quinta-feira, março 30, 2006

Governo extingue 187 organismos da Administração

O ministro de Estado e das Finanças anunciou esta quinta-feira que o Governo vai extinguir 187 organismos no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE), passando o total de organismos de 518 para 331.

Na apresentação do PRACE, em que esteve presente o primeiro-ministro, José Sócrates, Teixeira dos Santos afirmou que, dos 187 organismos a extinguir, 61 são da administração central, 87 da administração central desconcentrada e 34 organismos consultivos.
«Não é uma reforma cega aventureira», declarou.

Na sua intervenção, o ministro de Estado e das Finanças sublinhou que a reforma da Administração Central «não é para despedir funcionários, mas para incentivar a mobilidade».

Teixeira do Santos sublinhou que a reforma será feita em diálogo com os sindicatos e que as mudanças «se destinam a melhorar a eficiência dos serviços».

«Pela extensão da reestruturação, esta é a reforma do modelo organizativo que se impunha, mas que não ocorreu desde o 25 de Abril de 1974. É a maior reforma da administração pública dos últimos 30 anos», disse.

Teixeira dos Santos referiu que a reforma «atinge não só os serviços centrais, mas também os serviços desconcentrados ao nível regional e sub-regional».

- Diário Digital / Lusa

Seria, à partida, uma medida a apoiar. Tratava-se, de facto, de uma reforma que necessitava de ser efectuada; contudo, não estão claros os parâmetros de selecção dos organismos, e a ponderação relativamente ao impacto a nível humano.
Esperemos, também, que o momento actual seja o mais adequado.

Aguardam-se desenvolvimentos.

quarta-feira, março 29, 2006

Esta deprime.

Readying for War with Iran?
Will Iran Be Iraq All Over Again?


Destination: Iran?


Pundits and experts are debating the merits of U.S. airstrikes against Iranian nuclear facilities.


- Sgt. Ken Bergmann/U.S. Department of Defense

Fool Me Twice

I used to think that the Bush administration wasn’t seriously considering a military strike on Iran, because it would only accelerate Iran’s nuclear program. But what we're seeing and hearing on Iran today seems awfully familiar. That may be because some U.S. officials have already decided they want to hit Iran hard.

Does this story line sound familiar? The vice president of the United States gives a major speech focused on the threat from an oil-rich nation in the Middle East. The U.S. secretary of state tells congress that the same nation is our most serious global challenge. The secretary of defense calls that nation the leading supporter of global terrorism. The president blames it for attacks on U.S. troops. The intelligence agencies say the nuclear threat from this nation is 10 years away, but the director of intelligence paints a more ominous picture. A new U.S. national security strategy trumpets preemptive attacks and highlights the country as a major threat. And neoconservatives beat the war drums, as the cable media banner their stories with words like “countdown” and “showdown.”

The nation making headlines today, of course, is Iran, not Iraq. But the parallels are striking. Three years after senior administration officials systematically misled the nation into a disastrous war, they could well be trying to do it again.

Nothing is clear, yet. For months, I have told interviewers that no senior political or military official was seriously considering a military attack on Iran. In the last few weeks, I have changed my view. In part, this shift was triggered by colleagues with close ties to the Pentagon and the executive branch who have convinced me that some senior officials have already made up their minds: They want to hit Iran.

I argued with my friends. I pointed out that a military strike would be disastrous for the United States. It would rally the Iranian public around an otherwise unpopular regime, inflame anti-American anger around the Muslim world, and jeopardize the already fragile U.S. position in Iraq. And it would accelerate, not delay, the Iranian nuclear program. Hard-liners in Tehran would be proven right in their claim that the only thing that can deter the United States is a nuclear bomb. Iranian leaders could respond with a crash nuclear program that could produce a bomb in a few years.

My friends reminded me that I had said the same about Iraq—that I was the last remaining person in Washington who believed President George W. Bush when he said that he was committed to a diplomatic solution. But this time, it is the administration’s own statements that have convinced me. What I previously dismissed as posturing, I now believe may be a coordinated campaign to prepare for a military strike on Iran.

The unfolding administration strategy appears to be an effort to repeat its successful campaign for the Iraq war. It is now trying to link Iran to the 9/11 attacks by repeatedly claiming that Iran is the main state sponsor of terrorism in the world (though this suggestion is highly questionable). It is also attempting to make the threat urgent by arguing that Iran might soon pass a “point of no return” if it can perfect the technology of enriching uranium, even though many other nations have gone far beyond Iran’s capabilities and stopped their programs short of weapons. And, of course, it is now publicly linking Iran to the Iraqi insurgency and the improvised explosive devices used to kill and maim U.S. troops in Iraq, though Joint Chiefs Chairman Gen. Peter Pace admitted there is no evidence to support this claim.

If diplomacy fails, the administration might be able to convince leading Democrats to back a resolution for the use of force against Iran. Many Democrats have been trying to burnish a hawkish image and place themselves to the right of the president on this issue. They may find themselves trapped by their own rhetoric, particularly those with presidential ambitions.

The factual debate during the next six months will revolve around the threat assessment. How close is Iran to developing the ability to enrich uranium for fuel or bombs? Is there a secret weapons program? Are there secret underground facilities? What would it mean if small-scale enrichment experiments succeed?

Fortunately, we know more about Iran’s nuclear program now than we ever knew about Iraq’s (or, for that matter, those of India, Israel, and Pakistan). International Atomic Energy Agency (IAEA) inspectors have been in Iran for more than 3 years investigating all claims of weapons-related work. The United States has satellite reconnaissance, covert programs, and Iranian dissidents providing further information. The key now is to get all this information on the table for an open debate.

The administration should now declassify the information it used to estimate how long it will be until Iran has the capability to make a bomb. The Washington Post reported last August that this national intelligence estimate says Iran is a decade away. We need to see the basis for this judgment and all, if any, dissenting opinions. The congressional intelligence committees should be conducting their own reviews of the assessments, including open hearings with independent experts and IAEA officials. Influential groups, such as the Council on Foreign Relations, should conduct their own sessions and studies.

An accurate and fully understood assessment of the status and potential of Iran’s nuclear program is the essential basis for any policy. We cannot let the political or ideological agenda of a small group determine a national security decision that could create havoc in a critical area of the globe. Not again.

