sexta-feira, setembro 19, 2003

Pensamento Divergente

Falava eu com um Amigo, sobre .. mente divergente ...
Procurei, um pouco, sobre perspectivas relativamente à  questão, e ... heis!

Pensamento Divergente. É o nosso Melhor Capital Intelectual?

Se existe um sentimento em comum entre todos nós, tanto agora como no passado, este sentimento sem dúvida resume-se em: "queremos ser diferentes mas ao mesmo tempo também queremos ser identificados e aceitos pelo grupo". Será que este é o grande paradoxo humano? Uma coisa é certa, esta é uma das maiores preocupações dos seres humanos.

Bem o mais importante nesta história toda, é que podemos sem dúvida alguma determinar que este é o senso da pessoa individual, mas que procura a todo momento ser reconhecida e aceita por um grupo de pessoas. Este comportamento também pode ser explicado pelo pensamento do ser heterogêneo que busca num grupo de pessoas heterogêneas um padrão homogêneo.

Até o momento todo este breve retrospecto do ser individual e diferente serve para explicar a importância do pensamento divergente. O pensar é a essência da humanidade, e também como disse o francês Rene Descartes: "Cogito, ergo sum", ou seja, "Penso, logo existo". Portanto, se pensar é vital para nossa existência, podemos sem dúvida concluirmos que o pensamento divergente é o grande diferencial entre homens comuns e gênios.

Sendo assim, claramente entendemos que o pensamento divergente é acima de tudo o pensamento diferente, e pensar de maneira diferente envolve observar com muita simplicidade as coisas, mas com um diferencial, isto é, olhar para as mesmas coisas que tudo mundo vê, mas conseguir enxergar aquilo que ainda não foi visto. Hoje, sabe-se que a maioria dos gênios criativos também foram chamados de “loucos”. Porém, já imaginou como seria o nosso mundo, se Newton, Einstein e outros pensassem como a maioria?

Claro que tudo fica mais fácil quando se tem um dom para observar e identificar padrões de comportamento e a partir destes padrões entender seu funcionamento e criar outros novos padrões. No entanto, ser criativo no sentido do pensamento divergente cobra-nos o ônus da polêmica, isto acontece porque as pessoas tendem a ver com preconceito e muitas vezes acabam por rotular seus pensamentos como "polêmico".

Neste momento é importante esclarecer o porquê deste meu pensamento, explico que este preconceito quanto ao suposto “polêmico”, tende a reprimir aquele que tem o dom do pensamento divergente, lembre-se daquilo que eu disse sobre o provável paradoxo humano em que vivemos. Além disso, esta preocupação do ser humano acaba por não estimular as pessoas ao questionamento das coisas e uma vez que não tenhamos pessoas questionando e pensando diferente, as nossas chances de evoluir diminuem drasticamente. Embora, o termo "polêmico" seja mal visto e normalmente tido no sentido pejorativo, mas é justamente este ato de polemizar que faz com que se criem novas coisas no mundo.

Portanto se você tem um modo diferente de ver as coisas, continue exercendo o seu direito de melhorar o mundo a sua volta, mesmo que seja chamado de “louco” ou “polêmico” e tomara que sejamos felizes por termos a nossa volta mais “loucos e polêmicos”, que certamente compõem nosso grande capital intelectual da humanidade.

Por Rogerio Bravim


Criatividade, aliada do processo de decisão

Num mundo de negócios caracterizado pelo crescimento exponencial das variáveis decisórias e pela incerteza, os processos de decisão baseados apenas na lógica e na objetividade tornaram-se insuficientes.
Há que se combinar lógica e racionalidade com intuição e criatividade. Chamamos esse processo de "alongamento mental".

Trata-se da combinação alternada do pensamento convergente produzido no hemisfério esquerdo cerebral, com o pensamento divergente elaborado no hemisfério direito.
O pensamento convergente ocorre quando fazemos escolhas, buscamos informações, decidimos sobre algo, analisamos alguma coisa, quando tentamos convergir várias idéias para um foco comum.
O pensamento divergente ocorre quando estamos gerando opções, possibilidades, intuindo coisas, em suma, buscando idéias que se possam constituir em soluções para nossos problemas.
Em certa época pensou-se que todos os gênios fossem "cérebro direito dominante" ou "cérebro esquerdo dominante". Picasso pertenceria à primeira categoria, enquanto Einstein pertenceria à segunda. Chegou-se até a pensar que seus cérebros seriam assimétricos.
Investigações posteriores mostraram que isso não era verdade e que pessoas que tendiam a uma determinada lateralidade cerebral tinham flexibilidade para brilhar em atividades controladas pelo "outro lado". A prova é que Einstein tocava violino e pintava muito bem.
Para nossos fins, diremos que, no processo decisório criativo, usamos as duas lateralidades cerebrais, tanto o pensamento convergente quanto o divergente.
Um aspecto relevante para obter-se bons resultados no processo decisório criativo é a adoção de um comportamento criativo. Ele é a essência das pessoas criativas que promovem ambientes criativos propícios ao desenvolvimento da criatividade e da inovação.
Um primeiro ponto é a crença de que todos nós somos potencialmente criativos. Em criatividade como em outras atividades "a ocasião faz o ladrão". O ato criativo parece ocorrer quando... se cria! Ou seja, para ser uma pessoa criativa é preciso exercer o potencial criativo de nossa mente.
Um segundo ponto, também associável ao mesmo provérbio, é que devemos organizar o processo de criar seguindo disciplinadamente suas etapas e dando todas as chances possíveis para que as idéias criativas possam aflorar.
O terceiro aspecto é um corolário do segundo. A criatividade será melhor dirigida a partir de uma correta definição do problema.
Podemos sintetizar o processo decisório criativo em três etapas: a primeira é a definição ou o diagnóstico do problema, a partir da qual o problema ficará melhor delineado em suas características, dimensões e causas; a segunda fase é a da solução, na qual usamos nossa criatividade para gerar um leque de alternativas e, a partir de critérios de julgamento, decidirmos qual a melhor solução; finalmente, a última fase se caracteriza pela adoção da solução criada. Nesta fase, os ingredientes são ligados ao planejamento, a como pôr em prática a solução encontrada, incluindo técnicas de negociação para a "venda" da idéia recém-criada.
Um quarto aspecto do comportamento criativo é suspender o juízo crítico para a geração de idéias criativas. Nesse momento, qualquer idéia é bem-vinda. O comportamento crítico só será novamente acionado no momento seguinte, de julgamento das idéias e decisão da melhor alternativa.
Como vemos, ao longo de todo esse processo, praticamos o "alongamento mental", alternando o pensamento convergente, buscando informações, analisando e decidindo, e o pensamento divergente, percebendo, intuindo e criando coisas.
Esse processo poderá ser realizado individualmente ou em equipe, se aproveitando a sinergia de várias mentes atuando criativamente.

Essa é uma receita de sucesso para lidarmos com a complexidade das decisões do momento atual.

Rousseau Leão Castello Filho é consultor do MVC - Instituto M. Vianna Costacurta Estratégia e Humanismo