Santa Páscoa
A Todos, são os meus votos
Luz, Paz e Harmonia
IV
Mas porque sou o vento? Está deserto,
Silencioso ainda o sacro templo:
Nenhuma voz humana ainda recorda
Os hinos do Senhor. A natureza
Foi a primeira em celebrar seu nome
Neste dia de luto e de saudade!
Trevas da quarta-feira, eu vos saúdo!
Negras paredes, mudos monumentos
De todas essas orações de mágoa,
De gratidão, de susto ou de esperança.
Depositadas ante vós nos dias
De fervorosa crença, a vós que enluta
A solidão e o dó, venho eu saudar-vos.
A loucura da Cruz não morreu toda (1)
Após dezoito séculos! Quem chore
Do sofrimento o Herói existe ainda.
Eu chorarei – que as lágrimas são dó homem –
Pelo Amigo do povo, assassinado
Por tiranos, e hipócritas, e turbas
Envilecidas, bárbaras, e servas.
V
Tu, Anjo do Senhor, que acendes o estro;
Que no espaço entre o abismo e os céus vagueias,
Donde mergulhas no oceano a vista;
Tu que do trovador à mente arrojas
Quanto há nos céus esperançoso e belo,
Quanto há no abismo tenebroso e triste,
Quanto há nos mares majestoso e vago,
Hoje te invoco! – oh, vem! –, lança em minha alma
A harmonia celeste e o fogo e o génio,
Que dêem vida e vigor a um carme pio.
- Schiller, A Semana Santa (Trad. de A. Herculano)
Luz, Paz e Harmonia
IV
Mas porque sou o vento? Está deserto,
Silencioso ainda o sacro templo:
Nenhuma voz humana ainda recorda
Os hinos do Senhor. A natureza
Foi a primeira em celebrar seu nome
Neste dia de luto e de saudade!
Trevas da quarta-feira, eu vos saúdo!
Negras paredes, mudos monumentos
De todas essas orações de mágoa,
De gratidão, de susto ou de esperança.
Depositadas ante vós nos dias
De fervorosa crença, a vós que enluta
A solidão e o dó, venho eu saudar-vos.
A loucura da Cruz não morreu toda (1)
Após dezoito séculos! Quem chore
Do sofrimento o Herói existe ainda.
Eu chorarei – que as lágrimas são dó homem –
Pelo Amigo do povo, assassinado
Por tiranos, e hipócritas, e turbas
Envilecidas, bárbaras, e servas.
V
Tu, Anjo do Senhor, que acendes o estro;
Que no espaço entre o abismo e os céus vagueias,
Donde mergulhas no oceano a vista;
Tu que do trovador à mente arrojas
Quanto há nos céus esperançoso e belo,
Quanto há no abismo tenebroso e triste,
Quanto há nos mares majestoso e vago,
Hoje te invoco! – oh, vem! –, lança em minha alma
A harmonia celeste e o fogo e o génio,
Que dêem vida e vigor a um carme pio.
- Schiller, A Semana Santa (Trad. de A. Herculano)