quinta-feira, março 08, 2007

Directas

A estima, a consideração e a amizade são elementos preciosos que atravessam a vida, e que devem ser preservados (pelo menos por mim são-no) independentemente de quaisquer divergências de posição.

Este entróito vem no sentido de afirmar que a minha posição pessoal relativamente à situação e rumo do meu Partido, pode colidir e colide com pessoas a quem eu tenho elevada estima e consideração, e que, não é pela divergência das nossas posições que essa mesma sairá diminuida.

Não tenho por hábito falar de questões internas do Partido do qual sou militante, mas dada a crescente confusão de termos, há que clarificar.
Isto dito, reporto-me àquilo que eu espero que suceda em termos normativos no presente/futuro da liderança, e orgãos nacionais, do Partido.

Sempre fui defensora deste tipo de sufrágio directo, exercido pelas bases, para a presidência e liderança do Partido.
Não aceito o apódoto de esquerda. É um exercício salutar e democrático das estruturas partidárias.

Quando em 2005 Ribeiro e Castro foi eleito em Congresso Extraodinário, eu fiz parte da posição contrária, e continuei a defender uma posição contrária (não é surpresa para ninguém.).

Foi estabelecido um precedente, quando Ribeiro e Castro pediu eleições directas imediatamente a ter sido eleito Presidente do Partido.

Não fez qualquer sentido 3 meses depois um presidente eleito em Congresso voltar a ser eleito em directas. Nesse sentido as directas não fizeram qualquer sentido. Para além das vicissitudes que acorreram ...

No momento actual:

Paulo Portas comunicou a sua disponibilidade para concorrer à liderança e presidência do Partido, tendo no mesmo momento requerido que fossem feitas directas para apurar que candidato seria o escolhido pelo militantes do Partido.

O Conselho Nacional do Partido, eleito no Congresso Extraodinário da Batalha em Maio de 2006, foi mandatado pelos congressistas para estatuírem a norma das directas para eleição do presidente e líder do Partido. Diga-se de passagem que foi uma votação efectuada muito vespertinamente ...
O Conselho Nacional desde Maio de 2006 nada fez nesse sentido.
Porquê?
Digam-no vocês, que têm a maioria com as inerências.

Está estabelecido um precedente, e deve ser esse precedente a ser assumido e aceite como válido, e o voto do Congresso de 2006 respeitado sob pena de ser incumprido - isso sim seria, de facto, uma ilegalidade.

Acima de tudo, haja elegância.
Porque, independentemente de directas ou congresso extraordinário, o resultado final será apenas um.