uma homenagem a quem a merece.

IV - RECORDAÇÕES

Onde é que se escondeu enfraquecida a antiga fortaleza?
Sto. Eulógio, Memorial dos Sant., L. 3º.
Presbitério de Cartéia.
À meia-noite dos idos de dezembro da era de 748.

1
Era por uma destas noites vagarosas do inverno em que o brilho do céu sem lua é vivo e trêmulo; em que o gemer das selvas é profundo e longo; em que a soledade das praias e ribas fragosas do oceano é absoluta e tétrica.
Era a hora em que o homem está recolhido nas suas mesquinhas moradas; em que pelos cemitérios o orvalho se pendura do topo das cruzes e, sozinho, goteja das bordas das campas, em que só ele chora os mortos. As larvas da imaginação e o gear noturno afastam do campo-santo a saudade da viúva e do órfão, a desesperação da amante o coração despedaçado do amigo. Para se consolarem, os infelizes dormiam tranqüilos nos seus leitos macios!... enquanto os vermes iam roendo esses cadáveres
amarrados pelos grilhões da morte. Hipócritas dos afetos humanos, o sono enxugou-lhes as lágrimas!
E depois, as lousas eram já tão frias! Nos seios do torrão úmido o sudário do cadáver tinha apodrecido com ele.
Haverá paz no túmulo? Deus sabe o destino de cada homem. Para o que aí repousa sei eu que há na terra o esquecimento!
Os mares pareciam naquela hora recordar-se ainda do rugido harmonioso do estio, e a vaga arqueava-se, rolava e, espreguiçando-se pela praia, refletia a espaços nas golfadas de escuma a luz indecisa dos céus.
E o animal que ri e chora, o rei da criação, a imagem da divindade, onde é que se escondera?
Tremia de frio em aposento cerrado, e sentia confrangido a brisa fresca do norte que passava nas trevas e sibilava contente nas sarças rasteiras dos maninhos desertos.
Sem dúvida, o homem é forte e a mais excelente obra da criação. Glória ao rei da natureza que tiritando geme!
Orgulho humano, qual és tu mais - feroz, estúpido ou ridículo?

2
Não eram assim os godos do oeste quando, ora arrastando por terras as águias romanas, ora segurando com o seu braço de ferro o império que desabava, imperavam na Itália, nas Gálias e nas Espanhas, moderadores e árbitros entre o Setentrião e o Meio-dia:
Não eram assim, quando o velho Teodorico, semelhante ao urso feroz da montanha, combatia nos campos cataláunicos rodeado de três filhos, contra o terrível Átila e ganhava no seu último dia a sua última vitória:
Quando a larga e curta espada de dois gumes se convertera em foice da morte nas mãos dos godos, e diante dela retrocedia a cavalaria dos gépidas, e os esquadrões dos hunos vacilavam, dando roucos gritos de espanto e terror.
Quando as trevas eram mais cerradas e profundas viam-se à claridade das estrelas relampaguear as armas dos hunos, volteando em redor dos seus carros, que lhes serviam de valos. Como o caçador espreita o leão tomado no fojo, os visigodos os vigiavam esperando o romper da alvorada.
Lá, o sopro gelado da noite não fazia confranger nossos avós debaixo das armaduras. Lá, a neve era um leito como outro qualquer, e o rugir do bosque, debatendo-se nas asas da tempestade, era uma cantilena de repouso.
O velho Teodorico caíra atravessado por uma flecha despedida pelo ostrogodo Handags, que, com os da sua tribo, combatia pelos hunos.
Os visigodos viram-no, passaram avante e vingaram-no. Ao pôr-do-sol, gépidas, ostrogodos, ciros, burgundos, turíngios, hunos, misturados uns com outros, tinham mordido a terra cataláunica, e os restos da inumerável hoste de Átila, encerrados no seu acampamento fortificado, preparavam-se para morrer; porque Teodorico jazia para sempre, e o franquisque dos visigodos era vingador e inexorável.
O romano Aécio teve, porém, piedade de Átila e disse aos filhos de Teodorico: - ide-vos, porque o império está salvo.
E Torismundo, o mais velho, perguntou a seus dois irmãos Teodorico e Frederico: - está acaso vingado o sangue do nosso pai?
De sobejo o estava ele! Ao aparecer do dia, por quanto os olhos podiam alcançar, não se viam senão cadáveres.
E os visigodos deixaram entregues a si os romanos, que, desde então, não souberam senão fugir diante de Átila.
Quem contará, porém, as vitórias de nossos avós durante três séculos de glória? Quem poderá celebrar o esforço de Eurico, de Teudes, de Leovigildo; quem saberá todas as virtudes de Recaredo e de Vamba?
Mas, em qual coração resta hoje virtude e esforço, no vasto império de Espanha?

3
Era, pois, numa destas noites como a que desceu do céu depois do desbarato dos hunos; era numa destas noites em que a terra, envolta no seu manto de escuridade, se povoa de terrores incertos; em que o sussurro do pinhal é como um coro de finados, o despenho da torrente como um ameaçar de assassino, o grito da ave noturna como uma blasfêmia do que não crê em Deus.
Nessa noite fria e úmida, arrastado por agonia íntima, vagava eu às horas mortas pelos alcantis escalvados das ribas do mar, e enxergava ao longe o vulto negro das águas balouçando-se no abismo que o Senhor lhes deu para perpétua morada.
Por cima da minha cabeça passava o norte agudo. Eu amo o sopro do vento, como o rugido do mar:
Porque o vento e o oceano são as duas únicas expressões sublimes do verbo de Deus, escritas na face da terra quando ainda ela se chamava caos.
Depois é que surgiu o homem e a podridão, a árvore e o verme, a bonina e o emurchecer. E o vento e o mar viram nascer o gênero humano, crescer a selva, florescer a primavera; - e passaram, e sorriram-se.
E, depois, viram as gerações reclinadas nos campos do sepulcro, as árvores derribadas no fundo dos vales secas e carcomidas, as flores pendidas e murchas pelos raios do sol do estio; - e passaram, e sorriram-se.
Que tinham eles, de feito, com essas existências, mais passageiras e incertas que as correntezas de um e que as ondas buliçosas do outro?

4
O mundo atual nunca poderá entender plenamente o afeto que, vibrando-me dolorosamente as fibras do coração, me arrastava para as solidões marinhas do promontório, quando os outros homens nos povoados se apinhavam à roda do lar aceso e falavam das suas mágoas infantis e dos seus contentamentos de um instante.
E que me importa a mim isso? Virão um dia a esta nobre terra de Espanha gerações que compreendam as palavras do presbítero.
Arrastava-me para o ermo um sentimento íntimo, o sentimento de haver acordado, vivo ainda, deste sonho febril chamado vida, e de que hoje ninguém acorda, senão depois de morrer.
Sabeis o que é esse despertar de poeta?
É o ter entrado na existência com um coração que transborda de amor sincero e puro por tudo quanto o rodeia, e ajuntaram-se os homens e lançarem-lhe dentro do seu vaso de inocência lodo, fel e peçonha e, depois, rirem-se dele:
É o ter dado às palavras - virtude, amor pátrio e glória - uma significação profunda e, depois de haver buscado por anos a realidade delas neste mundo, só encontrar aí hipocrisia, egoísmo e infâmia:
É o perceber à custa de amarguras que o existir é padecer, o pensar descrer, o experimentar desenganar-se, e a esperança nas coisas da terra uma cruel mentira de nossos desejos, um fumo tênue que ondeia em horizonte aquém do qual está assentada a sepultura.
Este é o acordar do poeta. Depois disso, nos abismos da sua alma só há para mandar aos lábios um sorriso de desprezo em resposta às palavras mentidas dos que o cercam, ou uma voz de maldição desabridamente sincera para julgar as ações dos homens.
É então que para ele há unicamente uma vida real - a intima; unicamente uma linguagem inteligível - a do bramido do mar e do rugido dos ventos; unicamente uma convivência não travada de perfídia - a da solidão.

5
Tal era eu quando me assentei sobre as fragas; e a minha alma via passar diante de si esta geração vaidosa e má, que se crê grande e forte, porque sem horror derrama em lutas civis o sangue de seus irmãos.
E o meu espírito atirava-se para as trevas do passado.
E o sopro rijo do norte afagava-me a fronte requeimada pela amargura, e a memória consolava-me das dissoluções presentes com a aspiração suave do formoso e enérgico viver de outrora.
E o meu meditar era profundo, como o céu, que se arqueia imóvel sobre nossas cabeças; como o oceano, que, firmando-se em pé no seu leito insondável, braceja pelas baías e enseadas, tentando esboroar e desfazer os continentes.
E eu pude, enfim, chorar.

6
Que fora a vida se nela não houvera lágrimas?
O Senhor estende o seu braço pesado de maldições sobre um povo criminoso; o pai que perdoara mil vezes converte-se em juiz inexorável; mas, ainda assim, a Piedade não deixa de orar junto dos degraus do seu trono.
Porque sua irmã é a Esperança, e a Esperança nunca morre nos céus. De lá ela desce ao seio dos maus antes que sejam precitos.
E os desgraçados na sua miséria conservam sempre olhos que saibam chorar.
A dor mais tremenda do espírito quebrantam-na e entorpecem-na as lágrimas.
O Sempiterno as criou quando nossa primeira mãe nos converteu em réprobos: elas servem, porventura, ainda de algum refrigério lá nas trevas exteriores, onde há o ranger dos dentes.
Meu Deus, meu Deus! - Bendito seja o teu nome, porque nos deste o chorar.


- Alexandre Herculano, in Eurico, o Presbítero

Romance de Avalor

Pela ribeira dum rio
que leva as águas ao mar
vai o triste de Avalor,
não sabe se há de tornar.
As águas levam seu bem;
ele leva o seu pesar.
só vai e sem companhia,
que os seus fora deixar:
que quem não leva descanso,
descansa em só caminhar.
Descontra onde ia a barca
se ia o sol abaixar;
indo-se abaixando o sol
escurecia-se o ar;
tudo se fazia triste
quanto havia de ficar
Da barca levantam remos
e ao som do remar
começaram os remeiros
do barco este cantar:
"Que frias eram as águas!
Quem as haverá de passar?"
Dos outros bancos respondem:
"Quem as haverá de passar
senão quem a vontade pôs
onde a não pode tirar."
Trás a barca o levam olhos
quanto o dia dá lugar.
Não durou muito, que o bem
não pode muito durar.
Vendo o sol posto, contra ele,
soltou os olhos ao chorar;
soltou rédea a seu cavalo,
da beira do rio a andar:
e a noite era calada
pera mais o magoar,
que o compasso dos remos
era o do seu suspirar:
querer contar suas mágoas
seria areias contar.
Quanto mais se ia alongando,
se ia alongando o soar:
de seus ouvidos aos olhos
a tristeza foi igualar.
Assi como ia a cavalo
foi pela água dentro entrar;
e dando um longo suspiro
ouvira longe falar:
"Onde mágoas levam alma,
vão também corpo levar":
mas indo assi por acerto
foi c'um barco n'água dar,
que estava amarrado à terra
e seu dono era a folgar.
Salta assi como ia dentro
e foi a amarra cortar:
a corrente e a maré
acertaram-no ajudar.
Não sabem mais que foi dele
nem novas se podem achar,
suspeitou-se que era morto
mas não é para afirmar,
que não no embarcou ventura
para isso o foi guardar.
Mas são as águas do mar
De quem se pode fiar.


