sexta-feira, abril 18, 2008

Caro Adolfo

A propósito destes 3 artigos:

PSD, PSD (2), PSD (3) alguns considerandos e um remate

O PSD é um partido social democrata, pelo menos, é assim que se apresentam ao eleitorado; embora a prática seja, ou possa ser, uma bem diferente.
PS e PSD encontram-se e recebem os seus votos do centrão; essa massa flutuante de eleitores que não quer saber de política, que está interessada é na sua vidinha.

Já quanto a formar um eleitorado "não amante do Estado", ora aí, reside o busílis da questão!! Não é num país de subsídio-dependentes, Estado-dependentes - quer em termos pessoais, quer em termos empresariais, que os partidos ganham votos, leia-se nos amantes de menos Estado.
Em abono da verdade, não seria ao CDS que essa bandeira devia estar reservada?!

Este sistema partidário é, infelizmente, diariamente comprovado; resultando duma dicotomia: amor-ódio, em que por um lado as pessoas (leia-se eleitores) o detestam e por outro, quando chega a hora de votar, lá vão fazer o fretezinho do costume - engrossar os votos ou no PSD ou no PS (punindo um em favor do outro e, vice-versa), veja-se a maioria absoluta legislativa do PS - impensável mesmo aquando do glorioso 25, e que foi dada a título de punição a uma tresloucada governação ...

O CDS para além de andar a dormir, quis andar a dormir.

A viabilidade política futura do PSD é um acto próprio, e não está directa ou indirectamente relacionada com o CDS.
Devem ser partidos distintos, e, não o sendo, devem ser punidos com a extinção.

No que toca à determinação eleitoral do PSD, será o de continuar a ser a mesma miscelânea de sempre. E, a hora de descobrir qual o seu espaço na nova década, não é um momento ou uma postura estanque, é e deve ser um acto contínuo.
Já agora, qual é o papel dos restantes partidos? De todos eles
Este país é um imenso centrão, que quer o modelo de Estado social; não ver isso, é não ver a realidade social.

Menezes não descobriu a pólvora seca ao abanar com o estado de graça do PSD e das filosofias e famílias incompatíveis no seu seio – que existem em qualquer outro partido.

Pouquíssimos aspectos separam o PS do PSD e 10 aspectos, é muita coisa!!
Era bom era, que cada partido colocasse as coisas em pratos limpos ao invés de andar a cantar demagogias floridas.

A saída de dirigentes históricos e eleitoralmente relevantes, não terá como consequência a implosão do CDS, porque em abono da verdade, isso seria uma desculpa para a desresponsabilização do CDS no traçar e construir do seu próprio caminho, na tomada das suas decisões e do rumo a dar.

Benefício para o CDS?
Não existe qualquer benefício para o CDS, e se existisse a possibilidade de haver benefício, não vejo que fosse aproveitado.

(PSD e CDS)"Um e outro estão demasiado marcados pelo papel que foram obrigados (ou não) a prestar desde a Revolução de Abril."
O CDS foi criado, supostamente, para representar a "direita" no espectro partidário português do pós glorioso 25.

"novas formações políticas anunciar a sua vontade de se localizarem, precisamente, no lotado espaço que hoje é ocupado pelo PSD e pelo PS."
Não existe qualquer incompreensão nesse aspecto, porque é no centrão que as velhas ou novas formações políticas que aspirem alcançar o poder vão buscar votos; é à enorme massa flutuante que eles apelam, com formas e feitios diferentes, conforme o correr da pena.

Em resumo, o PSD, tal como o PS, continuam iguais a si mesmos; são estruturas altamente moldáveis, que se ajustam conforme as necessidades, daí terem várias correntes e várias tendências, varões e corrimões mais as suas respectivas tropas.
Já o eleitorado, pune um em favor do outro, quando um ou o outro lhes bate mais forte!
Ficam entre 10 a 12 anos longe da governação, para aí regressarem quando o eleitorado já está cansado do outro.
O PSD não vai mudar, nem tão pouco necessita! O centrão vai continuar, malgré, a votar numa estrutura partidária sem definição e respostas concretas (as tais 10).

Já o CDS, o CDS meu caro, que eventualmente podia fazer a diferença, onde está?
Temo que tenha ido de visita ao centrão, ou, se calhar, nem isso...

Com estima