segunda-feira, fevereiro 28, 2005

O meu Candidato a Líder do CDS

Porque considero que a minha postura no mundo deve ser de frontalidade, convicção e lealdade, de assumir plenamente o que considero da Vida, e porque considero que não podem existir tabus, declaro a minha posição e apoio ao candidato que considero para futuro Líder do CDS:

Nuno Melo

É o ainda líder da bancada parlamentar da Assembleia da República do CDS:
Desempenhou as suas funções com excelência: qualidade, eficácia, mérito, despreendimento e, muito, muito trabalho.

Presidente da Distrital de Braga.

Qualidade humana, com capacidade para travar diálogo com as bases e com as estruturas do partido.

A sua juventude, que alguns lançam algumas vezes como ofensa, não é assim tanto a ponto de impossibilitar um desempenho credível, correcto e responsável. Dinamismo, força e disponibilidade para encetar e travar 'batalhas', pelo trabalho, pelo esforço, pela convicção, pela cortesia e educação.

Ninguém é perfeito; ninguém.
Não será deus; é um bom dirigente, que ouve com atenção, que toma decisões ponderadas e que saberá imprimir uma nova marca CDS.
Será um bom líder.

Já faltam palavras..

para descrever a postura e o comportamento de Pedro Santana Lopes.

É inominável; só mesmo o recurso ao calão e a má-educação, poderão surtir os efeitos desejados.

Diariamente, se auto-desculpabiliza; se desvincula de tudo o que fez, e 'mandou' fazer.

Pessoalmente, considero que PSL quer 'exterminar' o PSD.
Colocar o partido em tal posição que, já não restará um mínimo de credibilidade.
Ousaria sugerir aos militantes e dirigentes do PSD para porém cobro, de uma vez por todas, aos desmandos de PSL, sob eminência de não restar mais partido.

É especialidade de PSL, por onde passa, destruir tudo à volta.

A Cavaco, Pacheco e a todos que «não tiveram bom comportamento». Veiga acusa Santana

O PSD perdeu as eleições legislativas, trocaram-se acusações e apontaram-se culpados e nem a demissão de Santana Lopes parece ter acalmado os ânimos. As críticas sucedem-se, Santana promete não desaparecer, não há consenso sobre o modo de eleição do próximo líder e o partido continua à procura de uma terceira via que possa ser alternativa a Marques Mendes e Luís Filipe Menezes.

Esta segunda-feira o líder da bancada parlamentar do PSD, Guilherme Silva, em entrevista ao jornal A Capital a considerou «incompreensíveis» as atitudes de Cavaco Silva durante a campanha eleitoral. E disse mesmo ter reagido «com algum choque» em relação ao episódio dos cartazes: «Acho que os timings não foram felizes e permitiram leituras menos boas para o PSD».

Uma farpa para Cavaco e a seguir mais farpas para «alguns militantes do PSD, com superiores responsabilidades», que não tiveram um melhor comportamento, e «não podem sacudir a água capote».

Estas declarações surgem depois de Santana Lopes ter pedido ao Conselho de Jurisdição do PSD que avaliasse o comportamento dos militantes «que atacaram o partido durante a campanha» ou «que se puseram à margem» e de o presidente da distrital de Aveiro ter pedido a expulsão de Pacheco Pereira por «certas posições» durante a campanha eleitoral que «não foram dignas».

As reacções não se fizeram esperar. O pedido do presidente da distrital de Aveiro não teve apoios e Miguel Veiga, um dos alvos da crítica de Santana Lopes, em declarações ao Diário Económico, veio dizer que o Conselho de Jurisdição «teria era que avaliar os danos e os prejuízos que ele e a sua liderança causaram, muitos deles irreparáveis».

E Veiga continua: «Disse-lhe na cara que ele não tinha o mínimo de qualidades para liderar o partido. Disse-lhe na cara que ele não tinha o mínimo de qualidades para ser primeiro-ministro. Durante a governação - que foi um tratado de tudo o que não se deve fazer - critiquei. No início da campanha calei-me. Só um imbecil é que poderia imaginar que eu pudesse apoiar Santana Lopes depois de tudo o que tinha dito».
(É assim mesmo.)

Quanto a Santana, continua a alimentar o tabu, ou seja, a não dizer o que vai fazer no futuro: a câmara de Lisboa, o Parlamento ou até candidatar-se à presidência da República. Para já diz que quer «descansar um pouco». Mas um ano é muito, até porque, explica, «nunca fui capaz de fazer férias tão grandes».

Enquanto isso, Manuela Ferreira Leite continua a ser pressionada para protagonizar uma terceira via à liderança do PSD. Marques Mendes e Menezes não convencem muitos sociais-democratas e os cavaquistas olham para Ferreira Leite como potenciadora de uma candidatura de Cavaco às presidenciais.

Recorde-se que logo na noite eleitoral, António Borges, ex-vice-governador do Banco de Portugal e outro dos críticos de Santana no PSD, afastou a possibilidade de avançar com uma candidatura à liderança do PSD, considerando que não tem «nem curriculum, nem experiência» para conduzir o partido. O economista elegeu Manuela Ferreira Leite como a «candidata ideal» para disputar a Santana Lopes a presidência do partido, sublinhando que «é preciso uma revolução» dentro do PSD.

O debate continua no PSD. As críticas também.


- Portugal Diário

domingo, fevereiro 27, 2005

Ecce Homo

Nuno Melo critica Marques Mendes

A entrevista de Marques Mendes, candidato a presidente do PSD, quinta-feira, na RTP 1, causou irritação no CDS, expressa pelo líder parlamentar, Nuno Melo. "É estranho que, de repente, em seis meses, o dr. Luís Marques Mendes mude de discurso", disse Nuno Melo ao PÚBLICO, invocando a sua condição de deputado que "até há seis meses trabalhou com o dr. Marques Mendes e coordenou com ele o apoio da maioria ao governo de coligação".