- Bernardim Ribeiro

quinta-feira, abril 29, 2004

Oil boom predicted, in East Africa

Africa's Indian Ocean coast is poised to become a new source of oil and gas on the continent, according to a US oil industry expert whose firm has been carrying out satellite and geological surveys of the region.

West Africa, which supplies the US with 15% of its oil imports, has been the traditional focus for oil exploration on the continent.

But in an interview published on the US State Department's website, oil firm director Chris Machette-Downes said: "East Africa is very likely to become one of the hottest oil exploration frontiers in the next few years."

Commenting on a survey of the coast from the Kenya-Somalia border to South Africa, he said that for years east Africa had only been regarded as good for natural gas production, but that view had changed.

Oil production is already under way in Sudan. A host of companies are exploring offshore in the region, including Shell and the Anglo-US firm Aminex off the coast of Tanzania.

Machette-Downes predicted that any major finds of oil in east Africa would be exported chiefly to oil-hungry Asian nations.

Chinese and Indian companies, as well as the Malaysian firm Petronas, are already involved in oil extraction from Sudan.

- Guardian Unlimited

Sudan: Rebels Responsible for Violence (?)



Stung by charges that his government is fomenting ethnic cleansing in western Sudan, the humanitarian affairs minister came to see the evidence for himself — looted grain silos, scorched farmland, huts burned to heaps of black clay, and accounts of hundreds of thousands made homeless. But left unanswered was the question of who is to blame for the tragedy and looming famine in the Iraq-sized province of Darfur — the Arab-dominated government in Khartoum, or the rebels it claims are threatening Sudan's stability with their campaign for autonomy?

The Darfur disaster has emerged as a delicate peace, brokered by Western and African diplomats, is taking root in another of Sudan's conflict zones — a 21-year civil war broadly defined as pitting the Muslim north against the Christian and animist south.

In Darfur, which is almost completely Muslim, the division is between African and Arab.

Human rights groups say the government is giving air support to the Arab tribal militias in Darfur. The government says the tribesmen are defending themselves against autonomy-seeking rebels, but denies aiding them.

The government signed a 45-day cease-fire with the rebels on April 8, and during his visit last week, Humanitarian Affairs Minister Ibrahim Hamid appealed to international relief groups to help. Sudanese officials said U.N. human rights investigators who arrived in the country last week would have free access to Darfur.

To Hamid, villagers described fleeing from armed horsemen who burned and looted their homes. They said they didn't know who the attackers were, but out of the earshot of Hamid's entourage, an African tribal chief blamed "janajaweed" — tribal militias.

The chief, who requested anonymity, did not say whether he believed the government was backing the janajaweed. Human rights groups accuse the government of bombing villages before janajaweed raids and providing helicopter reconnaissance afterward. New York-based Human Rights Watch calls it "a strategy of ethnic-based murder, rape and forcible displacement of civilians in Darfur."

Last week it said it had documented dozens of janajaweed attacks supported by government forces. It described an operation in which troops allegedly worked with janajaweed to detain 136 African men whom the militias later massacred.

A U.N. report leaked last week accused Sudanese forces of raping non-Arab women and girls and bombing civilians in what may amount to crimes against humanity. West Darfur Governor Adam Sulieman has said any atrocities are the work of "bandits, outlaws and rebels."

In a TV interview last week, Foreign Minister Mustafa Osman Ismail said the janajaweed "took up arms to defend themselves" against rebel attacks. But while denying the government was backing the janajaweed, he said it "may have turned a blind eye toward the militias ... because those militias are targeting the rebellion."

The rebels accuse the government of neglecting impoverished Darfur, long an arena for clashes between African farmers and Arab herdsmen over grazing areas.

Visiting the Mukjar area, with a population of 123,000, minister Hamid was told rebels had attacked three times since October, making it impossible to harvest crops.

Some 51,000 people, mostly women, fled to camps around Mukjar, Hamid was told.

"When I came here, I saw women crawling on their knees to pick up grain from the ground," said Ahmed Sabah Rizzigallah, deputy director of a Kuwaiti organization that was the only foreign aid group working in the area.

- Tehran Times

Ilusão É Arte, Pois Eu Não Ajo

Fico ou Parto - com constante alegria
Meus pensamentos, embora cépticos, são sagrados
Santa prece para o conhecimento ou puro facto.

Então enceno a esperança de que posso criar
Um mundo vivo em torno dos meus olhos mortais
Um triste paraíso é o que imito
E anjos caídos cujas asas perdidas são suspiros.

Neste estado não mundano em que me movimento
A minha Fé e Esperança são, diabólica moeda corrente.
Em mundos falsificados, cunho pequenos donativos
Em torno de mim, e troco minha alma por amor.


- Allen Ginsberg

Brincadera

Diz um miúdo para outro:

- Vamos brincar?
- Vamos, mas a quê?
- A Funcionário Público!!
- E como é que é?
- Então, o primeiro que se mexer, perde!!!!!!!!

quarta-feira, abril 28, 2004

Novo Link

Do Alcance do Objectivo

A Juventude é um factor de irritação que leva à "Descoberta"!
A Humildade é um factor interior que leva à consagração e consolidação da Experiência.

Da igualização das distinções

Tzu-Ch'i, um homem de Nan Kuo, estava encostado a um tamborete, ausente, sem respirar e de olhar pasmado fixo no céu. Parecia ter-lhe morrido uma companhia querida ou nele ter-se perdido a ligação do espírito com o corpo.
Yen Ch'eng Tzu-Yu que para o servir esperava à frente dele, exclamou "Como podeis transformar o corpo numa árvore seca e o espírito em cinzas mortas?
O homem que agora está encostado no tamborete não é o mesmo de há instantes atrás!"
"A pergunta é boa, Yen" - disse Tzu-Ch'i.
"Naquele momento perdi-me de mim. Compreendes? Talvez conheças a música dos homens, mas não a música da terra. Ou se ouviste a música da terra, não escutaste a música do céu! "
"Posso perguntar-vos o que isso significa?", disse Tzu-Yu.
Tzü Ch'i disse," Quando a terra respira, o sopro chama-se vento. Há alturas em que o vento não se levanta, mas quando o faz, dez mil aberturas desatam a gritar. Nunca ouviste o ulular do vento a sair? Nas florestas agitadas das montanhas, há árvores enormes com cem palmos de periferia, com buracos e aberturas como os do nariz, da boca, das orelhas, dos cântaros, das chávenas ou dos almofarizes, como gretas ou como sulcos. Roncam como o mar, zunem como setas, guincham, arfam, bradam, fungam, gemem, gritam, aqueles que vão adiante a chamar Eh!Eh! e os que vão atrás a responder Uh! Uh!, calmamente se o vento é ligeiro, ou num coro colossal se há tempestade. A fúria do vento passa e todos os buracos ficam outra vez sem som. Nunca reparaste como a música da terra se desvanece lentamente?
Tzü Yu disse, "A música da terra aparece desses buracos todos, e a dos homens de flautas de cana de bambu.
Posso pedir-vos para falar da música do Céu?"
Tzü Ch'i disse, "É o soprar das dez mil coisas, todas diferentes com cada uma a realizar-se por si mesma e decidindo por si. Mas o que é que provoca esse som?"

O grande saber é englobante e generoso, o pequeno saber é limitado e interesseiro. O grande discurso é claro e resplandece, o discurso menor é acre, e inclinado a discutir.
A dormir o espírito dos homens vagueia; acordados o corpo apressa-se.
A participação nos contactos humanos engendra acções oblíquas e o empenho numa luta quotidiana; surgem então indecisões, dissimulações e pensamentos reservados. Apreensões menores criam inquietude e agitação. Grandes apreensões engendram inércia e preguiça.
Em acção os homens, visam os outros como a flecha saída do arco, falando do correcto e incorrecto que julgam dominar, para depois se imobilizarem nas suas posições como conjurados seguros de conseguir vitória. Assim se enfraquecem todos os dias, como estes no Outono e Inverno.
Sufocam nos seus afazeres ensombrando-se como se estivessem fechados a lacre, as suas mentes caminham para a morte, e não há maneira de os trazer de volta para a luz do sol.


- Lao Tze

Cenas: "Interlúdio"

- De Contemptu et Odio Fugiendo
(De Como Se Deve Evitar Ser Desprezado E Odiado)


Quando Nicolau Maquiavel elaborou "O Princípe", não estava a pensar que, fruto da sua Obra, existiriam no futuro dilectos pupilos aos quais as suas 'linhas' irião inspirar sobremaneira.

(..) que o príncipe pense (como acima se disse em parte) em fugir àquelas circunstâncias que possam torná-lo odioso e desprezível; sempre que assim proceder, terá cumprido o que lhe compete e não encontrará perigo algum nos outros defeitos. Odioso o tornará, acima de tudo, como já disse, o ser rapace e usurpador dos bens e das mulheres dos súditos, do que se deve abster; e, desde que não se tirem nem os bens nem a honra à universalidade dos homens, estes vivem felizes e somente se terá de combater a ambição de poucos, o que se refreia por muitos modos e com facilidade.
Desprezível o torna ser considerado volúvel, leviano, efeminado, pusilânime, irresoluto, do que um príncipe deve guardar-se como de um escolho, empenhando-se para que nas suas acções se reconheça grandeza, coragem, gravidade e fortaleza; com relação às ações privadas dos súditos, deve querer que a sua sentença seja irrevogável; deve manter-se em tal conceito que ninguém possa pensar em enganá-lo ou traí-lo.
O príncipe que dá de si esta opinião é assaz reputado e, contra quem é reputado, só com muita dificuldade se conspira; dificilmente é atacado, desde que se considere excelente e seja reverenciado pelos seus. Na verdade, um príncipe deve ter dois temores: um de ordem interna, de parte de seus súbditos, o outro de natureza externa, de parte dos potentados estrangeiros. Destes se defende com boas armas e
bons amigos; e sempre que tenha boas armas terá bons amigos. A situação interna, desde que ainda não perturbada por uma conspiração, estará segura sempre que esteja estabilizada a externa; mesmo quando esta se agite, se o príncipe organizou-se e viveu como eu já disse, desde que não desanime, resistirá a qualquer impacto, como salientei ter feito o espartano Nábis.
Mas, a respeito dos súbditos, quando os negócios externos não se agitam, deve-se temer que conspirem secretamente, contra o que o príncipe se assegura firmemente fugindo de ser odiado ou desprezado e mantendo o povo com ele satisfeito; isto é de necessidade seja conseguido, como já acima se falou longamente. Um dos mais poderosos remédios de que um príncipe pode dispor contra as conspirações é não ser odiado pela maioria, porque sempre, quem conjura, pensa com a morte do príncipe satisfazer o povo, mas, quando considera que com isso irá ofendê-lo, não se anima a tomar semelhante partido, mesmo porque as dificuldades com que os conspiradores têm de se defrontar são infinitas. Por experiência vê-se que muitas foram as conspirações mas poucas tiveram bom fim, pois quem conspira não pode ser sozinho, nem pode ter por companheiros senão aqueles que acredite estarem descontentes; mas, logo que tenhas revelado a um descontente a tua intenção, lhe dás motivo para ficar contente porque, evidentemente, ele pode daí esperar todas as vantagens; de forma que, vendo o ganho certo de um lado, sendo o outro dúbio e cheio de perigo, é preciso seja ou extraordinário amigo teu ou implacável inimigo do príncipe para manter-te a palavra empenhada.
Para reduzir o assunto a termos breves, digo que do lado do conspirador não existe senão medo, ciúme, suspeita de castigo que o atordoa; mas, do lado do príncipe, existe a majestade do principado, as leis, as barreiras dos amigos e do Estado que o defendem; consequentemente, somada a tais factores a benevolência popular, é impossível exista alguém tão temerário que venha a conspirar. Isso porque, geralmente, onde um conspirador teme antes da execução do mal, se tiver o povo por inimigo, deve temer ainda, mesmo depois de ocorrido o facto, não podendo por isso esperar qualquer amparo.

