Manifesto Contra a Indiferença Político-Intelectual
C'Um Caneco!!
Desta vez, o homem ultrapassou-se sobremaneira!
É assim mesmo!! Arrear neles!!
Há alguns pontos em que discordo, comentários a seguir à transcrição!!
Ei-la!:
«IMPASSES seguido de Coisas Vistas, Coisas Ouvidas
GIL, Fernando TUNHAS, Paulo COHN, Danièle
EUROPA - AMÉRICA, 2ª Edição, Novembro de 2003
Biblioteca das Ideias Nº: 19
Páginas: 272 Peso: 350 gr. Formato: 16x23 cm
ISBN: 9721052981
Coube-me, sabe-se lá bem porquê (talvez por uma solidariedade que teima em não aparecer sobretudo donde haveria de ter vindo faz muito), a responsabilidade transferida de escrever sobre o livro “Impasses, seguido de Coisas Vistas, Coisas Ouvidas” de Fernando Gil, Paulo Tunhas e Danièle Cohn.
Confesso que me está a dar um gozo extraordinário fazê-lo, porquanto os seus autores, sem cedências, nem complacências desmontam analiticamente fenómenos actuais que mais não são que as várias fases visíveis do niilismo intelectual hoje, infelizmente, prevalecente na Europa.
O gozo é quase supremo porque me fascinam aqueles empedernidos intelectuais de pacotilha, sobretudo os de uma certa esquerda esclerosada mentalmente mas que se aliam a certa direita envergonhada que ainda existe para mal de todos nós, que teima em não reconhecer aquilo que Hermann Broch, escritor austríaco, em plena alucinação nazi, dizia profeticamente: “o pior crime da Europa é a indiferença”.
Estamos perante, muito provavelmente, uma das melhores obras de filosofia política escritas recentemente neste Portugal pós-moderno que teimosamente quer ser contra o politicamente correcto, mas que o situacionismo prevalecente o não deixa descolar dessa viscosidade perversa.
Fascinam-me todos aqueles que proclamam vociferantes alertas contra o politicamente correcto, mas que quando é imperioso fazer face à indiferença paralisante vigente, alinham incondicionalmente contra o que pretendiam(será que queriam mesmo?) alertar.
É hoje, mais que políticamente correcto “dizer mal” dos EUA, estar contra a guerra no Iraque, “denunciar” os falcões neoconservadores usurpadores dos tradicionais valores americanos, alinhar por um anti-americanismo que se mascara de anti-bushismo, quando um e o outro são a face da mesma moeda falsa., mas sobre isto falaremos noutra ocasião.
Os Impasses de Fernando Gil e Paulo Tunhas centram-se no integrismo islâmico, no terrorismo, no anti-americanismo, no anti-semitismo galopante nesta caduca Europa, enquanto Danièle Cohn nos relata, lucidamente, em Coisas Vistas, Coisas Ouvidas, nostalgias e emoções sobre um país, Israel, não entendido muito por ser “simultaneamente um mundo muito velho(...) e um país pioneiro, moderno, novo”.
Esta obra fascinante editada pela Europa-América em Outubro de 2003 (1ª edição), é para muitos, uma obra provocativa, agressiva mesmo.
Mas a “Vida é uma luta, e eu gosto de luta”, in memoriam de António Champalimaud, e tal qual o recém falecido empresário, também eu gosto de luta, mas de uma luta construtiva, leal, aberta, que evite os ataques soezes, vis, cobardes, onde não impere o dizer mal mas o que está mal, que são coisas substantivamente diversas.
Os três filósofos autores da obra, para além de retirarem a filosofia da sua participação e expressão minimalista nacional, pensam a situação política, social e económica hodierna à luz de acontecimentos recentes, desafiando tabus “estabelecidos” por uma sacrossanta esquerda europeia e mesmo americana, consubstanciada, por exemplo, no intragável Noam Chomsky, pondo a nú a sua inquestionável má-fé diante das terríveis ameaças que sobre todos nós pairam.
Outro aspecto importante, senão central mesmo, em toda a obra, é que perpassa a denúncia da indiferença perante os ataques diariamente perpetrados contra a nossa herança civilizacional –judaico-cristã, greco-latina, não esquecendo a das Luzes, atentados feitos em nome dos relativismos éticos e dos multiculturalismos.
