domingo, abril 25, 2004

Mercenários (IV)

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Defence Systems Limited - DSL

DEFENCE SYSTEMS LIMITED

Fundada em 1981 por ex-membros do SAS, iniciou as suas actividades internacionais em 1986, com um contrato para treinar alguns batalhões do exército moçambicano, então em luta contra os rebeldes da Renamo. O seu fundador foi Alastair Morrison, um herói do SAS e que, já, foi o segundo no comando do 22º SAS. Morrison, ficou famoso ao participar no resgate do avião da Lufthansa, em 1977, em Mogadíscio na Somália. A SAS possui cerca de 4.000 funcionários.

Em 1996, a DSL conta já com cerca de 20 subsidiárias e sucursais, em 44 países, e com mais de quatro mil funcionários; uma boa parte dele ex-membros do SAS.
Entre os seus clientes, constam agências das Nações Unidas, o Banco Mundial e companhias petrolíferas multinacionais (em especial a BP British Petroleum, multinacional 'britânica' na área petrolífera). Em 1997, a DSL fundiu-se com a Armor Holdings, empresa norte-americana com acções cotadas nas bolsas e que, através de outra associada americana, conseguiu contratos para garantir a segurança de muitas embaixadas dos EUA no Terceiro Mundo, entre as quais, as mais expostas e perigosas como: as da Angola, Uganda, República Democrática do Congo.
A DSL é ainda especialista em resgate de reféns, negociação em casos sequestro, operações de inteligência e treino militar. Mas, os seus contratos mais importantes estão ligados à proteção de companhias petrolíferas e de mineração.

Esta prestigiada empresa especializou-se no salvamento do reféns, sequestros e pagamento de resgates, operações de inteligência e treino militar em 26 países a nível mundial. As NU é um dos clientes. Contudo, o seu mercado mais importante é a protecção a empresas petrolíferas e de mineração.

A DSL detém um contrato de cerca de US$ 2 milhões com a BP, para proteger as suas instalações e os seus funcionários, na Colômbia. A DSL-Defense Systems Limited britânica provê, através da sua subsidiária DSC-Defence Systems Colombia, segurança a instalações e pessoal da BP. Muitos dos funcionários da DSL/DSC são ex-membros do SAS e do MI6. A BP foi acusada de utilizar os ex-SAS da DLS/DSC para treinar policias colombianos para acções contra revolucionários com vista a proteger as suas instalações petrolíferas. Ao mesmo tempo que forneciam treino, o pessoal da DSL/DSC utilizava uniformes da policia colombiana. A DSL, no passado, forneceu treino para operações contra revolucionários às forças de segurança do Sri Lanka, Papua Nova Guiné, Angola e Moçambique.

Em Kinshasa, Congo, as subsidiárias da DSL, USDS e Sapelli SARL, cujos "contratados", normalmente transportam consigo Uzis, aproveitam para roubar; protegem as instalações que pertencem à SOCIR refinaria da Congo-SEP (subsidiária da empresa petrolífera belga Petrofina), e a embaixada dos EUA.

Entre os clientes da DSL, estão: a De Beers, a Shell, a Mobil, a Amoco, a BP e a Chevron (bem como todas as 'formas mais recentes de fusões'); as ONGs (CARE e GOAL), a UNICEF, a UNDP, a UNHCR, a UNAVEM e a ONUMOZ.

A DSL reivindica experiência na Argélia, Botsuana, Quénia, Malauí, Moçambique, Ruanda, Somália, Sudão e Uganda. A sua subsidiária francesa, CIAS, tenta obter um contrato para proteger campos de exploração petrolífera no Chade Meridional e no porto de Kribi, nos Camarões. A DSL chegou a fornecer proteção VIP à Pricesa Diana, aquando da sua visita a Angola.

DynCorp

A DynCorp é uma das grandes empresas de guerra; “tem cerca de 20 mil empregados que trabalham em cerca de 50 países a nível mundial, e a sua facturação anual é de mais de US$ 1,2 bio., com cerca de 90% de contratos vindos do governo dos EUA. Tem sede em Reston, Virgínia, e possui uma Base de Operações em Cocoa Beach, Florida. Em 7 de março de 2003, a DynCorp foi adquirida pela CSC - Computer Sciences Corporation.

