Imbecilidade em estado líquido
Bush reafirma direito a ataques preventivos em doutrina estratégica
(Só em doutrina?!! Não. É mesmo na prática.)
A Administração de George W. Bush reafirmou o direito dos Estados Unidos a realizar ataques preventivos contra terroristas e Estados inimigos, na nova versão da «Estratégia de Segurança Nacional», onde sublinha que o Irão constitui o maior desafio que o país enfrenta.
Na nova versão da doutrina, que é publicada hoje, Bush identifica o Irão como inimigo principal dos Estados Unidos e critica a Rússia e a China, referindo, no entanto, que a diplomacia é o caminho preferencial para os EUA porem termo à disseminação nuclear e de outras armas de destruição maciça.
«Se for necessário, no entanto, ao abrigo dos nossos princípios estabelecidos de auto-defesa, não descartamos o uso da força antes dos ataques inimigos, mesmo que haja incerteza sobre o momento e o local em que serão perpetrados», escreveu Bush no documento de 49 páginas, segundo a CNN.
«Quando as consequências de um ataque com armas de destruição maciça são potencialmente tão devastadoras, não podemos ficar quietos quando aumentam graves perigos», acrescentou.
Intitulado «Estratégia de Segurança Nacional», o documento resume o plano de Bush para proteger os EUA e as orientações para o relacionamento com as outras nações.
O relatório constitui uma versão actualizada da estratégia que Bush delineou em 2002 - um ano após o ataques de 11 de Setembro -, quando adoptou o conceito dos ataques preventivos, pondo fim à doutrina da estratégia de contenção militar que pautou o período da Guerra Fria.
O documento refere que o país «tomará todas as medidas necessárias» para se defender das pretensões nucleares tanto do Irão como da Coreia do Norte, mas insiste que os EUA «não enfrentam por parte de um único país qualquer desafio maior que o do Irão».
Em relação ao Irão, os actuais esforços diplomáticos realizados juntamente com os aliados europeus para travar o respectivo programa nuclear «têm que ser bem sucedidos para que se evite um confronto», adverte Bush no documento, citado pelo Times.
O assessor de Segurança Nacional, Stephen Hadley, assegurou ao jornal nova-iorquino que «a frase se aplica tanto ao Irão como à Coreia do Norte».
Entretanto, um alto membro da Administração Bush disse ao Financial Times que o problema com o Irão não é só a questão nuclear, mas também o seu apoio ao terrorismo.
De acordo com o Financial Times, o texto começa com uma mensagem clara: «Os Estados Unidos estão em guerra. Esta é uma estratégia de tempos de guerra exigida pelo desafio grave que enfrentamos (... ), o terrorismo fomentado por uma ideologia agressiva de ódio e assassínios».
- DD