No anúncio da sua candidatura Mendes disse que pretende denunciar ao acordo com o CDS e na entrevista criticou a entrega da pasta das Finanças a Bagão Félix e o Orçamento do Estado para 2005.
"Trata-se de um documento aprovado por todos os ministros", lembra Nuno Melo, garantindo: "Somos ainda leais parceiros de coligação de corpo inteiro e em boa fé, pelo que não é a circunstância de um resultado eleitoral que nos fará transformar aqueles que foram nossos parceiros por vontade própria em inimigos de ocasião por conveniência política."


- Público

Um "encerramento" e um "início"

Terminou o Intermitente, o Miguel foi cronista assíduo (mais ou menos intermitente :) durante dois anos; hoje pôs termo ao seu Blog. Mas..

Foi iniciado um novo Blog, colectivo mas não colectivista, O Insurgente:
Democracy must be something more than two wolves and a sheep voting on what to have for dinner.
- James Bovard


Irá contar com:

AAA
Miguel
João
André Abrantes Amaral
FCG
Picuinhas
Pintoff
R Oliveira

Bem vindos!

Em resposta à atoarda do "guerreiro menino"

PSD devia "ter pudor" ao falar do CDS/PP

"Alguns dirigentes do PSD deviam ter pudor" em assacar responsabilidades ao CDS pela inexistência de uma coligação pré-eleitoral nas últimas legislativas. António Pires de Lima, vice-presidente dos democratas-cristãos, reagiu ontem desta forma às palavras de Santana Lopes que, no Conselho Nacional do PSD, acusou os populares de serem responsáveis pela inviabilização de um acordo pré-eleitoral entre os dois partidos (ver página 10). (Publicado no post anterior)

O dirigente centrista sublinha que "toda a gente sabe qual foi o discurso dos congressos do PSD, de Santa Maria da Feira a Barcelos", numa referência às críticas que então foram dirigidas pelos sociais-democratas ao parceiro de coligação. E "já que alguns dirigentes do PSD, no caso o presidente do partido, põem a questão nesses termos", Pires de Lima faz questão de frisar que o CDS "está de consciência tranquila". E explica porquê - "porque a decisão [de avançar sozinhos para as eleições] nos permitiu fazer uma campanha digna, consistente e coerente", sublinha o vice-presidente dos populares. Pires de Lima acrescenta ainda que a ida autónoma às urnas permitiu ao CDS "obter um resultado que, embora aquém dos objectivos", permite aos partido "manter um grupo parlamentar qualificado e quase intacto em termos do número de deputados". Por comparação com a anterior legislatura. E com o PSD...

recusa. É mais um nome a dizer "não" à liderança do CDS/PP. Maria José Nogueira Pinto excluiu ontem uma possível candidatura à presidência dos populares, argumentando que será mais útil ao partido "noutros fóruns". Apesar desta recusa, expressa em declarações à Antena 1, Nogueira Pinto rejeita que "haja um vazio de poder" no CDS. "Vão surgir pessoas com certeza", garantiu.

A indisponibilidade de Maria José Nogueira Pinto segue-se a idêntica atitude já anunciada por António Pires de Lima, Luís Nobre Guedes, António Lobo Xavier e Telmo Correia. Além do próprio Paulo Portas, que também já excluiu uma recandidatura à presidência dos populares. Um lote que praticamente esgota as figuras de primeira linha do partido, o que já leva algumas vozes no CDS a considerar que algum destes nomes terá que recuar e avançar para a liderança. Apesar de um comunicado, emitido no início da semana, em que sublinhou que "não é, nem será candidato", Telmo Correia continua a ser o nome mais apontado para suceder a Paulo Portas.


- DN

How low can you get?!! Parte II

Ontem, publiquei um post pensando que a 'figura' em questão não iria descer mais baixo, afinal enganei-me!

Santana critica CDS, Pacheco e Cavaco

Foi o último discurso de Pedro Santana Lopes em Conselho Nacional. O líder do PSD despediu-se dos conselheiros com uma análise sobre a derrota do partido nas legislativas em que "disparou" para dentro, o PSD, e para fora, atingindo o CDS, seu ex-parceiro de coligação. Santana culpou o partido de Paulo Portas pelo fracasso na reedição da aliança para as legislativas.
(!!!)

De acordo com os relatos da reunião de ontem feitos ao DN, o líder demissionário informou que o CDS chegou a ter duas posições, no mesmo dia, sobre a coligação. Como forma de fazer valer a sua posição negocial. O PP tentou disputar o espaço político ao PSD, mas, conclui, não conseguiu alterar essa correlação de forças. Em vão. "A relação de forças entre o PSD e o CDS continua de cinco para um", comentou o líder aos jornalistas, já depois a reunião do Conselho Nacional.

O primeiro-ministro demissionário explicou a derrota dos sociais-democratas nas eleições com a conjuntura económica do País e algumas decisões dos governos do PSD e do CDS, desde o tempo do Executivo de Durão Barroso.

E agora os adversários internos. No seu discurso, Santana Lopes pediu ao Conselho de Jurisdição Nacional do partido para avaliar e "clarificar a doutrina" sobre o "comportamento ético" de militantes do partido durante a campanha eleitoral. Não é uma vingança, esclareceu, nem pedido de sanções. Não falou em nomes, mas basta lembrar dois nomes Pacheco Pereira, que abertamente criticou algumas das opções da direcção de Santana, ou Cavaco Silva, o ex-líder que não apareceu na campanha e até proibiu que a sua fotografia aparecesse num cartaz do partido.

Face à agitação que estas palavras causaram (possíveis sanções), Santana veio depois explicar-se. Confirmou ter feito essa sugestão para "clarificar doutrina" sobre "comportamentos de militantes que atacaram o partido na campanha eleitoral", ou que se "puseram à margem". "Não pedi sanções para ninguém, mas as regras [internas] são difusas. Os portugueses sabem de quem estou a falar", disse. Aliás, afirmou, se o partido estivesse unido antes das eleições, "tal como o PS ou o CDS, o resultado teria sido diferente".

