Pois ...
Teste chinês vai acelerar militarização do espaço
Um teste militar chinês com um míssil terra-ar está a provocar uma onda de críticas na Europa, Estados Unidos e Ásia e receios de uma corrida à militarização do espaço.
Pequim disparou no dia 11 de Janeiro um míssil balístico terra-ar de médio alcance que destruiu "por impacto directo em movimento" um satélite meteorológico chinês, lançado em 1999, que se encontrava em órbita a 865 quilómetros da Terra. O míssil foi lançado do centro espacial de Xichang, sendo o primeiro teste de intercepção de satélites realizado no espaço nas últimas duas décadas.
O teste chinês, de que surgiram as primeiras notícias na edição da passada semana da revista Aviation Week and Space Technology, motivou ontem comentários críticos em Washington, Londres e Camberra, além de um pedido de explicações do Governo nipónico.
A Casa Branca considerou o teste "incompatível com o espírito de cooperação a que os dois países aspiram no campo do aeroespacial civil". O Japão, através de um porta-voz do Governo lamentou a realização do disparo, sublinhando que todas as nações deviam enveredar "por uma utilização pacífico do espaço".
Um porta-voz da diplomacia de Pequim recusou-se a confirmar o teste, garantindo apenas que a China "se opõe à militarização do espaço".
Por seu lado, o responsável pela diplomacia australiana, Alexander Downer, chamou a atenção para os riscos que advêm da destruição de um satélite. Este pode fragmentar-se entre 100 mil a 300 mil fragmentos, que vão permanecer anos em órbita em torno da terra. Foi ainda o diplomata australiano a sublinhar o facto de o teste chinês abrir caminho à "militarização do espaço" e a uma "corrida aos armamentos" para esse fim.
Analistas militares notam que não se está perante um avanço tecnológico - o míssil empregue baseia-se num modelo soviético dos anos 70, segundo um especialista ouvido pela RIA-Novosti -, preferindo sublinhar o sucesso do disparo. O que significa que Pequim tem capacidade para destruir - com os EUA e a Rússia - qualquer satélite em órbita, facto relevante numa conjuntura em que a segurança de muitas nações e a recolha de informações sobre aspectos estratégicos vitais se efectua através da captura de imagens e intercepção de transmissões, operações realizadas por satélites.
Diferentes analistas referiram que "tudo o que a China faz tem como objectivo enviar uma mensagem para o exterior", afirmou ao The Australian o director do Centro de Estudos para a Segurança Internacional de Sydney, Alan Dupont, chamando a atenção para o facto de, em termos operacionais e de recolha de informações, os "EUA estarem cada vez dependentes de satélites".
Por seu lado, a directora do Centro de Informações sobre Defesa, Theresa Hitchens, explicou à AFP que a China prossegue um "programa muito sério" e "daqui a 20 anos poderá ser uma grande potência espacial". A situação que se configura a partir do teste pode "desencadear uma nova corrida aos armamentos no espaço" e às "armas anti-satélite", pensa o especialista de defesa Michael Krepon, para quem o objectivo último da China é o de forçar os EUA a negociar a desmilitarização do espaço.
Em Agosto de 2006, Washington aprovou uma nova Política Nacional para o Espaço em que este é definido como um factor de "importância crítica" para a segurança americana e, como tal, a Casa Branca opõe-se à "criação de novos regimes jurídicos ou restrições que interditem ou limitem o acesso e o uso do espaço pelos EUA". Algo inaceitável para a potência global que a China quer ser.
- DN
Quando em Agosto de 2006, Washington aprovou uma nova Política Nacional para o Espaço (leia-se Política Nacional do EUA para o Espaço) definindo o Espaço como um factor de "importância crítica", o mesmo será dizer, de importância estratégica para a segurança dos EUA, opondo-se à "criação de novos regimes jurídicos ou restrições que criassem interdições ou limitações ao acesso e utilização do Espaço pelos EUA, constituiu uma declaração e afirmação de um quadro jurídico internacional, no que concerne ao Espaço, no qual os EUA teriam o controle e ditariam, uma vez mais, as condições gerais e específicas do Direito Internacional Espacial.
Naturalmente que os restantes países com pretensões e interesses Espaciais, não podem ver com bons olhos tal atitude ou pretensão por parte dos EUA.
No que toca à militarização do Espaço, é uma via que tem um longo precurso. Um precurso umas vezes mais activo, outras vezes mais diplomático. Contudo, a militarização do Espaço tem uma longa existência.
Uma tal declaração por parte dos EUA, leva as outras potências Espaciais a considerarem a necessidade de maior intervenção activa: seja diplomática, seja militar.
A opção chinesa foi a intervenção activa pela utilização em teste de um míssil de médio alcance Terra-Ar para a destruição de um satélite "metereológico" chinês. Alegadamente, tratava-se de um satélite cujo "ciclo de vida" tinha terminado.
E fico-me por isto, apenas e tão somente.