Cenas do 3º Capítulo

- Golpe de Cena

Santana Lopes não quer concentração de apoio ao Túnel do Marquês
Convocada pelos seus mandatários de campanha

O presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes, pediu que não se realize a concentração de apoio a si mesmo e em defesa do Túnel do Marquês que é hoje convocada num anúncio publicitário. O texto, que apela a uma manifestação, amanhã, na Praça do Município, é da responsabilidade dos mandatários da campanha de Santana Lopes, Ruy de Carvalho e Rita Salema.

Num comunicado enviado à Lusa, os organizadores da iniciativa - Ruy de Carvalho, Rita Salema e Maria Cunha, Pedro Agulheiro e Vítor Barros - esclarecem que a concentração é um protesto contra a decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa de suspender as obras do Túnel do Marquês até que seja elaborado um estudo de impacte ambiental.
(..)

Pois, o Sr. Presidente da CML não 'sabia de nada'! É um 'desconhecedor' das 'tropelias benfazejas'!
O "gang" do Teatro é que é 'responsável' pela elaboração e pagamento dos anúncios!
Anúncio não identificado marca manifestação de apoio ao Túnel do Marquês
Andam a ganhar bem!!

Cenas do 2º Capítulo

- O Império Contra-Ataca

José Eduardo Martins assume responsabilidade, mas contesta decisão do Tribunal
Túnel do Marquês: secretário de Estado diz que lei não obriga a estudo de impacte ambiental

Cada qual tem que tomar as suas decisões na vida.

Cenas do 1º Capítulo

O Presidente da CML, vai assacar as culpas e responsabilidades, pela falta do estudo de impacto ambiental, ao Secretário de Estado do Ambiente; espero bem que o José Eduardo Martins não se fique!
Espero bem, que não permita ser triturado por este garnizé e galã de 'meia-tigela' - qual Imperator de um qualquer pseudo Circus Romanus! A ver vamos se o sistema contra-ataca, ou se José Eduardo Martins 'parte a louça'!

É facto que, o Tribunal Administrativo ao embargar as obras, vem criar uma situação de incumprimento por parte da CML.
Das cláusulas penais resulta que, o empreiteiro terá de ser ressarcido pelo tempo de paragem. O empreiteiro apenas tem a haver com a execução das obras, propriamente ditas, e nada com Projecto ou quaisquer burocracias relativas, e que ao mesmo digam respeito; sendo tais buracracias da conta e responsabilidade do dono da obra - CML.
O Presidente da CML, ao 'bom-estilo' que é próprio de dita Instituição (CML), não assume responsabilidades da sua "boa-fé"!

Pretende, agora, transferir as responsabilidades para o Governo, na pessoa do Secretário de Estado do Ambiente! "Santana Diz Que Governo o Dissuadiu de Encomendar Estudo Ambiental para o Túnel do Marquês"
O sr. Presidente da CML, terá de apresentar provas do que afirma.

De mais a mais, a prova provada da sua constante incoerência, demagogia e 'show-off', é demonstrado num anúncio que fez publicar hoje no Jornal Público, onde dá conta da 'decisão' do Tribunal Administrativo!!

Tudo às expensas do erário camarário!
Haja vergonha! Há limites para tudo!

terça-feira, abril 27, 2004

A Lenda de Narciso



"Eco era uma bela ninfa, amante dos bosques e dos montes, onde se dedicava a distrações campestres. Era favorita de Diana e acompanhava-a em suas caçadas. Tinha um defeito, porém: falava de mais e, em qualquer conversa ou discussão, queria sempre dizer a última palavra.

Certo dia, Juno saiu à procura do marido, de quem desconfiava, com razão que estivese se divertindo entre as ninfas. Eco, com sua conversa, conseguiu entreter a deusa, até as ninfas fugirem.
Percebendo isto, Juno condenou-a com estas palavras:

- Só conservarás o uso dessa língua com que me iludiste para uma
coisa de que gostas tanto: responder. Continuarás a dizer a última
palavra, mas não poderás falar em primeiro lugar.

A ninfa viu Narciso, um belo jovem, que perseguia a caça na montanha. Apaixonou-se por ele e seguiu-lhe os passos. Quanto desejava dirigir-lhe a palavra, dizer-lhe frases gentis e conquistar-lhe o afecto! Isso estava fora de seu poder, contudo. Esperou, com impaciência, que ele falasse primeiro, a fim de que pudesse responder.
Certo dia, o jovem, tendo se separado dos companheiros, gritou bem alto:

- Há alguém aqui?

- Aqui - respondeu Eco.

Narciso olhou em torno e, não vendo ninguém, gritou:

- Vem!

- Vem! - respondeu Eco.

- Por que foges de mim? - perguntou Narciso

Eco respondeu com a mesma pergunta.

- Vamos nos juntar - disse o jovem.

A donzela repetiu, com todo o ardor, as mesmas palavras e correu
para junto de Narciso, pronta a se lançar em seus braços.

- Afasta-te! - exclamou o jovem, recuando. - Prefiro morrer a te
deixar possuir-me.

- Possuir-me - disse Eco.

Mas foi tudo em vão. Narciso fugiu e ela foi esconder sua vergonha no recesso dos bosques. Daquele dia em diante, passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das montanhas. De pesar, seu corpo definhou, até que as carnes desapareceram inteiramente. Os ossos transformaram-se em rochedos e nada mais dela restou além da voz. E, assim, ela ainda continua disposta a responder a quem quer que a chame e conserva o velho hábito de dizer a última palavra.

A crueldade de Narciso nesse caso não constituiu uma exceção. Ele
desprezou todas as ninfas, como havia desprezado a pobre Eco. Certo
dia, uma donzela que tentara em vão atraí-lo implorou aos deuses que
ele viesse algum dia a saber o que é o amor e não ser correspondido.
A deusa da vingança (Nêmesis) ouviu a prece e atendeu-a.

Havia uma fonte clara, cuja água parecia de prata, à qual os pastores jamais levavam os rebanhos, nem as cabras monteses freqüentavam, nem qualquer um dos animais da floresta. Também não era a água enfeada por folhas ou galhos caídos das árvores; a relva crescia viçosa em torno dela, e os rochedos a abrigavam do sol. Ali chegou um dia Narciso, fatigado da caça, e sentindo muito calor e muita sede. Debruçou-se
para desalterar-se, viu a própria imagem refletida e pensou que fosse algum belo espírito das águas que ali vivesse. Ficou olhando com admiração para os olhos brilhantes, para os cabelos anelados como os de Baco ou de Apolo, o rosto oval, o pescoço de marfim, os lábios entreabertos e o aspecto saudável e animado do conjunto.
Apaixonou-se por si mesmo. Baixou os lábios, para dar um beijo e mergulhou os braços na água para abraçar a bela imagem. Esta fugiu com o contato, mas voltou um momento depois, renovando a fascinação. Narciso não pode mais conter-se. Esqueceu-se de todo da idéia de alimento ou repouso, enquanto se debruçava sobre a fonte, para contemplar a própria imagem.

- Por que me desprezas, belo ser? - perguntou ao suposto espírito.
- Meu rosto não pode causar-te repugnância. As ninfas me amam e tu mesmo não parece olhar-me com indiferença. Quando estendo os braços, fazes o mesmo, e sorris quando te sorrio, e respondes com acenos aos meus acenos.

Suas lágrimas cairam na água, turvando a imagem. E, ao vê-la partir, Narciso exclamou:

- Fica, peço-te! Deixa-me, pelo menos, olhar-te, já que não posso tocar-te.

Com estas palavras, e muitas outras semelhantes, atiçava a chama que o consumia, e, assim, pouco a pouco, foi perdendo as cores, o vigor e a beleza que tanto encantara a ninfa Eco. Esta mantinha-se perto dele, contudo, e, quando Narciso gritava: "Ai, ai", ela respondia com as mesmas palavras. O jovem, depauperado, morreu. E, quando sua sombra atravessou o Estige, debruçou-se sobre o barco, para avistar-se na água.

As ninfas choraram-no, especialmente as ninfas da água. E, quando esmurravam o peito, Eco fazia o mesmo. Prepararam uma pira funerária, e teriam cremado o corpo, se o tivessem encontrado; no seu lugar, porém, só foi encontrada uma flor, roxa, rodeada de folhas brancas, que tem o nome e conserva a memória de Narciso.

Milton faz alusão à história de Eco e Narciso, na canção da Dama, do poema "Comus". A Dama, procurando os irmãos na floresta, canta, para atrair-lhes a atenção:

Ó Eco, doce ninfa que, invisível,
Vives nas verdes margens do Meandro
E no vale coberto de violetas,
Onde ao luar o rouxinol te embala,
Com seu canto nostálgico e suave,
Dois jovens tu não viste, por acaso,
Bem semelhantes, Eco, ao teu Narciso?
Se, em alguma gruta os escondeste,
Dize-me, ó ninfa, onde essa gruta está
E, em recompensa, subirás ao céu.
E mais graça darás, ó bela ninfa,
À Celeste harmonia em seu conjunto!

Além disso, Milton imitou a história de Narciso na descrição, que põe na boca de Eva, acerca de sua impressão, ao ver-se, pela primeira vez, refletida na fonte:

Muitas vezes relembro aquele dia
Em que fui despertada a vez primeira
Do meu sono profundo. Sob as folhas
E as flores, muitas vezes meditei:
Quem era eu? Aonde ia? De onde vinha?
Não distante de mim, doce ruído
De água corrente vinha. De uma gruta
Saía a linfa e logo se espalhava
Em líquida planície, tão tranqüila
Que outro céu tranqüilo parecia.
Com o espírito incerto caminhei e fui
Na verde margem repousar do lago
E contemplar de perto as claras águas
Que eram, aos meus olhos, novo firmamento.
Ao debruçar-me sobre o lago, um vulto
Bem em frente de mim apareceu
Curvado para olhar-me. Recuei
E a imagem recuou, por sua vez.
Deleitada, porém, como que avistava
Novamente eu olhei. Também a imagem
Dentro das águas para mim olhou,
Tão deleitada quanto eu, ao ver-me.
Fascinada, prendi na imagem os olhos
E, dominada por um vão desejo,
Mais tempo ficaria, se uma voz
Não se fizesse ouvir, advertindo-me:
"És tu mesma que vês, linda criatura."

Paraíso Perdido, Livro IV

Nenhuma das lendas da antiguidade tem sido mais comentada que a de
Narciso. Eis dois epigramas que a encaram sob dois aspectos
diferentes.
O primeiro é de Goldsmith:

A PROPÓSITO DE UM JOVEM QUE FICOU CEGO
EM CONSEQÜÊNCIA DE UM RAIO

Não por ódio ou descuido a Providência
Isto te fez, mas por piedade e arte:
Se cego te tornou, como Cupido,
Da sorte de Narciso quis livrar-te.

O outro é de Cooper:

SOBRE UM MOÇO FEIO

Evita, amigo, evita debruçar-te
Sobre o cristal de um cristalino veio,
Senão, como Narciso, irás matar-te,
Não por te veres belo, mas tão feio.

Santana Lopes responsabiliza Secretário de Estado por falta de estudo ambiental

(Este tipo é uma besta!! Grande sac..)

