sexta-feira, dezembro 30, 2005

O Ano finda, 2006 está já no horizonte

2005 finda-se
2006 está chegar

Que seja muito melhor

FELIZ ANO NOVO

MUITA ALEGRIA, PAZ E AMOR

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Casa de Almeida Garrett, RIP?!!

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Provocação...

Há para aí uns Conservadores brincalhões que gostam de provocar!



Gostam de trocar as voltas aos leitores!!
Explico.

Quando um Conservador apresenta um liberal americano sem referência às diferenças entre um Liberal no conceito europeu e um liberal americano, o leitor menos avisado ou conhecedor, toma um liberal americano - socialista a resvalar para o comunista, como Liberal.
Ora, isto, é colocar os Liberais num mesmo cesto dos liberais americanos!!

E já que a cestos nos referimos, ajuntamos que quanto a cestos, estes liberais americanos - socialistas a resvalar para o comunistas, nada têm a ver com o cesto dos Liberais.

Mas, claro, estamos a falar da provocação de um Conservador.
E quanto a Conservadores...

Sugere-se aos Conservadores a leitura básica de:

- American Liberalism

- The Fantasy Life of American Liberals

E, ainda,

- Classical Liberalism

Assim terão ideia das diferenças!

Campanha irregular

Ainda não vi quaisquer comentários à campanha explicíta do candidato Soares em plena época natalícia!!

Pois que, ele, foram as comprinhas em Campo de Ourique, com o patrocínio dos colchões media!

Lá estavam as televisões, jornais e quejandos a cobrir as comprinhas de última hora!
E o que dizer da presença da família Soares num programa matinal para reformados e afins?!
Tudo com o patrocínio do colchão SIC:
com os colchões SIC não há vertige que resiste!

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Movimento in profundis

Foi há 1 ano atrás, o maior movimento interno terrestre, fonte de mudança no Planeta.

O Tsunami no sudeste asiático.

Em reconhecimento aos que foram, e em compreensão à dor dos que ficaram


A VIDA

Foi-se-me pouco a pouco amortecendo
a luz que nesta vida me guiava,
olhos fitos na qual até contava
ir os degraus do túmulo descendo.

Em se ela anuviando, em a não vendo,
já se me a luz de tudo anuviava;
despontava ela apenas, despontava
logo em minha alma a luz que ia perdendo.

Alma gémea da minha, e ingénua e pura
como os anjos do céu (se o não sonharam...)
quis mostrar-me que o bem bem pouco dura!

Não sei se me voou, se ma levaram;
nem saiba eu nunca a minha desventura
contar aos que inda em vida não choraram ...

(...)

A vida é o dia de hoje,
a vida é ai que mal soa,
a vida é sombra que foge,
a vida é nuvem que voa;
a vida é sonho tão leve
que se desfaz como a neve
e como o fumo se esvai:
A vida dura um momento,
mais leve que o pensamento,
a vida leva-a o vento,
a vida é folha que cai!

A vida é flor na corrente,
a vida é sopro suave,
a vida é estrela cadente,
voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
onda que o vento nos mares
uma após outra lançou,
a vida – pena caída
da asa de ave ferida -
de vale em vale impelida,
a vida o vento a levou!


- João de Deus, Campo de Flores (Extracto)

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Feliz Natal!

Feliz Natal!
Com muita Paz, Saúde e Amor!


Meu Natal de outrora II

E apesar de tudo,
ainda sou a mesma!
Livre esguia,
filha eterna de quanta rebeldia
me sagrou.
Mãe-África!
Mãe forte da floresta e do deserto,
ainda sou,
a Irmã-Mulher
de tudo o que em ti vibra
puro e incerto...

A dos coqueiros,
de cabeleiras verdes
e corpos arrojados
sobre o azul...
A do dendém
nascendo dos abraços das palmeiras...

A do sol bom, mordendo
o chão das Ingombotas...
A das acácias rubras,
salpicando de sangue as avenidas,
longas e floridas...

Sim!, ainda sou a mesma.
A do amor transbordando
pelos carregadores do cais
suados e confusos,
pelos bairros imundos e dormentes
(Rua 11!...Rua 11!...)
pelos meninos
de barriga inchada e olhos fundos...