Ao que o DN apurou, o Conselho de Jurisdição Nacional não deverá tomar qualquer iniciativa e a sugestão de Santana não foi bem recebida por alguns dirigentes nacionais do PSD, que a criticaram, como Isaltino Morais.


- DN

"Guerreiro Menino"?!!
Criança? Sim.
Menino? Não.
Guerreiro?! Onde?

sábado, fevereiro 26, 2005

How low can you get?!!

Santana admite que Sampaio estava certo ao dissolver a AR
- Primeiro-ministro diz que não guarda rancores


Santana Lopes admitiu ontem que o Presidente da República fez uma leitura correcta da situação política quando decidiu convocar eleições antecipadas. O recuo do primeiro--ministro demissionário surgiu no final do almoço de despedida com Jorge Sampaio.
Foi um Santana Lopes «sem rancores» que se deslocou ontem ao Palácio de Belém para o último encontro semanal com o Presidente da República. No final do almoço, o líder demissionário do PSD surpreendeu os jornalistas ao reconhecer que Jorge Sampaio agiu bem ao convocar eleições legislativas antecipadas. «É isso que revela o resultado das eleições. Com certeza que o povo disse que o sr. Presidente tinha decidido bem», afirmou o ainda primeiro-ministro, depois de ter criticado duramente, e por várias vezes, a decisão de Jorge Sampaio.
A opção do Presidente parece, contudo, não ter beliscado a relação entre o chefe do Estado e o primeiro-ministro. Isso mesmo ficou demonstrado quando, no final do almoço, o Presidente República acompanhou Santana à saída para se despedir do chefe do Governo. O bom relacionamento entre ambos acabaria por ser confirmado depois pelo primeiro-ministro demissionário. Segundo Santana Lopes, o balanço dos setes meses de trabalho com Jorge Sampaio é «muito positivo» chegando o primeiro-ministro a recordar que já o seu antecessor, Durão Barroso, lhe tinha referido «o quão gratificante é trabalhar com este Presidente»...

(Continua na edição impressa)

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Também quero

O Xôr Engº JS, não precisa, por mero acaso, de uma acessora muito trabalhadora?
Eu apresento-lhe a minha disponibilidade, desde que, claro, nos termos de Teresa Alexandra Pires Marques Leitão Abecasis.

Ordenados «milionários»

Assessores de Santana custam cerca de 100 mil euros por mês


O gabinete de imprensa de Pedro Santana Lopes é composto por dez assessores e catorze adjuntos. E segundo avança o jornal A Capital custa todos os meses ao cofres do Estado cerca de 100 mil euros (20 mil contos na moeda antiga).

Dois dos colaboradores de Santana Lopes auferem um ordenado-base superior a seis mil euros ao qual ainda acresce uma avultada verba destinada a despesas de representação. No total o valor acaba por ser superior ao do próprio Santana e fica muito perto da remuneração do Presidente da República, que é de 6897 euros.

Segundo o mesmo jornal diário os dados foram pedidos há seis meses pouco tempo depois do Governo ter iniciado funções, mas a resposta só chegou dois dias depois das eleições legislativas.

O ordenado mais elevado é segundo A Capital o de Teresa Alexandra Pires Marques Leitão Abecasis, adjunta do primeiro-ministro, que auferia 7 735 euros (brutos e com despesas de representação). Depois de requisitada à empresa de consultadoria estratégia Boston Consulting Group esta optou por continuar a receber de acordo com o lugar de origem. Esta assessora trabalhou apenas dois meses no gabinete do primeiro-ministro, porque ao fim deste tempo entrou em licença de maternidade.

O segundo vencimento mais elevado é o de João Paulo Velez, de 7 465 euros. O assessor para a área da comunicação foi requisitado à JLM, de João Libano Monteiro, e também optou pelo regime remuneratório do lugar de origem.

Quanto aos restantes assessores os seus salários rondam entre 3 424 e 4 132 euros, de acordo com o que está previsto no estatuto deste tipo de funcionários.


Cortesia: Portugal Diário

A pouca vergonha..



Na legenda da fotografia, de um jornal canadiano, pode ler-se (traduzindo para português):

O líder do partido socialista espanhol, José Sócrates, ...

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Novo Link

Paulo Gorjão, Bloguítica, tem toda a razão quando afirma:

O Quarta República faz parte do grupo de blogues que, por diversas razões, tem um número de leitores diários e uma visibilidade muito inferior à que, a meu ver, deveria ter.

Subscrevo.

Parabéns ao Portuense!

Parabéns ao Pedro, do Portuense pelo seu 1º Ano Blogosférico!

Uma visão e análise da cidade do Porto. Conte muitos!

Porto

Meu Porto, nobre cidade
De recordações velhinhas,
De jardins tão verdejantes
E vielas estreitinhas.
Tens terreiros e calçadas,
Ruelas e escadinhas,
Nas janelas sardinheiras
Das casas bem pobrezinhas
Que parecem penduradas
Pela encosta dos Guindais
E no fundo tens o rio
E a gaivota junto ao cais.
Ouvindo o murmúrio
Das águas serenas,
Que correndo vão para o mar,
Levando mágoas e penas.
Tens o teu cais na Ribeira
Rabelos com seus arrais.
Tens varinas, regateiras,
Roupa ao sol, nos estendais.
Casario tão modesto
Olhando o rio a seu lado,
Tens botequins e tens tascas
Onde lá se canta o fado.
Tens a Torre dos Clérigos
De alto para ti olhando.
De guarda tens as muralhas
Fernandinas te abraçando.
Tens o Douro que te beija
As pontes que te enlaçam,
Que causam muita inveja
A todos que por ali passam.
Tens museus e belas fontes,
Palácio e a tua Sé.
Tens monumentos e praças,
É assim que o Porto é.
Meu Porto, velha cidade
Do trabalho e da nobreza.
És velha sem ter idade,
És bela, bem portuguesa.


- Maria Helena da Silva Fonseca
Pala, Ribadouro.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Viva o 'luxo'!

