quarta-feira, setembro 14, 2005

Já avisando.. a grande abada!

Coelho recusa leitura nacional dos resultados

O coordenador autárquico do PS, Jorge Coelho, recusou ontem fazer uma leitura nacional dos resultados das próximas eleições autárquicas. "As autárquicas têm acima de tudo a ver com o trabalho feito [pelos actuais autarcas] e com a qualidade dos candidatos que apresentamos", e não com o que "o Governo faz ou não faz", considerou Coelho, numa conversa com jornalistas para apresentar as linhas gerais da campanha eleitoral do PS.

Confrontado com o que se passou há quatro anos - quando António Guterres abandonou o Governo na sequência de uma derrota nas eleições locais -, Coelho assegurou que desta vez "não vai haver [uma leitura nacional] nem vai haver demissões".

Sócrates aparece pouco. Para o responsável socialista, na noite das eleições só pode haver um critério para cantar vitória "Quem ganha eleições é quem tem mais votos, é assim em qualquer democracia." O dirigente do PS recordou os três objectivos que o partido estabeleceu, logo em Março, para as eleições locais: ter mais votos que o PSD (como aconteceu em 2001), ter mais câmaras do que há quatro anos e vencer em Lisboa e Porto. A estas metas, Coelho acrescentou um novo propósito: ganhar mais capitais de distrito.

O secretário-geral do PS, José Sócrates, terá uma participação discreta na campanha eleitoral, por estar ocupado com a governação do País, explicou Coelho. Assim, Sócrates "vai a quatro ou cinco sítios, no máximo, nesta campanha". Os dois primeiros já estão marcados um jantar-comício na Guarda, a 24 de Setembro, e outra acção de campanha num concelho do interior alentejano no dia 27, que marca o arranque do período oficial de campanha. Segundo o coordenador autárquico, uma vez que Sócrates já esteve três vezes no Porto e em Lisboa durante a pré-campanha, não estão previstas nestas duas cidades outras iniciativas com o secretário-geral.

Já no sábado o PS realiza em Coimbra a sua convenção autárquica. Conforme o DN tinha antecipado, entre os oradores estão vários membros do Governo, "na qualidade de cidadãos" Sócrates, António Costa, Vieira da Silva, Maria de Lurdes Rodrigues, João Ferrão e Eduardo Cabrita farão alguns dos 25 discursos previstos para esta iniciativa que servirá para "uma discussão vasta dos grandes desafios do poder local e do País".

- DN