sábado, março 31, 2007

Dance me ...



- Leonard Cohen

Conselho



A nau de um deles tinha-se perdido
No mar indefinido.
O segundo pediu licença ao Rei
De, na fé e na lei
Da descoberta, ir em procura
Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.

Tempo foi. Nem primeiro nem segundo
Volveu do fim profundo
Do mar ignoto à pátria por quem dera
O enigma que fizera.
Então o terceiro a El-Rei rogou
Licença de os buscar, e El-Rei negou.

Como a um cativo, o ouvem a passar
Os servos do solar.
E, quando o vêem, vêem a figura
Da febre e da amargura,
Com fixos olhos rasos de ânsia
Fitando a proibida azul distância.

Senhor, os dois irmãos do nosso Nome
— O Poder e o Renome —

Ambos se foram pelo mar da idade
À tua eternidade;
E com eles de nós se foi
O que faz a alma poder ser de herói.
Queremos ir buscá-los, desta vil
Nossa prisão servil:
É a busca de quem somos, na distância
De nós; e, em febre de ânsia,
A Deus as mãos alçamos.
Mas Deus não dá licença que partamos.


- Fernando Pessoa, Os Tempos - A Noite

Atentei ao conselho que aqui vos deixo:

TODOS, resolvei as coisas com educação e a bem da Nação, ou tereis TODOS uma enorme surpresa.
Está dito.

sexta-feira, março 30, 2007

Anima Mea



Ó minh'alma, ó minh'alma, ó meu Abrigo,
Meu sol e minha sombra peregrina,
Luz imortal que os mundos ilumina
Do velho Sonho, meu fiel Amigo!

Estrada ideal de São Tiago, antigo
Templo da minha fé casta e divina,
De onde é que vem toda esta mágoa fina
Que é, no entanto, consolo e que eu bendigo?

De onde é que vem tanta esperança vaga,
De onde vem tanto anseio que me alaga,
Tanta diluída e sempiterna mágoa?

Ah! de onde vem toda essa estranha essência
De tanta misteriosa Transcendência
Que estes olhos me deixam rasos de água?!


- Cruz e Sousa

quinta-feira, março 29, 2007

Governo nega derrapagem de 993 M na despesa em 2006



(Foi um problema de calculadora ...)

Segundo o jornal Público, o Estado gastou ao longo de 2006 mais 993 milhões de euros do que previra em Outubro e foi a revisão em alta das receitas das administrações públicas, na ordem de 2000 milhões de euros, que permitiram um défice de 3,9% no ano passado.

(...)

- Diário Digital / Lusa

Não estão a domar o monstro, estão isso sim, a entrar cada vez mais no bolso dos contribuintes.
Assim qualquer um pode domar o monstro.

Reforma consular do Governo



Oposição critica reforma consular do Governo no Parlamento

O PSD considerou hoje «revoltante» a reestruturação consular que está a ser feita pelo Governo, protesto a que se juntaram todas as bancadas da oposição.

«Os portugueses residentes fora de Portugal enviam hoje para o nosso país 6,7 milhões de euros por dia, sensivelmente o dobro que o Governo assumiu que vai poupar com o encerramento de 25 postos consulares», criticou o deputado do PSD José Cesário, eleito pelo círculo Fora da Europa.

Numa declaração política na Assembleia da República, o ex-secretário de Estado das Comunidades acusou o Governo de ter feito vingar o «quero, posso e mando» e de não ter consultado as comunidades portuguesas.

«Trata-se de um golpe decisivo na nossa rede externa», acusou o social-democrata.

Helena Pinto, deputada do Bloco de Esquerda, acusou igualmente o Governo de ter decidido esta reforma «não ouvindo nem as comunidades portuguesas nem a Assembleia da República».

«As novas rotas da imigração na Europa não foram consideradas quando se fez esta reestruturação consular», criticou a deputada.

Pelo CDS-PP, o deputado Hélder Amaral acusou também o executivo de não ter tido em conta os novos fluxos migratórios na elaboração desta reforma e questionou o papel dos consulados virtuais.

Já o PCP apelou ao Governo para que não ignore os protestos dos milhares de emigrantes portugueses, que se têm manifestado contra o encerramento de vários consulados.

Na resposta, a deputada socialista Maria Carrilho acusou o PSD de «populismo» e classificou a proposta do Governo de «reformista».

«A vantagem de estar no Governo é que se podem tomar medidas. O PS assume o seu carácter reformista também neste aspecto», defendeu.

A reestruturação consular foi aprovada a 15 de Março em Conselho de Ministros com o Governo a recuar em relação ao projecto apresentado em Dezembro do ano passado, decidindo encerrar 11 consulados e não os 17 inicialmente previstos.

- Diário Digital / Lusa

quarta-feira, março 28, 2007

À Queima-Roupa

Protejam o lince da Malcata, salvem os roazes do Sado, as baleias do oceano, mas não deixem extinguir o Dragão do Tejo.

Eis a Obra blog do Ilustre Dragão

Já no prelo, e à venda por alturas da Páscoa!
Ide até lá para obter maiores informações

Não foi Cervantes, Bocage, Shakespeare, e tantos e tantos outros incompreendidos no seu tempo?

"O mal que se vê é aguilhão para o bem que se deseja; e quanto mais duro, quanto mais agressivo, se bate em peito de aço, tanto mais valioso auxiliar num caminho de progresso; o querer se apura, a visão do futuro nos surge mais intensa a cada golpe novo; o contentamento e a mansa quietude são estufa para homens; por aí se habituam a ser escravos de outros homens, ou da cega natureza; e eu quero a terra povoada dos rijos corações que seguem os calmos pensamentos e a mais nada se curvam".

- Agostinho da Silva, Ir à Índia Sem Abandonar Portugal

A resposta à crise em Darfur



THE ANSWER TO DARFUR
How to Resolve the World’s Hottest War

(Documento em .pdf) Por John Prendergast, da International Crisis Group.

Porque ainda existe quem se importa.

Da Enough, uma Organização que se dedica à abolição do genocídio e das atrocidades em massa.