Seca: Avião vai libertar compostos químicos na atmosfera para fazer chover

Lisboa, 23 Fev (Lusa) - Um avião da Força Aérea vai hoje largar dois compostos químicos na atmosfera, sobre as regiões de Coimbra, Castelo Branco e Évora, para provocar a queda de chuva, no âmbito de um projecto da Universidade Lusófona.

Esta tentativa de provocar chuva, numa altura em que se vive uma situação de seca extrema em algumas regiões do país, resulta de uma colaboração entre a Força Aérea, que irá disponibilizar um avião Hércules C-130, e o Instituto de Estudos Ambientais e de Meteorologia da Universidade Lusófona, esclarece a Força Aérea em comunicado.

O projecto desenvolvido pelo Instituto visa libertar dois compostos químicos - Iodeto de Prata e Cloreto de Potássio - que, depois de depositados sobre as nuvens, irão funcionar como elementos aglutinadores da água em suspensão.

Com o aumento do peso devido à água, as partículas irão posteriormente cair sob a forma de chuva, provocando uma reacção em cadeia em toda a região do voo.

De acordo com a Força Aérea, o voo deverá acontecer cerca das 13:30, sobre diversas localidades, nomeadamente Coimbra, Castelo Branco e Évora e será coordenado pelos radares meteorológicos do Instituto de Meteorologia, que informarão sobre os locais e altitudes onde estarão as melhores nuvens para o efeito.

A Força Aérea garante que as substâncias libertadas não são prejudiciais nem à saúde nem aos solos.

Independentemente desta iniciativa, o Instituto de Meteorologia prevê para hoje aguaceiros fracos até ao início da manhã nas regiões do Norte e períodos de chuva e aguaceiros nas regiões do Centro e Alto Alentejo.

Segundo o Instituto de Meteorologia, o passado mês de Janeiro foi o mais seco dos últimos 100 anos nalgumas regiões do país, que já mereceram a classificação de estado de "seca extrema".

Durante o mês passado, a quantidade de precipitação ocorrida foi inferior a 20 por cento do normal em todo o território continental.

A falta de chuva está a deixar igualmente as albufeiras portuguesas com um défice de armazenamento de água.


- LUSA

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Recomenda-se

A nova "concentração blogosférica":

A Mão Invisível, Promete!

Com a agitação eleitoral..

esqueci-me de desejar parabéns ao:

Intermitente

e

Picuinhices

PARABÉNS :)

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Festa.

A onda é de tal maneira, que ouço com clareza e nitidez a barulheira que vai na sede do PS.

Que grande gritaria, que noite de 'arromba' vai ter o Largo do Rato.

3 tirs a bloquearem a circulação; só passam PSs. E a barulheira dos carros em 'patrulha' ostensiva e 'buzinadeira' a chatear a vizinhança, para cima e para baixo. Hoje não há descanso. Não me bastavam 12 horas em pé a 'aturar' eleitores, e ainda ter que aturar 'suchialistas'!!!!

Ainda há lugar no táxi?

sábado, fevereiro 19, 2005

Participar

- Um direito e um dever



Amanhã terá lugar a votação para as Eleições Legislativas de 2005.

Para além de um direito que assiste os cidadãos recenseados, maiores de idade e no pleno exercício dos seus direitos cívicos, é ainda, e em consonância com esse direito, um dever.

Ocorreram revoluções e sublevações para obtenção do direito de votar, de escolher os representantes para o exercício de cargos públicos.

Actualmente, e dado o desconforto e desencanto com a política e, os políticos, muitos cidadãos optam por não exercer esse direito. Mas:
por um lado, é também um dever; um dever de contribuir de forma cívica para escolha dos representantes que irão gerir a res publica.
Há ainda que ter em conta que, ao não votar e optar, transfere-se o dever e a responsabilidade cívica para os demais cidadãos, cabendo-lhes a decisão final.

É pois, dever de cada um de nós optar, exercendo em pleno a nossa cidadania participativa: activa e passiva.

Votem!

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Gabarito

É!
É necessário gabarito para ser Iluminado.

Refiro-me aos iluminados de pacotilha. Os pseudo-iluminados originais; diria mais, originalíssimos. Aqueles que escrevem um textozinho sem "colagosos". Sim, sai-lhes tudo dos benditos neurónios que as linhas ancestrais lhes presentearam.
Claro que só eles foram presenteados, e, que sim, que de tão ilustres e originais até cegam a vista dos leitores. Aos outros está-lhes reservado: a colagem.

Fundamentalistas dos enredos dos outros, sem inovoação ou originalidade real, sem abstracção das verdades instadas, dão-se ares de juízes de repasto alheio.

A língua também caí. Principalmente quando com ela vem aquele venenozinho de estimação, pequenino e sonso.

Recomenda-se a leitura de bulas medicamentosas, quando mais não seja, para alívio dos sintomas da azia.

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Sentir

O falecimento da Irmã Carmelita Lúcia, de 97 anos; considerada como a "última vidente de Fátima", tem sido causa de comoção.

Na Blogosfera têm sido cruzados argumentos e posições; todas elas contribuem para a compreensão do fenómeno que está a ser vivido.

Os ânimos aquecem porque, uma senhora/ uma pessoa faleceu.
E esse tem sido, desde o início da Humanidade, um trauma que marca de forma indelével os seres humanos; que tentam compreender e lidar com tal fenómeno.

Se há, se existem aproveitamentos dos sentimentos e emoções dos demais? Por certo que sim. Sempre existiram. Sempre existirão.
Nada vende mais do que a "exploração deste fenómeno".
Os meios de comunicação social, os meios políticos, os meios religiosos, as pessoas de maior ou menor boa-fé. Todos.

No meio de toda esta peregrinação intelectual ou emocional o que resta, o que fica de tudo? Nós. Perante nós mesmos. Com a nossa compreensão, com o nosso trauma genético; tentando compreender o fenómeno da passagem e do depois.
Da solidão perante a vida, e a complexidade que esta representa.

