Publicidade enganosa ou burla?
A estória das transportadoras aéreas Low Cost
Viagens chegam a custar o dobro do publicitado
Os preços dos bilhetes de viagens de avião anunciados pelas transportadoras aéreas, agências de viagem ou "sites" na Internet especializados são substancialmente inferiores aos que, de facto, são cobrados. As empresas divulgam apenas a tarifa base, excluindo as várias taxas cobradas que chegam, mesmo, a ser superiores à tarifa inicial e que variam de caso para caso. O resultado, conclui um estudo da Deco a publicar na próxima "Dinheiro e Direitos", é uma "publicidade enganosa", já denunciada junto do Instituto do Consumidor.
A publicação divulga casos, reportados a Novembro do ano passado, em que o preço final chega a ser o dobro do que tinha sido anunciado, já que à tarifa base são acrescidas as várias taxas, cobradas quer por entidades externas à transportadora (como aeroportos ou Governo) quer pelas próprias empresas, como as que incidem sobre o combustível, a segurança, abertura de processo, de reserva, de meio de pagamento, entre outras.
"As taxas são identificadas por siglas e variam de acordo com vários critérios, como o momento em que a compra é feita", afirmou Luís Rodrigues da Silva, responsável técnico pela "Dinheiro e Direitos". Por isso, o consumidor não tem informação, à partida, sobre o valor final a pagar pelo bilhete.
Para o saber tem que fazer todo o processo de compra da viagem, mas "se calhar já eliminou uma determinada companhia porque a sua tarifa base era mais elevada", afirmou o responsável, que garante haver "casos de tarifas base mais baixas que acabam por não ser o preço final mais baixo". O que está em causa, entende a Deco, é a possibilidade de confrontar custos.
A disparidade entre o preço publicitado e o realmente cobrado é maior junto das transportadoras de baixo custo, as "low cost".
Nestas empresas, as tarifas base são mais baixas que nas tradicionais, pelo que o peso das taxas (muitas delas cobradas por entidades terceiras, como os aeroportos ou os Governos) é superior, explicou Rodrigues da Silva.
Casos em português
Entre os preços analisados pela Deco estão alguns praticados pelas maiores transportadoras portuguesas. Por exemplo, a diferença no preço final de um voo de ida e volta de Lisboa a Barcelona pela TAP e pela Portugália era de apenas dois euros. Mas inicialmente, a TAP publicitava 104 euros, enquanto que a concorrente propunha 154 euros.
Também junto de agências de viagem on-line e motores de busca especializados, os preços praticados divergem. Um voo de Lisboa a Bruxelas é publicitado a 89 euros pela Netviagens, Geotur, Travelprice e Exit, mas o preço final é substancialmente superior. Nas duas últimas entidades, é cobrado 132 euros, valor que pode subir aos 152 euros na Netviagens e aos 164 na Geotur.
- JN
Viagens chegam a custar o dobro do publicitado
Os preços dos bilhetes de viagens de avião anunciados pelas transportadoras aéreas, agências de viagem ou "sites" na Internet especializados são substancialmente inferiores aos que, de facto, são cobrados. As empresas divulgam apenas a tarifa base, excluindo as várias taxas cobradas que chegam, mesmo, a ser superiores à tarifa inicial e que variam de caso para caso. O resultado, conclui um estudo da Deco a publicar na próxima "Dinheiro e Direitos", é uma "publicidade enganosa", já denunciada junto do Instituto do Consumidor.
A publicação divulga casos, reportados a Novembro do ano passado, em que o preço final chega a ser o dobro do que tinha sido anunciado, já que à tarifa base são acrescidas as várias taxas, cobradas quer por entidades externas à transportadora (como aeroportos ou Governo) quer pelas próprias empresas, como as que incidem sobre o combustível, a segurança, abertura de processo, de reserva, de meio de pagamento, entre outras.
"As taxas são identificadas por siglas e variam de acordo com vários critérios, como o momento em que a compra é feita", afirmou Luís Rodrigues da Silva, responsável técnico pela "Dinheiro e Direitos". Por isso, o consumidor não tem informação, à partida, sobre o valor final a pagar pelo bilhete.
Para o saber tem que fazer todo o processo de compra da viagem, mas "se calhar já eliminou uma determinada companhia porque a sua tarifa base era mais elevada", afirmou o responsável, que garante haver "casos de tarifas base mais baixas que acabam por não ser o preço final mais baixo". O que está em causa, entende a Deco, é a possibilidade de confrontar custos.
A disparidade entre o preço publicitado e o realmente cobrado é maior junto das transportadoras de baixo custo, as "low cost".
Nestas empresas, as tarifas base são mais baixas que nas tradicionais, pelo que o peso das taxas (muitas delas cobradas por entidades terceiras, como os aeroportos ou os Governos) é superior, explicou Rodrigues da Silva.
Casos em português
Entre os preços analisados pela Deco estão alguns praticados pelas maiores transportadoras portuguesas. Por exemplo, a diferença no preço final de um voo de ida e volta de Lisboa a Barcelona pela TAP e pela Portugália era de apenas dois euros. Mas inicialmente, a TAP publicitava 104 euros, enquanto que a concorrente propunha 154 euros.
Também junto de agências de viagem on-line e motores de busca especializados, os preços praticados divergem. Um voo de Lisboa a Bruxelas é publicitado a 89 euros pela Netviagens, Geotur, Travelprice e Exit, mas o preço final é substancialmente superior. Nas duas últimas entidades, é cobrado 132 euros, valor que pode subir aos 152 euros na Netviagens e aos 164 na Geotur.
- JN