- Joseph Cirincione, CEIP in Foreign Affairs

terça-feira, março 28, 2006

Solaris

Stanislaw Lem, autor do livro Solaris - argumento de filmes de Sci-fic; recentemente teve como protagonista, George Clooney.

Stanislaw Lem faleceu hoje.

Bem-haja pelas estrelas que me colocou nos olhos.



Comissão AD HOC Trabalhadores Contratados

I., com apreço, aqui fica, com a devida vénia, a posição da Comissão AD HOC Trabalhadores Contratados do Consulado Geral de Portugal em Londres.

OCO( )RÊNCIAS

"Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos."

- Pablo Neruda

E porque merecem respeito e consideração, seria da máxima pertinência o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros - Prof. Freitas do Amaral, atentar à situação destes Trabalhadores Contratados, bem assim como de todos os que, em mesma situação, estão espalhados pelo Mundo em representação do País, dos seus interesses e cidadãos.

Sr. Ministro, ao invés de andar a efectuar contribuições à Fundação Soares, tenha em conta os deveres da sua tutela perante todos aqueles que trabalham para esse Ministério.

Ferreira Leite contra "rota dos poderes"

Manuela Ferreira Leite contestou, ontem, a estratégia do Governo de implementar a regionalização no terreno e só fazer um referendo em 2009. Para a ex-ministra das Finanças, "está-se a pôr a carroça à frente dos bois".

"José Sócrates está a tomar medidas incoerentes com a rota que o país deve tomar. Se vamos entrar nessa rota dos poderes das regiões, não vamos bem. Se assim for, é que eu fico desiludida com este Governo", considerou a presidente da Mesa do Congresso social-democrata, em declarações à Rádio Renascença.

Temendo que, em algumas questões, "esteja a sobressair a força dos lóbies do PS", Ferreira Leite recuou no benefício da dúvida que inicialmente deu ao Governo de José Sócrates. "Começa a esbater-se", confessou.

Para a ex-ministra do Governo de Durão Barroso, é já notório que, com o relançamento da regionalização, "começa já o PS em convulsão a ver quem vai ser o 'rei do Norte' e o 'rei do Sul'".

- JN

Diz Manuela, e diz muito bem.

A Regionalização é mais uma tentativa de arranjar uns tachos a bois e respectivas contrapartes.
Fui, sou e continuarei a ser contra a Regionalização - a duplicação de Estado, a aumento dos gastos públicos e o jeitinho à rapaziada do costume.
Para Estado, monstro disforme, já basta o que existe, não arranjem mais sarna para coçarem.

Quem não se sente ...

Greve no consulado luso em Londres

Os funcionários contratados do consulado português em Londres vão fazer nove dias de greve no próximo mês devido às anomalias presentes nos seus acordos de trabalho.


Estes trabalhadores não têm vínculo ao Estado, embora nalguns casos trabalhem nos serviços há vários anos.

A paralisação vai realizar-se ao longo de três semanas, às terças, quartas e quintas-feiras. Começa no próximo dia 4 e está previsto que termine no dia 20 de Abril.

Da parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros ainda não foi possível obter qualquer comentário ao anúncio dos trabalhadores.

Ontem, Rui Coutinho, um dos elementos da comissão, referiu, citado pela Rádio Renascença (RR), os motivos que levaram à marcação daquela forma de luta. Na sua opinião, "há trabalhadores que se encontram contratados há cinco/seis anos sem que a entidade patronal proceda ao pagamento da contribuição da Segurança Social, o que leva a que o "Estado português não proceda à retenção de impostos de trabalhadores contratados a termo certo".

O mesmo representante dos funcionários do consulado português em Londres disse também que para os trabalhadores sem "Segurança Social não há protecção social", e dá o exemplo de não ser possível aceder a um crédito bancário sem declaração de rendimentos.

O representante da comissão assegura ainda que o regime jurídico aplicável é o português e, "nessa medida, o Estado português e o trabalhador estão obrigados à participação nas suas contribuições da Segurança Social e o Estado está obrigado à retenção do IRS".

A Rádio Renascença contactou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, António Carneiro Jaconto, a propósito da situação destes trabalhadores e a resposta ficou prometida para hoje.

- JN

segunda-feira, março 27, 2006

Será assim tão Simplex?



Voltamos à questão do pacote de desburacratização do Governo PS.

Após a sua apoteótica e hollywoodesca apresentação no Centro Comercial de Belém, aí estão as 333 (número redondo! Ou assim se fez uma capicúa!) medidas para desburocratizar.

Governo apresenta 333 medidas de combate à burocracia

Seria de louvar a implementação de medidas concretas que tornassem mais célere, efectiva e eficaz a administração pública, isto dito, há que ter em conta o respeito pelas liberdades e garantias pessoais.

O Simplex está aí, esperemos que venha para simplificar, e não para complicar ainda mais o quotidiano dos portugueses.

quinta-feira, março 23, 2006

Burrocracia

Resmas

Ainda de notar que, a pretensa desburrocratização passa por ligar as pessoas às máquinas - via internet!!

Oh tia Maria, a Sra. já se ligou hoje à net?
Não?! Porquê?!!

terça-feira, março 21, 2006

Dia Mundial da Poesia

Shall I compare thee to a summer's day?
Thou art more lovely and more temperate:
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date:
Sometimes too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimmed,
And every fair from fair sometime declines,
By chance, or nature's changing course untrimmed:
But thy eternal summer shall not fade,
Nor lose possession of that fair thou ow'st,
Nor shall death brag thou wander'st in his shade,
When in eternal lines to time thou grow'st,
So long as men can breathe, or eyes can see,
So long lives this, and this gives life to thee.


- William Shakespeare, XVIII Sonnet


Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer !
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não !

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...


- Fernando Pessoa, Liberdade


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!


- Florbela Espanca, Ser Poeta

sexta-feira, março 17, 2006

Celta Alma Portuguesa

A propósito da excelente lembrança do CAA







Portugal Celta
Celtas
Celtíberos
Música Celta (via CAA)

A ALMA PORTUGUESA caracteriza-se pelas manifestações seculares persistentes do tipo antropológico e étnico, que se mantêm desde as incursões dos Celtas e lutas contra a conquista dos Romanos até à resistência diante das invasões da orgia militar napoleónica.
São as suas feições.