No fundo, andam todos a "bater em todos" para nada.
Na morte não há território, há apenas e somente a passagem de um estado ao outro.
E essa percepção pessoal e alheia, deve ser tida como tal. Questionar é saudável, é desejável. Os epifenómenos mundanos e transcendentais, mas há um momento em que tudo deixa de fazer sentido, e apenas podemos, dentro de nós, obter respostas.

O sofrimento é humano, e aceitá-lo é positivo. Integrá-lo e compreendê-lo, ainda mais.

Não se irritem tanto uns com os outros, não obtêm mais por isso.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Adão e Eva



Olhámo-nos um dia,
E cada um de nós sonhou que achara
O par que a alma e a cara lhe pedia.

– E cada um de nós sonhou que o achara...

E entre nós dois
Se deu, depois, o caso da maçã e da serpente,
... Se deu, e se dará continuamente:

Na palma da tua mão,
Me ofertaste, e eu mordi, o fruto do pecado.

– Meu nome é Adão...

E em que furor sagrado
Os nossos corpos nus e desejosos
Como serpentes brancas se enroscaram,
Tentando ser um só!

Ó beijos angustiados e raivosos
Que as nossas pobres bocas se atiraram
Sobre um leito de terra, cinza e pó!

Ó abraços que os braços apertaram,
Dedos que se misturaram!

Ó ânsia que sofreste, ó ânsia que sofri,
Sede que nada mata, ânsia sem fim!
– Tu de entrar em mim,
Eu de entrar em ti.

Assim toda te deste,
E assim todo me dei:

Sobre o teu longo corpo agonizante,
Meu inferno celeste,
Cem vezes morri, prostrado...
Cem vezes ressuscitei
Para uma dor mais vibrante
E um prazer mais torturado.

E enquanto as nossas bocas se esmagavam,
E as doces curvas do teu corpo se ajustavam
Às linhas fortes do meu,
Os nossos olhos muito perto, imensos,
No desespero desse abraço mudo,
Confessaram-se tudo!
... Enquanto nós pairávamos, suspensos
Entre a terra e o céu.

Assim as almas se entregaram,
Como os corpos se tinham entregado,
Assim duas metades se amoldaram
Ante as barbas, que tremeram,
Do velho Pai desprezado!

E assim Eva e Adão se conheceram:

Tu conheceste a força dos meus pulsos,
A miséria do meu ser,
Os recantos da minha humanidade,
A grandeza do meu amor cruel,
Os veios de oiro que o meu barro trouxe...

Eu, os teus nervos convulsos,
O teu poder,
A tua fragilidade
Os sinais da tua pele,
O gosto do teu sangue doce...

Depois...

Depois o quê, amor? Depois, mais nada,
– Que Jeová não sabe perdoar!

O Arcanjo entre nós dois abrira a longa espada...

Continuamos a ser dois,
E nunca nos pudemos penetrar!


- Régio

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Para o Dia de Celebração do Romance

Comecemos, pelo começo! :)
In red como convém!



Doce :)



E Jantar à luz de velas - Trés chic, trés romantique!



Receitas para a ocasião:

Gambas Carnais

750 g de gambas frescas descascadas;
2 folhas de louro sem o veio;
3 dentes de alho picado;
1/2 copo de azeite;
pimenta preta q.b.;
3/4 de copo de vinagre de vinho;
1 colher de (sopa) de especiarias a gosto;
1 colher de (café) de sal.

Ferver todos os ingredientes, excepto as gambas, durante +- 2 minutos.
Juntar as gambas e deixar cozer durante 3 minutos.
Tirar as gambas em seguida com uma escumadeira para que fiquem frias e não muito passadas.
Pôr as gambas e o molho em frascos quentes previamente esterilizados, levar ao frigorífico durante 48 horas.
Servir frias.


Costeletas de Cabrito à Afrodite

8 costeletas tenras de cabrito;
4 fatias de presunto sem sal;
4 fatias de queijo mozzarela;
1 chávena de (chá) de pão ralado;
2 dentes de alho picados;
1 ovo batido;
manteiga (quantidade suficiente);
piri-piri q.b.

Colocar uma fatia de presunto sem sal e outra de queijo sobre uma costoleta pôr a segunda costoleta em cima, aparar se for preciso.
Segurar as costoletas com 1 palito em cada ponta; passá-las pelo pão ralado, alho picado e piri-piri.
Com cuidado passar por ovo batido e novamente por pão ralado e fritá-las em manteiga de ambos os lados para que fiquem douradas.


Salada de Amor

4 colheres de sopa de açúcar
1 melão pequeno
4 metades de pêssego em calda
2 dl de natas
canela q.b.
1 embalagem pequena de gelado de baunilha
2 merengues comprados feitos
gengibre q.b.

Cortar os pêssegos em cubos.
Descascar o melão e cortá-lo em cubos.
Colocar 1 colher de gelado bem cheia no fundo de cada taça.
Colocar os cubos de pêssego e os cubos de melão polvilhados de canela e gengibre.
Repetir as camadas.
Terminar com os merengues desfeitos.
Bater as natas com o açúcar em chantilly.
Decorar ao gosto.


E para regenerar, após, ou durante, a terna noite



Filtro Regenerador

150 g de uvas passas sultanas;
12 cerejas;
12 framboesas;
12 passas cristalizadas;
1 pau de canela;
1 raiz de gengibre fresco ou seco;
1 maçã;
1 litro de Moscatel de boa qualidade;
1/2 litro de Vinho de Porto;
3 cravos-da-índia;
4 colheres de (sopa) de água de flor de laranjeira;
5 colheres de (sopa) de mel puro.

Num recipiente fundo de cristal ou porcelana pôr todos os elementos inteiros, a maçã cortada aos bocados e juntar os vinhos.
Díluir o mel na água de flôr de laranjeira e juntar á mistura anterior.
Mexer suavemente com uma colher de pau.
Tapar e guardar em lugar fresco durante 11 dias.
Mexer suavemente uma vez, todos días.
Passados os 11 dias filtrar a mistura por um pano de algodão.
Espremer bem os sólidos e guardar em frascos escuros no frigorífico.
Beber um copo antes das refeições.


