Xeque ao líder
O primeiro-ministro de Portugal pode fazer de conta que não sabe da violação da lei do financiamento dos partidos políticos, da suspeita de parcialidade na escolha de uma consultora ligada ao ministro Mário Lino para dar um parecer sobre as SCUT’s e da acusação de manipulação na estação de televisão pública.
Até pode ignorar, enquanto a «Operação Furacão» continua no limbo das peritagens, as buscas policiais ao terceiro maior banco português (Banco Espírito Santo) em Espanha.
No limite, mas mesmo no limite, a poucos dias do início de mais um congresso do Partido Socialista, até pode evitar os jornalistas para não ter que comentar que um pequeno partido, como o PND, elegeu o combate à corrupção como a principal bandeira.
Confortado pela maioria absoluta na Assembleia da República, José Sócrates ainda pode exibir um grande sorriso durante a apresentação do Orçamento de Estado para 2007, mas a partir de quinta-feira o chefe do Executivo deverá ter razões para ficar preocupado.
Nos próximos dias 9 e 10 de Novembro, - e independentemente da habitual guerra de números entre sindicatos e o Executivo -, o primeiro-ministro vai ter de enfrentar uma greve geral, a primeira amostra da verdadeira dimensão da contestação.
Na semana em que a CGTP e a UGT avançam para um protesto conjunto de dois dias, os números favoráveis das sondagens e dos estudos de opinião passam para segundo plano. Tal e qual como os auto-elogios despudorados publicados nas revistas estrangeiras à custa dos cofres do Estado.
Por mais jantares, anúncios e acções de propaganda, à custa dos contribuintes, chegou a hora de Sócrates enfrentar o protesto popular.
O governo pode esgrimir a firmeza e a inabalável convicção de que o país está no bom caminho, mas começa a tardar a apresentação de resultados no dia-a-dia dos portugueses.
Felizmente, enquanto não é aprovada a nova lei da rolha para a Comunicação Social, o filme da semana vai passar pelas reportagens dos jornais, rádios e televisões, que ainda têm autor e liberdade para informar.
- Rui Costa Pinto, Crónicas Modernas, Visão
Até pode ignorar, enquanto a «Operação Furacão» continua no limbo das peritagens, as buscas policiais ao terceiro maior banco português (Banco Espírito Santo) em Espanha.
No limite, mas mesmo no limite, a poucos dias do início de mais um congresso do Partido Socialista, até pode evitar os jornalistas para não ter que comentar que um pequeno partido, como o PND, elegeu o combate à corrupção como a principal bandeira.
Confortado pela maioria absoluta na Assembleia da República, José Sócrates ainda pode exibir um grande sorriso durante a apresentação do Orçamento de Estado para 2007, mas a partir de quinta-feira o chefe do Executivo deverá ter razões para ficar preocupado.
Nos próximos dias 9 e 10 de Novembro, - e independentemente da habitual guerra de números entre sindicatos e o Executivo -, o primeiro-ministro vai ter de enfrentar uma greve geral, a primeira amostra da verdadeira dimensão da contestação.
Na semana em que a CGTP e a UGT avançam para um protesto conjunto de dois dias, os números favoráveis das sondagens e dos estudos de opinião passam para segundo plano. Tal e qual como os auto-elogios despudorados publicados nas revistas estrangeiras à custa dos cofres do Estado.
Por mais jantares, anúncios e acções de propaganda, à custa dos contribuintes, chegou a hora de Sócrates enfrentar o protesto popular.
O governo pode esgrimir a firmeza e a inabalável convicção de que o país está no bom caminho, mas começa a tardar a apresentação de resultados no dia-a-dia dos portugueses.
Felizmente, enquanto não é aprovada a nova lei da rolha para a Comunicação Social, o filme da semana vai passar pelas reportagens dos jornais, rádios e televisões, que ainda têm autor e liberdade para informar.
- Rui Costa Pinto, Crónicas Modernas, Visão