“Impasses, seguido de Coisas Vistas, Coisas Ouvidas”, é, claramente, um livro politicamente incorrecto (salvé, ò bravos!), uma “arma” imprescindível para todos aqueles que assumem a dissidência como o acto do Homem que, em dado momento, abandona o “rebanho” para pensar por si próprio.
(Subscrevo o 'grito', mas em relação ao livro, não posso pronunciar-me, ainda não li.)
Assumindo uma tomada de posição favorável à guerra do Iraque, desmontando os argumentos dirimidos contra o conflito, expondo naquele argumentário a sua natureza paradoxal, contraditória, e infundada, demonstram a paixão da má-fé (como estado de consciência) de que enferma, os autores defendem que TODOS os argumentos e sentimentos anti-americanos, (porque não há anti-bushismos), anti-globalização, anti-belicismos os mais diversos, são falhos de fundamentação real ou teórica, destituídos de qualquer pertinência (antes, profusamente regados de impertinências) no tocante às suas “propostas” (?) de resolução de conflitos que hoje dominam o cenário internacional.
“A ideia que alguém completamente estúpido possa ser Presidente dos EUA devia, com o devido respeito, conduzir directamente o cérebro no qual ela nasceu, a um exame atento das suas próprias limitações” é, nas palavras dos autores, parte da desmontagem da contestação que tão politicamente correcta se faz a George Bush, vista por aqueles como originada numa consciência disfuncional, um estado de espírito próximo da cegueira.
No seu diário de bordo, Cohn mostra-nos Israel de um modo, também ele, politicamente incorrecto perante as consciências disfuncionais que prevalecem nos debates (?) políticos que hoje se debruçam sobre factos como o 11-S, o fundamentalismo islâmico, o terrorismo, etc., mas oferece-nos uma visão do que é ser judeu hoje na única democracia existente no Médio Oriente. Danièle Cohn , segundo ela própria, “não pretende provar nada”, mas não deixa de referir que “Ir a Israel equivale, diga-se o que se disser, a inscrever-nos numa tradição que dá à emoção privada uma tonalidade comunitária, histórica ou universal. Pouco importa, não há dúvida, que seja ou não crente, mas, o que é mais importante, talvez também pouco importe que se seja ou não judeu. Ressoa a algo como uma memória milenar e dolorosa...”.
Enfim, tal como os autores “sabemo-nos certos de que vale a pena defender o modo de viver ocidental,...”, “E estamos quase certos de que esse modo de viver está ameaçado”.
Urge contrariar Broch. É imperioso, é imprescindível erradicarmos a indiferença das nossas consciências.
JPS»
Discordância em relação a:
«É hoje, mais que políticamente correcto “dizer mal” dos EUA, estar contra a guerra no Iraque, “denunciar” os falcões neoconservadores usurpadores dos tradicionais valores americanos, alinhar por um anti-americanismo que se mascara de anti-bushismo, quando um e o outro são a face da mesma moeda falsa., mas sobre isto falaremos noutra ocasião.»
Se é, ou não, politicamente correcto 'atacar' ou estar de acordo em relação à política externa da actual administração central norte-americana, é-me absolutamente irrelevante. Pessoalmente não me pauto pelo "politicamente correcto", embora politicamente correcto também passe por 'fechar o bico', bem.. então aí sou.
Os 'falcões', ai os falcões! São aves de rapina, sempre prontas a dar o 'bote'.. Não propriamente por serem neo-conservadores; também podiam ser outro qualquer tipo de 'neos' - absolutamente irrelevante a sua posição: esquerda, direita, ou 'assim-assim'! Não é relevante a ideologia, mas sim o núcleo de interesses.
Israel.. não agora.
Quanto à disfuncionalidade: absolutamente, cada vez se registam mais casos de disfunção intelectual e psicológica.
Bem, mas para 'rematar' de forma simpática:
Absolutamente de acordo em que é necessário 'acordar' as consciências, e auxiliar as pessoas a pensarem por si. Sem condicionamentos ou condicionantes; estejam ou não de acordo conosco, mas que, de forma coerente e consciente, concordem ou contradigam o Mundo/mundo.