O que realmente importa é

Sibila



«Sacerdotisa que adivinhava o futuro. Uma das mais famosas chamava-se Cassandra, por quem Apolo se apaixonou e que viveu em Tróia e na Eritréia; a mais antiga foi a de Cumas.
É um sí­mbolo de algo enigmático, hermético e misterioso; e da capacidade de comunicação com o divino.»

(Mitologia Grega)

O caráter arcaico, enigmático, hermético, oracular, dos símbolos arquetípicos, é representado mitologicamente pela figura da Sibila, definida muito propriamente por Heráclito(..) É a linguagem sibilina dos símbolos arquetípicos que, por não se referirem ao que é conhecido, não podem usar a linguagem racional.

Musa
Aqui me sentei quieta
Com as mãos sobre os joelhos
Quieta muda secreta
Passiva como os espelhos

Musa ensina-me o canto
Imanente e latente
Eu quero ouvir devagar
O teu súbito falar
Que me foge de repente.



Níobre Transformada em Fonte
(adaptado de Ovídio)


Os cabelos embora o vento passe
Já não se agitam leves. O seu sangue,
Gelando, já não tinge a sua face.
Os olhos param sob a fonte aflita.
Já nada nela vive nem se agita,
Os seus pés já não podem formar passos,
Lentamente as entranhas endurecem
E até os gestos gelam nos seus braços.

Mas os olhos de pedra não esquecem.
Subindo do seu corpo arrefecido,
Lágrimas lentas rolam pela face,
Lentas rolam, embora o tempo passe.


- Sophia de Mello Breyner Andresen

Presidentes de câmara têm de suspender mandato

Decisão da Comissão Nacional de Eleições(CNE)

A CNE decidiu ontem que os presidentes de câmara candidatos a deputados nas próximas legislativas têm de suspender o mandato até às eleições.
«Foi uma votação pacífica e consensual», disse o porta-voz da CNE, Nuno Godinho Matos, pelo que «a CNE vai oficiar todos os senhores presidentes de Câmara candidatos à Assembleia da República nas próximas legislativas, que a partir da data da nossa comunicação deverão suspender o mandato até à ocorrência das eleições», dia 20, esclareceu.
«Faremos a triagem dos presidentes de câmara e começaremos a enviar as cartas para notificar», assegurou o porta-voz da CNE.
A decisão da CNE surgiu devido a alguma confusão sobre se os autarcas que são candidatos a deputados nas legislativas de 20 de Fevereiro deveriam suspender apenas as suas funções, ou se teriam de suspender os mandatos.
A questão surgiu depois de o PS/Almeida ter apresentado uma queixa na CNE contra o presidente da Câmara de Almeida, o social-democrata José Costa Reis, por não ter suspendido o mandato ao integrar a lista de candidatos a deputados do PSD pela Guarda.
A CNE decidiu pela suspensão do mandato do autarca, decisão que foi posteriormente reiterada pelo Tribunal Constitucional.
Na sequência da deliberação do Tribunal Constitucional, José Costa Reis acabou por retirar a sua candidatura a deputado à Assembleia da República, apesar de ter acusado os socialistas de Almeida de «desconhecerem a lei» por «confundirem suspensão de mandato com suspensão de funções».

- A Capital

"Já ontem era tarde". Mas, como a Lei existe apenas como letra, tem-se vindo a assistir a uma prática diferente do estabelecido na Legislação.
Desta forma, foi reposto o sentido da letra. Espera-se que não seja apenas uma operação de cosmética: "um esticar de peles"!

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

A Gravata do Sr. ...

Uns, dizem que ando muito.. sibilina (Sss..) outros.. não digo! O que é um facto é..

a gravata, pois.. :



ou



Não se trata de uma questão, meramente, de moda ou tão pouco de estética; embora, de facto, deixe muito a desejar!

Trata-se tão só, da gravata apresentada, ‘ad nausea’, pelo Sr. Engº Sócrates cada vez que aparece no ecrã televisivo!

Ele, é vê-lo, com aquela sua gravata “de estimação” de cor “de burro quando foge”! Aquele castanho, que não se sabe bem se é castanho, se é cinzento a dar para o tijolo, mas..

Não querendo entrar em “brejeiradas”, daquelas em que se fazem associações entre gravatas e ditados populares..

Serei mais curial e sensata, e:

O Engº Sócrates e a sua equipa de marketing político consideram que a utilização da gravatinha de cor “mortiça”, será subliminarmente considerada como um símbolo de estabilidade e confiança!!
Essa é, pois, a mensagem que pretendem passar ao público.

Addenda:
Agora sim! Ei-la, em todo o seu "esplendor" e, ainda por cima, "substancialmente apadrinhada"!



Via Vilacondense

terça-feira, fevereiro 08, 2005

Kong Hey Fat Choi!

Feliz Ano Novo Lunar Chinês!

Hoje é festejado na Ásia o Novo Ano Lunar Chinês.
Este Ano é dedicado ao Galo:



O Galo é o herói impávido do horóscopo, mal compreendido por todos os outros signos.

Exteriormente é auto confiante e agressivo, mas por dentro não é tão seguro de si. Existem dois tipos de galos: os faladores inflamados e os observadores perspicazes. Ambos adoram gabar-se das suas qualidades.

O Galo é um perito em expressar-se, adora discutir e se puder, tentará converter o mundo inteiro à sua maneira de pensar, pois julga estar sempre certo.

