terça-feira, agosto 02, 2005

"Aproveitar" enquanto o País 'está a banhos'!

Muda o Governo e começa a «dança das cadeiras» na CGD
Num momento em que o País está a banhos, o Governo aproveitou "to sack" a maioria dos administradores e vogais da CGD, substituindo-os por "trustful boys": vale a pena gritar?
Então cá vai: É MAIS DO MESMO! SÃO OS BOIS.

Oposição critica Governo por substituir administração da CGD

CDS lamenta «clima de controvérsia». Bloco define alterações como «pagamento de favores partidários». «Promoção» do ex-ministro de Guterres, Armando Vara, é a mais polémica. PSD diz que decisão do Executivo é um «acto descarado de saneamento político»

O CDS-PP lamentou o «clima de controvérsia pública» em que se encontra envolvida a Caixa Geral de Depósitos (CGD), na sequência da substituição de quatro membros da administração da instituição anunciada segunda-feira pelo ministério das Finanças.

«Lamentamos este clima de controvérsia pública em que se encontra envolvida a CGD, uma instituição que opera num sector tão sensível», afirmou à Lusa Pedro Melo, membro da comissão executiva do CDS-PP.

Defendendo que os «mandatos devem ser exercidos sempre até ao fim», Pedro Melo considerou que apenas «razões ponderosas e casos excepcionais, que têm ser explicadas pela tutela» podem justificar a substituição de pessoas antes do final dos respectivos mandatos.

Para o Bloco de Esquerda (BE), as alterações na administração da CGD «um pagamento de favores partidários», tendo entregue um pedido oficial de explicações ao ministro das Finanças.

«O Bloco de Esquerda manifesta a sua indignação pela utilização desta empresa de capitais públicos para o pagamento de favores partidários», refere o partido em comunicado.

O ministério das Finanças anunciou a substituição do presidente do conselho de administração da CGD, Vítor Martins, por Carlos dos Santos Ferreira. Vítor Martins tinha assumido o cargo há dez meses e tinha mandato até 2008. De saída da CGD estão também o vice-presidente, João Freixa, além dos vogais António Vila Cova, Luís Alves Monteiro e Gracinda Raposo. António Maldonado Gonelha mantêm-se na CGD, agora como único vice-presidente, e os vogais vão ser substituídos por Francisco Bandeira, actual presidente da Caixa Leasing e Factoring, e Armando Vara, que é promovido das funções de director-coordenador no banco público. É a «promoção» de Armando Vara que suscita maiores dúvidas ao Bloco de Esquerda.

«Não só não é do conhecimento público nenhuma experiência profissional relevante de Armando Vara na administração bancária, como o governo, a remodelar a administração da CGD, deveria anteceder essa decisão com uma explicação pública da sua estratégia para o banco do Estado», pode ler-se no documento.

Continuam nos cargos, os vogais José Santos Ramalho, Vítor Lopes Fernandes, Carlos Silva Costa, Celeste Cardona e Norberto Rosa. Além destas alterações, o conselho de administração foi reduzido de 11 para nove elementos.

A decisão de proceder a mudanças na Caixa foi tomada pelo novo Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, (no cargo há 12 dias) «na qualidade de representante do accionista Estado na instituição», refere um comunicado enviado pelo Ministério.

Segundo Teixeira dos Santos, citado no comunicado da tutela, «uma liderança forte e uma relação com o accionista Estado assente na transparência, sindicabilidade e confiança são condições essenciais» para o bom funcionamento da Caixa Geral de Depósitos.

Por seu lado, o PCP acusou o Governo de estar a prosseguir com «a habitual linha» de nomeações políticas. «É um caso que prossegue a habitual linha de nomeações e desnomeações, que tem apenas a confiança política como critério», disse Jorge Cordeiro, da comissão política do PCP.

Jorge Cordeiro também criticou a promoção de Armando Vara. «Para quem fala tanto em rigor e credibilidade é estranho que opte por uma pessoa que já se viu obrigada a demitir do Governo devido aos escândalos na Fundação de Prevenção e Segurança», referiu.

À direita, o secretário-geral do PSD, Miguel Macedo, considerou «totalmente injustificada» a nomeação da nova administração, afirmando que se trata de «uma atitude grave e "amiguismo" político por parte do governo».

O presidente do PSD, Marques Mendes, classificou como um «acto descarado de saneamento político» a substituição dos quatro membros da administração da CGD. Em declarações ao Diário Económico, o líder do principal partido da oposição afirmou que «esta decisão só se explica por uma vontade insaciável de controlar todos os centros de poder».


- DD