A tenacidade e indomável coragem diante das maiores calamidades, com a fácil adaptação a todos os meios cósmicos, pondo em evidência o seu génio e acção colonizadora;

Uma profunda sentimentalidade, obedecendo aos impulsos que a levam às aventuras heróicas, e á idealização efectiva, em que o Amor é sempre um caso de vida ou de morte;

Quando Camões descreve nos Lusíadas, geográfica e historicamente Portugal, referindo-se à tradição da antiga Lusitânia, relembra o vulto que simboliza a sua vitalidade resistente, diante da incorporação romana da península hispânica:

Eis aqui, quase cume da cabeça
Da Europa toda, o reino Lusitano,
Onde a terra acaba; e o Mar começa,
E onde Phebo repousa no Oceano.

Esta é a ditosa Pátria minha amada,
Esta foi, Lusitânia...

Desta o Pastor nasceu, que no seu seio
Se vê que de homem forte os feitos teve;
Cuja fama ninguém virá que dome,
Pois a grande de Roma não se atreve.

(Cant. III, st. XX e XXII.)

Deixo... atrás a fama antiga
Que co'a Gente de Rómulo alcançaram;
Quando com Viriato na inimiga
Guerra romana tanto se afamaram.
Também deixo a memória, que os obriga
A grande nome, quando alevantaram
Um por seu Capitão, que, peregrino,
Fingiu na Cerva espírito divino.

(Cant. I, st. XXVI.)

No tempo do grande épico ainda se não tinha perdido o conhecimento da relação de continuidade histórica entre Portugal e a antiga Lusitânia, mais vasta e por isso mais violentamente retalhada pela administração imperial romana. Esse conhecimento, embora confundido com as lendas sincréticas dos falsos Cronicões, influiu na consciência do nosso individualismo étnico e nacional. O esforço de desnacionalização de Portugal pela política da unificação ibérica, veio até reflectir-se nos próprios historiadores pátrios, levando-os a considerar Portugal uma formação recente, adventícia, sem individualidade, e a Lusitânia quase como uma ficção banal dos eruditos da Renascença! Mas o carácter persistente do tipo português, a resistência tenaz contra todos os conflitos da natureza e pressões da vida, que tanto o distingue entre os povos modernos, é a prova manifesta da raça lusitana como a descreveram os geógrafos gregos e romanos. Nas lutas pela liberdade territorial a Lusitânia deixou nos historiadores greco-latinos o eco da sua resistência indomável, sobretudo no Ciclo das Guerras viriatinas, que se reacenderam ainda sob o comando de Sertório.

Simbolizamos esta resistência, vivificando o tipo de VIRIATO, reconstruindo poeticamente as situações lacónicas referidas nos historiadores clássicos; representamos artisticamente essa fibra que ainda hoje pulsa em nós, e pela qual, perante a marcha da Civilização se afirma através dos cataclismos políticos a ALMA PORTUGUESA.

Assuetum malo Ligurem, disse Virgílio (Georg., II; 102) dessa poderosa raça, de que o Lusitano foi um dos ramos mais activos.


- Teófilo Braga, Viriato


A CAVERNA DE VIRIATO

VII

Salve, berço do nome lusitano!
Nesta manhã solene.
Que, em volver de ano e ano,
Jamais acabará que a apague o tempo
Da saudosa memória;
Nesta manhã de glória
A ti veio, a ti venho, asilo santo
Da lusitana antiga liberdade.
Tuas lôbregas cavernas
Me serão templo augusto e sacrossanto,
Aonde da Razão e da Verdade
Celebrarei a festa.
Ouça-me o vale, o outeiro,
Escute-me a floresta
Aonde do seguro azambujeiro
Seus cajados cortavam
Os pastores de Luso,
Que a defender a pátria e a liberdade
Nesses tempos bastavam
De honra e lealdade.

VIII

Hoje!... ? Meu sacro rito
Aqui celebrarei nesta caverna.
Teu santuário é toda a natureza,
Potestade superna,
Deus do homem de bem, Deus de verdade,
Imensa majestade
Que do nada tiraste a redondeza

IX

Ouve-me, ó Deus, recebe
Meu puro sacrifício.
No torpe malefício
Da traição não manchei
Minhas mãos inocentes,
Nem sacrilégio ousei,
Teu altar profanando,
Queimar o incenso vil da hipocrisia
Coa dextra parricida gotejando
Sangue da pátria, lágrimas fraternas,
Suor da viúva e do órfão.
Escuta, ó Deus nas regiões eternas,
Minhas acções de graças neste dia,
Dia que a resgatar-nos
Do cativeiro odioso
Estendeste o teu braço poderoso;
E a razão, liberdade,
Dons teus, do homem perdidos,
Restituíste à opressa humanidade.

X

Mas que sinto! ? Desvairam-me os sentidos?
Estas cavernas tremem...
Em torno os ares fremem...
De eco em eco medonhos estampidos
Reflectem pavorosos!
Do extremo fundo lá desse antro surde
(Visão estranha é esta)
Espectro, sombra...
? Manes gloriosos
Sois vós de algum herói? A lança, o escudo
Embraça, empunha: aos pés Águias romanas
Prostradas!... oh! Viriato
És tu, sombra magnânima...

XI

Tua caverna é esta:
De tua glória e teu nome é cheio ainda
O vale, monte e floresta,
Libertador da antiga Lusitânia,
Das regiões da morte
Vieste ver raiar a doce aurora
Da nova liberdade.
Sobre teus pátrios montes?
Esconde, esconde a face, ó varão forte,
Volve ao túmulo ? a raça traidora
Não acabou no vil que a preço indigno
Te vendeu aos tiranos do universo:
O sangue desse monstro
Em quantos corações bate hoje à larga!
São mil por um perverso;
Cobardes todos. ? Ferros que empunharam
Os Lusos teus para salvar a pátria,
Adagas de sicários se tornaram
Em mãos de Portugueses.

XII

Pátria!... não temos pátria...
Oh! não há para nós tão doce nome.
Grilhões, escravos, cárceres e algozes
De quanto outrora fomos,
Isto só nos restou, só isto somos.


- Almeida Garrett, Flores sem Frutos (extracto)

quinta-feira, março 16, 2006

US National Security Strategy



Post Scriptum

Aos interessados no documento, podem escrever que envio-o em pdf.