A Alegoria da Caverna

A Alegoria da Caverna
A República, Livro VII, 514a-517c.
Platão

- Depois disto – prossegui eu – imagina a nossa natureza, relativamente à educação ou à sua falta, de acordo com a seguinte experiência. Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo o comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que se queima ao longe, numa eminência, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no género dos tapumes que os homens dos "robertos" colocam diante do público, para mostrarem as suas habilidades por cima deles.
– Estou a ver – disse ele.
– Visiona também ao longo deste muro, homens que transportam toda a espécie de objectos, que o ultrapassam: estatuetas de homens e de animais, de pedra e de madeira, de toda a espécie de lavor; como é natural, dos que os transportam, uns falam, outros seguem calados.
– Estranho quadro e estranhos prisioneiros são esses de que tu falas – observou ele.
– Semelhantes a nós – continuei -. Em primeiro lugar, pensas que, nestas condições, eles tenham visto, de si mesmo e dos outros, algo mais que as sombras projectadas pelo fogo na parede oposta da caverna?
– Como não – respondeu ele –, se são forçados a manter a cabeça imóvel toda a vida?
– E os objectos transportados? Não se passa o mesmo com eles ?
– Sem dúvida.
– Então, se eles fossem capazes de conversar uns com os outros, não te parece que eles julgariam estar a nomear objectos reais, quando designavam o que viam?
– É forçoso.
– E se a prisão tivesse também um eco na parede do fundo? Quando algum dos transeuntes falasse, não te parece que eles não julgariam outra coisa, senão que era a voz da sombra que passava?
– Por Zeus, que sim!
– De qualquer modo – afirmei – pessoas nessas condições não pensavam que a realidade fosse senão a sombra dos objectos.
– É absolutamente forçoso – disse ele.
– Considera pois – continuei – o que aconteceria se eles fossem soltos das cadeias e curados da sua ignorância, a ver se, regressados à sua natureza, as coisas se passavam deste modo. Logo que alguém soltasse um deles, e o forçasse a endireitar-se de repente, a voltar o pescoço, a andar e a olhar para a luz, ao fazer tudo isso, sentiria dor, e o deslumbramento impedi-lo-ia de fixar os objectos cujas sombras via outrora. Que julgas tu que ele diria, se alguém lhe afirmasse que até então ele só vira coisas vãs, ao passo que agora estava mais perto da realidade e via de verdade, voltado para objectos mais reais? E se ainda, mostrando-lhe cada um desses objectos que passavam, o forçassem com perguntas a dizer o que era? Não te parece que ele se veria em dificuldades e suporia que os objectos vistos outrora eram mais reais do que os que agora lhe mostravam?
– Muito mais – afirmou.
– Portanto, se alguém o forçasse a olhar para a própria luz, doer-lhe-iam os olhos e voltar-se-ia, para buscar refúgio junto dos objectos para os quais podia olhar, e julgaria ainda que estes eram na verdade mais nítidos do que os que lhe mostravam?
– Seria assim – disse ele.
– E se o arrancassem dali à força e o fizessem subir o caminho rude e íngreme, e não o deixassem fugir antes de o arrastarem até à luz do Sol, não seria natural que ele se doesse e agastasse, por ser assim arrastado, e, depois de chegar à luz, com os olhos deslumbrados, nem sequer pudesse ver nada daquilo que agora dizemos serem os verdadeiros objectos?
– Não poderia, de facto, pelo menos de repente.
Precisava de se habituar, julgo eu, se quisesse ver o mundo superior. Em primeiro lugar, olharia mais facilmente para as sombras, depois disso, para as imagens dos homens e dos outros objectos, reflectidas na água, e, por último, para os próprios objectos. A partir de então, seria capaz de contemplar o que
há no céu, e o próprio céu, durante a noite, olhando para a luz das estrelas e da Lua, mais facilmente do que se fosse o Sol e o seu brilho de dia.

– Pois não!
– Finalmente, julgo eu, seria capaz de olhar para o Sol e de o contemplar, não já a sua imagem na água ou em qualquer sítio, mas a ele mesmo, no seu lugar.
– Necessariamente.
– Depois já compreenderia, acerca do Sol, que é ele que causa as estações e os anos e que tudo dirige no mundo visível, e que é o responsável por tudo aquilo de que eles viam um arremedo.
– É evidente que depois chegaria a essas conclusões.
– E então? Quando ele se lembrasse da sua primitiva habitação, e do saber que lá possuía, dos seus companheiros de prisão desse tempo, não crês que ele se regozijaria com a mudança e deploraria os outros?
– Com certeza.
– E as honras e elogios, se alguns tinham então entre si, ou prémios para o que distinguisse com mais agudeza os objectos que passavam e se lembrasse melhor quais os que costumavam passar em primeiro lugar e quais em último, ou os que seguiam juntos, e àquele que dentre eles fosse mais hábil em predizer o que ia acontecer – parece-te que ele teria saudades ou inveja das honrarias e poder que havia entre eles, ou que experimentaria os mesmos sentimentos que em Homero, e seria seu intenso desejo "servir junto de um homem pobre, como servo da gleba", e antes sofrer tudo do que regressar àquelas ilusões e viver daquele modo?
– Suponho que seria assim – respondeu – que ele sofreria tudo, de preferência a viver daquela maneira.
– Imagina ainda o seguinte – prossegui eu -. Se um homem nessas condições descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol?
– Com certeza.
– E se lhe fosse necessário julgar daquelas sombras em competição com os que tinham estado sempre prisioneiros, no período em que ainda estava ofuscado, antes de adaptar a vista – e o tempo de se habituar não seria pouco – acaso não causaria o riso, e não diriam dele que, por ter subido ao mundo superior, estragara a vista, e que não valia a pena tentar a ascensão ? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam ?
– Matariam, sem dúvida
– confirmou ele.
– Meu caro Gláucon, este quadro – prossegui eu – deve agora aplicar-se a tudo quanto dissemos anteriormente, comparando o mundo visível através dos olhos à caverna da prisão, e a luz da fogueira que lá existia à força do Sol. Quanto à subida ao mundo superior e à visão do que lá se encontra, se a tomares como a ascensão da alma ao mundo inteligível, não iludirás a minha expectativa, já que é teu desejo conhecê-la. O Deus sabe se ela é verdadeira. Pois, segundo
entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a ideia do Bem; e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que, no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; e que, no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública.