O presidente da Câmara de Lisboa responsabilizou na terça- feira o Secretário de Estado do Ambiente pela falta de um estudo de impacto ambiental, que levou o Tribunal Administrativo a mandar suspender a obra do Túnel do Marquês.

"A entidade perante a qual tem de se apresentar o estudo disse sempre que não era necessário apresentar o estudo de impacte ambiental", afirmou durante a reunião da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) Santana Lopes, referindo que foi o próprio Secretário de Estado do Ambiente que garantiu à autarquia que a obra projectada não necessitava deste documento.

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa mandou suspender os trabalhos relativos à estrutura do Túnel, até à realização de um estudo de impacte ambiental, em sequência de uma acção popular movida em Janeiro pelo advogado José Sá Fernandes.

"Tudo o que era exigível à câmara foi feito. Em relação ao estudo de impacte ambiental, não podíamos apresentar um estudo perante quem nos dizia que não era preciso", disse Santana Lopes.

A Agência Lusa tentou obter uma reacção do Secretário de Estado de Ambiente, José Eduardo Martins, o que não foi possível em tempo útil.

O Bloco de Esquerda-BE visto pelo Partido Revolucionário do Proletariado-PRP-BR

O B.E.

8.-A degenerescência do processo do Bloco de Esquerda e que culminaria no desvio dos seus partidos integrantes à social democracia, levou o PRP-BR a não aceitar integrar-se nele. Porque, e primeiro que tudo: o B.E. ao entrar no jogo burguês, recusou, traiu na prática, as mudanças radicais que se impunham fazer na sociedade em Portugal. Deixou de ser uma alternativa revolucionária dos trabalhadores, passando agora a ser apenas, um apêndice ou um grupo satélite do PS (com quem aliás tem tentado uma colagem eleitoralista) e do reformismo (do PCP). Sendo o BE maioritariamente constituído por jovens, colarinhos brancos e intelectuais, que estão ligados a certos sectores marginais e preconceituosos da sociedade portuguesa, deixaram de acreditar nos interesses e nas conquistas da grande maioria da nossa população, ou seja:dos trabalhadores porugueses. E assim o seu desvio à direita, levou-os apenas a empenharem-se e interessarem-se pela defesa dos interesses de certas minorias sociais existentes na sociedade portuguesa, e de facto, renunciando deste modo à luta dos trabalhadores portugueses.

9.-O PRP-BR reafirma a necessidade de aprofundar e desenvolver o processo unitário consubstanciado numa nova Frente de Unidade Revolucionária a partir de dissidências do BE onde tal trabalho é possível e desejado, quer criando-se uma Frente Ampla de Esquerda em Portugal numa perspectiva revolucionária, quer viabilizando o nosso novo projecto revolucionário que assenta na clarificação da situação política portuguesa e na radicalização da luta de classes, exigindo uma cada vez maior ligação às lutas concretas dos trabalhadores dentro duma perspectiva fundamentalmente estratégica da Tomada do Poder pelas classes Trabalhadoras, e um aprofundamento do debate ideológico e o seu empenhamento militante que a disciplina revolucionária impõe.

10.-A perspectiva da criação de uma nova Frente de Unidade Revolucionária não pode deixar de considerar a necessidade da conjugação orgânica e política das 4 componentes julgadas fundamentais para um processo insurreicional vitorioso. Essas 4 componentes (os partidos revolucionários, a FUR, as Organizações Populares de Base e as Comissões de Trabalhadores, e finalmente os militares revolucionários dentro das Forças Armadas) não são uma invenção subjectiva do PRP-BR, são a realidade que é preciso transformar revolucionarmente.

Então não é...



... que, JPP passou o 25 de Abril em Puteaux!!

Olhá Liberdade de Expressão

O JCD - "Escabeche" :), tem vindo a publicar uma excelente resenha de textos da Constituinte. De particular relevância a última acerca da Liberdade de Expressão (?!!!)

Tengarrinha, Octávio Pato e afins: CUmenda com eles, já!
Decerto que, com o exemplo de ontem, não tardará muito que lhes seja atribuída a da Ordem de S. Jorge!
Vai uma apostinha?

Interested, anyone?!

Big Firms Gobble Up Lobbying Interests

Consolidation Is the Trend in Influence Industry

Political consultant Joe Trippi became a celebrity by bringing former Vermont governor Howard Dean to the verge of the Democratic presidential nomination. Now Trippi's partners are open to capitalizing on that experience to find a buyer for at least part of their firm.

Steve McMahon of Trippi McMahon & Squier said potential purchasers are doing "quite a bit of tire kicking" of the firm's lobbying affiliate, Issue & Image. "If somebody made us an offer we couldn't refuse," he said, "we wouldn't refuse it."

McMahon is part of a much larger trend. Lobbying and lobbying-related businesses are being gobbled up at such a swift rate that three publicly traded advertising and public relations companies -- WPP Group PLC, Omnicom Group Inc. and Interpublic Group of Companies Inc. -- now own most of the influence industry's best-known names. These global behemoths control firms founded by former president Bill Clinton's pollster, former president Jimmy Carter's spokesman, and the current chairman and immediate past chairman of the Republican Party, among many others.

Insiders say that the consolidation is sure to continue and that other major players will enter the fray. "The business of lobbying is expanding all the time," said Howard Paster, executive vice president of WPP and a pioneer of the corporatization of the District's downtown. "It's only common sense that companies will want to add public affairs businesses to their portfolios."

Some outside observers aren't fans of the movement. "Problems rise exponentially as you get more and more firms under a single roof," said Burdett A. Loomis, a political scientist and lobbying expert at the University of Kansas. "The bigger these merged firms get, the more their service may suffer and the greater the chance for conflicts of interest among their clients."

The mergers are "troubling," said Larry Noble, executive director of the nonpartisan Center for Responsive Politics. "It raises a lot of questions: Will we see one voice -- or just a very few voices -- addressing various public policy questions? Will these few companies become political powerhouses by controlling a lot of the money in politics?"

Spokesmen for the mega-firms dismiss such complaints. They say the businesses they buy remain autonomous so they don't coordinate their campaign giving and are far enough removed from one another to allow clients who compete to retain different divisions of the same parent company. What's more, they insist, the acquisitions are designed to provide clients with a broad array of services needed in today's campaign-style lobbying efforts.

As a business, lobbying in Washington "is a good growth arena," said Harris Diamond, chief executive of the Weber Shandwick unit of Interpublic Group.

The merger trend began in 1989 with the purchase by WPP of the boutique lobbying firm Timmons & Co., which was one of the first non-lawyer lobbying shops in town. WPP, a British-based communications company, also bought a lobbying firm headed by former Carter aide Anne Wexler.

The pace of acquisitions accelerated at the end of the 1990s. In 1999, Interpublic scooped up Cassidy & Associates, Washington's largest lobbying firm, for a reported $72 million in stock. (Along with Cassidy came Powell Tate, the PR shop run by Carter press secretary Jody Powell.) That same year, Interpublic also bought the lobbying firm started by Haley Barbour, the former chairman of the Republican National Committee and now governor of Mississippi. Omnicom was equally acquisitive, purchasing PR and lobbying firms run by prominent Republicans and Democrats. In 2000, Omnicom also bought the issue-advertising firm Greer Margolis Mitchell Burns & Associates.

Continues

- Jeffrey H. Birnbaum
Washington Post

segunda-feira, abril 26, 2004

Yellow Submarine

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Com base no filme, vai ser editado em Setembro um livro infantil baseado nas imagens!

"Yellow Submarine".
Lembro-me de umas calças de ganga onde gravei o lema - "All You Need is Love"!

Love, Love, Love.
Love, Love, Love.
Love, Love, Love.

There's nothing you can do that can't be done.
Nothing you can sing that can't be sung.
Nothing you can say but you can learn how to play the game.
It's easy.

Nothing you can make that can't be made.
No one you can save that can't be saved.
Nothing you can do but you can learn how to be you in time.
It's easy.

All you need is love.
All you need is love.
All you need is love, love.
Love is all you need.

Nothing you can know that isn't known.
Nothing you can see that isn't shown.
Nowhere you can be that isn't where you're meant to be.
It's easy.

Yee-hai!
Oh yeah!
She loves you, yeah yeah yeah.
She loves you, yeah yeah yeah.

Myanmar (Burma): Sanctions, Engagement or Another Way Forward?

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Both sides of the international debate on Myanmar need to rethink their policies and objectives. Sanctions have not forced the military to end the grip on power it has maintained since 1962; nor are more sanctions likely to in the future, as there is no chance of them being applied universally. The often limp policies of "engagement" adopted by Myanmar's neighbours have been no more effective. A new approach is required, bridging the gap between the opposing policies. The international community should maintain pressure by setting benchmarks for the progressive lifting of sanctions and new economic support; and it should also offer, unconditionally, a number of new forms of support, including humanitarian aid, designed to create a positive environment for change. But nothing at all should happen unless and until Aung San Suu Kyi is first released from custody and a serious dialogue begins with her National League for Democracy (NLD), both within and beyond the framework of the National Convention due to reconvene on 17 May.

RECOMMENDATIONS

1. All members of the international community should press for, as preconditions for any other policy change:

(a) Daw Aung San Suu Kyi's complete release from any kind of custody; and

(b) the commencement of serious political and constitutional dialogue both within and beyond the National Convention framework.

2. If those preconditions are satisfied, all members of the international community, under the guidance of the UN Secretary-General, should adopt a policy approach which involves:

(a) rethinking basic objectives for Myanmar, balancing what is desirable against what is realistically achievable;

(b) setting benchmarks for political and constitutional change, and using them as both bases for lifting sanctions and incentives for economic development support; and

(c) creating a positive environment for change by support, without further conditions, for conflict prevention and resolution, institution-building, planning for economic development, and humanitarian aid for vulnerable groups.

3. Realistic objectives for Myanmar should include, in the first instance:

(a) immediate improvements in political conditions, including release of all political prisoners, and freedom of movement and association for all participants in the political process;

(b) progress toward a democratic constitution, opening the way for a broader inclusion of all political groups in government; and

(c) progress on economic and social change.

4. Benchmarks of the following kind should be developed by countries applying sanctions, in particular the U.S. and EU members, in consultation with and under the guidance of the UN Secretary-General, the achievement of which would guide the progressive lifting of such sanctions:

(a) release of all political prisoners;

(b) freedom of movement and association for all participants in the political and constitutional-reform process;

(c) full inclusion of the NLD and ethnic nationality groups in the constitutional reform process;

(d) commitment to a reasonable timetable for the conduct of, and achievement of outcomes in, that process;

(e) provision and implementation of legal guarantees of human rights;

(f) establishment of a transitional government;

(g) holding of properly conducted elections.

5. Such benchmarks should also be used as incentives, as political and constitutional progress is made, for benefits including:

(a) funding from the World Bank, the IMF and Asian Development Bank as the government implements economic policies that will create the environment for growth;

(b) assistance in particular for infrastructure and other development projects, including rehabilitation of power plants and other vital services; and

(c) access to European and U.S. markets for textiles and other manufactured goods.

6. Without further conditions, more international support should be given for conflict prevention and resolution within Myanmar, in particular by:

(a) Myanmar's neighbours continuing and increasing efforts to create an environment conducive to further ceasefire agreements and peace talks between the military government and the remaining insurgent groups;

(b) international donors expanding humanitarian assistance to ethnic minority areas and developing a long-term plan for post-conflict reconstruction in those areas; and

(c) international donors also providing further training and assistance to aid the participation of ethnic minorities in future constitutional negotiations.

