segunda-feira, novembro 24, 2008

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Este é um poema duma macieira.
Quem quiser lê-lo,
Quem quiser vê-lo,
Venha olhá-lo daqui a tarde inteira.

Floriu assim pela primeira vez.
Deu-lhe um solde noivado,
E toda a virgindade se desfez
Neste lirismo fecundado.

São dois braços abertos de brancura;
Mas em redor
Não há coisa mais pura,
Nem promessa maior.


- Miguel Torga