quinta-feira, junho 17, 2004

Renamo considera afirmações de Guebuza «promessas de guerra»

A RENAMO considerou hoje uma "promessa de guerra" a ameaça do candidato da FRELIMO às próximas eleições presidenciais, Armando Guebuza, de acabar com os homens armados que o partido da oposição ainda mantém nas suas antigas bases.


A denúncia surge em reacção à promessa feita à imprensa na semana passada em Nampula, norte de Moçambique, por Guebuza de pôr termo aos homens armados da RENAMO nas bases da antiga guerrilha deste partido na província de Sofala.

"A RENAMO entende a ameaça de Guebuza de utilizar a violência para acabar com os guardas que protegem os dirigentes da RENAMO como uma promessa de guerra", afirmou hoje o secretário-geral do partido, Viana Magalhães.

A RENAMO afirma que tais pronunciamentos ameaçam a paz alcançada em 1992 e o sistema democrático em vigor no país e constituem um "pré-aviso para todo o povo moçambicano sobre os métodos de governação de Armando Guebuza, em caso de vitória nas presidenciais deste ano".

A nota de imprensa da RENAMO faz ainda alusão a um recente discurso do Presidente da República, Joaquim Chissano, de que a vitória da FRELIMO no escrutínio que se avizinha constitui "um imperativo nacional".

O secretário-geral do maior partido da oposição sublinhou que essas palavras prenunciam que a FRELIMO utilizará a "fraude" para se manter como governo em Moçambique.

"É nessa tese que se encontra toda a explicação de toda a roubalheira de votos que tem caracterizado os processos eleitorais em Moçambique", acusou Viana Magalhães.

A RENAMO recorda, em alternativa, que constituem imperativos nacionais a preservação da paz, a consolidação da democracia e o aprofundamento da reconciliação nacional.