The Geopolitics of Sexual Frustration

Asia has too many boys. They can’t find wives, but they just might find extreme nationalism instead. It’s a dangerous imbalance for a region already on edge.

The lost boys of Prof. Albert Macovski are upon us. Twenty years ago, the ultrasound scanning machine came into widespread use in Asia. The invention of Macovski, a Stanford University researcher, the device quickly gave pregnant women a cheap and readily available means to determine the sex of their unborn children. The results, by the million, are now coming to maturity in Bangladesh, China, India, and Taiwan. By choosing to give birth to males—and to abort females—millions of Asian parents have propelled the region into an extraordinary experiment in the social effects of gender imbalance.

Back in 1990, Nobel Prize-winning Indian economist Amartya Sen was one of the first to call attention to the phenomenon of an estimated 100 million “missing women” in Asia. Nearly everywhere else, women outnumber men, in Europe by 7 percent, and in North America by 3.4 percent. Concern now is shifting to the boys for whom these missing females might have provided mates as they reach the age that Shakespeare described as nothing but stealing and fighting and “getting of wenches with child.”

Now there are too few wenches. Thanks in large part to the introduction of the ultrasound machine, Mother Nature’s usual preference for about 105 males to 100 females has grown to around 120 male births for every 100 female births in China. The imbalance is even higher in some locales—136 males to 100 females on the island of Hainan, an increasingly prosperous tourist resort, and 135 males to 100 females in central China’s Hubei Province. Similar patterns can be found in Taiwan, with 119 boys to 100 girls; Singapore, 118 boys to 100 girls; South Korea, 112 boys to 100 girls; and parts of India, 120 boys to 100 girls.

China, India, and other nations have outlawed the use of prenatal diagnostic techniques to select the sex of an unborn child. But bribery and human ingenuity have made it easy for prospective parents to skirt the law; a suitably compensated ultrasound technician need only smile or frown at the expectant mother.

Many of the excess boys will be poor and rootless, a lumpenproletariat without the consolations of sexual partners and family. Prostitution, sex tourism, and homosexuality may ease their immediate urges, but Asian societies are witnessing far more dramatic solutions. Women now risk being kidnapped and forced not only into prostitution but wedlock. Chinese police statistics recorded 65,236 arrests for female trafficking in 1990–91 alone. Updated numbers are hard to come by, but it’s apparent that the problem remains severe. In September 2002, a Guangxi farmer was executed for abducting and selling more than 100 women for $120 to $360 each. Mass sexual frustration is thus adding a potent ingredient to an increasingly volatile regional cocktail of problems that include surging economic growth, urbanization, drug abuse, and environmental degradation.

Understanding the effect of the testosterone overload may be most important in China, the rising Asian superpower. Prompted by expert warnings, the Chinese authorities are already groping for answers. In 2004, President Hu Jintao asked 250 of the country’s senior demographers to study whether the country’s one-child policy—which sharply accentuates the preference for males—should be revised. Beijing expects that it may have as many as 40 million frustrated bachelors by 2020. The regime, always nervous about social control, fears that they might generate social and political instability.

Brigham Young University political scientist Valerie Hudson—the leading scholar on the phenomenon of male overpopulation in Asia—sees historical evidence for these concerns. In 19th-century northern China, drought, famine, and locust invasions apparently provoked a rash of female infanticide. According to Hudson, the region reached a ratio of 129 men to every 100 women. Roving young men organized themselves into bandit gangs, built forts, and eventually came to rule an area of some 6 million people in what was known as the Nien Rebellion. No modern-day rebellion appears to be on the horizon, but China watchers are already seeing signs of growing criminality.

The state’s response to crime and social unrest could prove to be a defining factor for China’s political future. The CIA asked Hudson to discuss her dramatic suggestion that “in 2020 it may seem to China that it would be worth it to have a very bloody battle in which a lot of their young men could die in some glorious cause.” Other experts aren’t so alarmed. Military observers point out that China is moving from a conscription army to a leaner, professional military. And other scholars contend that China’s population is now aging so fast that the elderly may well balance the surge of frustrated young males to form a calmer and more peaceful nation.

It would be reassuring to assume that China’s economic growth will itself solve the problem, as prosperity removes the traditional economic incentives for poor peasants to have sons who can work the land rather than daughters who might require costly dowries. But the numbers don’t support that theory. Indeed, the steepest imbalance between male and female infants is found in more prosperous regions, such as Hainan Island. And census data from India suggest that slum-dwellers and the very poor tend to raise a higher proportion of female children than more prosperous families.

The long-term implications of the gender imbalance are largely guesswork because there is no real precedent for imbalances on such a scale. Some Chinese experts speculate, off the record, that there might be a connection between the shortage of women and the spread of open gay life since 2001, when homosexuality was deleted from the official Classification of Mental Disorders. It is possible to dream up all kinds of scenarios: Mumbai and Shanghai may soon rival San Francisco as gay capitals. A Beijing power struggle between cautious old technocrats and aggressive young nationalists may be decided by mobs of rootless young men, demanding uniforms, rifles, and a chance to liberate Taiwan. More likely, the organized crime networks that traffic in women will shift their deliveries toward Asia and build a brothel culture large enough to satisfy millions of sexually frustrated young men.

Whatever the outcome, the consequences of Albert Macovski’s useful invention will be with us for some time. When they called him “the most inventive person at Stanford,” they didn’t know the half of it.

Martin Walker is editor of United Press International, and senior fellow of the World Policy Institute at the New School University in New York.

- Foreign Policy, Martin Walker

Imbecilidade em estado líquido



Bush reafirma direito a ataques preventivos em doutrina estratégica

(Só em doutrina?!! Não. É mesmo na prática.)

A Administração de George W. Bush reafirmou o direito dos Estados Unidos a realizar ataques preventivos contra terroristas e Estados inimigos, na nova versão da «Estratégia de Segurança Nacional», onde sublinha que o Irão constitui o maior desafio que o país enfrenta.


