terça-feira, agosto 28, 2007

O País?

Bem, esse, está em coma vegetativo.


A silly season apenas impôs uma trégua, para logo de seguida continuar o mesmo estado de antes: nenhures.
Ou antes, uma pobreza franciscana armada ao pingarelho: a presidência da UE está aí para o comprovar - basta ver aquele take do PM a dizer aquelas coisas maravilhosas sobre a união ... o homem é um poeta e desconhecia: tanto lirismo, tanta cadência melódica ...

Ora bem, socorrendo-me dos nobres Ortigão e Eça:

O sr. Barros e Cunha tinha motivado a sua moção com esta phrase:

«Parece-me conveniente que nos pontos da Europa aonde tenha chegado a noticia de que n'esta terra houve uma conspiração tremenda contra a sua independencia, possa haver a certeza de que a representação nacional está ao lado d'essa independencia, da ordem e da dynastia constitucional.»

Ora como o sr. Barros e Cunha entende e a camara approva que o simples juramento de fidelidade prestado pelos srs. deputados bem como a alta qualificação procedente do seu mandato não são bastante parte para garantir nos differentes pontos da Europa a incumplicidade de suas ex.'as nos crimes commettidos no paiz, achamos bom que o mesmo sr. Barros e Cunha repita e faça votar a sua moção a cada delicto novo que apparecer.

E só assim suas excellencias se poderão considerar regosijadoramente illibados.


- As Farpas, Janeiro a Fevereiro de 1873

Liszt & Beethoven



Muitos parabéns!

Hoje, é dia de Aniversário de um amigo; muitos parabéns!! (Pensava que me tinha esquecido; não?! :) )

Conte muitos, cheios de Tudo de Bom!

Para comemorar, uns presentinhos virtuais:



Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.


- Miguel Torga, Diário XIII - Sísifo

segunda-feira, agosto 27, 2007

Força de Campeão

Muitos parabéns a Nelson Évora pelo título de Campeão Mundial do triplo salto

Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria, ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

-Partimos. Vamos. Somos.

- Sebastião da Gama, Pelo Sonho é que Vamos

4 anos de Blogame

O Blogame Mucho comemora hoje 4 anos

Bem recheados e divertidos

A toda a equipa, e ao Besugo em particular, muitos e bons anos de existência

Estando o Corregedor nesta prática com o Arrais infernal chegou um Procurador, carregado de livros, e diz o Corregedor ao Procurador:

CORREGEDOR Ó senhor Procurador!
PROCURADOR Bejo-vo-las mãos, Juiz!
Que diz esse arrais? Que diz?
DIABO Que serês bom remador.
Entrai, bacharel doutor, e ireis dando na bomba.
PROCURADOR E este barqueiro zomba...
Jogatais de zombador?
Essa gente que aí está
pera onde a levais?
DIABO Pera as penas infernais.
PROCURADOR Dix! Nom vou eu pera lá!
Outro navio está cá,
muito milhor assombrado.
DIABO Ora estás bem aviado!
Entra, muitieramá!
CORREGEDOR Confessaste-vos, doutor?
PROCURADOR Bacharel som. Dou-me à Demo!
Não cuidei que era extremo,
nem de morte minha dor.
E vós, senhor Corregedor?
CORREGEDOR Eu mui bem me confessei,
mas tudo quanto roubei
encobri ao confessor...
Porque, se o nom tornais,
não vos querem absolver,
e é mui mau de volver
depois que o apanhais.
DIABO Pois porque nom embarcais?
PROCURADOR Quia speramus in Deo.
DIABO Imbarquemini in barco meo...
Pera que esperatis mais?

