CDS-PP: Nuno Melo critica líder por falar ao partido «pela comunicação social»
O líder parlamentar do CDS/PP, Nuno Melo, criticou segunda-feira o presidente Ribeiro e Castro por ter utilizado a comunicação social para pedir a antecipação de um Conselho Nacional e «enviar recados» para dentro do partido.
O líder do CDS/PP, José Ribeiro e Castro, anunciou sábado à noite, em Leiria, durante um jantar com militantes, ter pedido a antecipação do Conselho Nacional de Abril para o final deste mês para clarificar a vida interna no partido, considerando necessário acabar com o clima de «antagonismo militante».
«Não podemos alimentar-nos de não factos, da provocação de incidentes ou da construção de não episódios», afirmou o líder democrata-cristão, defendendo ser necessário «unir o partido» e traçar «um rumo claro».
No entanto, Nuno Melo considera que teria sido preferível convocar uma comissão política para tratar deste assunto.
«Percebi que a razão de ser da antecipação do Conselho Nacional é a vontade do presidente do partido ver discutido internamente o que acha que deve ser discutido. Concordando com essa posição, constato que esse anúncio e essas declarações não foram feitas com o mesmo recato, por exemplo numa comissão política», justificou, em declarações à Lusa.
Lembrando que, recentemente, Ribeiro e Castro criticou Pires de Lima por lhe ter lançado um repto pela comunicação social (que esclarecesse um eventual convite a Manuel Monteiro para regressar ao CDS), Nuno Melo deixou outro argumento.
«Percebi que no mesmo jantar foram enviados alguns recados a várias pessoas nos exactos moldes em que o presidente do partido não gosta de os receber, pela comunicação social», criticou.
Para o líder parlamentar, se as questões do partido devem ser «discutidas dentro de casa», essa regra deverá valer «sempre e para toda a gente».
Contactado pela Lusa, o ex-vice-presidente do CDS António Pires de Lima fez também um pedido à direcção do partido.
«Espero que não seja um Conselho Nacional de fait-divers, o CDS precisa de se lançar no futuro», afirmou Pires de Lima.
Questionado sobre a oportunidade da antecipação desta reunião, pedida sábado pelo líder Ribeiro e Castro, o deputado democrata-cristão escusou-se a tecer comentários.
«Só o presidente do partido sabe o que justifica a antecipação do Conselho Nacional. Se entende que é conveniente, lá estarei ordeira e serenamente a participar», afirmou Pires de Lima, que tem assento neste órgão do partido.
Ainda assim, Pires de Lima deixou subentendido que não deve ser este tipo de reuniões a prioridade do partido.
«O que acho necessário é o partido virar-se para o exterior e concentrar-se na capacidade de atracção de todo o espaço não socialista e que faça oposição construtiva», afirmou o antigo dirigente do CDS.
Na semana passada, aumentaram os sinais de distanciamento entre a direcção do partido e os ex-dirigentes do tempo da liderança de Paulo Portas.
Primeiro, na terça-feira, foi Pires de Lima que desafiou Ribeiro e Castro a desmentir um alegado convite ao líder da Nova Democracia para regressar ao CDS/PP.
«Não comento não factos, não adiro a tentativas de criar não factos», afirmou então o presidente do CDS.
Na quinta-feira, foi uma declaração de Ribeiro e Castro a motivar a polémica, depois de questionado se estranhara a atitude do grupo parlamentar do CDS, que na cerimónia de posse do novo Presidente da República aplaudiu, sem se levantar, a homenagem de Cavaco Silva ao seu antecessor, Jorge Sampaio.
«Não estranhei. Sou presidente do partido, mas não sou chefe de banda», respondeu então o presidente do CDS/PP.
Esta declaração levou sexta-feira o vereador da Câmara do Porto do CDS Manuel Sampaio Pimentel - que integrou a comissão política de Portas - a pedir a demissão de Ribeiro e Castro por considerar que este se referiu «de forma insultuosa» ao grupo parlamentar.
Castro desvalorizou esta iniciativa, alegando não ser «adepto da democracia incidental».
Já Nuno Melo considerou ultrapassado o «episódio mais ou menos infeliz», depois de Ribeiro e Castro lhe ter assegurado que «não quis manifestar desacordo com o grupo parlamentar nem depreciar o seu trabalho».