7. Without further conditions, more international support should be given to institution-building within Myanmar, including by:

(a) Japan and the ASEAN countries renewing and increasing support for civil service reform and capacity-building at all levels of the state, including programs for local administrations in the special regions;

(b) the UN system commissioning a detailed report on the state of the independent sectors, which would examine the structure, capacity and activities of political parties, civil society organisations and private companies and develop baselines against which to measure their future growth and openness;

(c) the donor community developing on the basis of that report an in-country aid program specifically to train and support individuals working in key independent sectors, contingent on the degree of freedom from governmental control of each sector; and

(d) generally expanding the availability of overseas scholarships, study trips, and longer-term placements in international institutions for Myanmar nationals, targeting government officials as well as members of political parties, civil society organisations, and the next generation of leaders and administrators.

8. Without further conditions, more international support should be given for planning for economic development, in particular by:

(a) international donors establishing a Myanmar Aid Group and appointing a prominent economic envoy or interlocutor to play a role similar to that of Razali Ismail and Paulo Sergio Pinheiro in the political and human rights realms respectively;

(b) encouraging the international financial institutions (IFIs) to establish local offices in Yangon to facilitate policy dialogue and broader consultation with relevant groups and expand their knowledge base; and

(c) modifying the UNDP's special mandate to allow the UN Country Team as a whole to engage in policy dialogue with the government, as well as selective capacity-building in the social and other poverty-related sectors, and allow the UN to provide assistance to a larger share of the population.

9. Without further conditions, more international humanitarian aid should be made available to vulnerable groups, in particular by aid agencies and international organisations:

(a) using increased humanitarian aid as an entry point for dialogue with the military government on the causes of systemic vulnerabilities;

(b) working, as far as possible, to draw different sides in the political, economic, social and religious conflicts into joint planning and execution of assistance projects;

(c) establishing two joint task forces to address food security and basic education, as well as an overarching project on reconstruction of war-torn communities and economies in the border areas;

(d) expanding International Committee of the Red Cross (ICRC) efforts to protect civilian populations in heavily militarised and conflict-affected areas;

(e) implementing the International Labour Organization (ILO) May 2003 agreement with the Myanmar government on an action plan to eliminate forced labour, emphasising the new mechanism for facilitating action by victims of forced labour; and

(f) resuming human rights training programs with a new emphasis on army personnel and the institutions where they are working.

10. The UN Secretary-General should:

(a) upgrade the present UN envoy role by appointing a Special Representative with a broader, more pro-active mandate;

(b) develop, with the advice and assistance of the Special Representative, a credible plan for international engagement in the roadmap process, taking into account the objectives and benchmarks proposed in this report; and

(c) visit Myanmar to impress personally upon the military leadership the importance the UN attaches to the national reconciliation process.

11. ASEAN and its member states should:

(a) press the Myanmar government for a commitment to finalise the constitution and hold free and fair elections before its ASEAN presidency in 2006;

(b) offer appropriate assistance to ensure effective and timely implementation of specific commitments; and

(c) make clear that consideration would have to be given to altering the presidency arrangements for 2006 in the absence of major progress toward the achievement of the agreed benchmarks.

12. China, India and other neighbours of Myanmar should state clearly their support for UN efforts to promote national reconciliation and use their influence to persuade the military government to recognise the urgent need for substantial political and economic reform.

Yangon/Brussels, 26 April 2004
ICG

(En) Comenda

Via Afonso - Razão das Coisas, eis os fundamentos que levaram a atribuir, hoje, a Comenda da Liberdade a Isabel do Carmo.

Tarefas imediatas do proletariado

Na hora actual e feita a análise anterior , o PRP-BR dá como tarefas imediatas dos trabalhadores as seguintes:

1-CONSOLIDAÇÃO E COORDENAÇÃO DAS COMISSÕES DE TRABALHADORES ELEITAS.
2-CRIAÇÃO DE COMISSÕES DE TRABALHADORES POLÍTICAS ELEITAS POR LOCAL DE TRABALHO.
3-OCUPAÇÃO DE TERRAS COM EXPROPRIAÇÃO . E CRIAÇÃO DE COOPERATIVAS.
4-OCUPAÇÃO DE CASAS. CRIAÇÃO DE COMISSÕES NOS PRÉDIOS OCUPADOS.
5-DESENVOLVIMENTO DAS LUTAS NAS FÁBRICAS PELA GREVE E PELA OCUPAÇÃO.
6-ORGANIZAÇÃO DE COMISSÕES DE SOLDADOS E MARINHEIROS.
7-ORGANIZAÇÃO DE TRABALHADORES EM FUNÇÃO DA DEFESA ARMADA CONTRA A REACÇÃO.
8-LUTA CONTRA AS ELEIÇÕES , PELA PROPAGANDA E PELO ESCLARECIMENTO.
9-CONSOLIDAÇÃO E ALARGAMENTO DA ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA.

CAMARADAS, PROLETÁRIOS DA CIDADE E DOS CAMPOS

CAMARADAS, SOLDADOS E MARINHEIROS

CAMARADAS, MILITANTES REVOLUCIONÁRIOS

A REVOLUÇÃO ESTÁ NA ORDEM DO DIA

Organizemo-nos nos locais de trabalho Organizemo-nos nas Forças Armadas Organizemo-nos para a Revolução Socialista

Viva a Classe Operária!

Viva a Ditadura do Proletariado!

Viva o Comunismo!

POR UMA FRENTE DE UNIDADE REVOLUCIONÁRIA !

O PRP-BR PROPÕE A TODAS AS ASSOCIAÇÕES CÍVICAS , ÀS ORGANIZAÇÕES SINDICAIS E AOS PARTIDOS PROGRESSISTAS DA ESQUERDA EM PORTUGAL , A CRIAÇÃO DE UMA F.U.R. PARA COMBATER AS FORÇAS DIREITISTAS E REACIONÁRIAS DA SOCIEDADE CAPITALISTA E PARA LUTAR CONTRA A CANALHA QUE ROUBA O TRABALHO E A TERRA A QUEM TRABALHA , E PARA TODOS OS TRABALHADORES PORTUGUESES , NÓS PROPOMOS :

1.A organização da auto-defesa da Aliança Operária e Camponesa, em particular através dos órgãos de Poder Popular, face aos ataques de toda a ordem da reacção capitalista.

2.A luta pelo total saneamento dos fascistas e sociais-democratas das forças armadas, e pela extinção das forças repressivas e para-militares ao serviço do Estado do regime burguês.

3.A luta pela total liberdade de reunião e organização dos soldados e marinheiros, única forma das suas comissões serem realmente representativas, democráticas e revolucionárias.

4.A luta pela repressão exemplar sobre os fascistas e contra-revolucionários de toda a espécie, caciques locais, mafias sociais e clero reaccionário, responsáveis pela onda de instabilidade social, de desemprego e de violência anti-comunista que se vem desenvolvendo em todo o país.

5.A luta pela criação de Tribunais Populares capazes de exercerem sobre os contra-revolucionários e parasitas sociais a justiça de classe dos explorados e oprimidos.

6.A luta contra o poder dos grupos económicos nacionais e do capital estrangeiro, pela nacionalização sem indemnização e sob controlo dos trabalhadores das empresas industriais e agrícolas, dos bancos e seguros estrangeiros no caminho para a apropriação colectiva dos meios de produção.

7. A luta pela generalização do controlo operário sobre a produção e pelo controlo organizado do povo trabalhador sobre toda a economia.

8. A luta pelo aprofundamento e generalização da Reforma Agrária em todo o país, que satisfaça revolucionáriamente as necessidades e aspirações dos trabalhadores rurais e dos pequenos e médios camponeses organizados nas suas terras e órgãos de Poder Popular, nomeadamente os Conselhos de Aldeia.

9. A luta contra os despedimentos e contratos a prazo, e pelo pleno emprego dos trabalhadores.

10. A luta contra a carestia da vida que atinge o povo trabalhador da cidade e do campo beneficiando em particular os intermediários parasitas.

11. A luta pela independência nacional face ao imperialismo e a qualquer bloco político-militar, baseada na aliança com os países amigos anti-imperialistas e na solidariedade militante com os trabalhadores de todo o mundo. Isso exige desde logo a saída de Portugal da NATO e da União Europeia.

12. A luta pela aliança revolucionária dos trabalhadores portugueses para com todos os povos oprimidos do mundo.

13. A exigência da demissão do governo da burguesia, e a dissolução da Assembleia da República e a denúncia do seu carácter burguês.

14. A luta pela constituição de um Governo de Unidade Revolucionária. E pela implantação da Ditadura do Proletariado sobre a burguesia.


ETC, ETC

Democrats to Target Cheney

Attacks on Vice President Aimed at Eroding Confidence in Bush

Sen. John F. Kerry (D-Mass.) and the Democratic Party will open a week-long assault on Vice President Cheney today in hopes that tarring him as promoting secrecy and controversial policies will erode confidence in President Bush.

Cheney is less popular than Bush in polls, and Democratic strategists said they need to further inhibit the vice president's effectiveness as Bush's attack messenger.

Cheney is expected to deliver a major address in Missouri today charging that Kerry's record shows he would be unsuitable to serve as commander in chief in an era that requires an unwavering leader who can recognize gathering threats and is willing to speak out against them, even when that is difficult or unpopular. Aides said Cheney will say the president must set a clear and consistent foreign policy, and support a military strong enough to use decisive power as a last resort.

Kerry's campaign said he will focus first on Cheney's record as defense secretary under President George H.W. Bush, charging that Cheney proposed cuts to weapons critical to recent military operations. Bush's campaign replied that Cheney took his stands during the peace-dividend rollback of the military after the Soviet Union collapsed.

On Wednesday, Kerry is to turn to White House efforts to prevent disclosure of records of an energy-policy task force led by Cheney. On Friday, Kerry plans to highlight Cheney's connections to the Halliburton Co., a major U.S. contractor in Iraq.

Bush aides said they considered it a victory to have Kerry campaigning against Cheney instead of Bush and talking about national security.

Bush's campaign today will begin a heavy run of ads charging that Kerry "has repeatedly opposed weapons vital to winning the war on terror." For the first time, the campaign is customizing ads for specific swing states to highlight locally made systems or components Kerry has opposed. The campaign is also staging a two-week "Winning the War on Terror Tour," in which Republican officials and decorated veterans will appear at plants that make weapons Kerry has opposed.

The Republican National Committee is also urging lawmakers to tell constituents about a position paper from Kerry's first Senate campaign, in 1984, in which he called for $45 billion to $53 billion in cuts to President Ronald Reagan's defense budget, saying there is "no excuse for casting even one for unnecessary weapons of destruction." Kerry told the Boston Globe in 1993 that some of those positions were "ill-advised, and I think some of them are stupid in the context of the world we find ourselves in right now and the things that I've learned since then."

Kerry is targeting the vice president during the week that Bush and Cheney are scheduled to appear together for private questioning by the independent panel investigating the attacks of Sept. 11, 2001.

Ninety minutes before Cheney's speech in Missouri, Democratic National Committee Chairman Terence R. McAuliffe is to give a speech in Washington accusing Bush's campaign of trying "to smear John Kerry's service to America."

"Why should we believe a word Dick Cheney says about John Kerry?" McAuliffe's remarks state. "For four years, Dick Cheney hasn't been straight with the American people."

Cheney's role as Bush's attack dog highlights one of the many reasons some Democrats are prodding Kerry to choose a running mate quickly: It would give him a prominent surrogate to hammer away at the president. The use of McAuliffe to respond to Cheney is notable because some of Kerry's advisers have said McAuliffe is seen as too partisan and bombastic.