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Carnevale




Ode a Eros

Eros, Cupido, Amor, pequeno Deus travesso
Com quem todos brincamos!
Brincando nos ferimos,
Ferindo-nos gozamos,
Se rimos já choramos,
Mal que choramos rimos...
Já, voltados do avesso,
Por igual o voltamos,
O torturamos nós como ele nos tortura,
Descemos aos recessos da criatura...

Pequenino gigante!
Sonhava, ou não sonhava,
Quem te representou risonho e pequenino
Que de Hércules a clava
Não pesa como pesa a tua mão de infante,
Nem seu furor destrói
Como nos dói
Teu riso de menino?

Nas tuas leves setas
Nas flâmulas gentis
Que cantam os poetas
E os namorados juvenis,
Que longos ópios e letais licores,
Que pântanos de lodo e que furores,
Que grinaldas de louros e de espinhos,
Que abissais labirintos de caminhos!

Mascarilha de seda e de veludo
Sob a qual o olhar brilha, a boca ri,
Que olhar ambíguo ou mudo,
Que boca atormentada
Não terás além ti
Na mascarada?

Pai da Crueldade e da Piedade,
Filho do Crime e da Beleza,
Que infante serás tu, que, desde que há Idade,
Aos Ícaros opões a mesma astral parede,
E os Lázaros susténs dos restos dessa mesa
Em que se bebe sempre a mesma sede,
Se come
A mesma fome?

Divindade nocturna
Que te cinges de rosas,
Suprema fúria mascarada
Que a porta abres do céu... escancarada
Sobre o negro vazio duma furna,
Que a urna de cristal nas mãos formosas
Vens ofertar às bocas sequiosas
E escorres sangue do cristal da urna,
Que tens tu afinal, ao fundo da caverna
Sempre aos mortais vedada:
A eterna morte... o nada,
Ou a vida eterna?


- José Régio, Filho do Homem

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Zzzz...

Hum.., sim.. pois..! Já acabou?! ..

Ontem teve lugar "o grande debate" entre os líderes dos "principais" partidos políticos que irão concorrer às próximas eleições legislativas, de 20 de Fevereiro.

Aquele modelito, 'género americano', 'não pega nem de estaca' cá pelo burgo português!

E que dizer da falta de conteúdo dos discursos?!..

Não fosse 'cá por coisas', e era NULO - o voto, claro está.

Se na cena política portuguesa existissem apenas estes dois, "grandes", partidos, o melhor seria 'apanhar o táxi' para um qualquer paraíso tropical, onde não existisse Estado e, muito menos, governo.
Uma daquelas ilhas perdidas, bem distantes deste:
"vira o disco, e toca o mesmo."

Só para esclarecer:

Sr. Engº Sócrates, da sua vida íntima sabe o Sr., e ninguém tem a haver com isso.

Se por outro lado, a sua vida íntima tiver ou vier a ter relevância, ou em decurso dela a esfera pública e os interesses dos cidadãos contribuintes vierem a ser lesados de alguma forma, então aí e só aí será uma questão de interesse público.

O Eça é que a 'sabia toda':



Serenata de Satan ás Estrellas

I
Nas noites triviaes e desoladas
Como vos quero mysticas estrellas!...
Lucidas antigas camaradas...
Gotas de luz, no frio ar nevadas,
Podesse a minha boca inda bebel-as

II
Nem vos conheço já. Por onde eu ando!...
Sois vós mysticos pregos d'uma cruz?
Que Christo estais no ceo crucificando?...
Quem triste pelo ar vos foi soltando
Profundos, soluçantes ais de luz!

III
Oh! viagens nas nuvens desmanchadas!...
Doces serões do ceo entre as estrellas!...
Hoje só ais e lágrimas caladas...
Ai! sementes de luz mal semeadas,
Ave do ceo, podesse eu ir comel-as!

IV
Triste, triste loucura oh! flores da cruz
Quando eu vos dizia soluçando:
Affastae-vos de mim cardos de luz!...
Podesse eu ter agora os pés bens nús,
inda por entre vós i-los rasgando!...

V
Hoje estou velho e só e corcovado.
Causa-me espantado a sombra d'uma estola:
Enche-me o peito, um tedio desolado:
E corro o mundo todo esfomeado,
Aos abutres do ceo pedindo esmola.

VI
Eu sou Satan o triste o derrubado!
Mas vós estrellas, sois os musgo velho
Das paredes do ceo desabitado.
E a poeira que se ergue ao ceo calado,
Quando eu bato co'o pé no Evangelho!

VII
O céo é cemiterio trivial:
Vós sois o pó dos deuses sepultados!
Deuses, magros esboços do ideal!
Só com rasgar-se a folha d'um missal,
Vós cahis mortos, hirtos, gangrenados.

VIII
Eu sou expulso, roto, escarnecido
Mas a vós já ninguém vos quer as leis.
Oh! velho Deus oh! Christo dolorido!
Lembrae-vos que sois pó enegrecido,
E cedo em negro pó vos tornareis.


- Eça de Queirós

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Um amigo....

Um velho voltou-se para mim e perguntou:
" Quantos amigos você tem?"
Uns dez ou vinte por quê?
Ele levantou-se com esforço e
tristemente agitou a cabeça...

"Você é um garoto de sorte para ter tantos amigos"... disse ele.
Existe uma coisa que você não sabe,
um amigo não é apenas alguém
para quem você diz "olá"...

Um amigo é um ombro tenro no qual se chora suavemente...
Um poço para levantar seu espírito bem alto...
Um amigo é uma mão para te puxar para fora ... da escuridão e desespero ...

Quando todos os outros "suspostos" amigos ajudaram a te colocar lá.

Um amigo verdadeiro é um aliado que não pode ser movido ou comprado .

Uma voz que deixa seu nome vivo quando outros o esquecem...
"E responda mais uma vez ...
Quantos amigos você tem ????"
E então ele se levantou e me olhou
esperando a resposta ...
Suavemente respondi:
" Se eu tiver sorte ... Eu terei você!!"