Quando o Homem quer, a Obra nasce!
Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!
(Re)Pensar o Futuro
Pela força da Razão as mudanças fazem-se a quente
2004-06-17 23:47:53
Estamos ainda na demolidora ressaca eleitoral. Muito se falou e ainda se fala na abstenção, no voto de protesto contra os governos nacionais. Voltar ao mesmo é chover no molhado, e pior, é falta de criatividade, é embarcar nas lamúrias que a lado nenhum conduzem.
Nestas, como noutras coisas da vida, é preciso coragem. É preciso liberdade.
É cada vez mais preciso pensamento, frieza, que se costuma associar à ponderação, ao rigor e à perspectiva.
Enviei não faz muito tempo a um conhecido um SMS com mais ou menos o seguinte teor: é nos momentos difíceis, complexos e contraditórios, enfim nos momentos de crise, que verdadeiramente se conhecem os homens e os povos, e é nestes momentos que são postas, inexoravelmente, à prova as suas capacidades de visão, lucidez, coragem, determinação e energia para mudarem o que, precisamente nas horas complexas, de crise, não aguentou e se revelou ser inadequado, insuficiente, impróprio ou inútil.
Muitos dirão que tal é um lugar-comum. Pois é, sem dúvida que é, mas também o é, e eventualmente, tão ou mais insuportável quanto o primeiro, mas seguramente muito mais perigoso, conformista, arrogante, e paralisante mesmo, aqueloutro que defende que as reformas, as mudanças, se não fazem a quente.
Tenho para mim que as reformas, as mudanças devem, precisamente, fazer-se a quente, desde que se verifiquem as capacidades de visão, coragem, lucidez, que possibilitem, com ponderação, rigor e prospectiva alterar o status quo.
Decorre daqui que a perenidade dessas mudanças depende muito menos do tempo da sua prática e muito mais do mérito de quem tem a coragem de as promover e fazer, quando urgem. E este é um desses momentos. Para todos, sem excepção: País, Governo, partidos, cidadãos.
Não é por acaso que este segundo lugar-comum é usado, não raras vezes, por aqueles que sabendo das suas incapacidades preferem refugiar-se num adiamento confortável mas de efeitos devastadores a prazo.
E isto que afirmo tanto vale para os povos, para as pessoas, como para as instituições sejam elas de que tipo forem.
Se é certo que vivemos uma crise de identidade nacional esta reflecte-se no viver e sentir dos partidos, daí a vergonha, o alheamento, a indiferença, a anestesia, os mexericos, as agendas mais ou menos secretas, etc. .
O que, aqui e agora, está em causa são questões fundamentais para qualquer comunidade minimamente organizada, e logo para qualquer democracia.
Estas eleições demonstraram a fragilidade do nosso Estado de direito e da nossa democracia. Já ninguém se preocupa em criticar para corrigir, mas de minar os próprios fundamentos da democracia e do Estado de Direito, tudo assente no deplorável espectáculo onde se cruzam a incompetência, a irresponsabilidade, as maquinações mais serôdias e narcisistas, a impunidade e o sempre presente sensacionalismo vácuo.
E tudo isto soa a fim de festa. Infelizmente.
Ora é chegada a hora de, sem complacências cúmplices, sem desculpas, sem evasivas, sem paliativos, expedientes e quejandos, mudar de rumo enquanto é tempo.
É tempo de reformar, sem truques nem álibis. E quem não está à altura desta hora complexa e de crise, só tem um caminho: desamparar a loja o mais rapidamente possível porque há quem queira trabalhar séria, competente e responsavelmente.
São nestas horas de crise que os homens, as instituições, os povos são postos à prova.
Será que há mulheres e homens à altura deste hercúleo desafio? Da resposta a esta pergunta depende o futuro do PND como alternativa de poder a médio prazo (3 a 5 anos), ou então o derrapar para o populismo serôdio e primário, sem futuro, que de tudo se serve para os seus maquiavélicos desígnios.
E certamente não foi para isto que se constituiu o PND.