"After four years of failure, there are finally signs of a pulse within the international community," Prendergast said, "but this is just the beginning and no one single initiative will be sufficient for success." ...

Que título colocar a esta 'cena'?


Via 31 da Armada, em Tristes Tópicos.

Sem outros comentários

terça-feira, março 27, 2007

Ainda no rescaldo ...

... daquela espécie de qualquer coisa!!

Esquerda quer RTP no Parlamento por causa de Salazar (!!!)

Do Prof. Rosado Fernandes:

Interpretar a votação

É difícil compreender o espanto provocado pela votação obtida, num concurso dos Dez Maiores Portugueses de Sempre, pela figura de Salazar.
Os mais de 41% surpreendem-nos de facto.
Pensando com um mínimo de racionalidade, teremos de nos perguntar se esse grupo de votantes era constituído unicamente por velhos "salazaristas". Todos sabemos que não.
Muitos nunca o foram, antes pelo contrário, o que ainda torna o caso de relevância política mais melindrosa.
A grande maioria quis exprimir o seu protesto e o medo pelo futuro que a espera. Depara-se-lhe o espectáculo da corrupção permanente, sem que se queira um sistema de Justiça que julgue os infractores.
No sector da economia, sucedem-se as falências, a fuga das empresas para outros países, sem que, perante o desemprego, se dê importância ao ensino profissional ou à nossa agricultura, que é acusada exclusivamente dos subsídios que recebe, enquanto as comissões dos grandes negócios se escondem.
Sabe-se que o aparente bem-estar instalado provém do endividamento das famílias e da dívida externa. A maioria, portanto, sente-se insegura, sem instrução, e pensa: "Já lá vão 33 anos"

É o preço da liberdade, dizem-lhe. Mas ela não acredita que leve tanto tempo e por isso votam muitos dos seus cidadãos como votaram. Mal! É certo. Mas é admissível também que protestem por querer que alguma confiança na vida lhes seja proporcionada.

(Defensor do Marquês de Pombal no concurso da RTP)

- DN

segunda-feira, março 26, 2007

Uma espécie de qualquer coisa ...

Foi giro ...!
Ontem. Aquela espécie de reality show!
Pelo menos foi o que a apresentadora tratou de, a correr, ou melhor com a máxima celeridade, explicar!!

«Não se esqueçam que isto é um programa de entretenimento. Um concurso televisivo.»

Traduzimos (a conversa da apresentadora):

Pátáti pátátá! Estamos lixados!!
Aquele que nem sequer queríamos meter, venceu!!
Querem lá ver que isto é uma onda de saudosismo?!!

Quando os resultados não são os pretendidos, tratam tão somente de encher chouriços!

Quanto aos resultados, o Prof. Rosado Fernandes teve razão.
O pessoal, os muitos milhares de anónimos, resolveram dar uma valente bordoada nos queques instalados.
Nem se reveêm na pseudo democracia existente, na tal da evolução.
No estado das coisas.
No descambar da vida quotidiana.
Assim como também não perdoam o esquecimento de uma figura que, ao invés de andar por aí, esteve aí durante 50 anos. 50 anos! Não é pouca coisa não.

Grandes Portugueses foram todas as figuras públicas e anónimas que nos precederam, todos eles Grandes Portugueses.
Bem ou mal, foi isso mesmo que nos permitiu chegar ao momento onde hoje nos encontramos.
Aqueles que aguentaram este cantinho, com as suas especificidades; esta gesta que vai dos Grandes Descobridores aos maiores dos renegados - há de tudo para todos os gostos!


Brites de Almeida aka Padeira de Aljubarrota

4 anos é obra!

Parabéns ao J. Carvalho Fernandes e o seu Fumaças por 4 anos bem passados na blogosfera!

É obra sim Sr.!

Um presentinho



Num país de beberrões
Em que reina o velho Baco
Se nos tiram os canjirões
Ficamos feitos num caco.

E querem os deputados
Com um ar de beatério
Que fiquemos desmamados
Quais anjos num baptistério.

Se o verde e o tinto são
As cores da nossa bandeira,
Ai, lá se vai a nação
Se acabar a bebedeira.

De abstémia não se faça
A lex neste plenário
Que o direito à vinhaça
Esse é consuetudinário.


- Natália Correia

sexta-feira, março 23, 2007

300

Cosa Nostra



Os mafiosos também são democráticos!!

Ai não são?

Então vejam esta!!

O quarentão que gosta de Play Station contra o duro 'Piccolo' de Corleone

A Sharia impera sobre a Lei Alemã!!



A Cortina de Ferro deu lugar à Máscara de Ferro!

O ponto a que chegou a Magistratura Judicial Alemã ao negar provimento de divórcio a uma alemã de origem marroquina alegando que o Coirão permite a violência doméstica do marido (agressor) sobre a mulher (vítima de agressão).

Considerando que os factos (violência doméstica) que levaram ao pedido de divórcio tiveram lugar em território alemão, só se pode concluir que o Coirão impera sobre a Lei Alemã.

Juíza alemã nega divórcio com base no Alcorão

Em Maio de 2006, uma alemã de origem marroquina apresentou queixa num tribunal de Frankfurt contra o marido por violência doméstica. Mas como, cinco anos antes, casara segundo a lei islâmica, uma juíza alemã decidiu não lhe conceder o divórcio alegando que o Alcorão permite esse comportamento.

(...)

- DN

quinta-feira, março 22, 2007

She'll be watching over you

Para a minha Amiga I..



Someday I want… my very own wings
Where I can soar towards the heavens above
Finding all the joy and happiness
That I’ve held in all my prayers and dreams

Sometimes I wonder what it feels like…
To be so totally free
To take flight towards that happiness
With the sweetest wind beneath your wings

Someday I'll hold my loved ones
Whose names were called before my own
And there I'll see their joyous faces
Because they know… I’m coming Home

I want to be able to look down… someday
As angels gather around… to sing
Gazing upon the world…
I used to know
And there I’ll blow gentle kisses
Within the winds kindest touch
Upon those… I've cherished and loved so very much

To somehow let their hearts know…
I did not truly leave
And that everything promised here…
Is so beautiful to see

As my loved ones have done before me...
I shall also do
I’ll be up here patiently waiting…
Watching over you


- Brenda Conley

quarta-feira, março 21, 2007

Eis a Primavera!

