CABINDA INCENDIOU O DEBATE COM DENÚNCIAS DE GENOCÍDIO
O Vigário-Geral de Cabinda, o padre Raul Tati, foi extremamente claro: «os sinais de morte são cada vez mais evidentes e as ténues esperanças tendem a ofuscar-se ainda mais com o adiamento infindo de uma solução definitiva para Cabinda».
Segundo o padre Raul Tati, o desencadear da ofensiva denominada «Vassoura» pelas Forças Armadas Angolanas levou ao território a barbaridade: detenções à revelia da justiça, torturas de cidadãos para obter informações, execuções sumárias, violação de mulheres, abusos de menores, pilhagem das casas e dos haveres dos aldeões do interior, limitação da circulação de pessoas e intimidações.
«Todos estes actos têm sido prática habitual dos soldados do exército governamental numa violação flagrante e total desrespeito pelas Convenções de Genebra, sobre a protecção dos civis em conflitos armado.» Pelo meio, ficam aldeias completamente abandonadas e destruídas e outras asfixiadas pela presença massiva de militares «que obrigam os civis a coabitar com eles, tomando-os como escudo humano contra acções traiçoeiras da guerrilha», além de que nas zonas de lavoura agora controladas pelos militares alguém ser apontado de FLEC é «acusação bastante para desaparecer do mundo dos vivos».
A Igreja Católica, nestas circunstâncias, diz o padre Tati, é obrigada a ser «a voz dos que não têm voz» e quem a acusa de fazer oposição ao Governo de Luanda «ignora a essência do operar da Igreja», que assim «acolhe, ampara, consola e suaviza as feridas psicológicas de um povo pisoteado pela desumanidade dos que mandam». Por dar voz, a Igreja Católica viu as antenas da rádio Ecclésia seladas por Luanda, em cuja estação oficial, por sua vez, em programas orientados para Cabinda, «são insultados os presbíteros de Cabinda que teriam trocado as batinas pela fúria política», enquanto a própria Igreja vai recebendo «alguns epítetos gratuitos, mas com contornos perigosos: incitadora da violência, agitadora da desobediência, opositora do governo, apoiante da FLEC».
Mas antes da intervenção do padre Raul Tati, o engenheiro Agostinho Chicaia, presidente da associação cívica Mpalabanda, já tinha lançado os ingredientes suficientes para incendiar o debate na Fundação Mário Soares, com uma parte do auditório repleto a insultar a outra parte em prolongada algazarra, em que as frases dominantes eram as de que «Angola é una e indivisível», contra as de «Cabinda não é Angola». Chicaia disse em alto e bom tom que, «em 1975, houve uma invasão de Cabinda pelas tropas angolanas com ajuda das tropas cubanas», seguindo-se a guerra
O sururu amainou, primeiro, quando Chicaia, voltando-se para um dos presentes mais irritados, lhe perguntou : «Se o seu irmão é apanhado e é queimado com gasolina, você fica calado?» Chicaia apelou a que «a África e o mundo abram os olhos, compreendam a situação (em Cabinda) e ajam no sentido de evitar a tragédia». A tragédia, segundo Chicaia, chama-se genocídio segundo «planos sombrios e perversos, arquitectados de maneira gradual, cautelosa e sinistra».
O Vigário-Geral de Cabinda, o padre Raul Tati, foi extremamente claro: «os sinais de morte são cada vez mais evidentes e as ténues esperanças tendem a ofuscar-se ainda mais com o adiamento infindo de uma solução definitiva para Cabinda».
Segundo o padre Raul Tati, o desencadear da ofensiva denominada «Vassoura» pelas Forças Armadas Angolanas levou ao território a barbaridade: detenções à revelia da justiça, torturas de cidadãos para obter informações, execuções sumárias, violação de mulheres, abusos de menores, pilhagem das casas e dos haveres dos aldeões do interior, limitação da circulação de pessoas e intimidações.
«Todos estes actos têm sido prática habitual dos soldados do exército governamental numa violação flagrante e total desrespeito pelas Convenções de Genebra, sobre a protecção dos civis em conflitos armado.» Pelo meio, ficam aldeias completamente abandonadas e destruídas e outras asfixiadas pela presença massiva de militares «que obrigam os civis a coabitar com eles, tomando-os como escudo humano contra acções traiçoeiras da guerrilha», além de que nas zonas de lavoura agora controladas pelos militares alguém ser apontado de FLEC é «acusação bastante para desaparecer do mundo dos vivos».
A Igreja Católica, nestas circunstâncias, diz o padre Tati, é obrigada a ser «a voz dos que não têm voz» e quem a acusa de fazer oposição ao Governo de Luanda «ignora a essência do operar da Igreja», que assim «acolhe, ampara, consola e suaviza as feridas psicológicas de um povo pisoteado pela desumanidade dos que mandam». Por dar voz, a Igreja Católica viu as antenas da rádio Ecclésia seladas por Luanda, em cuja estação oficial, por sua vez, em programas orientados para Cabinda, «são insultados os presbíteros de Cabinda que teriam trocado as batinas pela fúria política», enquanto a própria Igreja vai recebendo «alguns epítetos gratuitos, mas com contornos perigosos: incitadora da violência, agitadora da desobediência, opositora do governo, apoiante da FLEC».
Mas antes da intervenção do padre Raul Tati, o engenheiro Agostinho Chicaia, presidente da associação cívica Mpalabanda, já tinha lançado os ingredientes suficientes para incendiar o debate na Fundação Mário Soares, com uma parte do auditório repleto a insultar a outra parte em prolongada algazarra, em que as frases dominantes eram as de que «Angola é una e indivisível», contra as de «Cabinda não é Angola». Chicaia disse em alto e bom tom que, «em 1975, houve uma invasão de Cabinda pelas tropas angolanas com ajuda das tropas cubanas», seguindo-se a guerra
O sururu amainou, primeiro, quando Chicaia, voltando-se para um dos presentes mais irritados, lhe perguntou : «Se o seu irmão é apanhado e é queimado com gasolina, você fica calado?» Chicaia apelou a que «a África e o mundo abram os olhos, compreendam a situação (em Cabinda) e ajam no sentido de evitar a tragédia». A tragédia, segundo Chicaia, chama-se genocídio segundo «planos sombrios e perversos, arquitectados de maneira gradual, cautelosa e sinistra».