Sem dores nem alegrias,
de tronco nu e musculoso,
a raça escreve a prumo,
a força destes dias...

E eu revendo ainda, e sempre, nela,
aquela
longa história inconsequente...

Minha terra...
Minha, eternamente...

Terra das acácias, dos dongos,
dos colios baloiçando, mansamente...
Terra!
Ainda sou a mesma.
Ainda sou a que num canto novo
pura e livre,
me levanto,
ao aceno do teu povo!


- Alda Lara, Presença Africana

Meu Natal de outrora


Pela estrada desce a noite...
Mãe-Negra, desce com ela...

Nem buganvilias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guisos,
nas suas mãos apertadas.

Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.

Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...

Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...

Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...

Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar?...

Mãe-Negra não sabe nada...

Mas aí de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!

Os teus meninos cresceram,
e esqueceram as histórias
que customavas contar...

Muitos partiram p'ra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...

Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta, bem calada.

É tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada...


- Alda Lara, Prelúdio

quarta-feira, dezembro 21, 2005

"Prémios Gandula 2005: O Meu Pé Direito"

Este Blog está em festa!

O amigo JPT fez o favor de atribuir o Prémio Gandula: O Meu Pé Direito.

Estou babada! Deliciada, e extremamente grata pela lembrança!

Obrigada!

E agora: TODOS AO PIQUENIQUE!!!

Ele...



Foi assim que o garnizé... perdão, foi assim que o candidato Soares se referia ao candidato Cavaco, ali presente: ele... (deve ter andado com ele na costura.)

Mas, mais que o destrato, ficou a pairar um fantasma; o candidato Soares insinou, ou indo mais longe, afirmou, que as eleições presidenciais, a contrario sensu, não iam ser limpas!! Esta é, no mínimo, uma insinuação a ser investigada até às últimas consequências. O candidato Soares arroga-se de uma impunidade que ninguém tem. Assim sendo, compete às respectivas autoridades averiguarem, e instaurarem os correspondentes procedimentos e processos.
Uma situação que não se pode ficar por afirmações como: é uma raposa, sabe-a toda, etc, etc. Enquanto o mesmo vai acenando com hipotéticas e absolutamente infundadas acusações, não veladas, mas explícitas.

Ajam; já vai sendo tempo de agir de forma legal neste País.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Uncommon ground



Amai-vos...

Amai-vos um ao outro,
mas não façais do amor um grilhão.

Que haja, antes, um mar ondulante
entre as praias de vossa alma.

Enchei a taça um do outro,
mas não bebais da mesma taça.

Dai do vosso pão um ao outro,
mas não comais do mesmo pedaço.

Cantai e dançai juntos,
e sede alegres,

mas deixai
cada um de vós estar sozinho.

Assim como as cordas da lira
são separadas e,
no entanto,
vibram na mesma harmonia.

Dai vosso coração,
mas não o confieis à guarda um do outro.

Pois somente a mão da Vida
pode conter vosso coração.

E vivei juntos,
mas não vos aconchegueis demasiadamente.

Pois as colunas do templo
erguem-se separadamente.

E o carvalho e o cipreste
não crescem à sombra um do outro.


- Kahlil Gibran

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Beggar's stroll

The "mighty"Patriot Act.
Spy has you can...

Bush admits he authorised spying



President George W Bush has admitted he authorised secret monitoring of communications within the United States in the wake of the 2001 terror attacks.
The monitoring was of "people with known links to al-Qaeda and related terrorist organisations", he said.

He said the programme was reviewed every 45 days, and he made clear he did not plan to halt the eavesdropping.

He also rebuked senators who blocked the renewal of his major anti-terror law, the Patriot Act, on Friday.

By preventing the extension of the act, due to expire on 31 December, they had, he said, acted irresponsibly and were endangering the lives of US citizens.

The president, who was visibly angry, also suggested that a New York Times report which had revealed the monitoring on Friday had been irresponsible.

America's enemies had "learned information they should not have", he said in his weekly radio address, which was delivered live from the White House after a pre-recorded version was scrapped.

'Big Brother'

Senators from both Mr Bush's Republican party and the opposition Democrats expressed concerns about the monitoring programme on Friday.