Inicia-se hoje o Equinócio da Primavera!



A natureza festeja o momento!

Sabedoria

Gostava de saber dizer-te como se vem de longe
num pincel de rembrandt desde os lugares do junco
ou da selva ou da água ou só do norte e da neve

e nos sentamos aqui sob o azul dos plátanos: um
murmúrio incessante do mover das aves

suave é esta a sabedoria
conhecer os instantes gomo a gomo como um fruto
ainda verde a querer despontar iluminar-se e colhê-lo
breve nos nossos dedos inteiro

e sob a nossa voz a nossa boca o nosso olhar
não estar nenhum rumor nenhum silêncio nenhum gesto


- Francisco José Viegas, em Fascínio da monotonia

O que o Governo escondeu

Em 1994, documento da ANA considerou o Montijo a melhor localização para o novo aeroporto. E a Ota a pior. Trabalho não foi divulgado pelo actual Executivo. E nunca ficou clara a exclusão do Montijo.

(Ver também: Montijo mais «barato» que a Ota)

A Ota é apontada como uma localização «limitada», «com problemas» e «cara», pelo menos, desde 1994. Nesse ano, um estudo da ANA - Aeroportos e Navegação Aérea - considerou-a a «pior opção», entre quatro hipóteses analisadas: duas no Montijo (A e B), uma no Rio Frio e, finalmente, uma na Ota.

O estudo nunca chegou a ver a luz do dia, pelo menos no que concerne ao material divulgado pelo Governo: nem nos CD, que Sócrates mostrou na Assembleia da República, em 2005, nem no site da NAER (Empresa responsável pela realização dos estudos do Novo Aeroporto de Lisboa).

Mas o PortugalDiário conta-lhe tudo sobre o estudo que considera que o Montijo é a melhor localização para o aeroporto. E a Ota é a pior de todas as opções.

O documento «Estudos de Localização» realizado pela Direcção de Estudos Aeroportuários, da ANA, em Agosto de 1994, defendeu que conjugando todos os aspectos se permitia «concluir com clareza pela vantagem da localização do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) na hipótese definida como Montijo B», lê-se no documento a que o PortugalDiário teve acesso.

Conclusão do relatório

Na apreciação final, os técnicos que realizaram o documento afirmam que «após apreciação dos vários estudos efectuados permite-se concluir que nenhuma das localizações é inviável». No entanto, «a conjugação de todos os aspectos permitem concluir com clareza pela vantagem da localização do NAL na hipótese definida como Montijo B». Seguida do Montijo A, Rio Frio e Ota.

Os vários elementos analisados foram: «aspecto operacional, perspectiva da engenharia, aspecto ambiental, perspectiva de acessibilidades, esforço financeiro e operação simultânea com Portela». O PortugalDiário deixa-lhe aqui algumas conclusões expressas no documento.

Aspecto operacional

Quanto à segurança das operações devido ao risco de «colisão com obstáculos» não foram identificados grandes problemas nas localizações, no entanto, «devido à orografia a Ota é a única que se aproxima do limite mínimo admissível, tendo que ser removidas várias linhas de alta tensão e existindo penetrações na superfície de aproximação, constituídas pelo Monte Gordo e Tapada».

«Avaliada a hipótese de acidente na aproximação ou descolagem e hipotéticas consequências quer para passageiros quer para habitantes no enfiamento das pistas, Rio Frio é o que apresenta menor risco» a curto prazo. Seguido pelo Montijo B, Montijo A e Ota. Numa visão a «médio e logo prazo, a zona do Montijo será melhor pelas limitações de construção na envolvente».

Quanto à colisão com aves, devido ao sobrevoo da Reserva natural do Estuário de Tejo, o Montijo surge como a pior localização e a Ota como a melhor. No entanto, os técnicos ressalvaram que «na Portela, os procedimentos de aproximação e descolagem também implicam o sobrevoo do estuário e o cruzamento com rotas de migração de aves. E entre 1986 e 1993, em 516 mil movimentos, registaram-se apenas 36 incidentes».

Perspectiva da engenharia

No relatório lê-se que quanto à topografia «os volumes de terra a movimentar na Ota são extraordinariamente elevados, 15 vezes superiores ao necessário em Rio Frio e 19 vezes relativamente ao Montijo B».

Em relação «a áreas de reserva» para expansão do aeroporto «Rio Frio é a melhor escolha, já que a Ota está condicionada pelas condições topográficas e pela proliferação de obstáculos artificiais, enquanto o Montijo tem os limites da península».

Saiba a diferença de custos e leia em sguida «Montijo mais barato que a Ota»

- Portugal Diário

Socialistas pedem reflexão sobre o aeroporto na Ota

Já é um começo.
Afinal não é bem assim!! Trata-se apenas de uma estratégia para atenuar os efeitos colaterais!!


As dúvidas sobre a localização do futuro aeroporto de Lisboa na Ota alargam-se já a algumas das mais influentes personalidades do Partido Socialista.

(...)

- JN

O mapa português da Austrália



Este mapa marítimo do século XVI da costa Este da Austrália, pertencente a uma biblioteca de Los Angeles, prova, segundo um livro recentemente publicado, que os portugueses foram os primeiros europeus a descobrir aquele país...

Foto: Reuters
Not.: Público

terça-feira, março 20, 2007

Alto e pára o baile!



Parece que há "gente demasiado interessada" neste Blog!

Alguma razão em concreto?

Se é interesse em publicação, é favor saber que existem direitos de Autor.
...

segunda-feira, março 19, 2007

Adivinha



Quem é quem é, que ao invés de elaborar Actas de reuniões institucionais, contrata empresas para gravar em áudio e vídeo reuniões confidenciais?

