terça-feira, fevereiro 03, 2004

Cardona não reage a «insultos»

(É assim mesmo.)

A ministra da Justiça, Celeste Cardona, mostrou-se hoje despreocupada com a polémica sobre a retenção de descontos a cerca de 600 funcionários judiciais e garantiu que não vai desviar-se «um milímetro» das suas responsabilidades.

«Fico muito pouco preocupada com esse tipo de questões e apetece-me responder como o primeiro-ministro já respondeu: não há insulto nem gritaria que me desvie um milímetro das responsabilidades e dos objectivos que o Governo de Portugal definiu para a justiça», referiu.

Celeste Cardona falava hoje de manhã em Loulé, na cerimónia de inauguração do Tribunal Administrativo e Fiscal daquela cidade, à qual presidiu.

A ministra da Justiça reiterou que o objectivo fundamental do ministério consistiu sempre em manter os postos de trabalho dos funcionários judiciais, sustentando que eles são necessários para o alargamento a 14 novos tribunais administrativos e fiscais no País.

«Nunca ninguém me disse, quem me critica e tanto ataca, qual era a solução que teria encontrado. Despedi-los? Eu não!», afirmou.

À porta do novo tribunal esperavam a ministra alguns representantes de sindicatos da Função Pública empunhando cartazes onde podia ler-se «Justiça falida, exigimos soluções», «Tribunais paralisados exigem formação» ou «Eventuais exigem integração já, e os descontos onde estão?».

Às queixas dos sindicalistas, que criticam o mau funcionamento nos tribunais, a falta de formação e a falta de transparência na admissão de funcionários, Celeste Cardona respondeu que as falhas estão a ser corrigidas.

«Querem falar de papéis e de problemas burocráticos que sempre ocorrem ou querem falar de políticas e de reformas na justiça? Naturalmente que esses problemas existem e temos que os ir resolvendo com o objectivo fundamental de melhorar a aplicação prática da reforma», afirmou a governante.

Durante o discurso, Celeste Cardona admitiu ainda que pondera a hipótese de transferir a sede sul da Polícia Judiciária de Faro para Loulé. «A autarquia de Loulé já se disponibilizou para vir a ceder o terreno necessário à construção da sede sul da PJ e essa é uma solução que vamos ponderar», concluiu.


- Expresso