segunda-feira, agosto 18, 2003

Vêm aí os ventos da mudança!!

Portas homenageia Maggiolo
Comandante da PSP executado pela Fretilin em 1975


O Exército vai prestar as honras regulamentares no funeral do tenente coronel Rui Maggiolo Gouveia, militar português assassinado em Timor Leste, em 1975, e que o ministro Paulo Portas quis homenagear com a sua presença na cerimónia.

O funeral realiza-se hoje à tarde em Mação, Santarém, com as honras militares devidas a um oficial com a patente de Rui Maggiolo Gouveia e que consiste numa guarda de honra aos restos mortais em câmara ardente e na formação de um pelotão de 30 homens, que irão fazer tiros de salva, revelou o tenente-coronel Vasco Pereira.

Rui Maggiolo Gouveia era comandante da PSP em Timor e o terceiro na hierarquia militar na altura em que rebentou a guerra civil, em Agosto de 1975. Foi preso e libertado pela UDT e depois preso e executado pela Fretilin no final desse ano.

De acordo com fonte do Ministério da Defesa, a família de Maggiolo Gouveia pediu em 2001 ao Governo português a transladação dos restos mortais, que chegaram a Portugal no mês passado, 28 anos depois da morte.

As cerimónias fúnebres culminam um longo processo de recuperação, trasladação e identificação dos restos mortais do tenente coronel.

Em Fevereiro de 2002, o então ministro da Defesa Nacional, Rui Pena, determinou a prestação das honras militares, a pedido da família.

Em Abril, quando chegou ao Ministério da Defesa, Paulo Portas empenhou-se pessoalmente no assunto e «mandou activar o processo de trasladação», referiu a fonte.

Para Paulo Portas, a cerimónia de última homenagem e o empenho do Estado português na questão representam «uma reparação do Estado português» a «um brilhante militar e exemplar cidadão», acrescentou a fonte.

10:49 18 Agosto 2003 - Expresso Online

- "Maggiolo nao e heroi!
Peco desculpa a falta de acentos mas escrevo de outro pais.

Tenho imenso a dizer sobre esta situacao da homenagem a Maggiolo. Ja escrevi varias vezes para o jornal local da terra onde Maggiolo sera enterrado e que e tambem a minha terra, Macao. Por isso e por me interessar pelos assuntos de Timor, tive alguma curiosidade em saber o que se passara com um conterraneo meu. Pensaria que ficava orgulhosa mas ao cruzar diversas fontes fiquei com a nitida sensacao de que ha hiatos que, pelo menos, nao justificam a atribuicao de acto heroico ao que Maggiolo fez.

Compreendo porque aderiu a UDT e nao sou ninguem para julgar as atitudes de pessoas que viveram antes de eu propria nascer, mas isso nao me impede que opine, respeitosamente.

1. vivia-se o clima da guerra fria, com o problema vietnamita mal solidificado, a indonesia desde 59 que tinha pretensoes sobre Timor e os americanos temiam que se constituisse uma nova Cuba no Pacifico.
2. Vivia-se o Verao quente em Portugal, com a ameaca do dominio sovietico a tempo travado, mas que levou a uma polarizacao politica muito aguda em Portugal. Essa polarizacao estendeu-se a Timor, se bem que a FRETILIN estaria muito mais ligada aos maoistas do que aos chineses, isto junto dos militantes que se assumiam como comunistas, o que nao era o caso da grande maioria, como Xanana Gusmao.