Vão-se ambos ao batel da Glória, e, chegando, diz o Corregedor ao Anjo:
CORREGEDOR Ó arrais dos gloriosos,
passai-nos neste batel!
ANJO Oh! pragas pera papel,
pera as almas odiosos!
Como vindes preciosos,
sendo filhos da ciência!
CORREGEDOR Oh! habeatis clemência
e passai-nos como vossos!
PARVO Hou, homens dos breviairos,
rapinastis coelhorum
et pernis perdigotorum
e mijais nos campanairos!
CORREGEDOR Oh! não nos sejais contrairos,
pois nom temos outra ponte!
PARVO Belequinis ubi sunt?
Ego latinus macairos.
ANJO A justiça divinal
vos manda vir carregados
porque vades embarcados
nesse batel infernal.
CORREGEDOR Oh! nom praza a São Marçal!
coa ribeira, nem co rio!
Cuidam lá que é desvario
haver cá tamanho mal!
PROCURADOR Que ribeira é esta tal!
PARVO Parecês-me vós a mi
como cagado nebri,
mandado no Sardoal.
Embarquetis in zambuquis!
CORREGEDOR Venha a negra prancha cá!
Vamos ver este segredo.
PROCURADOR Diz um texto do Degredo...
DIABO Entrai, que cá se dirá!


- Gil Vicente, Cena X, Barca do Inferno

Eclipse Total da Lua



Amanhã, 28 de Agosto, terá lugar um eclipse total da Lua; fenómeno sempre interessante

É noite. O astro saudoso
rompe a custo um plúmbeo céu,
tolda-lhe o rosto formoso
alvacento, húmido véu,
traz perdida a cor de prata,
nas águas não se retrata,
não beija no campo a flor,
não traz cortejo de estrelas,
não fala de amor às belas,
não fala aos homens de amor.

Meiga Lua! Os teus segredos
onde os deixaste ficar?
Deixaste-os nos arvoredos
das praias de além do mar?
Foi na terra tua amada,
nessa terra tão banhada
por teu límpido clarão?
Foi na terra dos verdores,
na pátria dos meus amores,
pátria do meu coração!

Oh! que foi!... Deixaste o brilho
nos montes de Portugal,
lá onde nasce o tomilho,
onde há fontes de cristal;
lá onde viceja a rosa,
onde a leve mariposa
se espaneja à luz do Sol;
lá onde Deus concedera
que em noite de Primavera
se escutasse o rouxinol.

Tu vens, ó Lua, tu deixas
talvez há pouco o país
onde do bosque as madeixas
já têm um flóreo matiz;
amaste do ar a doçura,
do azul e formosura,
das águas o suspirar.
Como hás-de agora entre gelos
dardejar teus raios belos,
fumo e névoa aqui amar?

Quem viu as margens do Lima,
do Mondego os salgueirais;
quem andou por Tejo acima,
por cima dos seus cristais;
quem foi ao meu pátrio Douro
sobre fina areia de ouro
raios de prata esparzir
não pode amar outra terra
nem sob o céu de Inglaterra
doces sorrisos sorrir.

Das cidades a princesa
tens aqui; mas Deus igual
não quis dar-lhe essa lindeza
do teu e meu Portugal.
Aqui, a indústria e as artes;
além, de todas as partes,
a natureza sem véu;
aqui, ouro e pedrarias,
ruas mil, mil arcarias;
além, a terra e o céu!

Vastas serras de tijolo,
estátuas, praças sem fim
retalham, cobrem o solo,
mas não me encantam a mim.
Na minha pátria, uma aldeia,
por noites de lua cheia,
é tão bela e tão feliz!...
Amo as casinhas da serra
coa Lua da minha terra,
nas terras do meu país.

Eu e tu, casta deidade,
padecemos igual dor;
temos a mesma saudade,
sentimos o mesmo amor.
Em Portugal, o teu rosto
de riso e luz é composto;
aqui, triste e sem clarão.
Eu, lá, sinto-me contente;
aqui, lembrança pungente
faz-me negro o coração.

Eia, pois, ó astro amigo,
voltemos aos puros céus.
Leva-me, ó Lua, contigo,
preso num raio dos teus.
Voltemos ambos, voltemos,
que nem eu nem tu podemos
aqui ser quais Deus nos fez;
terás brilho, eu terei vida,
eu já livre e tu despida
das nuvens do céu inglês.


- João de Lemos, A Lua de Londres

quinta-feira, agosto 23, 2007

Chão África



Sumira-se do sol o fulgido clarão,
Em rutilância astral, febril, silenciosa,-
Como um beijo subtil, suspenso na amplidão!

