Maria de Lurdes Pintasilgo
A única Primeira-Ministra que Portugal teve.
Faleceu hoje, vítima de ataque cardíaco.
À mulher que se dedicou aos seus concidadãos, um tributo:
Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
- Bebido o Luar, Sophia de Mello Breyner Andersen
A única Primeira-Ministra que Portugal teve.
Faleceu hoje, vítima de ataque cardíaco.
À mulher que se dedicou aos seus concidadãos, um tributo:
Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
- Bebido o Luar, Sophia de Mello Breyner Andersen