Na nova versão da doutrina, que é publicada hoje, Bush identifica o Irão como inimigo principal dos Estados Unidos e critica a Rússia e a China, referindo, no entanto, que a diplomacia é o caminho preferencial para os EUA porem termo à disseminação nuclear e de outras armas de destruição maciça.
«Se for necessário, no entanto, ao abrigo dos nossos princípios estabelecidos de auto-defesa, não descartamos o uso da força antes dos ataques inimigos, mesmo que haja incerteza sobre o momento e o local em que serão perpetrados», escreveu Bush no documento de 49 páginas, segundo a CNN.

«Quando as consequências de um ataque com armas de destruição maciça são potencialmente tão devastadoras, não podemos ficar quietos quando aumentam graves perigos», acrescentou.

Intitulado «Estratégia de Segurança Nacional», o documento resume o plano de Bush para proteger os EUA e as orientações para o relacionamento com as outras nações.

O relatório constitui uma versão actualizada da estratégia que Bush delineou em 2002 - um ano após o ataques de 11 de Setembro -, quando adoptou o conceito dos ataques preventivos, pondo fim à doutrina da estratégia de contenção militar que pautou o período da Guerra Fria.

O documento refere que o país «tomará todas as medidas necessárias» para se defender das pretensões nucleares tanto do Irão como da Coreia do Norte, mas insiste que os EUA «não enfrentam por parte de um único país qualquer desafio maior que o do Irão».

Em relação ao Irão, os actuais esforços diplomáticos realizados juntamente com os aliados europeus para travar o respectivo programa nuclear «têm que ser bem sucedidos para que se evite um confronto», adverte Bush no documento, citado pelo Times.

O assessor de Segurança Nacional, Stephen Hadley, assegurou ao jornal nova-iorquino que «a frase se aplica tanto ao Irão como à Coreia do Norte».

Entretanto, um alto membro da Administração Bush disse ao Financial Times que o problema com o Irão não é só a questão nuclear, mas também o seu apoio ao terrorismo.

De acordo com o Financial Times, o texto começa com uma mensagem clara: «Os Estados Unidos estão em guerra. Esta é uma estratégia de tempos de guerra exigida pelo desafio grave que enfrentamos (... ), o terrorismo fomentado por uma ideologia agressiva de ódio e assassínios».

- DD

quarta-feira, março 15, 2006

Aprovado, por maioria, Conselho dos Direitos Humanos

A Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje por ampla maioria, com voto contra dos Estados Unidos, o novo Conselho dos Direitos Humanos (CDH).

O novo organismo substitui a desprestigiada Comissão dos Direitos Humanos.

Por 170 votos a favor, quatro contra e três abstenções, a Assembleia aprovou a proposta de compromisso apresentada pelo presidente deste órgão, o sueco Jan Eliasson, depois de cinco meses de intensas negociações com os 191 membros da organização.


Estas negociações decorreram até ao último momento, com o objectivo de persuadir os Estados Unidos a apoiarem o projecto.

Washington, no entanto, não alterou a sua posição, por considerar a proposta inaceitável.

Ao lado dos Estados Unidos, votaram também contra Israel, as ilhas Marshall e Palau. Abstiveram-se o Irão, a Venezuela e Bielorrússia.

"Lamentavelmente, não pudemos participar do consenso, porque não temos suficiente confiança nesta proposta", disse após a votação o embaixador norte-americano na ONU, John Bolton.

"De qualquer modo - prometeu - vamos colaborar para que este novo mecanismo de defesa dos direitos humanos seja forte e eficaz. Esperamos, no entanto, que o seu mandato e a sua estrutura possam ser revistos no futuro".

Antes da votação, Eliasson declarou que a proposta de compromisso em causa representa "uma oportunidade única para um novo mecanismo de protecção dos direitos humanos" no mundo.

Integram o novo órgão 47 estados membros, que serão eleitos por maioria simples na Assembleia-geral e poderão ser suspensos, uma vez eleitos, se cometerem abusos sistemáticos dos direitos humanos.

Os membros do novo Conselho serão eleitos de acordo com uma distribuição geográfica equitativa dos membros da Assembleia.

Ao contrário da Comissão, formada por 53 países, o novo Conselho dependerá da Assembleia-geral e não do Conselho económico e social (ECOSOC).

Reunir-se-á periodicamente ao longo do ano, no que difere também da Comissão, que realizava apenas sessões anuais com a duração de seis meses.

- Lusa

Nem tudo o vento levou.

The Rise of U.S. Nuclear Primacy

For four decades, relations among the major nuclear powers have been shaped by their common vulnerability, a condition known as mutual assured destruction. But with the U.S. arsenal growing rapidly while Russia's decays and China's stays small (???), the era of MAD is ending -- and the era of U.S. nuclear primacy has begun.

PRESENT AT THE DESTRUCTION

For almost half a century, the world's most powerful nuclear states have been locked in a military stalemate known as mutual assured destruction (MAD). By the early 1960s, the nuclear arsenals of the United States and the Soviet Union had grown so large and sophisticated that neither country could entirely destroy the other's retaliatory force by launching first, even with a surprise attack. Starting a nuclear war was therefore tantamount to committing suicide.

(...)

- Foreign Affairs

Continua a crise humanitária em Darfur

Em Darfur, no Sudão, perpetua-se a crise humanitária. É a total falta de dignidade do Ser Humano.


Thousands in Darfur have no food

Increasing violence has left hundreds of thousands of civilians in Sudan's Darfur region without food and facing the prospect of widespread disease and death within weeks, the UN humanitarian chief said Monday.

Jan Egeland said he fears that Darfur is returning to "the abyss" of early 2004 when the region was "the killing fields of this world." Since that time, he said, the UN humanitarian operation in the region has succeeded in saving lives.

But "2006 seems to be bringing us back to 2004," Egeland warned. "We're losing ground every day in the humanitarian operation which is the lifeline for more than 3 million people."

The primary reason, he said, is the growing insecurity for tens of thousands of civilians and the 14,000 unarmed humanitarian workers who are facing increasing violence from Arab militias, rebels, government forces and bandits, he said.

As a result, Egeland said, UN relief officials and relief organizations cannot reach more than 300,000 people on the Chad border in western Darfur and the central mountainous region of Jebal Marra because they are too dangerous.

These unreachable areas, he said, "will soon get massively increased mortality because there is nothing else but international assistance." He expected deaths to increase markedly within weeks.

At least 180,000 people have died - some estimates are far higher - and some 2 million have been displaced since the start of a 2003 revolt by rebels from Darfur's ethnic African population.