Senator Arlen Specter, the Republican chairman of the Senate Judiciary Committee , said there was no doubt it was "inappropriate", adding that Senate hearings would be held early next year as "a very, very high priority".

"This is Big Brother run amok," was the reaction of Democratic Senator Edward Kennedy.

Senator Russell Feingold, another Democrat, called it a "shocking revelation" that "ought to send a chill down the spine of every senator and every American".

But in his address on Saturday, Mr Bush said the programme was "critical to saving American lives".

The president said some of the 11 September hijackers inside the US had communicated with associates outside before the attacks - but the US had not known that until it was too late.

"The American people expect me to do everything in my power, under our laws and Constitution, to protect them and our civil liberties," he said.

Monitoring was, he said, a "vital tool in our war against the terrorists".

He said Congressional leaders had been briefed on the programme, which he has already renewed more than 30 times.

'Illegal leak'

Mr Bush harshly criticised the leak that had made the programme public.

"Revealing classified information is illegal. It alerts our enemies," he said.

The New York Times reported on Friday that Mr Bush had signed a secret presidential order following the attacks on 11 September 2001, allowing the National Security Agency to track the international telephone calls and e-mails of hundreds of people without referral to the courts.

Previously, surveillance on American soil was generally limited to foreign embassies.

American law usually requires a secret court, known as a Foreign Intelligence Surveillance Court, to give permission before intelligence officers can conduct surveillance on US soil.


- BBC News

sábado, dezembro 17, 2005

Nuclear? Não obrigada.



Sócrates - Agora imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens num subterrâneo, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoço acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.
Glauco - Estou a ver.
Sócrates - Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam objectos de toda a espécie, que o transpõem: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda a espécie de materiais; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio.
Glauco - Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.
Sócrates - Assemelham-se a nós. E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e dos seus companheiros, mais do que as sombras projectadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica imediatamente de fronte?
Glauco - Como, se são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida?
Sócrates - E com as coisas que desfilam? Não se passa o mesmo?
Glauco - Sem dúvida.
Sócrates - Portanto, se pudessem comunicar entre si, não achas que tomariam por objectos reais as sombras que viam?
Glauco - É bem possível.
Sócrates - E se a parede de fundo da prisão provocasse eco sempre que um dos transportadores falasse, não julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles?
Glauco - Sim, por Zeus!
Sócrates - Dessa forma, tais homens não atribuirão realidade senão às sombras dos objectos fabricados.
Glauco - É lógico.

(...)

- Sócrates, Alegoria da Caverna (trecho)

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Figurinhas das presidenciais

terça-feira, dezembro 13, 2005

APELO À VERDADE SOBRE A DESCOLONIZAÇÃO

Um grupo de cidadãos empenhados em que se discuta

"A VERDADE SOBRE A DESCOLONIZAÇÃO"

lançou uma PETIÇÃO para a recolha de 4 000 assinaturas, ao abrigo do disposto na alínea a) ponto 1 do artigo 20 do Texto da Lei nº 43/90, publicado no Diário da República I Série n.º 184 de 10 de Agosto de 1990 com as alterações introduzidas pelas Leis nºs 6/93 e 15/2003, publicadas respectivamente nos Diários da República I Série A n.º 50 de 1 de Março de 1993 e n.º 129 de 4 de Junho de 2003.

Descolonização

Assine a Petição.

Colabore no apuramento da Verdade; também é necessário ter Coragem para lutar pela, e conhecer a, Verdade.

Eu já subscrevi. Assim como toda a família.

A Corrida de Soares

Tinha isto encravado
(assim como milhares de outros!!)

Augusto Silva não tem medo de ir, eventualmente, a tribunal
O sócio n.º 311 da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra que anteontem e ontem encheu os ecrãs das televisões e várias páginas de jornais diz que não agrediu nem quis agredir Mário Soares e assegura que apenas aproveitou a oportunidade que nunca tinha tido para lhe dizer o que lhe fazia “rebentar a alma”, numa alusão à acusação de que Soares “é um vigarista”, como disse no domingo.