3. Ha um profundo hiato na atitude de Maggiolo. Respeitavel atitude de optar consoante a sua consciencia. Mas declara-se ainda como militar portugues na sua declaracao radiofonica, abrindo a partidarizacao "oficial" do exercito portugues em Timor. Estranho, porque nao se anunciou como simples cidadao portugues que, como qualquer pessoa no mundo, tem o direito de lutar pelas suas opcoes? E que, mesmo que demitindo-se, admite ser ainda militar. Enquanto militar e ainda representante da soberania portuguesa, ou escolhia a neutralidade ou assumia-se cidadao comum, nao um estranho mito que so pode ser explicavel face a extrema situacao psicologica em que se encontrava.
4. Diz Lemos Pires que se achava Maggiolo perturbado. Testemunhas dizem que andava exaltado, nao comia, nao dormia e fumava imenso. Mas testemunhas da sua terra, antes de ter partido para a guerra em Africa, descrevem-no como irascivel e autoritario...
Inclusive, segundo Xanana, andou a chicotear e a pisar a bandeira da forca contraria.
5. No processo de aproximacao entre faccoes timorenses alguns meses antes da guerra civil de Timor, foi considerado persona non-grata pelas suas posicoes demasiado duras em relacao ao que se exige de um processo democratico.
6. O mais estranho para mim e que diz-se ter sido preso pelos militares da UDT e obrigado a tornar-se militante. Estranho ainda que na noite em que foi preso "abandonou" as armas do seu quartel que, nao se sabe bem como :) cairam nas maos da UDT que iniciou o golpe. Armas que mataram inocentes e culpados, mas mesmo estes sao vidas humanas.
7. Por isso, condeno quem torturou e matou Maggiolo, assim com tambem nao considero correctas as atitudes deste ultimo, que poderia ter actuado de forma diferente. Assim, nao o considero traidor pois agiu de acordo com a sua consciencia, mas nao o considero heroi pois, indirectamente, podera ter contribuido para o acicatar das rivalidades timorenses e podera ter dado outro pretexto a Indonesia para ocupar Timor. Algo minuciosamente preparado militarmente e atraves de manobras de contra-informacao desde Outubtro de 1974.
8. Nao condeno os militares que abandonaram Timor para Atauro. Afinal, que se poderia fazer com um grupo de 30 paraquedistas contra um exercito javanes equipado pelos EUA e armado ate aos dentes? Massacrar os portugueses?
9. Nao compreendo como um militar com uma folha de servicos tao exemplar pode ter representado de uma forma menos nobre o Estado Portugues. Considera-lo heroi, e uma provavelmente pejorativo para um Portugal, que se assume como medicis da liberdade em Timor. Assim como e vergonhosa a forma como alguns militares portugueses na reforma e que orgulham de ter lutado pela nossa liberdade, nao compreendam que a liberdade tem dois vectores e que poder dar uma opiniao ou amar Portugal nao significa faze-lo da mesma maneira. Alguns trataram-me como se fosse uma "infiel" ou tresloucada. So porque nao tenho a mesma opiniao. Aja tento! E que ha mesmo oficiais neste pais que se orgulham de ter tratado importantes figuras internacionais e nacionais com tudo menos respeito...
10. Fico feliz, pela familia de Maggiolo e sobretudo pela sua viuva, D. Natalia Estrela Maggiolo Gouveia, pelo facto de poder ver realizado o seu objectivo e acalmado a muita dor que e a perda de um familiar. Mas o problema, para mim, nao foi nem nunca sera a trasladacao dos restos deste macaense (falta a cedilha no c, mas estes teclados nao o possuem). Mas apenas a diferenca entre um verdadeiro heroi e um homem comum. Um heroi, para mim, nao contribui para a ceifa de vidas...

Cumprs, Susana Reis"

