sábado, março 05, 2005

CDS ataca escolha de Freitas do Amaral

O CDS-PP lamentou hoje a ausência de Vítor Constâncio, António Vitorino e Jaime Gama no governo socialista e assinalou com "muita preocupação" a escolha do ex-líder democrata- cristão Freitas do Amaral para os Negócios Estrangeiros.

"Nos últimos dois anos, Freitas do Amaral disse e escreveu sobre os Estados Unidos e a Aliança Atlântica o que nem o dr. Louçã e a esquerda mais radical foram capazes de pensar", criticou o líder parlamentar do CDS-PP Nuno Melo, em declarações à Agência Lusa.

Nuno Melo sublinhou ainda "a profunda incoerência do trajecto político" do ex-presidente do CDS.

Depois de em 2002 ter apelo ao voto no PSD, Freitas do Amaral manifestou nestas eleições o seu apoio público ao PS e apelou a uma maioria absoluta socialista, que acabou por se verificar.

Para Nuno Melo, "se o professor Freitas do Amaral for coerente com o seu percurso escrito e falado, isso significará um retrocesso tremendo da posição de Portugal no mundo, na relação com os EUA e com a NATO".

O dirigente democrata-cristão realçou ainda "quem não está" no Governo hoje divulgado.

"Não está o dr. Vítor Constâncio, que preferiu o silêncio do Banco de Portugal ao arregaçar de mangas na pasta das Finanças para pôr em prática as ideias que defendeu", criticou, afirmando esperar que Constâncio "seja tão interventivo no futuro como na última legislatura".

Nuno Melo destacou também as ausências de António Vitorino, "uma garantia de moderação e institucionalismo", e de Jaime Gama.

O líder parlamentar do CDS apontou ainda como erros do executivo socialista "o fim das pastas do Turismo e dos Assuntos do Mar", duas áreas que no anterior Governo eram tutelados por responsáveis do CDS- PP.

O dirigente centrista levantou ainda "duas dúvidas" na composição do novo Governo, nas áreas das Finanças e da Defesa, que irão ser tuteladas, respectivamente, pelo independente Luís Campos e Cunha e por Luís Amado.

"Dúvidas não tanto pelas pessoas nomeadas, mas pelo peso político que poderão ter no Governo e entre os colegas de Governo para garantirem o sucesso nas respectivas pastas", afirmou.

O CDS-PP deixou apenas uma "nota positiva": "o relevo dado à Administração Interna", entregue a António Costa, também ministro de Estado.

"O CDS-PP está muito atento às questões da segurança e espera que estas sejam razão de aplauso na governação", concluiu.

- Portugal Diário