“Isto já andava aqui encravado na garganta desde 1975, de modo que, mal o apanhei pela frente, desabafei”, disse ao Correio da Manhã Augusto Rodrigues da Silva, carpinteiro, de 63 anos de idade. Mostrando-se “tranquilo” e consciente de que “disse aquilo que muitos milhares de portugueses gostavam de ter dito”, Augusto Silva lembrou as agruras que passou enquanto combatente e o facto de, em 1975, ter sido “expulso” de Angola e obrigado a deixar tudo o que lhe pertencia.


“Eu lutei pelo meu País, não fui para a Bósnia ou para o Afeganistão ganhar 500 contos por mês e depois fui, como tantos outros, votado ao esquecimento por todos os governos, mas muito especialmente por esse senhor que deu o que nos pertencia como quem dá uma camisa”, afirmou este antigo combatente.

Lembrando que foi metido num avião, em 1975, com a mulher e dois filhos, um de três anos e outro de seis meses, com apenas dois mil escudos no bolso, disse que nunca há-de perdoar a quem permitiu que estas coisas acontecessem.

“Eu lutei três anos, entre 1963 e 1966, no Norte de Angola e, após o cumprimento do serviço militar, arranjei um emprego e trabalhei nove anos numa empresa na mesma região. Ao fim de tudo isto, deram-me um pontapé e mandaram-me desenrascar”, referiu Augusto Silva.

STRESS DE GUERRA

O homem que no domingo chamou “vigarista” a Mário Soares diz que não tem medo e que apenas disse a verdade. Quanto às ameaças de que poderá ser alvo de um processo-crime, afirma-se “de consciência plenamente tranquila”.

“Eu não agredi ninguém e apenas manifestei o meu repúdio pelo mal que esse senhor fez a mim e a muitos milhares de portugueses que estiveram na guerra e trabalharam nas ex-colónias”, explicou.
?

*(Cortado. Quem quiser ler este pedaço vergonhoso vá à notícia do Correio da Manhã.)

COMBATENTE

Augusto Rodrigues da Silva esteve na linha da frente, no Norte de Angola, entre 1963 e 1966. Era militar de Infantaria, especialidade de atirador.

STRESS

Os três anos de guerra e os nove que trabalhou em zona de conflito não perdoaram. É um dos que sofrem de stress pós-traumático de guerra.

TRANQUILO

“Quem esteve três anos na guerra não tem medo dos tribunais. Estou tranquilo.” É o que diz Augusto Silva perante a ameaça de um processo-crime.


- Correio da Manhã


Este Homem merecia a Grã Cruz da Ordem de Mérito.
Disse aquilo que milhares gostariam de dizer cara-a-cara a Mário Soares - há, pelo menos, 30 anos atrás.

Ao Rosa Coutinho aconteceu algo mais forte, levou uma cuspidela na cara. E ficou-se. Se assim não fosse, levava aquilo que merecia; e por certo, que não era apenas uma cuspidela na cara.

É VALENTE.
Pena é as que não foram dadas.

Ler também:

Sinais descolonizadoramente quentes de uma guerra por procuração da guerra fria - no Sobre o tempo que passa

Addenda:

E

"Atrasado mental" no Santos da Casa:

A prática soviética de tratamento psiquiátrico dos oposicionistas do regime.
Quem "sabe" nunca esquece.


Não esquece MESMO.

* Quanto a Gabriel Rodrigues, da APVG que lamentou o ocorrido, apenas posso afirmar que: é um borrego. Pactua com pézinhos de lã para cultivar a imagem de bom samaritano de Mário Soares.
Tem medo de ser processado?
Oh Sr., compre um cão.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Campanha Presidencial

domingo, dezembro 11, 2005

Servilismo - Uma ilustração do (des)Governo que é


chinese ahku

Passemos á politica.

N'este campo não ha, ideia propriamente nacional,— é evidente.