The Arab-dominated Sudanese government is alleged to have responded to the revolt by unleashing the Arab militias, known as the Janjaweed, who carried out sweeping atrocities against ethnic African villagers.

Egeland said the cycle of violence could be broken immediately if the government and rebels agree to a cease-fire proposal put forward Sunday by African Union mediators.

The African Union decided Friday to extend the mandate of its 7,000-strong force in Darfur for six months, when the United Nations is expected to take over. Egeland called for funding and logistical support, including helicopters, for the AU force so it can operate more effectively and try to prevent attacks and disarm the groups responsible.

He also called for more money from international donors for the 3 million people who need food, water and health services in Darfur - and 3 million others elsewhere in the country who need humanitarian relief. Donors have provided only one-fifth of the $1.7 billion the UN sought for Sudan this year, including about $650 million for Darfur.

"It's a test case for the world for having no more Rwandas and no more massive loss of innocent lives," he said.

Equally important, Egeland said, is security.

"There are tens of thousands of new displacements, both in Darfur and on the other side of border in Chad," Egeland said. "And there are attacks against humanitarian workers every week, again and again. Our colleagues are being hijacked, harassed, kidnapped. Our cars are being looted and it's become routine - and it is an outrage."

- United Nations (UN)

segunda-feira, março 13, 2006

CDS-PP: Nuno Melo critica líder por falar ao partido «pela comunicação social»

O líder parlamentar do CDS/PP, Nuno Melo, criticou segunda-feira o presidente Ribeiro e Castro por ter utilizado a comunicação social para pedir a antecipação de um Conselho Nacional e «enviar recados» para dentro do partido.

O líder do CDS/PP, José Ribeiro e Castro, anunciou sábado à noite, em Leiria, durante um jantar com militantes, ter pedido a antecipação do Conselho Nacional de Abril para o final deste mês para clarificar a vida interna no partido, considerando necessário acabar com o clima de «antagonismo militante».

«Não podemos alimentar-nos de não factos, da provocação de incidentes ou da construção de não episódios», afirmou o líder democrata-cristão, defendendo ser necessário «unir o partido» e traçar «um rumo claro».

No entanto, Nuno Melo considera que teria sido preferível convocar uma comissão política para tratar deste assunto.

«Percebi que a razão de ser da antecipação do Conselho Nacional é a vontade do presidente do partido ver discutido internamente o que acha que deve ser discutido. Concordando com essa posição, constato que esse anúncio e essas declarações não foram feitas com o mesmo recato, por exemplo numa comissão política», justificou, em declarações à Lusa.

Lembrando que, recentemente, Ribeiro e Castro criticou Pires de Lima por lhe ter lançado um repto pela comunicação social (que esclarecesse um eventual convite a Manuel Monteiro para regressar ao CDS), Nuno Melo deixou outro argumento.

«Percebi que no mesmo jantar foram enviados alguns recados a várias pessoas nos exactos moldes em que o presidente do partido não gosta de os receber, pela comunicação social», criticou.

Para o líder parlamentar, se as questões do partido devem ser «discutidas dentro de casa», essa regra deverá valer «sempre e para toda a gente».

Contactado pela Lusa, o ex-vice-presidente do CDS António Pires de Lima fez também um pedido à direcção do partido.

«Espero que não seja um Conselho Nacional de fait-divers, o CDS precisa de se lançar no futuro», afirmou Pires de Lima.

Questionado sobre a oportunidade da antecipação desta reunião, pedida sábado pelo líder Ribeiro e Castro, o deputado democrata-cristão escusou-se a tecer comentários.

«Só o presidente do partido sabe o que justifica a antecipação do Conselho Nacional. Se entende que é conveniente, lá estarei ordeira e serenamente a participar», afirmou Pires de Lima, que tem assento neste órgão do partido.

Ainda assim, Pires de Lima deixou subentendido que não deve ser este tipo de reuniões a prioridade do partido.

«O que acho necessário é o partido virar-se para o exterior e concentrar-se na capacidade de atracção de todo o espaço não socialista e que faça oposição construtiva», afirmou o antigo dirigente do CDS.

Na semana passada, aumentaram os sinais de distanciamento entre a direcção do partido e os ex-dirigentes do tempo da liderança de Paulo Portas.

Primeiro, na terça-feira, foi Pires de Lima que desafiou Ribeiro e Castro a desmentir um alegado convite ao líder da Nova Democracia para regressar ao CDS/PP.

«Não comento não factos, não adiro a tentativas de criar não factos», afirmou então o presidente do CDS.

Na quinta-feira, foi uma declaração de Ribeiro e Castro a motivar a polémica, depois de questionado se estranhara a atitude do grupo parlamentar do CDS, que na cerimónia de posse do novo Presidente da República aplaudiu, sem se levantar, a homenagem de Cavaco Silva ao seu antecessor, Jorge Sampaio.

«Não estranhei. Sou presidente do partido, mas não sou chefe de banda», respondeu então o presidente do CDS/PP.

Esta declaração levou sexta-feira o vereador da Câmara do Porto do CDS Manuel Sampaio Pimentel - que integrou a comissão política de Portas - a pedir a demissão de Ribeiro e Castro por considerar que este se referiu «de forma insultuosa» ao grupo parlamentar.

Castro desvalorizou esta iniciativa, alegando não ser «adepto da democracia incidental».

Já Nuno Melo considerou ultrapassado o «episódio mais ou menos infeliz», depois de Ribeiro e Castro lhe ter assegurado que «não quis manifestar desacordo com o grupo parlamentar nem depreciar o seu trabalho».

José Ribeiro e Castro foi eleito presidente do CDS/PP no congresso realizado a 23 e 24 de Abril de 2005, em Lisboa, em que derrotou Telmo Correia.

- Diário Digital / Lusa

BCP lança OPA sobre BPI - oficial

O BCP anunciou hoje o lançamento de uma oferta pública de aquisição sobre o BPI, oferecendo 5,7 euros por cada acção do banco concorrente.

"O Banco Comercial Português, SA informa sobre anúncio preliminar de lançamento de oferta pública geral de aquisição de acções representativas do capital social do Banco BPI", refere o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

- Lusa

Agora que a rapaziada já tem um Presidente em Belém, estão com a força toda para proceder às remodelações do mercado da venda de dinheiro: a retalho ou por atacado.