Desta vez, o homem ultrapassou-se sobremaneira!
É assim mesmo!! Arrear neles!!
Há alguns pontos em que discordo, comentários a seguir à transcrição!!
Ei-la!:
«IMPASSES seguido de Coisas Vistas, Coisas Ouvidas
GIL, Fernando TUNHAS, Paulo COHN, Danièle
EUROPA - AMÉRICA, 2ª Edição, Novembro de 2003
Biblioteca das Ideias Nº: 19
Páginas: 272 Peso: 350 gr. Formato: 16x23 cm
ISBN: 9721052981
Coube-me, sabe-se lá bem porquê (talvez por uma solidariedade que teima em não aparecer sobretudo donde haveria de ter vindo faz muito), a responsabilidade transferida de escrever sobre o livro “Impasses, seguido de Coisas Vistas, Coisas Ouvidas” de Fernando Gil, Paulo Tunhas e Danièle Cohn.
Confesso que me está a dar um gozo extraordinário fazê-lo, porquanto os seus autores, sem cedências, nem complacências desmontam analiticamente fenómenos actuais que mais não são que as várias fases visíveis do niilismo intelectual hoje, infelizmente, prevalecente na Europa.
O gozo é quase supremo porque me fascinam aqueles empedernidos intelectuais de pacotilha, sobretudo os de uma certa esquerda esclerosada mentalmente mas que se aliam a certa direita envergonhada que ainda existe para mal de todos nós, que teima em não reconhecer aquilo que Hermann Broch, escritor austríaco, em plena alucinação nazi, dizia profeticamente: “o pior crime da Europa é a indiferença”.
Estamos perante, muito provavelmente, uma das melhores obras de filosofia política escritas recentemente neste Portugal pós-moderno que teimosamente quer ser contra o politicamente correcto, mas que o situacionismo prevalecente o não deixa descolar dessa viscosidade perversa.
Fascinam-me todos aqueles que proclamam vociferantes alertas contra o politicamente correcto, mas que quando é imperioso fazer face à indiferença paralisante vigente, alinham incondicionalmente contra o que pretendiam(será que queriam mesmo?) alertar.
É hoje, mais que políticamente correcto “dizer mal” dos EUA, estar contra a guerra no Iraque, “denunciar” os falcões neoconservadores usurpadores dos tradicionais valores americanos, alinhar por um anti-americanismo que se mascara de anti-bushismo, quando um e o outro são a face da mesma moeda falsa., mas sobre isto falaremos noutra ocasião.
Os Impasses de Fernando Gil e Paulo Tunhas centram-se no integrismo islâmico, no terrorismo, no anti-americanismo, no anti-semitismo galopante nesta caduca Europa, enquanto Danièle Cohn nos relata, lucidamente, em Coisas Vistas, Coisas Ouvidas, nostalgias e emoções sobre um país, Israel, não entendido muito por ser “simultaneamente um mundo muito velho(...) e um país pioneiro, moderno, novo”.
Esta obra fascinante editada pela Europa-América em Outubro de 2003 (1ª edição), é para muitos, uma obra provocativa, agressiva mesmo.
Mas a “Vida é uma luta, e eu gosto de luta”, in memoriam de António Champalimaud, e tal qual o recém falecido empresário, também eu gosto de luta, mas de uma luta construtiva, leal, aberta, que evite os ataques soezes, vis, cobardes, onde não impere o dizer mal mas o que está mal, que são coisas substantivamente diversas.
Os três filósofos autores da obra, para além de retirarem a filosofia da sua participação e expressão minimalista nacional, pensam a situação política, social e económica hodierna à luz de acontecimentos recentes, desafiando tabus “estabelecidos” por uma sacrossanta esquerda europeia e mesmo americana, consubstanciada, por exemplo, no intragável Noam Chomsky, pondo a nú a sua inquestionável má-fé diante das terríveis ameaças que sobre todos nós pairam.
Outro aspecto importante, senão central mesmo, em toda a obra, é que perpassa a denúncia da indiferença perante os ataques diariamente perpetrados contra a nossa herança civilizacional –judaico-cristã, greco-latina, não esquecendo a das Luzes, atentados feitos em nome dos relativismos éticos e dos multiculturalismos.
