domingo, abril 11, 2004

Qual o verdadeiro traidor de Jesus Cristo

Prepare-se a Inquisição!
Prepare a fogueira, hoje vai ter um dia maravilhoso!

A História da Igreja Católica tem ensinado que o traidor de Jesus Cristo foi Judas.
Vejamos:

Judas que no Monte das Oliveiras, e através de um beijo, identificou Jesus Cristo (Jesus - o homem, Cristo - a consciência de Deus).

Quais as verdadeiras razões por trás deste acto:

o discípulo Judas, era um homem do Direito, daí que fosse um homem racionalista, com um sistema racionalista, baseado em regras e numa resolução das situações dentro de um sistema instalado - o sistema romano e, do Sinédrio.
Considerava que ao 'entregar' Jesus, este teria a oportunidade de se 'explicar' e 'fundamentar' a sua posição e visão do Mundo, por forma a que nenhuma sanção lhe fosse imposta. Tudo "dentro da Lei vigente".

O discípulo Pedro, o pescador. Pescador de peixe, e dizem, posteriormente, 'pescador de Almas'!
Segundo reza, Pedro era o discípulo 'preferido' de Jesus Cristo. Seria? Será?

Os 'Discípulos':

Judas acompanhou o cortejo que levou Jesus Cristo à presença do Sinédrio; apercebeu-se de imediato que tinha sido enganado, e que tudo aquilo que tinha negociado, seria incumprido.
Que o haviam utilizado para outros intentos que, não eram o seus, e que não eram, certamente os acordados. De tal forma que, para tornarem ainda mais evidente o seu engano e a sua humilhação, lhe entregaram 30 moedas de prata, a título de pagamento pelos seus "serviços"!!
Nada disto tinha sido pretendido ou acordado por Judas.
A sua vergonha, humilhação e desespero por tudo aquilo que entendia do mundo, o seu sistema de valores, a sua boa-fé e a sua dignidade, tinham sido colocadas em causa. Mas, mais do que tudo, sentia que tinha traído um amigo! Pois não tinha conseguido prever nem a má-fé do Sinédrio, nem tão pouco tinha conseguido concretizar as negociações para que Jesus - o homem, fosse deixado em Paz.
Enforcou-se no Monte das Oliveiras, como testemunho pessoal daquilo que ele, pessoalmente, considerava a sua inequidade; sem necessidade de recurso a um qualquer Tribunal, impondo-se a si mesmo, a sentença e a execução da pena.
Traidor?
Não.
Crédulo e ingénuo; um racionalista, com um sistema de valores vigentes à época, e que por si, pessoal e livremente estabeleceu e executou uma sentença, de morte.
Não se traí os amigos.

Passemos a Pedro.
Pedro, a Pedra.

Segundo rezam as escrituras:
"Pedro, a Pedra. Sobre ti erigirei a minha Igreja!"

Pois..

Um seixo. Torto e putrefacto desde o início.
"Pedro, ainda hoje me trairás! Rejeitar-me-ás três vezes! Quando o galo cantar!"
(Às vezes a verdade também é conhecida, para quem não permitir ser enganado, desde que saia do torpor anestésico)

Dizia Pedro:
"Não conheço esse homem!";
"Nunca o vi!";
"Não sou um dos seus discípulos!"

Obrigadinha, oh Pedro!
Com discípulos como tu, não há quem necessite de outros inimigos.

O traídor não foi Judas, como tanto jeito dá apregoarem - excelente bode expiatório, principalmente das culpas reais de Pedro - a Pedra, sobre a qual está erecta uma Igreja.

Judas confrontou-se com ele mesmo. Com a sua incapacidade de abrir o Coração, às razões do Espírito.
Imerso na Razão.
Pedro, um 'vão espiritualizado', que traiu um amigo; que demonstrou as aparências de um pretenso conhecimento do Espírito.

Valores errados; valores trocados. As aparências.

Cada qual tem que procurar o seu próprio caminho de fé, de Luz. Do Coração. Determinar para si quais os valores a seguir.
Quem der ouvidos à 'maldade', ainda que proferida pela aparente figura de homens de Igreja - seja essa Igreja qual seja, seja essa religião qual for - não será melhor que essas figuras "santas"; nem tão pouco se desresponsabilizará dos actos mais nefandos que possa cometer a "coberto de uma qualquer religião".