A costureira



A história do ceguinho (mp3)
- César Prata

[Carolina]O meu amor é tão lindo
Ai ó ai la ri ló lé la
Como a rosa quando abre
Ai ó ai la ri ló lô

[António]Onde vais ó Carolina? Espera aí que eu também vou

[Carolina]Vou à horta a colher couves que a minha avó me mandou

(Musicól)

[Carolina]Antoninho, cravo roxo
não entres no meu quintal
vem o dono, dá-te um tiro
que te pode fazer mal

[Coro]Ao portal do seu quintal
deitou-lhe o braço por cima

[António]- tu andas pra te casar
não mo negues Carolina

(Musicól)

[António]Toma lá esta facada
vai dizê-lo a tei irmão
e vai-lhe sempre dizendo
que ta dei no coração

[Coro]Deitou-lhe o lenço por baixo
Para o sangue não correr
deitou-lhe as faces abaixo
pra ninguém a conhecer

(Musicól)

[Coro]A pobre da Intelvina
Ai ó ai la ri ló lé la
Chora que mete terror
Ai ó ai la ri ló lô

Mataram-lhe a sua filha
Ai ó ai la ri ló lé la
Por causa do seu amor
Ai ó ai la ri ló lô

(coro: 4 vozes selvagens, tipo tragédia grega.)

- Música popular portuguesa

sábado, março 17, 2007

Lisboa à noite

Era parecido com este!

Rodrigo :)



No entanto, a posta era mais 'alta', e estava muito saboroso!

quinta-feira, março 15, 2007

Lisboa, em detalhe

quarta-feira, março 14, 2007

Party of Defeat

- AEI's weird celebration.
(American Enterprise Institute - AEI)

The term neoconservative has many meanings, including "former liberal" and "Jewish conservative."
In recent years, however, it has taken on clearer definition as a philosophy of aggressive unilateralism and the effort to impose democratic ideas, especially in the Arab world.
The neoconservatives are also a distinct group in and around the Bush administration, which includes Paul Wolfowitz, the former deputy secretary of defense, and Scooter Libby, the former aide to the vice president who was convicted last week on multiple counts of perjury. These men pushed for the invasion of Iraq and remain identified with hard-line positions on Iran, Syria, and North Korea.

Outside of the administration, the chief fulcrum of neoconservatism is the American Enterprise Institute, a Washington think tank.
The day after the Libby verdict, AEI held its annual black-tie gala at the Washington Hilton, and for some reason, they invited me. I did not go expecting contrition, but under the circumstances, it seemed possible that self-examination might be featured on the menu. Once a lazy pasture for moderate Republicans hurtled into the private sector by Gerald Ford's 1976 defeat, AEI took a right turn during the Reagan years and emerged under George W. Bush as a kind of Cheney-family think tank.

(Continua)

- Slate, Jacob Weisberg

And now ...

... for something different!



Tarte de Morangos

Ingredientes:

250 g de farinha
100 g de manteiga
25 g de açúcar
2 gemas de ovo

Para o recheio:

400 g de morangos
3 colheres (sopa) de açúcar
2 claras

Preparação:

Junta-se o açúcar com a manteiga, as gemas e a farinha, até ficar uma massa consistente.
Unta-se uma tarteira, forra-se com a massa e vai ao forno. Quando estiver pronta deita-se o recheio e volta ao forno para acabar de cozer e tostar o creme.

Preparação do recheio:

Tiram-se os pés aos morangos e lavam-se os morangos.
Batem-se as claras em castelo, bem firmes (para crescerem mais junte um pouco de sal fino).
Junta-se o açúcar e, por fim, mistura-se os morangos cortados.

Antes de servir, coloque chantilly (com baunilha) numa taça para quem quiser servir-se.

Bom apetite!

terça-feira, março 13, 2007

E agora ...

... a palavra a Alberto João!!

O estado da Nação

No dia em que completava dois anos de Governo, o Partido Socialista na Assembleia da República, corado de vergonha pela situação a que trouxe Portugal, habilmente camuflou a efeméride.
Em vez de prestar contas ao Povo português, optou por uma diatribe malcriada — depois, sou eu... — contra a minha pobre pessoa, (...), mesmo com os avisos sobre o resvalar do País, feitos ao longo de todo este tempo.
Ensinaram-me a retribuir as atenções recebidas.
(...)

- Jornal da Madeira

As «mentiras dos bufos socialistas»



Jardim vai combater «mentiras dos bufos socialistas»

O PSD-Madeira, num comunicado assinado pelo seu presidente, Alberto João Jardim, declara hoje não temer «as leis policiais do Estado português, a própria República Portuguesa» e diz estar determinado a «combater a mentira» veiculada pelos «bufos socialistas».


Esta declaração da comissão política do PSD-M surge numa reacção à manchete do Diário de Notícias insular que destaca que o PS-M vai apresentar queixa-crime, junto do Ministério Público, pelo facto do Governo Regional ter usado espaços publicitários pagos para responder às mensagens dos cartazes gigantes afixados pelos socialistas nesta fase de pré-campanha.

(...)

- DD

A palavra ...



Todos sabem quão louvável é um príncipe ser fiel à sua palavra e proceder com integridade e não com astúcia; contudo, a experiência mostra que só nos nossos tempos fizeram grandes coisas aqueles príncipes que tiveram em pouca conta as promessas feitas e que, com astúcia, souberam transtornar as cabeças dos homens; e por fim superaram os que se fundaram na sua lealdade.

Deve saber-se que há dois modos de vencer um com as leis, outro com a força: o primeiro é próprio dos homens, o segundo dos animais; mas porque muitas vezes o primeiro não basta, convém recorrer ao segundo. Portanto é necessário a um príncipe que seja ao mesmo tempo homem e animal. Os antigos escritores ensinaram encobertamente isto mesmo aos príncipes, escrevendo que Aquiles e muitos outros príncipes antigos foram dados a educar a Quíron centauro para que os guardasse sob a sua disciplina. E ter por preceptor um ser, meio animal, meio homem, outra coisa não significa senão que um príncipe deve saber usar duma e doutra natureza e que uma sem a outra não é durável.

