segunda-feira, junho 20, 2005

Suspeitas de manipulação nas eleições directas do CDS

Processo foi conduzido com pouca clareza e de «forma pouco séria», segundo alguns membros do partido
Ribeiro e Castro contestado no interior do CDS. Há quem fale no regresso aos «métodos do monteirismo»


(Em Lisboa, dos 80 votos depositados em urna, leiam-se foram 80 os militantes que votaram, obteve 62 votos a favor.

Addenda: Num universo de 3152 militantes, votaram 80 militantes, dos quais 12 votos brancos, 6 nulos e 62 votos válidos a favor do candidato único.)



Alguns membros do CDS consideram «difícil» que, tendo votado apenas 900 militantes em Lisboa e no Porto, o resultado final seja de 4617

As eleições directas no CDS estão a provocar polémica no interior do partido, com suspeitas de que terá havido manipulação dos resultados, protagonizada pela direcção do partido. No interior do partido, há quem tenha dúvidas sobre a veracidade dos resultados apresentados, ontem à tarde, pela direcção do CDS e quem acuse a direcção de Ribeiro e Castro de ter conduzido todo este processo de «uma forma pouco séria».
«Estamos a regressar aos métodos do monteirismo. Uma situação que começa a preocupar muita gente», disse a A Capital um membro do CDS, que pediu o anonimato.

Todo o processo que levou à realização das directas está a ser contestado no interior do CDS, com alguns sectores do partido a denunciarem procedimentos pouco claros, como o facto de «a votação das directas ter sido realizado às três e meia da madrugada». Tal como ter sido decidido pelo Conselho Nacional que só votariam os militantes com as quotas em dia e uns dias antes das eleições, o secretário-geral, Martim Borges de Freitas, ter enviado uma carta aos membros do partido a alterar esta decisão. «O secretário-geral não pode obviamente alterar aquilo que é decidido em Conselho Nacional», disse a A Capital um elemento deste órgão do partido.

Os três elementos do CDS, ouvidos por A Capital, questionam os resultados das directas, com base na discrepância entre os vários distritos. As suspeitas lançadas prendem-se com o facto da participação destas eleições ter sido fraca nos distritos em que o CDS tem maior influência e a direcção do partido apresentar um resultado geral de 4617 votos.


- A Capital(continua na edição impressa)