Yesterday, Kerry launched a week-long bus tour of the industrial Midwest to criticize Bush for jobs lost under the president's watch, and to highlight new employment-creating proposals -- from tax breaks for manufacturers to spreading new technologies such as broadband Internet access.

Bush is to speak about such technologies today in Minnesota, where he plans to announce what the White House calls "innovation economy" policies.

Over the next five days, Kerry will roll through Ohio, Pennsylvania, West Virginia and Michigan, states with two distinguishing characteristics: They have lost manufacturing jobs and are considered pivotal swing states for November.

At the Veterans Memorial Auditorium in Des Moines yesterday, Kerry stuck to his standard speech, save for a brief poke at the Bush administration for declining to show photos of coffins sent back from Iraq with the bodies of soldiers. "We should not hide that from Americans," Kerry said. "If they are good enough to go fight and die, they are good enough to be received home with full honors."

Sen. Tom Harkin (D-Iowa), who endorsed Howard Dean during the primaries, made a not-so-subtle vice presidential plug for Tom Vilsack, the state's governor. Vilsack is one of more than half a dozen Democrats under consideration.

Harkin reminded the audience that President Franklin D. Roosevelt, in troubled times, turned to an Iowan for his running mate: Henry Agard Wallace in 1940.

- Mike Allen and Jim VandeHei
Washington Post

domingo, abril 25, 2004

Mercenários (IV)

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Defence Systems Limited - DSL

DEFENCE SYSTEMS LIMITED

Fundada em 1981 por ex-membros do SAS, iniciou as suas actividades internacionais em 1986, com um contrato para treinar alguns batalhões do exército moçambicano, então em luta contra os rebeldes da Renamo. O seu fundador foi Alastair Morrison, um herói do SAS e que, já, foi o segundo no comando do 22º SAS. Morrison, ficou famoso ao participar no resgate do avião da Lufthansa, em 1977, em Mogadíscio na Somália. A SAS possui cerca de 4.000 funcionários.

Em 1996, a DSL conta já com cerca de 20 subsidiárias e sucursais, em 44 países, e com mais de quatro mil funcionários; uma boa parte dele ex-membros do SAS.
Entre os seus clientes, constam agências das Nações Unidas, o Banco Mundial e companhias petrolíferas multinacionais (em especial a BP British Petroleum, multinacional 'britânica' na área petrolífera). Em 1997, a DSL fundiu-se com a Armor Holdings, empresa norte-americana com acções cotadas nas bolsas e que, através de outra associada americana, conseguiu contratos para garantir a segurança de muitas embaixadas dos EUA no Terceiro Mundo, entre as quais, as mais expostas e perigosas como: as da Angola, Uganda, República Democrática do Congo.
A DSL é ainda especialista em resgate de reféns, negociação em casos sequestro, operações de inteligência e treino militar. Mas, os seus contratos mais importantes estão ligados à proteção de companhias petrolíferas e de mineração.

Esta prestigiada empresa especializou-se no salvamento do reféns, sequestros e pagamento de resgates, operações de inteligência e treino militar em 26 países a nível mundial. As NU é um dos clientes. Contudo, o seu mercado mais importante é a protecção a empresas petrolíferas e de mineração.

A DSL detém um contrato de cerca de US$ 2 milhões com a BP, para proteger as suas instalações e os seus funcionários, na Colômbia. A DSL-Defense Systems Limited britânica provê, através da sua subsidiária DSC-Defence Systems Colombia, segurança a instalações e pessoal da BP. Muitos dos funcionários da DSL/DSC são ex-membros do SAS e do MI6. A BP foi acusada de utilizar os ex-SAS da DLS/DSC para treinar policias colombianos para acções contra revolucionários com vista a proteger as suas instalações petrolíferas. Ao mesmo tempo que forneciam treino, o pessoal da DSL/DSC utilizava uniformes da policia colombiana. A DSL, no passado, forneceu treino para operações contra revolucionários às forças de segurança do Sri Lanka, Papua Nova Guiné, Angola e Moçambique.

Em Kinshasa, Congo, as subsidiárias da DSL, USDS e Sapelli SARL, cujos "contratados", normalmente transportam consigo Uzis, aproveitam para roubar; protegem as instalações que pertencem à SOCIR refinaria da Congo-SEP (subsidiária da empresa petrolífera belga Petrofina), e a embaixada dos EUA.

Entre os clientes da DSL, estão: a De Beers, a Shell, a Mobil, a Amoco, a BP e a Chevron (bem como todas as 'formas mais recentes de fusões'); as ONGs (CARE e GOAL), a UNICEF, a UNDP, a UNHCR, a UNAVEM e a ONUMOZ.

A DSL reivindica experiência na Argélia, Botsuana, Quénia, Malauí, Moçambique, Ruanda, Somália, Sudão e Uganda. A sua subsidiária francesa, CIAS, tenta obter um contrato para proteger campos de exploração petrolífera no Chade Meridional e no porto de Kribi, nos Camarões. A DSL chegou a fornecer proteção VIP à Pricesa Diana, aquando da sua visita a Angola.

DynCorp

A DynCorp é uma das grandes empresas de guerra; “tem cerca de 20 mil empregados que trabalham em cerca de 50 países a nível mundial, e a sua facturação anual é de mais de US$ 1,2 bio., com cerca de 90% de contratos vindos do governo dos EUA. Tem sede em Reston, Virgínia, e possui uma Base de Operações em Cocoa Beach, Florida. Em 7 de março de 2003, a DynCorp foi adquirida pela CSC - Computer Sciences Corporation.

A DynCorp é uma empresa versátil que presta múltiplos serviços aos militares norte-americanos espalhados em 1.500 bases, no mundo inteiro. Essencialmente, trata-se de uma empresa que recruta e contrata mercenários para desenvolver operações de guerra que, por circunstâncias diversas, não podem ou não devem ser executadas pelas forças regulares dos Estados Unidos. Durante mais de 50 anos a DynCorp foi uma empresa mundial que efectuava serviços de manutenção para o exército dos EUA, por meio de equipes contratadas no terreno (Contract Field Teams – CFTs). A DynCorp foi constituida em 1946 - um ano após o final da II Guerra Mundial, por um grupo de pilotos norte-americanos que pretendia dedicar-se ao transporte de carga. No início, designava-se: California Easter Airways Inc.

A partir de 1987, passou a adoptar o nome de DynCorp. Iniciou-se nesta actividade com a Guerra da Coréia, de 1950 a 1953. Mais tarde participaram no Vietname, de 1960 a 1975. Prestaram serviços às guerras do Golfo Pérsico. Trabalharam na guerra de contra-revolução no El Salvador, operaram na Bósnia e, hoje em dia, participam na execução do Plano Colômbia, para não falar de outras actividades.

Na Colômbia a DynCorp é conhecida como uma empresa britânica, com sede em Aldershot Hampshire. A empresa DynCorp leva a cabo algumas das missões mais arriscadas na luta anti-droga. Os funcionários da DynCorp já tiveram, de atravessar o fogo rebelde para salvar a tripulação de um helicóptero derrubado pela guerrilha. Os serviços da DynCorp incluem o treino de pilotos e tripulação de helicópteros, controle aéreo, combate a incêndios, logística, construção civil, além de fornecerem equipas SAR e C-SAR, mecânicos e pilotos (americanos, peruanos, equatorianos, guatemaltecos, brasileiros) de helicópteros (normalmente helicópteros UH1H Iroguies e Bell 212 Huey) e aviões para missões de transporte de tropas e equipamento, e fumigações (T-65 Air Tractor) aos campos de coca e papoila (matéria-prima da cocaína e da heroína, respectivamente), localizadas em regiões dominadas por grupos guerrilheiros de esquerda e paramilitares de direita.

Os críticos sustentam que os ‘‘mercenários’’ são utilizados em áreas sensíveis, uma vez que a morte de soldados norte-americanos na Colômbia não seria aceite pela opinião pública do país mais rico do mundo. O ex-secretário de Estado Henry Kissinger teme que a ‘‘privatização’’ da consultoria militar esteja a encobrir o envolvimento directo na guerra colombiana. Ao contrário dos conselheiros do Exército americano, os 'consultores' contratados não estão proibidos de participar em combates.

As autoridades norte-americanas não querem reconhecer que a DynCorp é uma das grandes empresas privadas do 'mundo' da segurança e da defesa. No Posto Avançado de Operações (FOL) dos Estados Unidos, em Manta - Equador, a empresa ocupa-se dos serviços de administração, manutenção de instalações e de aeronaves, limpeza da pista, conservação das infraestruturas da base, alimentação, protocolo, combustível e transporte. Apresenta-se como uma empresa de serviços que apoia o pessoal norte-americano.

Em Timor Leste, a DynCorp foi a principal contratada para fornecer dois helicópteros russos MI-26 Halo e mais dois helicópteros MI-8 Hip de transporte médio. Uma nova secção da pista de aterragem teve de ser construída no Aeroporto de Komoro em Dili, para acomodar os gigantescos MI-26. Os MI-8 chegaram primeiro e os MI-26 em meados de Dezembro. As quatro aeronaves apoiaram as missões da INTERFET de Dezembro de 1999 até finais de Fevereiro de 2000.

Levdan

É dirigida pelo ex-general israelita Ze'ev Zahrine. Muito conceituada no mercado, e com contratos com mais de 30 Governos em todo o mundo - não esconde as suas excelentes relações com o Governo de Telavive, a Mossad e a indústria de guerra Israelita. É especializada no treino de guardas de segurança presidenciais em África, e está ligada a uma empresa de comercialização de diamantes, a Kardan Investiment, que - através dos seus serviços no Congo Brazzaville - foi autorizada a realizar prospecções petrolíferas no país. Depois da queda do presidente Lissuba, foi substituída por militares cubanos em troca de uma notável 'indemnização' em dólares; o fenómeno dos mercenários não depende de uma mentalidade colonialista ou de uma práctica capitalista. Até Fidel Castro utilizou e abusou da prática mercenária: nos anos setenta e oitenta, Cuba 'exportou' para Angola entre 20 e 40 mil cubanos para sustentar o governo filo-comunista contra a UNITA que era subvencionada pela África do Sul e por Ronald Reagan.

Camarada NÃO!

Oh pá...

Depois de um dia preenchido, uma visita aos Blogs de 'estimação', deparei com a excelente publicação do Rui A. - Blasfémias; como sempre, o Rui A. é sucinto e directo.
Subscreve-se e transcreve-se um trecho particularmente caro:

25 DE ABRIL, NUNCA!

(..) Por tudo isto há que dizer que o que hoje se comemora é um logro da História.
O 25 de Abril foi uma reacção corporativa dos oficiais menores do exército português, que não queriam continuar a guerra de África. Era-lhes indiferente a implantação da democracia que, de resto, nem sabiam bem em que consistia, como os factos vieram a demonstrar. Ancorados nos generais, em vaidosos úteis como Spínola, Costa Gomes, Galvão de Melo, há muito tempo à espera do seu «momento histórico» para o qual não tinham, como se demonstrou, nem capacidade, nem categoria, gente que nunca controlou verdadeiramente coisa nenhuma na revolução e que, à primeira oportunidade, foi lançada «borda fora» e só não foi dizimada porque fugiu para o estrangeiro, os «capitães» derrubaram um regime político velho, podre e verdadeiramente patético e indefeso. Por isso mesmo, como faria notar o Senhor de La Palice se ao tempo fosse vivo, o regime não se defendeu. A «sangrenta ditadura» era mais uma dentadura gerontocrática em putrefação adiantada, dirigida por professores universitários em licença sabática para se dedicarem à política e ao governo, que se sustentava na imagem fantasmagórica de Salazar, cujos botins tinham engraxado durante décadas, e nalgumas chefias militares em manobras ultramarinas.
Do ponto de vista da História, da História grande e verdadeira, o 25 de Abril serviria para a União Soviética manipular alguns «revolucionários» de ocasião e deitar mão aos territórios africanos, que escravizou, roubou e onde condenou milhões à morte, à miséria e ao sofrimento. Que permanece ainda hoje, no trigésimo aniversário da revolução. Dizer que o 25 de Abril foi uma «revolução sem sangue» é uma piada de humor negro. Stricto sensu.


