terça-feira, março 15, 2005

Uma História



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Dalai-Lama desiste de lutar pela independência do Tibete
- O líder tibetano cede na reivindicação de meio século em troca de cooperação económica com a china

O Dalai-Lama reafirmou ontem a posição assumida na passada quinta-feira de que está disposto a abdicar da independência do Tibete em trocas dos benefícios económicos decorrentes da sua integração na China. Numa resposta à desconfiança manifestada por Pequim após as declarações da passada semana, que exigia «factos concretos» que comprovassem o fim da exigência, o líder espiritual do território anexado em 1950 concedeu uma entrevista exclusiva ao diário South China Morning Post admitindo a «permanência na República Popular da China».

«Estamos dispostos a ser parte da República Popular da China», afirmou, impondo como condição que a China «respeite, governe e garanta a cultura tibetana, espiritualidade e meio ambiente». De acordo com o Dalai-Lama, a aceitação da integração é possível através duma troca de valores, em que o Tibete contribuirá para a espiritualidade chinesa, enquanto que o gigante económico asiático favorecerá o crescimento económico da região autónoma.

Na passada quinta-feira o líder espiritual aludia também ao projecto de ligação ferroviária de Lhasa, capital tibetana, à província chinesa de Qingai, que deverá ficar concluído em 2007. Outros projectos, ao nível da energia e turismo, poderão motivar a abertura do líder budista , prémio Nobel da Paz em 1969, que declarou à imprensa de Hong Kong ter abandonado definitivamente o propósito da independência. «Não estou a favor da separação. O Tibete é parte da República Popular da China. É uma região autónoma da República Popular da China», declarou o líder espiritual que até aqui se tem vindo a manifestar continuamente contra a ideia de «um país, dois sistemas», implantada em Macau e Hong Kong, e também proposta a Taiwan.


- A Capital