segunda-feira, abril 19, 2004

Falta de sentido de Estado

Retirada espanhola do Iraque já começou e terminará em breve

O processo de retirada das tropas espanholas do Iraque já começou e será concluído "com rapidez", anunciou segunda-feira em Madrid o ministro da Defesa espanhol, José Bono, sem dar mais pormenores por razões de segurança.

Bono compareceu no Palácio da Moncloa na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros, juntamente com a primeira vice-presidente e porta-voz do Executivo, Maria Teresa Fernandez de la Veja, e do ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Miguel Angel Moratinos.

A retirada das tropas espanholas terá lugar "num prazo mínimo e com a máxima segurança", declarou Bono no final do Conselho de Ministros.

"Já temos um plano operacional", acrescentou. "O processo começou e concluir-se-á com rapidez". "Não posso adiantar mais", disse.


Os Estados são sujeitos de direito internacional com legitimidade e capacidade reconhecidas, como é o caso do Estado Espanhol.

Zapatero no seu programa eleitoral apresentou-se ao eleitorado com a promessa de retirar as tropas espanholas do teatro de operações iraquiano, caso fosse eleito - enquanto líder da força partidária PSOE.
Zapatero venceu as eleições e está a cumprir, radicalmente, essa promessa eleitoral.
Considerando que, as promessas eleitorais devem ser cumpridas, incorrendo na possibilidade da força partidária ser 'penalizada' nas eleições seguintes, Zapatero correu em tropelia a cumprir essa promessa.

Contudo, existem outros factores que Zapatero não tomou em consideração nesta sua intentona súbita:

- Comprometeu-se a que, essa retirada seria efectuada na altura da transição do 'poder' para as 'mãos' dos iraquianos; transição essa consubstanciada com o apoio e presença das NU, em 30 de Junho.
Esta também foi uma promessa. Zapatero falhou.
- Falhou no facto de permitir a intimidação por parte de forças fundamentalistas e radicais.
- Falhou, ao aceitar o "aviso" de bin Laden.
- Prejudicou uma posição conjunta, face ao avolumar de situações de insegurança que, também 'baterão' à sua porta (independentemente do seu 'bom comportamento') - Espanha será tão vulnerável, ou ainda mais vulnerável, que qualquer outro país ocidental.
- Perdeu credibilidade internacional, ao agir de forma precipitada e imediata, não permitindo uma concertação com as restantes forças militares no terreno, por forma a efectuar uma substituição progressiva de efectivos.
- Perdeu, o 'sentido de Estado'.
- Falhou o Presidente do Governo Espanhol ao agir como 'un enfant terrible'; abre espaço aos fundamentalismos, agora mais do que nunca com tais 'provas dadas', estes irão considerar a obtenção de resultados, uma vez que a guerra psicológica que estão a levar a cabo está a obter resultados favoráveis.
Forneceu o diapasão pelo qual poderão aferir um objectivo alcançado!
FALHOU