Perdendo a pouco e pouco a consciencia da sua tradição historica, Portugal, politicamente, não tem hoje papel na civilisação. Está desempregado. Figura no congresso das nações europeias como um paiz sem modo de vida. Perante o progresso não tem profissão. A missão que elle desempenhou na Renascença pela obra magnifica dos seus sabios, dos seus navegadores, dos seus commerciantes e dos seus artistas, as excellenles condições da sua situação geographica e a paz interior de que tem gosado emquanto a Hispanha se dilacera a si mesma nas eternas lutas intermitentes de desaggregação e de unificação das suas provincias, davam a Portugal o direito e o dever de assumir n'este seculo a preponderancia hegemonica dos estados peninsulares, a direcção espiritual da civilisação iberica. Em vez d'isso Portugal descansa desde o seculo XVI sobre os monumentos immortaes da sua passada energia e acha-se no movimento moderno da raça latina como uma nacionalidade com licença illimitada para tomar ares. Os seus filhos mais intelligenles e mais fortes, uns perseguidos, outros despresados, abandonaram-o aos reis, aos estadistas, aos padres, aos persevejos, ás moscas, e foram uns para os Paizes Baixos fundar e enriquecer a Hollanda e botar á luz Spinosa; outros foram para a America Austral fundar, agricultar e enriquecer o Brazil. O resto é o que ahi está ha dusentos annos sentado ao sol n'uma ponta de banco do mappa-mundi, a cabecear, a coçar os joelhos e a ouvir ranger o calabre á nora da coisa publica, puxada pelo governo, velho boi, d'olhos tapados, afeito ao cerco peguinhado do poço sem bica, tornando a deitar para baixo a agua que traz para cima, e não sabendo o proprio governo, nem sabendo ninguem por que ninguem se importa com isso, se é já o pau da nora que empurra de traz o animal ou se é ainda o animal que tira para deante o pau da nora.


Os differentes partidos que ha muitos annos se succedcm no exercicio do poder teem por chefes dois ou tres individuos, cujas personalidades, absolutamente destituidas de ideias correlativas ou concomitantes, representam as duas ou trez phases por que successivamente vae passando e repassando em circulo sobre o mesmo carreiro a rotação governativa.

Os personagens alludidos teem as intenções mais puras e mais honestas d'este mundo. Ter outras, deshonestas e impuras, dar-lhes-hia massada, e para ahi é que elles não vão.

Diz-se tambem que são todos mais ou menos fortes n'essa arte, velha e atrasada, que se chama a eloquencia e que tem por objecto desfaser pela exageração artificial das palavras a justa proporção das coisas.

São ainda—affirma-se geralmente—habeis parlamentares, o que quer dizer que possuem o talento de dominar as assembleias por meio de transigencias reciprocas e de concessões mutuas, rasoirando os parlamentos pelo nivel de uma mediocridade discreta, tão ôcca como estéril.

Por baixo d'essas virtudes, que reconhecemos e veneramos, os homens que ha vinte annos se revezam no governo carecem das ideias geraes de que procede na sciencia o ponto de vista governativo. As assembleias das duas camaras, revezando-se ora para a direita ora para a esquerda, dão ou retiram a maioria dos votos a cada um d'aquelles senhores, consagrando-se exclusivamente a defendel-os ou a impugnal-os, sem portanto sahirem nunca da orbita dos principios que elles representam, principios a que não correspondem systemas diversos c que se distinguem apenas uns dos outros pelos signaes physionomicos dos estadistas que os teem no ventre, podendo-se dividir assim: principios governativos calvos, principios governativos d'olhos tortos e principios governativos de cabellos tingidos.


(...)

É pela mais justa e pela mais completa comprehensão do seu destino social que tanto os individuos como os povos se disciplinam, se fortalecem e se aperfeiçoam. Em Portugal a incapacidade governativa produsiu, primeiro que tudo, este resultado funesto: fez perder ao paiz a noção historica do seu destino, cortou o fio da tradição nacional, lançando o espirito publico n'uma existencia d'accaso como a das tribus bohemias. Depois o predominio da incompetencia scientifica na direcção dos negocios dissolveu a pouco e pouco a liga que deveria estreitar a convergencia de todas as actividades para um fim commum, e pela separação dos interesses operou a separação das energias.

É assim que em pleno seculo XIX, quando está exhuberantemente demonstrado que todos os factos do universo, assim na ordem physica como na ordem social, se encadeiam uns nos outros por leis imprescriptiveis de contiguidade e de correlação, nós vemos em Portugal exercer-se a acção do poder no estudo dos phenomenos tratando-os isoladamente, n'um ponto de vista fetichista, de preto botocudo, como se cada um d'esses phenomenos, regido por uma lei especial e divina, fosse a causa e o effeito de si proprio.