E por falar em atacado, aí está o BPI à mercê da confraria das bifanas.
Já era da esperar...


Primavera

Amanhã entra a Primavera.
Com a Lua Cheia de Março, comme il faut.


A natureza não se compadece com as burocracias dos homens, e é por isso que com a Lua Cheia de Março, a cada Ano, emerge forte e vigorosa como sempre!

sexta-feira, março 10, 2006

Controle...



À medida que o medo aumenta, o controle aumenta.
Ou seja, o medo é proporcional ao controle exercido.

Imagine-se, hipoteticamente, o seguinte:

subitamente, uma entidade Y decide emitir cartões que seriam distribuídos à entrada.
Imagine-se mais; imagine-se que as pessoas, passavam a ficar referenciadas à entrada.
Imagine-se a pessoa X, ficava registada como tendo entrado às tantas horas, e saído à hora xpto.

Imagine-se que a pessoa X, pretensamente da casa, se sente vigarizada com este controle.

Imagine-se ainda, e muito mais, que a pessoa X reflecte sobre o súbito desvelo controlativo.

Conclusão da pessoa X:

à medida que o medo aumenta, o controle aumenta.

O controle, em si, de nada serve aos propósitos, considerando que só tem medo quem tem algo a recear.

A míufa, é uma coisinha feia.

quinta-feira, março 09, 2006

Novo Presidente da República

E prontus.
Tomou posse o novo Presidente da República Portuguesa.

Portugal

Maior do que nós, simples mortais, este gigante
foi da glória dum povo o semideus radiante.
Cavaleiro e pastor, lavrador e soldado,
seu torrão dilatou, inóspito montado,
numa pátria... E que pátria! A mais formosa e linda
que ondas do mar e luz do luar viram ainda!
Campos claros de milho moço e trigo loiro;
hortas a rir; vergéis noivando em frutos de oiro;
trilos de rouxinóis; revoadas de andorinhas;
nos vinhedos, pombais: nos montes, ermidinhas;
gados nédios; colinas brancas olorosas;
cheiro de sol, cheiro de mel, cheiro de rosas;
selvas fundas, nevados píncaros, outeiros
de olivais; por nogais, frautas de pegureiros;
rios, noras gemendo, azenhas nas levadas;
eiras de sonho, grutas de génios e de fadas:
riso, abundância, amor, concórdia, Juventude:
e entre a harmonia virgiliana um povo rude,
um povo montanhês e heróico à beira-mar,
sob a graça de Deus a cantar e a lavrar!
Pátria feita lavrando e batalhando: aldeias
conchegadinhas sempre ao torreão de ameias.
Cada vila um castelo. As cidades defesas
por muralhas, bastiões, barbacãs, fortalezas;
e, a dar fé, a dar vigor, a dar o alento,
grimpas de catedrais, zimbórios de convento,
campanários de igreja humilde, erguendo à luz,
num abraço infinito, os dois braços da cruz!
E ele, o herói imortal duma empresa tamanha,
em seu tuguriozinho alegre na montanha
simples vivia ? paz grandiosa, augusta e mansa! -,
sob o burel o arnês, junto do arado a lança.
Ao pálido esplendor do ocaso na arribana,
di-lo-íeis, sentado à porta da choupana,
ermitão misterioso, extático vidente,
olhos no mar, a olhar sonambolicamente...
«Águas sem fim! Ondas sem fim! Que mundos novos
de estranhas plantas e animais, de estranhos povos,
ilhas verdes além... para além dessa bruma,
diademadas de aurora, embaladas de espuma!
Oh, quem fora, através de ventos e procelas,
numa barca ligeira, ao vento abrindo as velas,
a demandar as ilhas de oiro fulgurantes,
onde sonham anões, onde vivem gigantes,
onde há topázios e esmeraldas a granel,
noites de Olimpo e beijos de âmbar e de mel!»
E cismava, e cismava... As nuvens eram frotas,
navegando em silêncio a paragens ignotas...
? «Ir com elas...Fugir...Fugir!...» Ûa manhã,
louco, machado em punho, a golpes de titã,
abateu, impiedoso, o roble familiar,
há mil anos guardando o colmo do seu lar.
Fez do tronco num dia uma barca veleira,
um anjo à proa, a cruz de Cristo na bandeira...
Manhã de heróis... levantou ferro... e, visionário,
sobre as águas de Deus foi cumprir seu fadário.
Multidões acudindo ululavam de espanto.
Velhos de barbas centenárias, rosto em pranto,
braços hirtos de dor, chamavam-no... Jamais!
Não voltaria mais! Oh! Jamais! Nunca mais!
E a barquinha, galgando a vastidão imensa,
ia como encantada e levada suspensa
para a quimera astral, a músicas de Orfeus:
o seu rumo era a luz; seu piloto era Deus!
Anos depois, volvia à mesma praia enfim
uma galera de oiro e ébano e marfim,
atulhando, a estoirar, o profundo porão
diamantes de Golconda e rubins de Ceilão!


- Guerra Junqueiro, Pátria (excerto)

quarta-feira, março 08, 2006

Oh freguês! Vai um chip nos miolos?

Sócrates garante salto tecnológico com cartão do cidadão

Eu recuso-me a ser vigiada, controlada e sarciada nas minhas liberdades individuais.

Os Mandamentos da Quinta:

1º - Tudo o que tem duas pernas é inimigo.

2º - Tudo o que tem quatro pernas ou asas é amigo.

3º - Nenhum animal usará roupas.

4º - Nenhum animal dormirá numa cama.

5º - Nenhum animal beberá álcool.

6º - Nenhum animal matará outro animal.

7º - Todos os animais são iguais.



Assuntos em atraso II

CDS/PP contra introdução de quotas nas listas eleitorais

A introdução de quotas nas listas eleitorais, bem assim como no acesso a funções políticas, é inconstitucional.
Como, bom será de entender - é uma questão de bom senso, numa sociedade civilizada, nem tal questão será de equacionar.

Uma sociedade que necessita de legislar sobre a presença de mulheres em listas eleitorais, é uma sociedade atrasada.

No que à política concerne, e ao partido do qual eu sou militante, em momento algum fui preterida por ser mulher.
Tal nunca sucedeu.