Corria pelo espaço a brisa pressurosa,
Lançando pela terra um fluido inebriante
Como essência de nardo ou bálsamo de rosa!

Uma harmonia doce, airosa, emocionante,
Pairava sob a concha azul do firmamento,
Como arpejos subtis dum bandolim distante!

Numa conjugação de astral deslumbramento,
Surgem, no infinito, as fúlgidas estrelas,
Em branco lucilar silencioso e lento!

Desprendem-se do céu as negras bambinelas...
- Um mádido clarão desprende-se do espaço,
Como risos gentis de cândidas donzelas!

Um bailundo boçal, rendido de cansaço,
Depois de ter cavado e revolvido a terra,
Conduz para a cubata o fruto do seu braço...

- Vinha atrás dele a rude companheira,
De quinda na cabeça - olhos errantes-
Consumida de fome e de canseira
De trabalhar nas lavras, - lá distantes...

... E a lua, por detrás daquela serra,
- Em fulgurações lúcidas, marfíneas,
Vem surgindo, surgindo brandamente,
Como um lábio febril que se descerra
Em contracções maviosas, veludíneas,
Depondo-nos na fronte um beijo ardente!

Pairavam n'amplidão eflùvios irrequietos
Das vaporizações nocturnas, penetrantes,
Como um bando fugaz de túrbidos insectos...

Da lua argêntea e calma as réstias misteriosas
Penetravam do espaço o cálido ambiente,
Vagarosa, subtil, silenciosamente,

Em lácteas projecções amenas, vaporosas...
Chegavam até nós, suavemente,
Exalações de essências resinosas...

Era uma paz serena, augusta, etérea e calma,
Hierática, bendita...
Um brilho diuturnal iluminava a alma
De uma luz fulgurante, olímpica, infinita!

Andava pelo espaço uma alegria mansa,
Em transcendência astral de luz crepuscular...
- A Terra, em placidez, parece que descansa
Sob as fulgurações seráficas do luar!

Mas nos confins sombrios da floresta
- No âmago da selva lá distante-
Pairam rumores gentílicos de festa,
Em volta de fogueira crepitante...
Como quem sente irritação molesta,
Tal a grita medonha, impressionante
Dos negros, numa chusma incalculável,
No auge de um batuque formidável!


- M. Correia da Silva, Orgia Gentílica

quarta-feira, agosto 22, 2007

Talons of Time

Antes do mais, um agradecimento ao Senhor d'Aragão.

Direi a Vosselência que tem toda a razão: o tempo não existe.
Mais, essa coisa designada por tempo, é uma mera ilusão; e, ainda mais, uma ilusão para escravizar os seres humanos.
Totalmente de acordo.

Como item subjectivo que é dependerá de nós etiquetá-lo (sois disant); a mim deu-me para comemorar o 4º aniversário, como já o tinha feito com o 3º, e o 2º e, o 1º!
Com dias mais ou menos criativos, mais ou menos inspirados (humildade não me falta ...), compartilhando (pelo menos gostaria de perceber assim), e estas passagens são marcos que comemorei - um gozo, 4 padrões quais marcos de correio!!
O mundo que correu e pulsou por estas bandas, uma visão, uma leitura e interpretação ...!!

Allez, uma taça de champagne ali para o canto :)

Ninguém pode construir por ti
as pontes que necessitas de precorrer
para atravessares o rio da vida
- ninguém, excepto tu e, apenas tu.

Existem, claro, inúmeros atalhos,
e pontes, e semideuses que oferecer-se-ão
para passar-te para o outro lado do rio;
mas isso custar-te-ia a própria vida;
hipotecar-te-ias e perder-te-ias.

Existe no mundo um único caminho
pelo qual apenas tu podes passar.
Onde leva? Não perguntes, segue-o.


- Nietzsche

terça-feira, agosto 21, 2007

Por partes



Sou total e irremediavelmente contra transgénicos.
De todo o género, com início nos produtos alimentares - base de sustentação do ser humano.
(Não vou entrar em fundamentação)

A, tão badalada, festa eufémica obteve os resultados que, os chicos-espertos bloquistas, pretendiam:

letras gordas e entradas de telejornais.