Achando-se, portanto, um príncipe na necessidade de saber proceder como animal, deve escolher a raposa e o leão, porque o leão não sabe defender-se dos laços, nem a raposa dos lobos. E preciso, portanto, ser raposa para conhecer os laços e leão para espantar os lobos. Os que tomam simplesmente a parte de leão não entendem palavra. Não pode, nem deve, portanto, um homem prudente guardar a palavra dada, quando o seu cumprimento se volte contra ele e quando já não existem as causas que o fizeram prometer. Não seria bom este preceito se todos os homens fossem bons; mas como são maus e em igual caso eles não cumpririam contigo, tu também não deves cumprir com eles. Nem nunca faltaram a um príncipe razões para colorir a sua falta à palavra. Disto se poderiam dar infinitos exemplos modernos e mostrar quantas pazes, quantas promessas ficaram írritas e nulas pela falta de palavra dos príncipes; aquele que melhor soube proceder como a raposa, melhor se houve. Mas é necessário saber bem colorir esta natureza e ser grande simulador e dissimulador: os homens são tão simples e obedecem tanto às necessidades presentes que quem engana achará sempre quem se deixe enganar.

Não posso resistir a contar um exemplo dentre os recentes. Alexandre VI não fez outra coisa nem pensou noutra coisa que não fosse enganar os homens e sempre encontrou objecto para poder fazê-lo; nem nunca existiu homem que afirmasse com maior eficácia e assegurasse uma coisa com mais juramentos e que menos a observasse; contudo os enganos saíram-lhe sempre ad votum, porque conhecia bem a arte de enganar.

Por conseguinte, não é necessário que um príncipe possua todas as qualidades mencionadas, mas convém que aparente tê-las. Atrever-me-ei a dizer antes que, tê-las e observá-las sempre, é prejudicial e que aparentar tê-las é útil: como parecer piedoso, fiel, humano, íntegro, religioso, etc., mas ter sempre o ânimo preparado para, na altura que convenha, tu poderes e saberes fazer o contrário.

Deve ter-se presente que um príncipe, e sobretudo um príncipe novo, não pode observar todas aquelas coisas pelas quais os homens têm fama de bons, tendo mesmo necessidade, para manter o Estado, de proceder contra a fé, contra a caridade, contra a humanidade, contra a religião. E preciso mesmo que tenha o ânimo disposto a mudar segundo o que lhe mandem os ventos e as variações da fortuna e, como acima disse, não se separar do bem podendo fazê-lo, mas saber entrar no mal se for necessário.

Deve ainda um príncipe ter grande cuidado em que não lhe saia da boca uma só coisa que não esteja cheia das cinco qualidades atrás ditas e que ao verem-no e ao ouvirem-no pareça todo piedade, todo fé, todo integridade, todo religião. E não há coisa mais necessária de aparentar que esta última qualidade. E que os homens universalmente julgam mais pelos olhos que pelas mãos, pois que a todos é dado ver, mas a poucos sentir. Todos vêem aquilo que tu pareces, poucos sentem o que és, e estes poucos não se atrevem a opor-se à opinião dos muitos que têm a majestade do Estado que os defenda; e nas acções de todos os homens e principalmente nas dos príncipes, das quais não se pode recorrer, se atende ao fim. Faça, pois um príncipe por vencer e por manter o seu Estado; os meios serão sempre julgados honrosos e de todos louvados. Porque o vulgo deixa-se sempre levar pela aparência e o sucesso das coisas; e no mundo não há senão vulgo e os poucos só têm lugar quando os muitos não têm em que apoiar-se. Há presentemente um príncipe, que não quero nomear (Fernando, o católico, rei de Aragão), que só prega paz e boa fé e é inimicíssimo duma e doutra; e se fôsse a observar uma e outra, muitas vezes lhe teria prejudicado a reputação ou o Estado.

- Nicolau Maquiavel, O Príncipe - O Modo pelo qual os Princípes devem cumprir a sua palavra

segunda-feira, março 12, 2007

Eles inter-congratulam-se ...

... e auto-congratulam-se.

O 1º ano do PR.

O 2º ano do (des)Governo.

Palmadinhas nas costas:

- "Você foi muito bom!"
- "Não, você é que foi!"
- "Não, não, você é que foi!"
- "Oh, nem pensar você é que foi!"
...



A palhaçada continua:

Promessas incumpridas.
Propaganda pura e dura.
Fartança em vilanagem.
Tachos, tachitos e tachetas.
Coça-me as costas, que eu coço-te as tuas.
Arrogância.
Prepotência.
Autismo.
Absolutismo.

Quando cairá a máscara a tanta incapacidade?

«Excellentissimo Estado e meu amigo.--Ha cincoenta annos que para aqui me acho, tendo pago sempre a v. ex.'a quantia que combinámos quando v. ex.'a fez comigo o contracto de eu lhe mandar o imposto para Lisboa e de v. ex.'a me mandar para aqui a civilisação. Até á data d'esta nada recebi.

Os deputados que para ahi tenho expedido á custa de muita intriga, de muito dinheiro, de muito copo de vinho e de bastantes bordoadas distribuidas com as listas á bocca da urna, nada remetteram para cá senão discursos cheios de exclamações e de erros de grammatica. Graças aos effeitos de quarenta annos de eloquencia sobre os trabalhos da terra e sobre as obras do rio, este cresceu repentinamente com as ultimas chuvas, invadiu-me a casa e levou-me tudo: moveis, roupas, generos, ferramentas.

Acho-me na derradeira miseria.