Jorge Pereira da Silva
Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!
(Re)Pensar o Futuro
Pela força da Razão as mudanças fazem-se a quente
2004-06-17 23:47:53
Estamos ainda na demolidora ressaca eleitoral. Muito se falou e ainda se fala na abstenção, no voto de protesto contra os governos nacionais. Voltar ao mesmo é chover no molhado, e pior, é falta de criatividade, é embarcar nas lamúrias que a lado nenhum conduzem.
Nestas, como noutras coisas da vida, é preciso coragem. É preciso liberdade.
É cada vez mais preciso pensamento, frieza, que se costuma associar à ponderação, ao rigor e à perspectiva.
Enviei não faz muito tempo a um conhecido um SMS com mais ou menos o seguinte teor: é nos momentos difíceis, complexos e contraditórios, enfim nos momentos de crise, que verdadeiramente se conhecem os homens e os povos, e é nestes momentos que são postas, inexoravelmente, à prova as suas capacidades de visão, lucidez, coragem, determinação e energia para mudarem o que, precisamente nas horas complexas, de crise, não aguentou e se revelou ser inadequado, insuficiente, impróprio ou inútil.
Muitos dirão que tal é um lugar-comum. Pois é, sem dúvida que é, mas também o é, e eventualmente, tão ou mais insuportável quanto o primeiro, mas seguramente muito mais perigoso, conformista, arrogante, e paralisante mesmo, aqueloutro que defende que as reformas, as mudanças, se não fazem a quente.
Tenho para mim que as reformas, as mudanças devem, precisamente, fazer-se a quente, desde que se verifiquem as capacidades de visão, coragem, lucidez, que possibilitem, com ponderação, rigor e prospectiva alterar o status quo.
Decorre daqui que a perenidade dessas mudanças depende muito menos do tempo da sua prática e muito mais do mérito de quem tem a coragem de as promover e fazer, quando urgem. E este é um desses momentos. Para todos, sem excepção: País, Governo, partidos, cidadãos.
Não é por acaso que este segundo lugar-comum é usado, não raras vezes, por aqueles que sabendo das suas incapacidades preferem refugiar-se num adiamento confortável mas de efeitos devastadores a prazo.
E isto que afirmo tanto vale para os povos, para as pessoas, como para as instituições sejam elas de que tipo forem.
Se é certo que vivemos uma crise de identidade nacional esta reflecte-se no viver e sentir dos partidos, daí a vergonha, o alheamento, a indiferença, a anestesia, os mexericos, as agendas mais ou menos secretas, etc. .
O que, aqui e agora, está em causa são questões fundamentais para qualquer comunidade minimamente organizada, e logo para qualquer democracia.
Estas eleições demonstraram a fragilidade do nosso Estado de direito e da nossa democracia. Já ninguém se preocupa em criticar para corrigir, mas de minar os próprios fundamentos da democracia e do Estado de Direito, tudo assente no deplorável espectáculo onde se cruzam a incompetência, a irresponsabilidade, as maquinações mais serôdias e narcisistas, a impunidade e o sempre presente sensacionalismo vácuo.
E tudo isto soa a fim de festa. Infelizmente.
Ora é chegada a hora de, sem complacências cúmplices, sem desculpas, sem evasivas, sem paliativos, expedientes e quejandos, mudar de rumo enquanto é tempo.
É tempo de reformar, sem truques nem álibis. E quem não está à altura desta hora complexa e de crise, só tem um caminho: desamparar a loja o mais rapidamente possível porque há quem queira trabalhar séria, competente e responsavelmente.
São nestas horas de crise que os homens, as instituições, os povos são postos à prova.
Será que há mulheres e homens à altura deste hercúleo desafio? Da resposta a esta pergunta depende o futuro do PND como alternativa de poder a médio prazo (3 a 5 anos), ou então o derrapar para o populismo serôdio e primário, sem futuro, que de tudo se serve para os seus maquiavélicos desígnios.
E certamente não foi para isto que se constituiu o PND.
Jorge Pereira da Silva