Com frontalidade
Eleições abrem guerra no CDS
Elementos próximos de Portas denunciam "visão estalinista" de Ribeiro e Castro
Embate. Maria José denuncia "traquinices". Nuno Melo contesta análise eleitoral feita por Ribeiro e Castro
O líder parlamentar do CDS ficou irritado com as declarações do presidente do partido, José Ribeiro e Castro, na sequência das eleições autárquicas. Nuno Melo, que integra a direcção do partido, revelou ao DN que não foi sequer convocado para a reunião que analisou os resultados eleitorais, garantindo estar "frontalmente contra" a leitura do escrutínio feita por Ribeiro e Castro. Tal como os restantes membros do CDS conotados com o ex-líder Paulo Portas, Nuno Melo acusa ainda a direcção de fechar os olhos aos "maus resultados" que o partido obteve nas urnas. E chama a atenção para a necessidade de o partido reavaliar a estratégia presidencial. "Sob pena de se tornar irrelevante", acentua.
O presidente do grupo parlamentar rompe o silêncio que tem mantido sobre esta matéria para reclamar uma urgente análise interna das autárquicas, em que o CDS obteve menos votos e menos municípios do que obtivera no anterior escrutínio, realizado em 2001. Nuno Melo é um dos signatários de um pedido de reunião extraordinária do Conselho Nacional (CN) do partido para reflectir sobre as autárquicas e debater as presidenciais. Telmo Correia, Pires de Lima, Mota Soares, Teresa Caeiro e João Rebelo são outros subscritores.
Maria José Nogueira Pinto, presidente do CN, ficou irritada com esta iniciativa. "Não tem pés nem cabeça pedir uma reunião extraordinária, que só poderá realizar-se a 6 de Novembro, quando há uma reunião ordinária a 29 de Outubro", disse ao DN a dirigente democrata-cristã, que na próxima semana estará fora do País, em férias.
Nogueira Pinto aponta o dedo aos militantes conotados com Portas. "Querem transformar o CDS num parque de brinquedos ou num circo para porem notícias nos jornais. É pura traquinice. Infelizmente é também por coisas como estas que já quase ninguém quer estar neste partido. Mas este tipo de fitas comigo não pega. Comigo vêm de patins", assegura. E lança um aviso "Não sou um fantoche!"
Nuno Melo reage, considerando "absurdo" este compasso de espera. "É incompreensível que a reunião do CN não se realize em tempo útil porque a presidente vai de férias. Se bem conheço os estatutos, em caso de impedimento deve ser substituída por um vice-presidente." E lembra a Maria José que "algumas pessoas a quem chama traquinas ajudaram-na na recente campanha eleitoral em Lisboa".
O líder parlamentar demarca-se claramente de Ribeiro e Castro "O CDS perdeu em votos, em mandatos e percentagens, além de ter perdido câmaras. Não entendo como o presidente do partido pode dizer que atingimos todos os objectivos."
Nuno Melo destaca também o "decisivo" combate presidencial, acentuando que o CDS "não deve dar um apoio incondicional" a Cavaco Silva. "Devemos saber o que ele pensa em matéria de aborto e de alterações à Lei Eleitoral, por exemplo". Se não coincidir com a doutrina do CDS, o partido deve apresentar um candidato próprio. "Um partido só existe se for capaz de ir a votos. Caso contrário perde por falta de comparência", salienta.
Na facção pró-Portas há quem acuse Ribeiro e Castro de "uma visão estalinista dos resultados eleitorais, sem tradição no CDS".
Duas questões
- O debate e a livre opinião não podem ser sarciadas dentro do CDS-PP, sob qualquer razão. Nem agora, nem nunca.
Tal implicaria uma posição totalitarista e narcísica do poder.
Os militantes são livres de debaterem e discutirem sobre todos e quaisquer assuntos.
O impedimento a que tal suceda, é razão suficiente para a saída de militantes.
- Maria José Nogueira Pinto, por quem nutro a maior estima e consideração, com quem privei e passei a conhecer e admirar, fez afirmações que reputo de 'estranhas' e, no mínimo, deselegantes para com aqueles que têm opinião contrária à sua.
Ninguém lhe chamou 'nomes' (bem pelo contrário!!) e, tão pouco, não é justificável que se apelide pessoas com opiniões contrárias de:
"Querem transformar o CDS num parque de brinquedos ou num circo para porem notícias nos jornais. É pura traquinice. Infelizmente é também por coisas como estas que já quase ninguém quer estar neste partido. Mas este tipo de fitas comigo não pega. Comigo vêm de patins", assegura. E lança um aviso "Não sou um fantoche!"
Não é aceitável.
Como também não é aceitável a condescendência.