Antigamente, antes do contrato que v. ex.'a fez comigo e a que já alludi, o dinheiro que eu ganhava, em vez de o mandar para Lisboa, entregava-o aqui assim ao morgado, ao capitão-mór, e ao convento. Mas o morgado e o capitão-mór, se por um lado me arrancavam a pelle como v. ex.'a hoje faz, por outro lado eram meus amigos. Eram meus compadres, padrinhos dos meus filhos; davam-lhes as brôas e as amendoas pelas festas do anno, esperavam pelas rendas, punham os varapaus argolados dos seus moços e os d'elles proprios ao serviço da nossa causa, quebravam todos os ossos do corpo aos corregedores, aos alcaides, aos portageiros e aos almotacés, quando estes se faziam finos, matavam-nos de quando em quando a creação ou davam-nos chicotadas quando estavam bebados, mas em seu juizo eram bons homens e tinham sempre as portas e os braços abertos para nos acudirem, para nos protegerem e para nos ajudarem. Os frades resavam,--o que, se não nos fazia bem, tambem nos não fazia mal; e esta é a differença que distingue os frades dos seus successores, os deputados: o frade resava, os deputados intrigam. Além d'isso, os frades, se diziam asneiras, diziam as pelo menos em latim, o que sempre acho que lhes custaria mais do que dizel-as em portuguez rasteiro e agallegado como me dizem que os deputados fazem. Finalmente os frades, se de ordinario viviam á nossa custa, tambem nas occasiões de crise nos permittiam viver á custa d'elles, e o caldo da portaria era uma restituição.

Quem até hoje não tem restituido a importancia de um vintem nem em dinheiro, nem em caldo, nem em presentes, nem em favores de nenhuma especie é v. ex.'a, meu nobre e illustre senhor.

Tudo quanto tenho pago a v. ex.'a a titulo de imposto, v. ex.'a o tem gasto na verba recreios: exercito com as suas revistas e as suas paradas; corpo diplomatico; côrte; gratificações aos doze homens que representam o governo trotando sobre as pilecas de uns atraz das tipoias dos outros; governadores civis e secretarios geraes; desembargadores para Gôa e juizes para os Açores; repartições publicas; arsenaes; imprensa nacional; fabrica das cordas; etc.

Portanto, achando-me eu hoje sem real em consequencia de uma desgraça de que v. ex.'a tem a principal culpa, quer-me parecer que não serei desarrazoado pedindo-lhe o favor de me abonar para as minhas necessidades mais urgentes uma pequenissima parte das sommas com que eu ha cincoenta annos tenho estado a custear uma galhofa para a qual nem sequer ao menos me teem convidado,

D'este que é

De v. ex.'a

Humilde subdito e servo

- O Inundado.»

- As Farpas

domingo, março 11, 2007

Hearings mark tougher oversight of war contracts

Executives from government contractors in Iraq and Afghanistan, including KBR and Compass of the UK, face a rocky ride in Washington this week as Henry Waxman, new chairman of the House of Representative's chief investigative committee, begins hearings on allegations of "waste, fraud and abuse".

The hearings, which open tomorrow, are expected to mark the beginning of a new phase in which contracting practices are subject to tougher oversight.

Mr Waxman has been a dogged critic of the Bush administration's handling of billions of dollars of UStaxpayers' money in Iraq reconstruction contracts.

The committee has called on the chief executives of Blackwater, a security contractor, KBR, a subsidiary of Halliburton, and Compass, food services group, among others, to answer questions.

(Continua)

- Finantial Times

Halliburton faces scrutiny over security

The US military is weighing up whether to force Halliburton to pay back what could amount to tens of millions of dollars in fees it charged the army to pay for private security subcontractors in Iraq.

Tina Ballard, deputy assistant secretary of the army, said it was investigating allegations that Halliburton violated the terms of its $16bn (£8bn, €12bn) logistics contract in Iraq, known as Logcap, by knowingly or unknowingly paying for private security subcontractors, and that the army would consider taking steps to recoup those funds.

Continua

- Finantial Times

11 de Março

sexta-feira, março 09, 2007

Paráfrase



Renunciemos, minha alma, a esse mundo terreno:
Vã sua luz, seus dons, fingido mar sereno,
Mas sempre encapelado, ao mínimo soprar;
Deixemos o ouropel, não lhe demos guarida:
Foi Deus quem deu a vida,
A Ele cumpre amar.

Em vão, para servir coitadas ambições,
De príncipes e reis, vivemos nas mansões,
Inclinando a cerviz, sofrendo insulto atroz;
E é nada o seu poder: humanos são apenas,
Curtindo as mesmas penas,
Morrendo como nós.

Chegando a vida ao fim, transforma-se em poeira
Essa grandeza toda, esplêndida, altaneira,
Cujo brilho soberbo assombra a multidão;
E nesses mausoléus, onde homens orgulhosos
Continuam vaidosos,
Come-os a podridão.

E lá não têm mais vez monarcas, potentados,
Os árbitros da paz ou célebres soldados:
Se lhes falta o poder, não têm adulador;
Com o grande sofrerá idêntica ruína,
O que, por sua sina,
Só era servidor.


- François Malherbe, Paráfrase do Salmo CXLV

Canção do Silêncio



Ouvindo o silêncio das coisas remotas,
Distingo legendas que os outros não
lêem...
Vislumbro paisagens confusas, remotas,
- Silhuetas de imagens que muitos não
vêem!...

Desvendo os mistérios da selva distante,
Aonde costuma rugir o leão...
- Arroios cantando, num som murmurante,
Anharas perdidas p'ra além do sertão...

Capim verdejante nas humidas chanas,
Lençol de esmeralda que o sol vai
corando...
Matizes da selva, luar das savanas,
Mabecos fugindo, pacaças pastando...

Silêncio das noites sombrias, caladas,
Segredos da selva, murmúrios da aragem...
-Holongos ligeiros, fugindo, em manadas,
Regatos correndo por entre a folhagem...

Latidos de hienas em torno dos quimbos,
Já dentro da noite, se a fome as aperta;
Quimbundas alegres, sachando os arimbos
Depois que o som cavo do goma as desperta

Chingufos ao longe - rufar permanente -
Chamando ao batuque de intensa folgança...

E os pretos, gingando pra trás e pra
frente,
Agitam as ancas na febre da dança!...

E a lua, do alto - qual "hostia boiante" -

Envolve o cenário num manto sidério...
- Canção do silêncio da selva distante,
Bem poucos entendem teu som de mistério!
...