Têm andado numa polémica acalorada sobre o R e o E.
Tira o R põe o E!
Por mim, podem ficar com:
o F, mas também com,
V P P Q V P.

O 'evento' que comemoram hoje, o dia 25 de Abril de 1974, não foi uma Revolução dos Cravos, foi um golpe de estado sem derramamento de sangue.

Se existiram coisas positivas?
Naturalmente que existiram; uma delas foi uma maior liberdade de expressão e, o fim da polícia política.

Quanto às colónias, e assinando por baixo a expressão de Rui A., diria ainda que:

as 'Colónias' desejavam a autodeterminação/independência, a qual passava por autonomia em relação à Metrópole; os senhores oficiais não inventaram a pólvora! Nem tão pouco a electricidade em pó! Não, nada disso!

Mais, as Colónias não queriam continuar a sustentar a Metrópole, qual Matrona anafada e estagnada, à espera dos constantes 'carregamentos' vindos daqueles que trabalhavam em prole daqueles que muito pouco faziam.
Espelho desse sustento eram os cofres públicos (Banco Central de Portugal) que se encontravam cheios de ouro vindos das colónias, e que foi 'estourado' em dois tempos pelos "Senhores da Revolução", sim que os "Senhores da Evolução" têm que ser sustentados, pois ao dedicar-se ao 'serviço público, em prole do povo', não tinham tempo para 'ganhar a vida' 'noutras actividades'!

A DESCOLONIZAÇÃO:

Se fossem somente os territórios, ditos ultramarinos, que 'foram entregues', leia-se 'vendidos', às então 'super-potências'.., mas não!; foi muito mais - os grandes libertadores da evolução, venderam aqueles que, embora fossem considerados portugueses de segunda (lindo! A trabalharem, e a encherem os cofres da Metrópole, e ainda eram considerados portugueses de segunda! lindo!), os seus bens, pessoas e, sobretudo dignidade foram selvatica e barbaramente vendidos.

Heróis?!!!!!!!!!!!!!!!!!
Uns selvagens.
Seres inferiores, elevados a Heróis; mas cada povo tem o que merece.
E estes 'Heróis de Capa e Espada', são santos carunchosos.

Mário Soares 'eleito padroeiro de eleição', foi apenas e somente, o representante dos EUA; porque, em relação à URSS, o lugar já estava ocupado por Álvaro Cunhal.

Bateu-se pela Democracia? (!!!!!!!!)
Oh, ingénuos e bacocos! Acreditam em 'lérias'!; e é assim, que vão alimentando a maralha!
Esta, agradece e pede: mais!

sábado, abril 24, 2004

Suicide Boat Raids Target Iraq Oil, Two Killed

Suicide bombers launched three coordinated boat attacks on Iraq's vital southern Basra offshore oil export terminal on Saturday, killing two members of U.S.-led forces.

A spokeswoman for the U.S. Navy's Bahrain-based Fifth Fleet said by telephone five other coalition members were wounded, but a Fifth Fleet statement put the number at four. Officials said there was no damage to the terminal, Iraq's primary oil outlet.

"The coalition boarding team were killed and wounded as a result of three concurrent waterborne attacks in the Arabian Gulf," the statement said.

A British Defense Ministry spokeswoman in London said: "A boat exploded next to (the terminal). But there was no damage to the oil terminal or the boat alongside it. As far as I know there were no British casualties."

Two of the attacking boats exploded alongside a ship tied up at the terminal, some six miles offshore, British military spokesmen and Iraqi officials said.

The third boat was intercepted by a coalition ship as it approached an exclusion zone around the terminal and there was an explosion soon after it was boarded, they said.

Officials at Iraq's Southern Oil Company said the Basra terminal had been shut down.

"All workers were evacuated (from the Basra terminal). We are concerned about the possibility of more attacks," an official stationed in the Faw Peninsula said.

TERMINAL VITAL TO IRAQ

Iraq is almost completely dependent on the terminal -- which is in Britain's sector of responsibility in the country -- to export around 1.9 million barrels per day, providing badly needed funding for a country battered by war and violence.

A senior oil industry official in Baghdad said two oil tankers had been scheduled to load two million barrels each at the Basra terminal around the time of the attacks.

The boat attacks followed a series of suicide car bombings in the city of Basra itself this week that killed 73 people. President Bush and Iraqi officials blamed those attacks on Osama bin Laden's al Qaeda.
Yemen is holding 11 suspects over al Qaeda-linked attacks on two Western ships on the Gulf Arab state's coast, including the U.S. destroyer Cole in the port of Aden in 2000 in which 17 U.S. servicemen were killed.

Iraq's mainly Shi'ite Muslim south was relatively peaceful until rebel Shi'ite cleric Moqtada al-Sadr led a revolt this month by his militia and supporters.

Earlier this month, Iraqi Oil Minister Ibrahim Bahr al-Uloum said a planned mid-April major international oil and gas conference in Basra had been postponed indefinitely due to security reasons.

Northern oil installations, especially the export pipeline to Turkey and the Mediterranean coast, have come under attack since the war to oust Saddam Hussein a year ago, although less frequently in the past few months, oil officials say.

- Abdul-Razzak Hameed
Reuters

U.S., U.N. Seek New Leaders For Iraq

The United States and the top U.N. envoy to Iraq have decided to exclude the majority of the Iraqi politicians the U.S.-led coalition has relied on over the past year when they select an Iraqi government to assume power on June 30, U.S. and U.N. officials said yesterday.

The latest shift in policy comes as the U.S.-led coalition has to resolve some contentious and long-standing issues before the transfer takes place. Earlier this week, the coalition moved to allow former Baath Party members and military officers to return to government jobs.

At the top of the list of those likely to be jettisoned is Ahmed Chalabi, a Shiite politician who for years was a favorite of the Pentagon and the office of Vice President Cheney, and who was once expected to assume a powerful role after the ouster of Saddam Hussein, U.S. officials acknowledged.

Chalabi has increasingly alienated the Bush administration, including President Bush, in recent months, U.S. officials said. He generated anger in Washington yesterday when he said a new U.S. plan to allow some former officials of Hussein's ruling Baath Party and military to return to office is the equivalent of returning Nazis to power in Germany after World War II.

Chalabi has headed the committee in charge of removing former Baathist officials. In a nationwide address yesterday designed to promote national reconciliation, U.S. administrator L. Paul Bremer said complaints that the program is "unevenly and unjustly" administered are "legitimate" and that the overall program has been "poorly implemented."

That criticism may curtail Chalabi's influence over the removal of former officials -- and his power over the employment and income prospects of hundreds of thousands of Iraqis.

Washington is also seriously considering cutting off the $340,000 monthly stipend to Chalabi's party, the Iraqi National Congress, according to a senior administration official familiar with the discussions. This would be a major change, because the INC has received millions of dollars in U.S. aid over the past decade as the primary vehicle for supporting the Iraqi opposition.

Chalabi is part of a wider problem, however. Polls indicate that most of the 25 members of the Iraqi Governing Council have little public support nine months after they were appointed. The lack of popular backing is the main reason the United States and United Nations are seeking a new body to govern Iraq before national elections are held in January 2005, U.S. and U.N. officials said.

U.N. envoy Lakhdar Brahimi, who is in charge of picking the new government in consultation with the U.S.-led coalition, made clear yesterday that the council should disband. "They have said twice, not once, in official documents they signed, that our term will end on the 30th of June," he said in an interview on ABC's "This Week With George Stephanopoulos" to be aired Sunday.

"All opinion polls, and a lot are taken in Iraq, say that people want something different" than expansion of the council because they fear council members "will clone themselves. And why do you want to have that?" Brahimi asked.

U.S. and U.N. officials generally fear that the continued involvement of too many council members will contaminate efforts to create a credible Iraqi government, they said.

Under a new U.N. proposal, Brahimi is expected to return to Baghdad around May 1 to finish discussions and then select Iraqis for 29 positions -- a prime minister to head the government, a ceremonial president and two vice presidents, plus 25 cabinet officers, U.S. officials said.

In his most specific language to date, Brahimi told ABC that these positions should be filled by "mainly technocrats" who are "widely representative" of Iraq's diverse ethnic and religious communities.

Rather than excluding Chalabi or any other Governing Council member by name from the new government, he said that "people who have political parties and are leaders of their parties should get ready to win the election . . . and stay out of the interim government."

Some council members might be retained, but more likely in cabinet posts rather than in the top four jobs, U.S. officials said. Others could be tapped to participate in a national consultative assembly, which Brahimi has proposed should advise the provisional government.

All council members will then be free to test their political appeal in the January elections to see how they would fare without U.S. support, U.S. officials added.

With only nine weeks left until the handover, the United Nations, the coalition and Iraqis are scrambling to come up with lists of candidates for the top jobs, which Brahimi will compare when he returns to Iraq, U.S. officials said.

But the political battles are not yet over, U.S. and U.N. officials warned. Chalabi, who went into exile in 1958, is still pressing for the council to be retained in some form; he also has been a leading critic of Brahimi, a Sunni Muslim and former Algerian foreign minister, and his proposals for Iraq.

Acknowledging that Chalabi has challenged him as biased against the Shiites, Brahimi said any such suggestion is "silly." Without referring to Chalabi, he said those who are "sniping" against him on the religious issue "have agendas that have nothing to do with the fact that I am a Sunni."

But he said opponents of his new plan for Iraq's transition "may very well succeed in derailing what we are trying to do. But I think if they succeed, it will not be very good for Iraq or for the international community."

- Robin Wright and Walter Pincus
Washington Post

Mercenários (III)

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Para quem trabalham?

Para o mercenário profissional, o mundo pós-guerra fria fornece bastantes potenciais clientes, em regra são: governos déspostas, empresas multinacionais que necessitam de proteção para os seus bens e funcionários, assim como o próprio crime organizado (para se proteger das acções dos governos e dos seus rivais - os quais também podem utilizar mercenários) contra os seus negócios. O indivíduo ou a Empresa Militar Privada, tem que decidir sobre que tipo de trabalho estão preparados a levar a cabo, bem assim como, para quem trabalhar. Muitas são as Empresas Militares Privadas que trabalham, directamente, para governos democráticos ou instituições internacionais. Mas nem sempre o contratante se 'revela'.

Às vezes os governos utilizam empresas de mercenários em operações 'cobertas' para apoiar a sua política externa, porque seria politicamente impossível, para esses governos, levarem a cabo operações com suas próprias forças armadas, de forma anónima. Se as coisas derem 'para o torto', é só negar ou desconhecer a sua participação. Este tipo de operação já aconteceu no passado, e seria ingénuo pensar que isto não pode acontecer novamente. Um dos problemas para as empresas ou para o mercenário, individualmente, nestes casos, é saber exactamente para quem realmente estão a trabalhar. O real contratante pode 'esconder-se' atrás de uma cadeia de intermediários.

