Relatório revela saída sem rasto de 40 milhões do Fundo do Ultramar
Conteúdo do documento será debatido amanhã na AR
O líder parlamentar do PP, Nuno Melo, disse ontem à noite que foi detectado o desaparecimento de 40 milhões de euros do Fundo de Defesa do Ultramar, em 1980, num relatório da Inspecção-geral de Finanças.
O deputado adiantou que o conteúdo do relatório, elaborado no âmbito das investigações da Comissão de Inquérito ao desastre de Camarate em 1980, será debatido amanhã na Assembleia da República.
Segundo Nuno Melo, no documento "constam negócios pouco claros de venda de armas a países como a Indonésia, o Irão, a Guatemala, e a Argentina, que tinham sido proibidos pelo então ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa".
"O ministro, que morreu no acidente de avião em Camarate no dia 4 de Dezembro, havia proibido a venda de armas ao Irão no dia 2 de Dezembro, mas a 5 de Dezembro a competência do Ministério foi remetida para outra entidade e a transacção veio a ser feita no dia 9", afirmou.
O líder do grupo parlamentar do PP, que preside também à Comissão de Inquérito sobre Camarate, falou num jantar em Famalicão, convocado para homenagear o trabalho dos autarcas do partido no concelho, em que esteve o líder do PP, Paulo Portas, e 700 simpatizantes. (Mais de 1000 pessoas estiveram presentes.)
"O relatório será entregue à Procuradoria Geral da República que, na hipótese de não estarem prescritos os eventuais crimes nele contidos, os poderá investigar, dizendo aos portugueses aquilo que se passou", afirmou no final do jantar à Lusa.
Nuno Melo salientou que a investigação aos dinheiros do Fundo só foi possível porque Paulo Portas, enquanto ministro da Defesa, abriu os respectivos arquivos, o que não tinha sido permitido por anteriores titulares da pasta.
"Há uma tentativa clara de que as coisas caiam no esquecimento, num apagar de memórias", declarou Nuno Melo, frisando que na época havia responsáveis militares e entidades diversas com responsabilidade na gestão daqueles fundos públicos que terão de explicar o que se passou.
"Há pessoas com altas responsabilidades de Estado, que tinham, nos termos da lei, a tutela máxima sobre o Fundo, e que terão de explicar o que aconteceu, pois não é admissível que desconhecessem a existência das contas bancárias e o destino desse dinheiro", assinalou.
Nuno Melo afirmou que os 35 a 40 milhões de euros do Fundo "saíram das contas e não se lhes conhece o rumo", o que é matéria que pode ter incidência criminal.
O líder parlamentar popular lamentou que, "infelizmente, com a dissolução da Assembleia da República termine o mandato da Comissão de Camarate", mas manifestou-se convicto de que "a polícia e os órgãos judiciais saberão cumprir o seu papel".
O líder parlamentar do PP, Nuno Melo, disse ontem à noite que foi detectado o desaparecimento de 40 milhões de euros do Fundo de Defesa do Ultramar, em 1980, num relatório da Inspecção-geral de Finanças.
O deputado adiantou que o conteúdo do relatório, elaborado no âmbito das investigações da Comissão de Inquérito ao desastre de Camarate em 1980, será debatido amanhã na Assembleia da República.
Segundo Nuno Melo, no documento "constam negócios pouco claros de venda de armas a países como a Indonésia, o Irão, a Guatemala, e a Argentina, que tinham sido proibidos pelo então ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa".
"O ministro, que morreu no acidente de avião em Camarate no dia 4 de Dezembro, havia proibido a venda de armas ao Irão no dia 2 de Dezembro, mas a 5 de Dezembro a competência do Ministério foi remetida para outra entidade e a transacção veio a ser feita no dia 9", afirmou.
O líder do grupo parlamentar do PP, que preside também à Comissão de Inquérito sobre Camarate, falou num jantar em Famalicão, convocado para homenagear o trabalho dos autarcas do partido no concelho, em que esteve o líder do PP, Paulo Portas, e 700 simpatizantes. (Mais de 1000 pessoas estiveram presentes.)
"O relatório será entregue à Procuradoria Geral da República que, na hipótese de não estarem prescritos os eventuais crimes nele contidos, os poderá investigar, dizendo aos portugueses aquilo que se passou", afirmou no final do jantar à Lusa.
Nuno Melo salientou que a investigação aos dinheiros do Fundo só foi possível porque Paulo Portas, enquanto ministro da Defesa, abriu os respectivos arquivos, o que não tinha sido permitido por anteriores titulares da pasta.
"Há uma tentativa clara de que as coisas caiam no esquecimento, num apagar de memórias", declarou Nuno Melo, frisando que na época havia responsáveis militares e entidades diversas com responsabilidade na gestão daqueles fundos públicos que terão de explicar o que se passou.
"Há pessoas com altas responsabilidades de Estado, que tinham, nos termos da lei, a tutela máxima sobre o Fundo, e que terão de explicar o que aconteceu, pois não é admissível que desconhecessem a existência das contas bancárias e o destino desse dinheiro", assinalou.
Nuno Melo afirmou que os 35 a 40 milhões de euros do Fundo "saíram das contas e não se lhes conhece o rumo", o que é matéria que pode ter incidência criminal.
O líder parlamentar popular lamentou que, "infelizmente, com a dissolução da Assembleia da República termine o mandato da Comissão de Camarate", mas manifestou-se convicto de que "a polícia e os órgãos judiciais saberão cumprir o seu papel".