Somos todos maiores de idade.
Elementos próximos de Portas denunciam "visão estalinista" de Ribeiro e Castro
Embate. Maria José denuncia "traquinices". Nuno Melo contesta análise eleitoral feita por Ribeiro e Castro
O líder parlamentar do CDS ficou irritado com as declarações do presidente do partido, José Ribeiro e Castro, na sequência das eleições autárquicas. Nuno Melo, que integra a direcção do partido, revelou ao DN que não foi sequer convocado para a reunião que analisou os resultados eleitorais, garantindo estar "frontalmente contra" a leitura do escrutínio feita por Ribeiro e Castro. Tal como os restantes membros do CDS conotados com o ex-líder Paulo Portas, Nuno Melo acusa ainda a direcção de fechar os olhos aos "maus resultados" que o partido obteve nas urnas. E chama a atenção para a necessidade de o partido reavaliar a estratégia presidencial. "Sob pena de se tornar irrelevante", acentua.
O presidente do grupo parlamentar rompe o silêncio que tem mantido sobre esta matéria para reclamar uma urgente análise interna das autárquicas, em que o CDS obteve menos votos e menos municípios do que obtivera no anterior escrutínio, realizado em 2001. Nuno Melo é um dos signatários de um pedido de reunião extraordinária do Conselho Nacional (CN) do partido para reflectir sobre as autárquicas e debater as presidenciais. Telmo Correia, Pires de Lima, Mota Soares, Teresa Caeiro e João Rebelo são outros subscritores.
Maria José Nogueira Pinto, presidente do CN, ficou irritada com esta iniciativa. "Não tem pés nem cabeça pedir uma reunião extraordinária, que só poderá realizar-se a 6 de Novembro, quando há uma reunião ordinária a 29 de Outubro", disse ao DN a dirigente democrata-cristã, que na próxima semana estará fora do País, em férias.
Nogueira Pinto aponta o dedo aos militantes conotados com Portas. "Querem transformar o CDS num parque de brinquedos ou num circo para porem notícias nos jornais. É pura traquinice. Infelizmente é também por coisas como estas que já quase ninguém quer estar neste partido. Mas este tipo de fitas comigo não pega. Comigo vêm de patins", assegura. E lança um aviso "Não sou um fantoche!"
Nuno Melo reage, considerando "absurdo" este compasso de espera. "É incompreensível que a reunião do CN não se realize em tempo útil porque a presidente vai de férias. Se bem conheço os estatutos, em caso de impedimento deve ser substituída por um vice-presidente." E lembra a Maria José que "algumas pessoas a quem chama traquinas ajudaram-na na recente campanha eleitoral em Lisboa".
O líder parlamentar demarca-se claramente de Ribeiro e Castro "O CDS perdeu em votos, em mandatos e percentagens, além de ter perdido câmaras. Não entendo como o presidente do partido pode dizer que atingimos todos os objectivos."
Nuno Melo destaca também o "decisivo" combate presidencial, acentuando que o CDS "não deve dar um apoio incondicional" a Cavaco Silva. "Devemos saber o que ele pensa em matéria de aborto e de alterações à Lei Eleitoral, por exemplo". Se não coincidir com a doutrina do CDS, o partido deve apresentar um candidato próprio. "Um partido só existe se for capaz de ir a votos. Caso contrário perde por falta de comparência", salienta.
Na facção pró-Portas há quem acuse Ribeiro e Castro de "uma visão estalinista dos resultados eleitorais, sem tradição no CDS".
- DN
Duas questões
- O debate e a livre opinião não podem ser sarciadas dentro do CDS-PP, sob qualquer razão. Nem agora, nem nunca.
Tal implicaria uma posição totalitarista e narcísica do poder.
Os militantes são livres de debaterem e discutirem sobre todos e quaisquer assuntos.
O impedimento a que tal suceda, é razão suficiente para a saída de militantes.
- Maria José Nogueira Pinto, por quem nutro a maior estima e consideração, com quem privei e passei a conhecer e admirar, fez afirmações que reputo de 'estranhas' e, no mínimo, deselegantes para com aqueles que têm opinião contrária à sua.
Ninguém lhe chamou 'nomes' (bem pelo contrário!!) e, tão pouco, não é justificável que se apelide pessoas com opiniões contrárias de:
"Querem transformar o CDS num parque de brinquedos ou num circo para porem notícias nos jornais. É pura traquinice. Infelizmente é também por coisas como estas que já quase ninguém quer estar neste partido. Mas este tipo de fitas comigo não pega. Comigo vêm de patins", assegura. E lança um aviso "Não sou um fantoche!"
Não é aceitável.
Como também não é aceitável a condescendência.
Somos todos maiores de idade.