Parabéns!
Ao Carlos Furtado e ao Nortadas, pelos 3 anos na Blogosfera; é obra!
No cimo do mastro
tremula a bandeira...
Sob o vento Norte,
tremendo de frio,
ao trémulo sol,
sem calor nem brilho...
Sob o vento Sul,
suspirando, morna,
p'la cor tropical
volúpia e nudez...
Sob o vento Leste,
abrindo-se em asas
batidas p'lo fogo
do dia que nasce...
Sob o vento Oeste,
memória no ocaso,
de quanto não pôde
recusa e renúncia...
Um pano curtido,
batendo ao relento
as horas do tempo
de sol e de chuva,
desmaiada a cor,
esgaçado o fio...
O símbolo vivo
da terra que é minha
e que se esfarela
na palma da mão...
Símbolo de um tempo
num tempo de símbolos,
o significante
sem significado...
Uma hóstia profana,
que simbolizando
pão da minha fome,
na mesa escasseia...
Simbolicamente,
a terra é a mãe,
a hóstia é o pão
da fome da carne...
Simbolicamente,
é tudo o que resta
duma hibernação
sem despertador...
Simbolicamente,
o tempo que foi,
o tempo que passa,
o tempo futuro...
E a vida concreta,
que espera na rua,
que vive e palpita
quando sobe ao mastro,
desfraldada ao vento,
e é uma bandeira
a cantar a vida...
- José Augusto de Carvalho, A Bandeira
No cimo do mastro
tremula a bandeira...
Sob o vento Norte,
tremendo de frio,
ao trémulo sol,
sem calor nem brilho...
Sob o vento Sul,
suspirando, morna,
p'la cor tropical
volúpia e nudez...
Sob o vento Leste,
abrindo-se em asas
batidas p'lo fogo
do dia que nasce...
Sob o vento Oeste,
memória no ocaso,
de quanto não pôde
recusa e renúncia...
Um pano curtido,
batendo ao relento
as horas do tempo
de sol e de chuva,
desmaiada a cor,
esgaçado o fio...
O símbolo vivo
da terra que é minha
e que se esfarela
na palma da mão...
Símbolo de um tempo
num tempo de símbolos,
o significante
sem significado...
Uma hóstia profana,
que simbolizando
pão da minha fome,
na mesa escasseia...
Simbolicamente,
a terra é a mãe,
a hóstia é o pão
da fome da carne...
Simbolicamente,
é tudo o que resta
duma hibernação
sem despertador...
Simbolicamente,
o tempo que foi,
o tempo que passa,
o tempo futuro...
E a vida concreta,
que espera na rua,
que vive e palpita
quando sobe ao mastro,
desfraldada ao vento,
e é uma bandeira
a cantar a vida...
- José Augusto de Carvalho, A Bandeira