- "
Maggiolo, um Homem

Quereria nao escrever mais sobre este assunto mas as palavras da D. Susana Reis obrigam-me a dizer mais qualquer coisa.
1)Nao sei quais as suas fontes, que cruzou para as suas informacoes, mas parece-me que a deturparam.
2)Nao sei se conhece Timor, se ja la esteve e se conhece as suas gentes.Se falou com habitantes de Timor aquela data. Seria importante para poder confirmar as suas informacoes e perceber o que realmente se tera passado.
3) Tambem tenho duvidas relativamente ao seu verdadeiro conhecimento da historia de Timor desde 1974 ( pelo menos ), Tambem fiquei com duvidas.
D. Susana, ninguem esta a tratar o Tenente Coronel Maggiolo como heroi. Apenas lhe estao a dar um funeral com honras militares como tiveram tantos combatentes que andaram pelos sertoes de Africa e Asia e ai morreram acreditando que defendiam povos e teraras de Portugal. Maggiolo nao foi heroi, talvez tenha razao, mas foi um grande homem. Vendo o rumo que as coisas tomavam, escolheu o que no seu entender era melhor para Timor. Ao menos ele nao os abandonou como fez Portugal ( o poder politico na altura).Os desertores foram os que fugiram, os que se demitiram das suas responsabilidades, os que nao cumpriram acordos, os que permitiram que a FRETILIN se armasse. A FRETILIN nao era mais maoista e menos chinesa. Isso e um grande erro. A FRETILIN era marxista, comunista. O que queria era a instauracao de uma sociedade desse tipo. Ainda hoje apresenta resquicios disso. Tem duvidas, pergunte a quem la esta ou esteve, leia e acompanhe o que vai acontecendo em Timor. Se Maggiolo andou a passear a bandeira da FRETILIN e porque teve a coragem de os desafiar. O que eu nao acredito e nas palavras do Presidente Xanana quando descreve o que sentiu quando visitou Maggiolo na prisao. Bom e melhor nao continuar.
Maggiolo merece que o tenham trazido para a sua terra. Agora ele e a familia podem ficar em paz. Mas a historia nao. Ha muitos silencios de muita gente que participou nestes acontecimentos e muitas opinioes que me soam a falso. Onde para o resultado do relatorio sobre o que aconteceu em Timor? Serao julgados os que cometeram crimes em Timor em 1974/75? Sim porque abusos aos Direitos Humanos nao foram so em 1999.Ou sera que vai tudo ser esquecido?"

- "Maltus 10:14 18 Agosto 2003

Ana Gomes não concordo contigo...
cara camarada aceito que possa ter havido aproveitamento por parte do portas para se procurar limpar de toda esta trapalhada que tem sido este governo PP/PSd..mas não posso concordar contigo...
A homenagem a Maggiolo é necessária e só peca por tardia... E até é insuficiente...Deviam ser homenageados os já aqui falados ex-comandos ou "flechas" que foram executados pelo PAIGC na Guiné...Eram Portugueses de Gema ( embora de côr Diferente da maioria metropolitana), e aqueles que em 1975 se passaram para o lado da FNLA ou em 7 de Setembro em Moçambique aqueles Comandos que apoiaram a ocupação do Radio Clube de Moçambique...Alguns foram mandados sob prisão para Portugal...Conheci alguns em Luanda..Outros apoiaram a FNLA e a Unita quando o Rosa coitadinho deu ordem aos cubanos para entrar em angola...Foram patriotas sim...O JUramento da bandeira não era o juramento cego aos politicos ou militares que cintrolam essa bandeira .. era sim a defesa da patria e essa é composta por pessoas e foram essas pessoas que eles tinham responsabilidade de defender que oslevaram atomar uma atitude face ao abandono de Portugal dos seus deveres para com os seus subditos...Leria o Livro JULGAMENTO DOS RESPONSÁVEIS de Luis Aguiar de 1978 ou o LIvro NEGRO da Descolonização.... A verdade começa agor a aparecer... Nua e Crua..."