O restante ... bem, o restante é questão profissional.
Um teste militar chinês com um míssil terra-ar está a provocar uma onda de críticas na Europa, Estados Unidos e Ásia e receios de uma corrida à militarização do espaço.
Pequim disparou no dia 11 de Janeiro um míssil balístico terra-ar de médio alcance que destruiu "por impacto directo em movimento" um satélite meteorológico chinês, lançado em 1999, que se encontrava em órbita a 865 quilómetros da Terra. O míssil foi lançado do centro espacial de Xichang, sendo o primeiro teste de intercepção de satélites realizado no espaço nas últimas duas décadas.
O teste chinês, de que surgiram as primeiras notícias na edição da passada semana da revista Aviation Week and Space Technology, motivou ontem comentários críticos em Washington, Londres e Camberra, além de um pedido de explicações do Governo nipónico.
A Casa Branca considerou o teste "incompatível com o espírito de cooperação a que os dois países aspiram no campo do aeroespacial civil". O Japão, através de um porta-voz do Governo lamentou a realização do disparo, sublinhando que todas as nações deviam enveredar "por uma utilização pacífico do espaço".
Um porta-voz da diplomacia de Pequim recusou-se a confirmar o teste, garantindo apenas que a China "se opõe à militarização do espaço".
Por seu lado, o responsável pela diplomacia australiana, Alexander Downer, chamou a atenção para os riscos que advêm da destruição de um satélite. Este pode fragmentar-se entre 100 mil a 300 mil fragmentos, que vão permanecer anos em órbita em torno da terra. Foi ainda o diplomata australiano a sublinhar o facto de o teste chinês abrir caminho à "militarização do espaço" e a uma "corrida aos armamentos" para esse fim.
Analistas militares notam que não se está perante um avanço tecnológico - o míssil empregue baseia-se num modelo soviético dos anos 70, segundo um especialista ouvido pela RIA-Novosti -, preferindo sublinhar o sucesso do disparo. O que significa que Pequim tem capacidade para destruir - com os EUA e a Rússia - qualquer satélite em órbita, facto relevante numa conjuntura em que a segurança de muitas nações e a recolha de informações sobre aspectos estratégicos vitais se efectua através da captura de imagens e intercepção de transmissões, operações realizadas por satélites.
Diferentes analistas referiram que "tudo o que a China faz tem como objectivo enviar uma mensagem para o exterior", afirmou ao The Australian o director do Centro de Estudos para a Segurança Internacional de Sydney, Alan Dupont, chamando a atenção para o facto de, em termos operacionais e de recolha de informações, os "EUA estarem cada vez dependentes de satélites".
Por seu lado, a directora do Centro de Informações sobre Defesa, Theresa Hitchens, explicou à AFP que a China prossegue um "programa muito sério" e "daqui a 20 anos poderá ser uma grande potência espacial". A situação que se configura a partir do teste pode "desencadear uma nova corrida aos armamentos no espaço" e às "armas anti-satélite", pensa o especialista de defesa Michael Krepon, para quem o objectivo último da China é o de forçar os EUA a negociar a desmilitarização do espaço.
Em Agosto de 2006, Washington aprovou uma nova Política Nacional para o Espaço em que este é definido como um factor de "importância crítica" para a segurança americana e, como tal, a Casa Branca opõe-se à "criação de novos regimes jurídicos ou restrições que interditem ou limitem o acesso e o uso do espaço pelos EUA". Algo inaceitável para a potência global que a China quer ser.
- DN
Quando em Agosto de 2006, Washington aprovou uma nova Política Nacional para o Espaço (leia-se Política Nacional do EUA para o Espaço) definindo o Espaço como um factor de "importância crítica", o mesmo será dizer, de importância estratégica para a segurança dos EUA, opondo-se à "criação de novos regimes jurídicos ou restrições que criassem interdições ou limitações ao acesso e utilização do Espaço pelos EUA, constituiu uma declaração e afirmação de um quadro jurídico internacional, no que concerne ao Espaço, no qual os EUA teriam o controle e ditariam, uma vez mais, as condições gerais e específicas do Direito Internacional Espacial.
Naturalmente que os restantes países com pretensões e interesses Espaciais, não podem ver com bons olhos tal atitude ou pretensão por parte dos EUA.
No que toca à militarização do Espaço, é uma via que tem um longo precurso. Um precurso umas vezes mais activo, outras vezes mais diplomático. Contudo, a militarização do Espaço tem uma longa existência.
Uma tal declaração por parte dos EUA, leva as outras potências Espaciais a considerarem a necessidade de maior intervenção activa: seja diplomática, seja militar.
A opção chinesa foi a intervenção activa pela utilização em teste de um míssil de médio alcance Terra-Ar para a destruição de um satélite "metereológico" chinês. Alegadamente, tratava-se de um satélite cujo "ciclo de vida" tinha terminado.
E fico-me por isto, apenas e tão somente.
O restante ... bem, o restante é questão profissional.