“Impasses, seguido de Coisas Vistas, Coisas Ouvidas”, é, claramente, um livro politicamente incorrecto (salvé, ò bravos!), uma “arma” imprescindível para todos aqueles que assumem a dissidência como o acto do Homem que, em dado momento, abandona o “rebanho” para pensar por si próprio.
(Subscrevo o 'grito', mas em relação ao livro, não posso pronunciar-me, ainda não li.)
Assumindo uma tomada de posição favorável à guerra do Iraque, desmontando os argumentos dirimidos contra o conflito, expondo naquele argumentário a sua natureza paradoxal, contraditória, e infundada, demonstram a paixão da má-fé (como estado de consciência) de que enferma, os autores defendem que TODOS os argumentos e sentimentos anti-americanos, (porque não há anti-bushismos), anti-globalização, anti-belicismos os mais diversos, são falhos de fundamentação real ou teórica, destituídos de qualquer pertinência (antes, profusamente regados de impertinências) no tocante às suas “propostas” (?) de resolução de conflitos que hoje dominam o cenário internacional.
“A ideia que alguém completamente estúpido possa ser Presidente dos EUA devia, com o devido respeito, conduzir directamente o cérebro no qual ela nasceu, a um exame atento das suas próprias limitações” é, nas palavras dos autores, parte da desmontagem da contestação que tão politicamente correcta se faz a George Bush, vista por aqueles como originada numa consciência disfuncional, um estado de espírito próximo da cegueira.
No seu diário de bordo, Cohn mostra-nos Israel de um modo, também ele, politicamente incorrecto perante as consciências disfuncionais que prevalecem nos debates (?) políticos que hoje se debruçam sobre factos como o 11-S, o fundamentalismo islâmico, o terrorismo, etc., mas oferece-nos uma visão do que é ser judeu hoje na única democracia existente no Médio Oriente. Danièle Cohn , segundo ela própria, “não pretende provar nada”, mas não deixa de referir que “Ir a Israel equivale, diga-se o que se disser, a inscrever-nos numa tradição que dá à emoção privada uma tonalidade comunitária, histórica ou universal. Pouco importa, não há dúvida, que seja ou não crente, mas, o que é mais importante, talvez também pouco importe que se seja ou não judeu. Ressoa a algo como uma memória milenar e dolorosa...”.
Enfim, tal como os autores “sabemo-nos certos de que vale a pena defender o modo de viver ocidental,...”, “E estamos quase certos de que esse modo de viver está ameaçado”.
Urge contrariar Broch. É imperioso, é imprescindível erradicarmos a indiferença das nossas consciências.
JPS»
Discordância em relação a:
«É hoje, mais que políticamente correcto “dizer mal” dos EUA, estar contra a guerra no Iraque, “denunciar” os falcões neoconservadores usurpadores dos tradicionais valores americanos, alinhar por um anti-americanismo que se mascara de anti-bushismo, quando um e o outro são a face da mesma moeda falsa., mas sobre isto falaremos noutra ocasião.»
Se é, ou não, politicamente correcto 'atacar' ou estar de acordo em relação à política externa da actual administração central norte-americana, é-me absolutamente irrelevante. Pessoalmente não me pauto pelo "politicamente correcto", embora politicamente correcto também passe por 'fechar o bico', bem.. então aí sou.
Os 'falcões', ai os falcões! São aves de rapina, sempre prontas a dar o 'bote'.. Não propriamente por serem neo-conservadores; também podiam ser outro qualquer tipo de 'neos' - absolutamente irrelevante a sua posição: esquerda, direita, ou 'assim-assim'! Não é relevante a ideologia, mas sim o núcleo de interesses.
Israel.. não agora.
Quanto à disfuncionalidade: absolutamente, cada vez se registam mais casos de disfunção intelectual e psicológica.
Bem, mas para 'rematar' de forma simpática:
Absolutamente de acordo em que é necessário 'acordar' as consciências, e auxiliar as pessoas a pensarem por si. Sem condicionamentos ou condicionantes; estejam ou não de acordo conosco, mas que, de forma coerente e consciente, concordem ou contradigam o Mundo/mundo.