- "Malai Kik 21:30 16 Agosto 2003

Maggiolo Gouveia
Ia comentar este assunto, mas "na Tola" antecipou-se e tirou-me as palavras exactas da boca. Para que conste, vivi em Timor e foi lá que conheci o Ten.Cor. Maggiolo Gouveia. Falo com conhecimento de causa e não admito que alguns curiosos saudosistas do PREC falem daquilo que não sabem. Vou só dar mais uma achega. À D. Susana lembro que a tal "polarização" foi exportada pelos srs. Majores Jónatas e Mota, visto que nem Fretilin nem UDT existiam oficial ou oficiosamente à data do 25 de Abril. O quartel de Taibesse, com as armas do estado português, foi oferecido à Fretilin por Lemos Pires, quando deu ordem aos oficiais para abandonarem o quartel. (não foi "tomado", como noticiou o Expresso). Assim, a autoridade civil e militar do território, que devia defender os interesses do Estado português e da população local, demitiu-se dessa missão, favorecendo um partido revolucionário sem legitimidade democrática (a mesma receita aplicada no resto do ultramar). Não será isso uma traição ao juramento que fizeram? Quando serão julgados? A D. Susana está muito equivocada quando diz que Lemos Pires não podia fazer nada. Antes de deixar o paiol à Fretilin, esta não possuia quaisquer meios operacionais. A companhia de páras estava longe de ser a única força leal ao governador, mas era mais que suficiente para pôr tudo em ordem e quiseram entrar em acção, inclusive para libertar Maggiolo Gouveia, mas uma ordem escrita de L. P. mandou não intervir e retirar para a ponte-cais. Mas atenção que L. P. se retirou para Ataúro MUITO antes da invasão indonésia! na altura ainda não havia javaneses para combater! Ele e o seu Estado-Maior assistiram ao espectáculo da invasão, no dia 7, e só depois fugiram para Darwin. Até essa data, uma embarcação abastecia regularmente os bravos de uísque e cerveja. Entretanto, os bravos da retaguarda e suas famílias foram evacuados de fragata e ficaram alojados num paquete em Darwin, a expensas da diplomacia portuguesa, enquanto os civis foram de cargueiro e... Quem são os traidores? E os vinte e tal militares que foram abandonados à sua sorte, na zona ocidental de Timor-Leste, e lá ficaram (a história já foi publicada na revista do Expresso)? Acho é piada sempre que Lemos Pires aparece na TV a ensinar a estratégia militar. Se o ridículo matasse...

Honra à memória de Maggiolo Gouveia, que, bem ou mal, tomou a decisão que achou melhor para defender os interesses dos timorenses. E a história deu-lhe razão. Foi um herói, pois só um herói não foge cobardemente, nem fugiu quando o seu algoz a isso o convidou. E já agora, adivinhem quem é o destacado político, que ocupa uma importante posição em Timor-Leste, que à data era do Comité Central da Fretilin, que decidiu sumariamente executar o malogrado Maggiolo Gouveia e várias centenas de outros mártires. E por aqui me fico (não me puxem mais pela língua).

P.S. Ao camarada "na Tola": gostava de trocar impressões consigo, sobre Timor. Com conhecimento de causa, o que é raro. Escreva-me para - bulk@oninet.pt - Um Abraço"