- M. Correia da Silva, Cantares de Angola

Piada grosseira

Recenseamento militar obrigatório para as mulheres

O Governo decidiu estender às mulheres o carácter obrigatório do recenseamento militar a partir deste ano, anunciou ontem o ministro da Defesa.

"Está na hora de acabar com essa discriminação" relativamente aos homens, afirmou Nuno Severiano Teixeira, no final do almoço com que as Forças Armadas assinalaram, na messe de oficiais de Caxias, Lisboa, o Dia Internacional da Mulher.

O fim do serviço militar obrigatório, em 2004, e a criação do chamado Dia da Defesa Nacional - em que estão obrigados a participar todos os jovens recenseados - mantiveram o carácter obrigatório do recenseamento para os homens e tornaram voluntário o das mulheres.

Severiano Teixeira adiantou haver outras mudanças nesse processo, que até aqui obrigava os rapazes aos 18 anos a inscrever-se nas autarquias ("dar o nome") para que as Forças Armadas conhecessem em permanência o universo potencial de homens a chamar em caso de mobilização para as fileiras em caso de guerra.

Assim, e no âmbito do chamado Simplex (modernização administrativa), irão acabar as deslocações dos jovens às câmaras municipais: o processo passa a ser feito via Internet, com o Ministério da Justiça a transferir automaticamente para o Ministério da Defesa os dados relativos a todos os cidadãos no momento em que façam 18 anos. Numa segunda fase será feita a revisão da Lei do Serviço Militar para aí incluir a referida obrigatoriedade do recenseamento para as mulheres.

O governante participou na cerimónia da messe de Caxias somente no final do almoço. Um evento paradoxal: a política vigente na instituição castrense é de afirmação sistemática, pelas chefias, de que não há mulheres nas Forças Armadas, apenas militares. Isso ficou, aliás, expresso nas palavras com que o general Mendonça da Luz, director do Serviço de Pessoal, fez o brinde final ao Dia da Mulher: "Às militares [dos três ramos] que circunstancialmente são mulheres."

- DN

quinta-feira, março 08, 2007

Dia Internacional da Mulher



Uma homenagem a mim, e a todas as outras Mulheres do Planeta.

Não quero cantar amores,
Amores são passos perdidos,
São frios raios solares,
Verdes garras dos sentidos.

São cavalos corredores
Com asas de ferro e chumbo,
Caídos nas águas fundas,
não quero cantar amores.

Paraísos proibidos,
Contentamentos injustos,
Feliz adversidade,
Amores são passos perdidos.

São demências dos olhares,
Alegre festa de pranto,
São furor obediente,
São frios raios solares.

Da má sorte defendidos
Os homens de bom juízo
Têm nas mãos prodigiosas
Verdes garras dos sentidos.

Não quero cantar amores
Nem falar dos seus motivos.


- Agustina Bessa-Luís, Garras dos sentidos

Directas

A estima, a consideração e a amizade são elementos preciosos que atravessam a vida, e que devem ser preservados (pelo menos por mim são-no) independentemente de quaisquer divergências de posição.

Este entróito vem no sentido de afirmar que a minha posição pessoal relativamente à situação e rumo do meu Partido, pode colidir e colide com pessoas a quem eu tenho elevada estima e consideração, e que, não é pela divergência das nossas posições que essa mesma sairá diminuida.

Não tenho por hábito falar de questões internas do Partido do qual sou militante, mas dada a crescente confusão de termos, há que clarificar.
Isto dito, reporto-me àquilo que eu espero que suceda em termos normativos no presente/futuro da liderança, e orgãos nacionais, do Partido.

Sempre fui defensora deste tipo de sufrágio directo, exercido pelas bases, para a presidência e liderança do Partido.
Não aceito o apódoto de esquerda. É um exercício salutar e democrático das estruturas partidárias.

Quando em 2005 Ribeiro e Castro foi eleito em Congresso Extraodinário, eu fiz parte da posição contrária, e continuei a defender uma posição contrária (não é surpresa para ninguém.).

Foi estabelecido um precedente, quando Ribeiro e Castro pediu eleições directas imediatamente a ter sido eleito Presidente do Partido.

Não fez qualquer sentido 3 meses depois um presidente eleito em Congresso voltar a ser eleito em directas. Nesse sentido as directas não fizeram qualquer sentido. Para além das vicissitudes que acorreram ...

No momento actual:

Paulo Portas comunicou a sua disponibilidade para concorrer à liderança e presidência do Partido, tendo no mesmo momento requerido que fossem feitas directas para apurar que candidato seria o escolhido pelo militantes do Partido.

O Conselho Nacional do Partido, eleito no Congresso Extraodinário da Batalha em Maio de 2006, foi mandatado pelos congressistas para estatuírem a norma das directas para eleição do presidente e líder do Partido. Diga-se de passagem que foi uma votação efectuada muito vespertinamente ...
O Conselho Nacional desde Maio de 2006 nada fez nesse sentido.
Porquê?
Digam-no vocês, que têm a maioria com as inerências.

Está estabelecido um precedente, e deve ser esse precedente a ser assumido e aceite como válido, e o voto do Congresso de 2006 respeitado sob pena de ser incumprido - isso sim seria, de facto, uma ilegalidade.

Acima de tudo, haja elegância.
Porque, independentemente de directas ou congresso extraordinário, o resultado final será apenas um.

Revista Sábado

Recomenda-se a revista Sábado

Ah, a propósito: parabéns (gostei particularmente das últimas linhas ...)

quarta-feira, março 07, 2007

E o Engº Sousa Veloso?

Aquilo é que era programa do melhor :))

O que eu gramava da TV Rural!! Sério
Era pequenita, e ficava vidrada a ver o Engº a falar de hortaliças e afins!

Nunca mais conseguiram fazer um programa sobre agricultura, tão interessante, como aquele!

Parabéns RTP!

50 Anos


É obra! E Obra da grande!!

Muitos parabéns, e um grande obrigada por terem preenchido o imaginário da minha infância: bem hajam!



