quarta-feira, outubro 18, 2006

Patriot Action? !!

Nova lei antiterrorista autoriza uso da força em interrogatórios

George W. Bush assinou ontem uma lei que permite métodos agressivos de interrogatório para suspeitos de terrorismo e o seu julgamento em tribunais militares. Apesar das críticas que o acusam de promover a tortura, o Presidente dos EUA garantiu que o documento é um "instrumento vital" para garantir a segurança nacional.

A três semanas das eleições intercalares, a assinatura desta lei - dedicada por Bush à memória das vítimas do 11 de Setembro - constitui uma vitória para a Casa Branca e para os republicanos, ameaçados de perder a maioria no Congresso. Em Junho, Bush sofreu um revés quando o Supremo Tribunal considerou ilegais os tribunais militares que o Presidente estabelecera para julgar os suspeitos de terrorismo detidos na prisão da base americana de Guantánamo, em Cuba.

A nova lei protege os prisioneiros de abusos flagrantes, mas restringe o seu direito a questionar a detenção. Além disso, dá ao Presidente poder para interpretar a legislação internacional sobre os direitos dos prisioneiros.

Entre os detidos que os EUA esperam vir a julgar ao abrigo da nova lei estão Khalid Sheikh Mohammed, alegado cérebro do 11 de Setembro, Ramzi Bin al-Shibh, considerado como o 20.º pirata do ar, e Abu Zubaydah, próximo de Ben Laden. Os três homens foram recentemente transferidos para Guantánamo.

Ontem, o Presidente defendeu os interrogatórios da CIA em prisões secretas no estrangeiro. A existência destes centros de detenção foi confirmada por George Bush no dia 6 de Setembro, gerando uma onda de críticas. Para Bush, este programa permitiu recolher "informações vitais" e contribuiu para a captura de vários membros da Al-Qaeda, hoje sob custódia americana. "Sem ele, os nossos serviços secretos acreditam que os EUA já teriam sido palco de um novo atentado", disse o Presidente.

A legislação agora assinada foi criticada pela oposição democrata e pelos grupos de defesa dos direitos humanos, que a acusam de violar a liberdade individual dos prisioneiros. "O Presidente pode, com o acordo do Congresso, deter indefinidamente os suspeitos sem acusação formal, retirar a protecção contra abusos, julgar pessoas com base em boatos e condená-las com base em declarações obtidas à força", denunciou a American Civil Liberty Union (ACLU) em comunicado.

- DN