domingo, fevereiro 27, 2005

Em resposta à atoarda do "guerreiro menino"

PSD devia "ter pudor" ao falar do CDS/PP

"Alguns dirigentes do PSD deviam ter pudor" em assacar responsabilidades ao CDS pela inexistência de uma coligação pré-eleitoral nas últimas legislativas. António Pires de Lima, vice-presidente dos democratas-cristãos, reagiu ontem desta forma às palavras de Santana Lopes que, no Conselho Nacional do PSD, acusou os populares de serem responsáveis pela inviabilização de um acordo pré-eleitoral entre os dois partidos (ver página 10). (Publicado no post anterior)

O dirigente centrista sublinha que "toda a gente sabe qual foi o discurso dos congressos do PSD, de Santa Maria da Feira a Barcelos", numa referência às críticas que então foram dirigidas pelos sociais-democratas ao parceiro de coligação. E "já que alguns dirigentes do PSD, no caso o presidente do partido, põem a questão nesses termos", Pires de Lima faz questão de frisar que o CDS "está de consciência tranquila". E explica porquê - "porque a decisão [de avançar sozinhos para as eleições] nos permitiu fazer uma campanha digna, consistente e coerente", sublinha o vice-presidente dos populares. Pires de Lima acrescenta ainda que a ida autónoma às urnas permitiu ao CDS "obter um resultado que, embora aquém dos objectivos", permite aos partido "manter um grupo parlamentar qualificado e quase intacto em termos do número de deputados". Por comparação com a anterior legislatura. E com o PSD...

recusa. É mais um nome a dizer "não" à liderança do CDS/PP. Maria José Nogueira Pinto excluiu ontem uma possível candidatura à presidência dos populares, argumentando que será mais útil ao partido "noutros fóruns". Apesar desta recusa, expressa em declarações à Antena 1, Nogueira Pinto rejeita que "haja um vazio de poder" no CDS. "Vão surgir pessoas com certeza", garantiu.

A indisponibilidade de Maria José Nogueira Pinto segue-se a idêntica atitude já anunciada por António Pires de Lima, Luís Nobre Guedes, António Lobo Xavier e Telmo Correia. Além do próprio Paulo Portas, que também já excluiu uma recandidatura à presidência dos populares. Um lote que praticamente esgota as figuras de primeira linha do partido, o que já leva algumas vozes no CDS a considerar que algum destes nomes terá que recuar e avançar para a liderança. Apesar de um comunicado, emitido no início da semana, em que sublinhou que "não é, nem será candidato", Telmo Correia continua a ser o nome mais apontado para suceder a Paulo Portas.


- DN