Ouçam
Ouçam
E o vento mudou
Ela não voltou
As aves partiram
As folhas caíram

Ela quis viver
E o mundo correr
Prometeu voltar
Se o vento mudar

E o vento mudou
E ela não voltou
Sei que ela mentiu
P'ra sempre fugiu
Vento por favor
Traz-me o seu amor
Vê que eu vou morrer
Sem não mais a ter

Nuvens tenham dó
Que eu estou tão só
Batam-lhe à janela
Chorem sobre ela
E as nuvens choraram
E quando voltaram
Soube que mentira
P'ra sempre fugira
Nuvens por favor
Cubram minha dor
Já que eu vou morrer
Sem não mais a ter

Ouçam Ouçam ouçam Ouçam ouçam


- Letra: João Magalhães Pereira e Música: Nuno Nazareth Fernandes, O Vento Mudou - Cantada por Eduardo Nascimento

terça-feira, março 06, 2007

L' Etat c'est moi



A nova arquitectura das forças policiais - que ficarão todas sob o comando de um secretário-geral para a Segurança Interna (SGSI) - levanta muitas reservas a Santos Cabral, ex-director da Polícia Judiciária (PJ).

Em declarações ao DN, o juiz-conselheiro declarou que no caso da Judiciária há que acautelar o acesso do SGSI aos processos relacionados com a criminalidade económica, sobretudo casos de corrupção que possam tocar no poder político.

Com o novo modelo, toda a informação da PSP, GNR, PJ e SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) passa a ser canalizada para uma só pessoa que reporta ao primeiro-ministro, José Sócrates.

(...)

- DN

Tal como inicialmente

Cavaco revogou indulto a foragido por proposta do Governo

O ministro da Justiça, Alberto Costa, tem de explicar amanhã aos deputados como foi possível induzir o Presidente da República em erro e tê-lo levado a conceder um indulto, ontem revogado, a Américo Pereira Mendes, empresário da noite de Évora e foragido condenado em dois processos, cujo cúmulo jurídico é de cinco anos de prisão.

(...)

- DN

Estão bem uns para os outros.

segunda-feira, março 05, 2007

Polícias falharam atentado contra Isaías Samakuva



Fogo de armas automáticas contra o líder da UNITA fizeram três feridos, em Camabatela, na comitiva do presidente do maior partido da Oposição em Angola

Ontem, sábado, 3 de Março de 2007, quando de visita à Província do Quanza Norte, na cidade de Camabatela, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, foi alvo de um atentado contra a sua vida protagonizado por agentes da polícia que foram, entretanto, detidos. Como resultado dos disparos contra Samakuva ficaram feridos três membros da comitiva, um deles em estado grave.


A partir de uma varanda de instalações do partido MPLA em Camabatela, dois indivíduos, posteriormente identificados como polícias, abriram fogo de armas automáticas, tentando atingir Isaías Samakuva. Em resultado desse fogo ficaram feridos três dos acompanhantes, um deles em estado grave.

Um terceiro indivíduo, também ele posteriormente identificado como polícia, tentou a partir de uma motocicleta abrir fogo, para consumar o atentado.

Os três indivíduos foram colocados sobre custódia pela Polícia Nacional tendo esta constatado que também eles eram elementos da polícia.

Em comunicado, para além da confirmação do ataque, a UNITA estranha que o seu presidente não tenha podido pernoitar no hotel onde tinham sido efectuadas reservas, tendo sido obrigado a dirigir-se ao Comité Local do Partido, em cuja área os criminosos se encontravam e onde puderam executar o seu plano.

Isaías Samakuva optou por completar a sua visita conforme o programado, deixando para quando do seu retorno a Luanda as possíveis declarações aos meios de comunicação social.

Este acontecimento, para além de confirmar os múltiplos alertas da UNITA sobre a intolerância política que caracteriza os elementos do MPLA, confirma rumores de que estão a ser preparados atentados contra altos dirigentes do Galo Negro, situação que é seguida com preocupação pelos responsáveis políticos do maior partido da Oposição.

O NL sabe que em alguns círculos mais radicais do MPLA existe um plano para decapitar a direcção da UNITA, constando da lista de pessoas a pôr fora de combate, para além de Samakuva, Abel Chivukuvuco, Lukamba Paulo Gato e Alcides Sakala, entre outros.

Ao contrário do que agora aconteceu, esses atentados serão para levar a cabo de forma a não deixar vestígios, nomeadamente através de bombas controladas à distância e colocadas em áreas que, em princípio, estarão sob jurisdição popular da UNITA.

Apesar de ter visto a vida em perigo, Samakuva continua a apelar à reconciliação, manifestando a necessidade da promoção da convivência harmoniosa entre a população, apelando para que os militantes se oponham a actos que põem em causa a democracia crescente no país e a estabilidade social.

- Notícias Lusófonas (o pessoal que não se vende, nem se cala.)

sábado, março 03, 2007

Muitas línguas, muitas gentes.



Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão em leme da nau
Nesta deriva em que vou.

Me confesso
Possesso
Das virtudes teologais,
Que são três,
E dos pecados mortais
Que são sete,
Quando a terra não repete
Que são mais.

Me confesso
O dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas
E das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
Andanças
Do mesmo todo.

Me confesso de ser charco
E luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
Que atira setas acima
E abaixo da minha altura.

Me confesso de ser tudo
Que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
Desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.

Me confesso de ser Homem.
De ser o anjo caído
Do tal céu que Deus governa;
De ser o monstro saído
Do buraco mais fundo da caverna.

Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!


- Miguel Torga, Livro de Horas

quinta-feira, março 01, 2007

Parabéns!

Ao Blasfémias, pelos 3 anos na Blogosfera

O que é que se pode dizer (?):

Tem todas as vantagens e as desvantagens de um Blog colectivo.

Uma coisa é certa, tiram o pessoal do sério, e põem-nos a pensar!!
Contem mais!




Of the Third Kind of Sentence, to be Pronounced on one who is Defamed, and who is to be put to the Question

- Maleus Maleficarum, Parte III, Questão XXII