Outro problema relacionado com as PMCs é, o que acontecerá, se uma dessas empresas for contratada para fornecer armamento, treino e combatentes a um ditador ou a um país radical, que pouco depois venha a sofrer sanções da ONU e/ou uma intervenção militar. O que fará a PMC? Lutará contra os capacetes azuis? Enfrentará os EUA ou a NATO? Provavelmente não, principalmente se se tratar das empresas maiores, as quais estão bem alinhadas com a política externa dos seus países de origem, como é o caso da DSL, da MPRI e da DynCorp.

Principais empresas PMC a nível mundial

MPRI

Apresenta-se como "a maior conjugação empresarial de conhecimentos militares do mundo" e gaba-se de contar entre os seus directores, e gerente, de mais de 20 ex-altos oficiais americanos - e faz questão de salientar que não aceita, nunca, um contrato que não seja autorizado pelo Departamento de Estado dos EUA. Entre os seus membros esteve Alexander Haig, ex-Secretário de Estado dos EUA. A MPRI conta com cerca de 300 funcionários e constam cerca de 2.000 ex-oficiais do Pentágono no seu banco de dados.

Treinou, equipou e supervisionou a reforma das Forças Armadas da Croácia pós-independência, uma tarefa consentida e aprovada pelo Governo dos EUA, no qual não se quis envolver.

Em abril de 1995, por ordem do governo de Bill Clinton, a MPRI enviou uma equipa à Croácia para preparar o exército derrotado do país a retomar; uma iniciativa de guerra contra a Sérvia. Pouco depois, a Croácia lançou a Operação "Lightning Storm", uma sangrenta série de ofensivas que combinou tanques, artilharia e infantaria contra as forças sérvias entrincheiradas na disputada região de Krajina. Como conseqüência, o presidente sérvio, Slobodan Milosevic, teve que assinar, a contragosto, os Acordos de Paz de Dayton.

A sua intervenção em 1995 foi fundamental para os êxitos militares do exército croata contra os sérvios. A 'dose' foi repetida na Bósnia, quando a mesmíssima empresa prestou os mesmos serviços ao novo Ministério, para a Organização da Defesa da Federação Croato-Muçulmana.

A empresa fornece assessores, inclusive generais americanos reformados, para o Estado-Maior do Exército colombiano. Cerca de dezesseis funcionários da MPRI já estão a exercer funções na Colômbia e relatam periodicamente as suas actividades ao Pentágono. Os assessores privados estão a trabalhar em estratégia de inteligência, logística e treino, mas, outra parte de sua missão, é complementar as tarefas do Departamento de Defesa, tendo sido autorizadas pelo Congresso, a fim de treinar e dotar de armamento três batalhões anti-droga do exército colombiano

Executive Outcomes (EO) e Sandline International

A EO tornou-se famosa mundialmente pelas suas intervenções nos conflitos africanos, onde os seus mercenários, recrutados inicialmente entre os veteranos do famigerado 32º Batalhão -"Batalhão Buffalo", das SADF. Mas não actuava isolada, fazia parte de uma nebulosa multinacional fundada em 1991, por antigos oficiais dos serviços secretos britânicos e do SAS. Pagava entre 2 a 13 mil dólares mensais aos seus “contratados”.

A EO e a Sandline - registrada em 1993 no Reino Unido sob o nome de Plaza 107 Ltd - eram inicialmente uma só entidade (o que negavam ) e até 1996 ambas funcionavam, com outras 16 empresas, no mesmo edifício em Londres (em King's Road 535).

Dois homens estiveram na origem do grupo: Tony Buckingham, antigo agente do SAS reconvertido em empresário, dono da Heritage Oil Gas, com sede nas Bahamas e ligada à canadiana Ranger Oil; e Simon Mann , ex-oficial britânico, especialista em espionagem militar, com serviços prestados numa dezena de países: desde a Arábia Saudita, até à America Latina.

Buckingham e Mann recrutaram Barlow e Lafras Luiting (ex-membros do Civil Cooperation Bureau, que se notabilizou durante o regime do Apartheid) como dirigentes operacionais da EO. A Ranger Oil foi a primeira empresa que recorreu aos seus serviços em Angola, em 1993. A EO começou a intervir em Angola com 30 mercenários e dois Beechcraft da Capricorn Air (fundada pelo excêntrico criador das SAS, David Stirling, falecido em 1990) baseados em Lanseria (Joanesburgo). O êxito foi tal que os contratos começaram a chover. Desde o Governo angolano aos de outros 30 países, na sua maioria africanos. O governo angolano, em 1993, contratou a 'ajuda' da OE para derrotar o seu velho rival - o movimento UNITA de Jonas Savimbi. Angola pagou mais de US$ 30 milhões a esta corporação por um trabalho de poucos meses, durante os quais tomou à UNITA o controle das instalações petrolíferas da Gulf Chevron e da Sonangol, embora as tropas de Savimbi as tenham reconquistado poucas semanas depois da retirada das tropas da EO. A EO utilizou nas suas operações em Angola cerca de 500 "contratados".

Em 1996, o grupo foi reorganizado. Plaza tomou o nome de Sandline. A EO, que só aparece como cliente da Sandline e da Heritage, criou as suas próprias filiais angolanas - Branch Energy e Diamond Works Angola (esta última ligada a uma companhia canadiana cotada na bolsa de Vancouver), que se lançaram na exploração de diamantes na Lunda. Uma operação de «cosmética» visando, segundo os especialistas, aliviar a pressão das autoridades sul-africanas e salvar o seu património dos «ciúmes da concorrência» e de empresas fundadas por dissidentes da EO, os quais se estabeleceram por conta própria, oferecendo, eventualmente, os seus serviços ao adversário. Há indícios de que mercenários, ou ex-mercenários da OE, estejam a trabalhar em Angola ao serviço da UNITA e no ex-Zaire, com os rebeldes e com Kabila. Segundo informações esses "contratados" fazem parte de um pequeno grupo de oficiais, ex-coronéis ou brigadeiros da África do Sul. Muitos deles colaboraram com a UNITA na década de 80, quando o movimento rebelde era apoiado pelo Governo branco sul-africano. Esses sul-africanos forneceram aconselhamento e treino à UNITA, na utilização de artilharia pesada e de veículos blindados, recentemente adquiridos junto de fornecedores ligados ao antigo bloco soviético. Considera-se também que mercenários europeus do Leste - principalmente sérvios e ucrânianos - tenham ajudado as tropas da UNITA a manejar as novas armas.

Na África do Sul, a nova legislação levou a EO a 'encerrar' as portas em 1999, mas a imprensa sul-africana não acredita que seja por muito tempo. O “polvo” da EO reaparecerá, mais tarde, num lugar onde poderá continuar as suas actividades sem ser incomodado. Talvez em Hong Kong, ou na Ilha de Man, onde estavam sediadas duas das mais antigas empresas de mercenários: a Jardine Securicor Gurkha Services e a Gurkha Security Guards, que prestam os serviços dos famosos guerreiros nepaleses, quando estes foram desmobilizados do Exército britânico. A verdade é que a EO e a Sandline são hoje uma empresa, apenas para escapar aos problemas causados pela "lei anti-mercenários" da África do Sul. Muitos dos funcionários da EO fora transferidos para as subsidiárias da LifeGuard, a qual operou na Serra Leoa, e para a Saracen, que trabalhou em Angola.

Ambas fazem parte da Corporation Strategic Resources. Esta, através de várias sociedades com actividades que vão: dos serviços de segurança (Sandline Internacional e Life-Guard), ao transporte aéreo (Ibis Air), desarmamento de minas, informática, mercado financeiro e especialmente, à extracção mineira (Diamond Works, Heritage Oil & Gas, Branch Energy, etc.), é controlada, por sua vez, pela Adson Holdings.

A Sandline provocou recentemente sérias dores de cabeça ao Ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Robin Cook, acusado de ter contratado os serviços desta empresa britânica de mercenários para intervir na Serra Leoa. Em causa estava a violação do embargo decretado pelas Nações Unidas sobre a venda de armas a este país africano. A Sandline é acusada de ter importado da Bulgária 35 toneladas de armas destinadas às milícias «kamajors» leais ao Presidente Tejjan Kabbah, que combatem os rebeldes da Frente Revolucionária Unida (FRU). O problema maior para Cook é que a Sandline está há muito tempo sob a mira da imprensa internacional devido às suas ligações com a Executive Outcomes (EO) e as suas aventuras na Papua Nova Guiné.

Uma operação típica destas duas empresas ocorreu na Serra Leoa em 1995: cerca de 300 homens da EO, além de fornecerem assistência técnica, treinar recrutas das forças armadas e das milícias tribais, lutou ao lado do exército que combatia a guerrilha da Frente Revolucionária Unida. Os homens da EO chegaram à Serra Leoa melhor equipados do que a maioria dos exércitos de África. Utilizaram dois helicópteros MI- 17 contratados e um MI-24 de Serra Leoa, um sistema de intercepção de rádio, Boeings 727 para transporte de tropas e provisões, uma aeronave Andover para evacuação de vítimas, e bombas de ar-combustível (fuel air explosives, conhecidas como bombas FAE). Utilizadas com resultados devastadores pelos Estados Unidos na guerra do Golfo, as bombas FAE - cujo poder de destruição está apenas um grau abaixo das armas nucleares - absorvem o oxigênio depois de serem detonadas, matando todo o tipo de vida numa área de 2 kms2. O pessoal da EO utilizava uniformes militares da Serra Leoa. Também protegiam as concessões mineiras da Branchs Energy. Por cerca de US$ 2 milhões mensais e trabalhando com o Exército local, a EO pacificou o país em pouco mais de um ano. Neste país, realizaram-se as primeiras eleições democráticas em décadas, enquanto que os rebeldes ficaram acuados numa parte isolada do país. Perto de uma provável vitória final, a Executive Outcomes foi convidada a deixar o país, em parte devido à pressão internacional.

Quando em 1997, a Sandline substituiu a EO, foi estabelecida uma situação semelhante: o contrato exigia que governo da Serra Leoa atribuísse concessões na área diamantífera de Pujehun, à Diamond Works da qual a Branch Energy é subsidiária.

Em maio de 1998, a Sandline apareceu nos jornais, quando foi revelada a sua participação na recolocação do presidente Kabbah no governo da Serra Leoa, derrubado um ano antes pelo militares. Com o tácito consenso do governo britânico e o apoio dos serviços de segurança, a sociedade mercenária terá fornecido ao Exército comunitário dos países africanos (Ecomog) e às milícias tribais favoráveis ao presidente reposto, 35 toneladas de armas provenientes da Bulgária, localização do inimigo, pilotos para aviões e helicópteros de combate nigerianos.

A revelação da colaboração entre a empresa mercenária e o governo trabalhista britânico causou um escândalo no país, mais uma vez porque existiam sanções por parte da própria Grã-Bretanha, da Commonwealth e da União Européia, proibindo o fornecimento de armas à Nigéria. No final, as armas acabaram nas mãos da Nigéria pois, de forma bizarra, o Ecomog é constituido, na sua quase totalidade, por soldados nigerianos. Todavia, os diretores da Sandline não deram sinais de preocupação e, aliás, no mês de outubro precedente, foram convidados de honra e relatores, do encontro sobre o papel das empresas particulares nas estratégias de segurança, organizado em Washington pela Defence Intelligence Agency (DIA), a contra-espionagem militar americana.
Uma verdadeira consagração oficial.