A DynCorp é uma empresa versátil que presta múltiplos serviços aos militares norte-americanos espalhados em 1.500 bases, no mundo inteiro. Essencialmente, trata-se de uma empresa que recruta e contrata mercenários para desenvolver operações de guerra que, por circunstâncias diversas, não podem ou não devem ser executadas pelas forças regulares dos Estados Unidos. Durante mais de 50 anos a DynCorp foi uma empresa mundial que efectuava serviços de manutenção para o exército dos EUA, por meio de equipes contratadas no terreno (Contract Field Teams – CFTs). A DynCorp foi constituida em 1946 - um ano após o final da II Guerra Mundial, por um grupo de pilotos norte-americanos que pretendia dedicar-se ao transporte de carga. No início, designava-se: California Easter Airways Inc.

A partir de 1987, passou a adoptar o nome de DynCorp. Iniciou-se nesta actividade com a Guerra da Coréia, de 1950 a 1953. Mais tarde participaram no Vietname, de 1960 a 1975. Prestaram serviços às guerras do Golfo Pérsico. Trabalharam na guerra de contra-revolução no El Salvador, operaram na Bósnia e, hoje em dia, participam na execução do Plano Colômbia, para não falar de outras actividades.

Na Colômbia a DynCorp é conhecida como uma empresa britânica, com sede em Aldershot Hampshire. A empresa DynCorp leva a cabo algumas das missões mais arriscadas na luta anti-droga. Os funcionários da DynCorp já tiveram, de atravessar o fogo rebelde para salvar a tripulação de um helicóptero derrubado pela guerrilha. Os serviços da DynCorp incluem o treino de pilotos e tripulação de helicópteros, controle aéreo, combate a incêndios, logística, construção civil, além de fornecerem equipas SAR e C-SAR, mecânicos e pilotos (americanos, peruanos, equatorianos, guatemaltecos, brasileiros) de helicópteros (normalmente helicópteros UH1H Iroguies e Bell 212 Huey) e aviões para missões de transporte de tropas e equipamento, e fumigações (T-65 Air Tractor) aos campos de coca e papoila (matéria-prima da cocaína e da heroína, respectivamente), localizadas em regiões dominadas por grupos guerrilheiros de esquerda e paramilitares de direita.

Os críticos sustentam que os ‘‘mercenários’’ são utilizados em áreas sensíveis, uma vez que a morte de soldados norte-americanos na Colômbia não seria aceite pela opinião pública do país mais rico do mundo. O ex-secretário de Estado Henry Kissinger teme que a ‘‘privatização’’ da consultoria militar esteja a encobrir o envolvimento directo na guerra colombiana. Ao contrário dos conselheiros do Exército americano, os 'consultores' contratados não estão proibidos de participar em combates.

As autoridades norte-americanas não querem reconhecer que a DynCorp é uma das grandes empresas privadas do 'mundo' da segurança e da defesa. No Posto Avançado de Operações (FOL) dos Estados Unidos, em Manta - Equador, a empresa ocupa-se dos serviços de administração, manutenção de instalações e de aeronaves, limpeza da pista, conservação das infraestruturas da base, alimentação, protocolo, combustível e transporte. Apresenta-se como uma empresa de serviços que apoia o pessoal norte-americano.

Em Timor Leste, a DynCorp foi a principal contratada para fornecer dois helicópteros russos MI-26 Halo e mais dois helicópteros MI-8 Hip de transporte médio. Uma nova secção da pista de aterragem teve de ser construída no Aeroporto de Komoro em Dili, para acomodar os gigantescos MI-26. Os MI-8 chegaram primeiro e os MI-26 em meados de Dezembro. As quatro aeronaves apoiaram as missões da INTERFET de Dezembro de 1999 até finais de Fevereiro de 2000.

Levdan

É dirigida pelo ex-general israelita Ze'ev Zahrine. Muito conceituada no mercado, e com contratos com mais de 30 Governos em todo o mundo - não esconde as suas excelentes relações com o Governo de Telavive, a Mossad e a indústria de guerra Israelita. É especializada no treino de guardas de segurança presidenciais em África, e está ligada a uma empresa de comercialização de diamantes, a Kardan Investiment, que - através dos seus serviços no Congo Brazzaville - foi autorizada a realizar prospecções petrolíferas no país. Depois da queda do presidente Lissuba, foi substituída por militares cubanos em troca de uma notável 'indemnização' em dólares; o fenómeno dos mercenários não depende de uma mentalidade colonialista ou de uma práctica capitalista. Até Fidel Castro utilizou e abusou da prática mercenária: nos anos setenta e oitenta, Cuba 'exportou' para Angola entre 20 e 40 mil cubanos para sustentar o governo filo-comunista contra a UNITA que era subvencionada pela África do Sul e por Ronald Reagan.