La piéce de resistance:
- "Quando eu tinha 12 anos
por Paulo Portas

“Lembro-me perfeitamente. Como se fosse hoje. Vasco Gonçalves apareceu na televisão mais despenteado do que nunca. Parecia sentado numa cadeira, mas na verdade deitava-se nela. Fazia gestos brutos e metralhava palavras de irritação geral com o mundo. Havia baba e raiva. Ele coçava-se e a câmara tremia. Punha e tirava os óculos ao compasso dos amores e dos ódios. Era uma cena de pura violência política no Estado à beira do colapso.
Eu tinha onze anos e espantei-me. Desde pequenino ouvia falar de política em casa, vagamente no colégio dos jesuítas, às vezes na missa. O meu pai achava que a vida faria sentido para mudar o mundo, a minha mãe suspeitava que a desordem do mundo podia dar cabo da nossa vida. Como é natural, eu não tinha opiniões, só impressões. Nem sabia de razões, só de emoções. A aparição do companheiro Vasco teve o efeito de me decidir. A imagem dele faz parte da minha memória do mal. Porque há sempre um momento, sei que Vasco Gonçalves teve a maior importância na minha iniciação militante. Se a primeira vez é importante, ele foi a minha primeira vez em política. Podia tê-lo seguido e ficaria do lado de lá da barricada: talvez fosse hoje um desses homens de esquerda que todos os dias matam a sombra, apagam o lastro e gozam o sistema. Mas não. Devo a Vasco Gonçalves o facto de ser uma criatura irremediavelmente de direita. Olhei para ele e fiquei contra-revolucionário. Daí para a frente, passei a desconfiar dos militares e a detestar o comunismo. Quanto aos militares, façam lá o que fizerem as fardas oficiais, quero-os longe. Quanto aos comunistas, levei tempo a digeri-los. Só agora consigo respeitar um camarada disposto a morrer camarada: é um facto mais digno e humanitário do que a massificação da dissidência. Não passou mais do que um mês. O Império desapareceu num ápice e Portugal tornou-se na pequena República de moda para fotógrafos, sociólogos e curiosos barbudos. O socialismo irreal nascia cá, por aqui se praticava o perfeito suicídio ocidental. Direita não havia: o último mito foi o monóculo de Spínola, homem que se celebrizou por ir à televisão anunciar que, estando o país a saque como estava, ia-se embora como foi. A burguesia tratou de salvar os haveres mais secretos e partiu. No dia em que eu fiz doze anos ganhei um direito que já não se usa: podia filiar-me num partido. Fui a correr pedir uma ficha no grémio juvenil dos laranjinhas. Como se fosse um escuteiro de Sá Carneiro. Vi por lá uma fotografia de Marx e trouxe para casa um livrinho de Bernstein. Não gostei do que vi, nem entendi o que li. Estranhei e por momentos hesitei. Mas não havia muitas opções. Atribuo a um conceito de educação nunca ter acreditado numa só palavra que Mário Soares dissesse. Enquanto as tias que sobravam iam de vison posto para os comícios dele – ‘se isto não é o povo, onde está o povo?’, perguntavam elas – eu achava-o leviano como não se pode ser e mentirolas como não se deve ser. Quanto a Freitas do Amaral, era difícil ouvi-lo nesse tempo. As vezes que o ouvi, parecia-me um bispo; e soava-me de menos, porque uma contra-revolução não se faz pedagogicamente.
Escolhi Sá Carneiro por uma irracionalidade lúcida; e por exclusão de partes. Devo a Sá Carneiro duas coisas: ser democrata e não gostar de política. Na idade que eu tinha e no estado em que o país estava, a tentação natural era tornar reaccionário. Mas Sá Carneiro, a quem segui sem me interrogar, jogava por fora do sistema e por dentro do regime. Marcou as fronteiras do que a direita portuguesa devia ser sempre e nunca mais foi: não há compromisso com a esquerda do sistema nem há compromisso à direita do regime. Era de uma solidão radical, facto dez vezes preferível ao consenso universal. Tinha sinais naturais de classe e por isso é que não parecia frequentável para a maioria dos amigos e inimigos. Conseguiu uma coligação raríssima: era um homem de dizer o que pensava e ao mesmo tempo era um político de pensar o que dizia. E coincidia. Morreu em campanha mas nunca se mortificou pelo Estado.
Nisso, era exemplar. O costume bem conservador e bem possidónio em Portugal é que a política se faz por sacrifício e com sofrimento. Sá Carneiro era um profissional, gostava de jogar e punha tudo em risco. Provou a toda a gente que a direita podia governar Portugal e provou a Portugal que a direita podia ser moderna.
Já passaram muitos anos e Sá Carneiro ainda é a última prova de ambas as teses. Pergunto-me se não foi uma ilusão. Como a águia real no país dos corvos.”

in Revista K (número 1, Outubro de 1990)"

Está na hora de fazer-se justiça! Não uma "politiquice deslavada", leia-se intencionalidade de branqueamento desta ou aquela figura, desta ou aquela acção, mas um momento de falar da PSEUDO DESCOLONIZAÇÃO!

Chegou o momento!
FAÇA-SE JUSTIÇA!