O PS e canhotos afins, ao pretenderem legislar sobre um facto plenamente assumido numa sociedade civilizada, está a passar um atestado de incapacidade aos partidos que desejam implementar tal palhaçada.

Porque é de uma palhaçada que se trata. Um fait divers para afastar a reflexão daquilo que é necessário e principal, para questiúnculas enxovalhantes e questionadoras das capacidades reais e concretas das mulheres.
As mulheres na política não necessitam que lhes passem a mão pela cabeça.
Abaixo o paternalismo canhoto e serôdio.

Assuntos em atraso I

CDS-PP:
Aumento das taxas moderadoras é «inconstitucional»


O aumento das taxas moderadoras é, de facto, inconstitucional.

Para quem considera que existiu/existe uma derrapagem "social" neste particular, não tema.

Para cidadãos contribuintes que não fazem outra coisa na vida do que pagar impostos, de forma involuntária, obrigatória e habitual, desde que nascem até que morrem (muitas das vezes mesmo depois de morrerem!!), há que tornar bem claro quais os fins e objectivos a que se destina tal esbulho.

Na realidade, o cidadão contribuinte está a comprar o quê à entidade Estado?
Sim, qual é a contrapartida que os contribuintes recebem do Estado pelo dinheiro que sai, de forma involuntária e compulsiva, dos seus rendimentos?

Já agora, essa de baixar os impostos e subir nas taxas moderadoras não seria má ideia; de todo. Só que, como vivemos no mundo real, essa virtualidade fica por aí mesmo: virtualidade, e boas intenções.
Ou não fosse o caso de estarem preparados novos aumentos nos impostos.

Wake up and smell the... roses.

terça-feira, março 07, 2006

O longo adeus (ex) presidencial



O Presidente da República, cessante, tem vindo a fazer uma tournée de despedida.
Nota dominante: uma lágrima sempre ao canto do olho.

Penso que já tudo foi dito, analisado, dissecado, e acima de tudo, um imenso e absoluto fastio é o que fica do reinado de Jorge Sampaio.

Em nota de rodapé para a história constará:

o 3º PR após o glorioso 25 de A., foi o menos preparado, o mais instável - emotivo e emocional, o mais acomodado e, acima de tudo, aquele que levou a cabo um golpe constitucional à vista de todos e sem quaisquer consequências.

Ainda dizem que dos fracos não reza a história, por uma vez irá imperar a excepção, quanto mais não seja a título de nota de rodapé.

quinta-feira, março 02, 2006

Eu vi!!

História, ultracondensada, de Portugal

Recebido por mail, obrigada I. - Está do melhor :))!!

Tudo começou com um tal Henriques que não se dava bem com a mãe e acabou por se vingar na pandilha de mauritanos que vivia do outro lado do Tejo.

Para piorar ainda mais as coisas, decidiu casar com uma espanhola qualquer e não teve muito tempo para lhe desfrutar do salero porque a tipa apanhou uma camada de peste negra e morreu.

Pouco tempo depois, o fulano, que por acaso era rei, bateu também as botas e foi desta para melhor.

Para a coisa não ficar completamente entregue à bicharada, apareceu um tal João que, ajudado por um amigo de longa data que era afoito para a porrada, conseguiu pôr os espanhóis a enformar pão e ainda arranjou uns trocos para comprar uns barcos ao filho que era dado aos desportos náuticos.
De tal maneira que decidiu pôr os barcos a render e inaugurou o primeiro cruzeiro marítimo entre Lisboa e o Japão com escalas no Funchal, Salvador, Luanda, Maputo, Ormuz, Calecute, Malaca, Timor e Macau.

Quando a coisa deu para o torto, ficou nas lonas só com um pacote de pimenta para recordação e resolveu ir afogar as mágoas, provocando a malta de Alcácer-Quibir para uma cena de estalo.
Felizmente, tinha um primo, o Filipe, que não se importou de tomar conta do estaminé até chegar outro João que enriqueceu com o pilim que uma tia lhe mandava do Brasil e acabou por gastar tudo em conventos e aquedutos.

Com conventos a mais e dinheiro menos, as coisas lá se iam aguentando até começar tudo a abanar numa manhã de Novembro.
Muita coisa se partiu. Mas sem gravidade porque, passado pouco tempo, já estava tudo arranjado outra vez, graças a um mânfio chamado Sebastião que tinha jeito para o bricolage e não era mau tipo apesar das perucas um bocado amaricadas.

Foi por essa altura que o Napoleão bateu à porta a perguntar se o Pedro podia vir brincar e o irmão mais novo, o Miguel, teve uma crise de ciúmes e tratou de armar confusão que só acabou quando levou um valente puxão de orelhas do mano que já ia a caminho do Brasil para tratar de uns negócios.

A malta começou a votar mas as coisas não melhoraram grande coisa e foi por isso que um Carlos anafado levou um tiro nos coiratos quando passeava de carroça pelo Terreiro do Paço.

O pessoal assustou-se com o barulho e escondeu-se num buraco na Flandres onde continuaram a ouvir tiros mas apontados a eles e disparados por alemães.
Ao intervalo, já perdiam por muitos mas o desafio não chegou ao fim porque uma tipa vestida de branco apareceu a flutuar por cima de uma azinheira e três pastores deram primeiro em doidos, depois em mortos e mais tarde em beatos.

Se não fosse por um velhote das Beiras, a confusão tinha continuado mas, felizmente, não continuou e Angola continuava a ser nossa mesmo que andassem para aí a espalhar boatos. Comunistas dum camandro! Tanto insistiram que o velhote se mandou do cadeirão abaixo e houve rebaldaria tamanha que foi preciso pôr um chaimite e um molho cravos em cima do assunto.

Depois parece que houve um Mário qualquer que assinou um papel que nos pôs na Europa e ainda teve tempo para transformar uma lixeira numa exposição mundial e mamar duas secas da Grécia na final.
E o Cavaco?
O Cavaco foi com o Pai Natal e o palhaço no comboio ao circo.

FIM

quarta-feira, março 01, 2006

Parabéns

Ao Blasfémias

O vosso Blog começou a 29 de Fevereiro - ano bissexto! Assim sendo, o aniversário passa para o dia seguinte, 1 de Março.

Parabéns por 2 anos de publicações