José Ribeiro e Castro foi eleito presidente do CDS/PP no congresso realizado a 23 e 24 de Abril de 2005, em Lisboa, em que derrotou Telmo Correia.
- Diário Digital / Lusa
O líder do CDS/PP, José Ribeiro e Castro, anunciou sábado à noite, em Leiria, durante um jantar com militantes, ter pedido a antecipação do Conselho Nacional de Abril para o final deste mês para clarificar a vida interna no partido, considerando necessário acabar com o clima de «antagonismo militante».
«Não podemos alimentar-nos de não factos, da provocação de incidentes ou da construção de não episódios», afirmou o líder democrata-cristão, defendendo ser necessário «unir o partido» e traçar «um rumo claro».
No entanto, Nuno Melo considera que teria sido preferível convocar uma comissão política para tratar deste assunto.
«Percebi que a razão de ser da antecipação do Conselho Nacional é a vontade do presidente do partido ver discutido internamente o que acha que deve ser discutido. Concordando com essa posição, constato que esse anúncio e essas declarações não foram feitas com o mesmo recato, por exemplo numa comissão política», justificou, em declarações à Lusa.
Lembrando que, recentemente, Ribeiro e Castro criticou Pires de Lima por lhe ter lançado um repto pela comunicação social (que esclarecesse um eventual convite a Manuel Monteiro para regressar ao CDS), Nuno Melo deixou outro argumento.
«Percebi que no mesmo jantar foram enviados alguns recados a várias pessoas nos exactos moldes em que o presidente do partido não gosta de os receber, pela comunicação social», criticou.
Para o líder parlamentar, se as questões do partido devem ser «discutidas dentro de casa», essa regra deverá valer «sempre e para toda a gente».
Contactado pela Lusa, o ex-vice-presidente do CDS António Pires de Lima fez também um pedido à direcção do partido.
«Espero que não seja um Conselho Nacional de fait-divers, o CDS precisa de se lançar no futuro», afirmou Pires de Lima.
Questionado sobre a oportunidade da antecipação desta reunião, pedida sábado pelo líder Ribeiro e Castro, o deputado democrata-cristão escusou-se a tecer comentários.
«Só o presidente do partido sabe o que justifica a antecipação do Conselho Nacional. Se entende que é conveniente, lá estarei ordeira e serenamente a participar», afirmou Pires de Lima, que tem assento neste órgão do partido.
Ainda assim, Pires de Lima deixou subentendido que não deve ser este tipo de reuniões a prioridade do partido.
«O que acho necessário é o partido virar-se para o exterior e concentrar-se na capacidade de atracção de todo o espaço não socialista e que faça oposição construtiva», afirmou o antigo dirigente do CDS.
Na semana passada, aumentaram os sinais de distanciamento entre a direcção do partido e os ex-dirigentes do tempo da liderança de Paulo Portas.
Primeiro, na terça-feira, foi Pires de Lima que desafiou Ribeiro e Castro a desmentir um alegado convite ao líder da Nova Democracia para regressar ao CDS/PP.
«Não comento não factos, não adiro a tentativas de criar não factos», afirmou então o presidente do CDS.
Na quinta-feira, foi uma declaração de Ribeiro e Castro a motivar a polémica, depois de questionado se estranhara a atitude do grupo parlamentar do CDS, que na cerimónia de posse do novo Presidente da República aplaudiu, sem se levantar, a homenagem de Cavaco Silva ao seu antecessor, Jorge Sampaio.
«Não estranhei. Sou presidente do partido, mas não sou chefe de banda», respondeu então o presidente do CDS/PP.
Esta declaração levou sexta-feira o vereador da Câmara do Porto do CDS Manuel Sampaio Pimentel - que integrou a comissão política de Portas - a pedir a demissão de Ribeiro e Castro por considerar que este se referiu «de forma insultuosa» ao grupo parlamentar.
Castro desvalorizou esta iniciativa, alegando não ser «adepto da democracia incidental».
Já Nuno Melo considerou ultrapassado o «episódio mais ou menos infeliz», depois de Ribeiro e Castro lhe ter assegurado que «não quis manifestar desacordo com o grupo parlamentar nem depreciar o seu trabalho».
José Ribeiro e Castro foi eleito presidente do CDS/PP no congresso realizado a 23 e 24 de Abril de 2005, em Lisboa, em que derrotou Telmo Correia.
- Diário Digital / Lusa