No fundo, no fundo, foi uma simbiose:
a rapaziada azougada (aquele pessoal parecia ter saído de uma rave daquelaaas ...) teve o seu momento de glória e de propaganda, e os media conseguiram material para encher espaço e entreter o pessoal nesta silly season.

Quem não acho graça à festa foi o desgraçado do proprietário a quem calhou tal campanha.
Diga-se em abono da verdade, que o Sr. até que foi muito calmo, outro teria agido de forma bem mais musculada.

Já aqueles cromos das forças de segurança pública foram uma anedota; a questão residia em saber se era pessoal pertencente aos azougados, ou apenas meros mirones que entretinham o tempo a ver destruir propriedade alheia!

Os do BE de ovelhas negras passaram a grávidos de esperança!! É sem dúvidas um enorme desenvolvimento ...

Aqui fica um possível cenário:

" Oh Manel, estás vendo o que eu estou vendo?!

- E o que estás tu vendo Jaquim?

A GNR está ali a descarregar o material de apoio à rapaziada da eufémia ...

- Eufémia?! Quem a Catarina de Grândola?

Não! A Verde. Agora chamam-lhe Verde Eufémia, deve ser por estar grávida de esperança ...

- Jaquim, quem tem esperança sempre alcança ...

Pois é Manel, e quem espera desespera!!"

segunda-feira, agosto 20, 2007

Licencinha para uma provocação

Não percebo nada de futebol, mas esta coisa do Benfica sanear o treinador Fernando Santos, por aquele outro Camacho, que foi corrido à pedrada e agora volta para os braços ternos que o fizeram partir a correr, é caso para dizer:

quanto mais me bates, mais eu gosto de ti ...

O rosa cai-lhes tão bem ihih

domingo, agosto 19, 2007

Último Reduto - 4 anos

Desta feita é a vez do Pedro Guedes comemorar o 4º aniversário do Último Reduto.
É obra sim Senhor :)

Conte muitos, e muito bons

sábado, agosto 18, 2007

Uma voz divine: Seal





sexta-feira, agosto 17, 2007

Good vibrations, Beach Boys

Agradecimentos

Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nosso membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.


- Sophia de Mello Breyner, Um dia

Ao meu amigo Luís, um Cavalheiro, que sabe oferecer flores e palavras gentis :)

Ao Pedro Guedes, que não se esquece, também ele um Cavalheiro :)

À Susana :), mesmo em férias não se esqueceu

Ao André :), sempre gentil e atento

Ao Pedro Correira :), pela lembrança

Ao Diogo :), um amigo, que não se esquece dos momentos blogosféricos relevantes

Ao Carlos :), uma Nortada muito especial e genuína

Ao Joaquim :), vulgo Bekx, nunca se chega tarde desde que seja com verdade (upss rimou :))

Ao meu amigo Jorge :), que não se esqueceu! Uma jóia de pessoa.

quinta-feira, agosto 16, 2007

4º Aniversário

O Eclético faz hoje 4 anos de existência!
Enfim ... é obra!

Quanto ao mais, vai indo ...



Pudesse eu não ter laços
nem limites
Ó vida de mil faces
transbordantes
Para poder responder
aos teus convites
Suspensos na surpresa
dos instantes!


- Sophia de M. Breyner Anderson, Pudesse eu

domingo, agosto 12, 2007

Centenário do nascimento de Torga



Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade do meu sofrimento.

Outros, felizes, sejam os rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.

Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.


- Miguel Torga, Orfeu Rebelde

sexta-feira, agosto 03, 2007

Et pour cause ...

... obrigada ao meu amigo Luís, pelo artigo a lembrar o Código de Seabra e a abolição da pena de morte, e, de trazer-me à memória os costados ancestrais (ainda me doem os ossos :)) )

E, já que vais de férias, aqui fica uma visão idílica!!


É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira.

É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira.

É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho.

É um estrepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama.

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração. É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.


- Tom Jobim, Águas de Março, cantada pela Elis Regina (claro!!) + Jobim - do melhor