- As Farpas, Ramalho Ortigão

Servilismo.

Lisboa oferece-se a Pequim como «porta para África»

O primeiro-ministro português, José Sócrates, afirmou hoje, no encerramento do Encontro Empresarial Portugal-China, em Lisboa, que Portugal pode servir à China como «porta para África».

Sócrates, que visitará a China «nos primeiros meses do próximo ano», falava sobre o que Portugal pode oferecer à China para justificar o acordo diplomático, assinado na sexta-feira com o seu homólogo chinês, Wen Jiabao, que elevou as relações entre os dois países ao nível da «parceria estratégica global».

«Portugal pode oferecer muita coisa à China, além da hospitalidade e do clima. Primeiro, afirmar-se como parceiro da China em África», afirmou o primeiro-ministro português.

«A China dispõe de capital, nós conhecemos o terreno, a língua, as tradições. Portugal pode ser uma porta para África e para algumas zonas da América Latina», disse Sócrates perante uma sala cheia de empresários.

Também Wen Jiabao referira esse aspecto na sua intervenção, que antecedeu a do chefe do Governo português: esta parceria estratégica global visa a «exploração em conjunto dos mercados dos países de língua portuguesa».

A China começa a ter uma forte presença nos antigos territórios ultramarinos portugueses, nomeadamente, em Angola e Timor- Leste, onde Pequim tem investido nos últimos anos no aprofundamento das relações bilaterais, através, principalmente, da diplomacia económica.

Ajudas económicas directas, investimentos, empréstimos com taxas de juro favoráveis são algumas das formas usadas pela China para conseguir ter uma posição privilegiada no petróleo angolano e timorense, importante para uma economia que tem aumentado vertiginosamente o seu consumo de combustível nos últimos anos.

Desde 1979 a 2004, o produto interno bruto (PIB) da China cresceu ao ritmo de 9,4% ao ano, emergindo de país essencialmente agrícola para se tornar numa grande potência industrial.

E a China quer continuar a crescer, afirmou Wen Jiabao, que hoje terminou a sua visita de dois dias a Portugal.

O objectivo é triplicar o PIB per capita até 2020, passando de mil dólares (851 euros) para 3.000 dólares (2.552 euros).

«Um crescimento de 9,4%, como nós olhamos para este número com inveja», confessou Sócrates.

«O comércio entre Portugal e a China é ainda muito reduzido mas olho para esses números e vejo uma oportunidade. Se é reduzido é porque tem um enorme potencial para crescer», explicou.

Garantindo que a relação com a China figura no topo das prioridades da política externa portuguesa, Sócrates enumerou as vantagens que ambos os países podem aproveitar nesta nova era da relação entre as duas nações.

«A China oferece plataformas de produção para as empresas exportadoras portuguesas que queiram concorrer mundialmente», disse.

«Oferece, também, um vastíssimo mercado com procura sempre crescente - há um mercado na China tão consumidor como o de qualquer país europeu», acrescentou.

Segundo Sócrates, «a China pode tornar-se um grande investidor estrangeiro» em Portugal, pelo que aproveitou para convidar os empresários chineses a visitar o nosso país.

Quanto a Portugal, além da «porta para África», poderá igualmente servir como «porta de entrada e plataforma logística para os produtos chineses na Europa».

«Temos projectos concretos que em breve apresentaremos às autoridades chinesas», anunciou o primeiro-ministro.

Além disso, de acordo com Sócrates, Portugal tem uma «localização privilegiada para instalar laboratórios e centros de investigação e desenvolvimento para a indústria electrónica chinesa que aqui poderá testar os seus produtos destinados aos mercados ocidentais».

- Diário Digital / Lusa



ciclo do carrapato



Falta de vergonha.
Falta de estratégia.
Servilismo.
Lambe-botismo.


Sacanagem.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

A VERDADE NÃO PRESCREVE

O Vigor e a Força da Verdade.
O trabalho árduo e a força da convicção.

Foi ontem lançado o livro alusivo às oito Comissões de Inquérito Parlamentar sobre Camarate. O prefácio foi escrito pelo Nuno Melo, que presidiu à última comissão e que concluiu pela existência de atentado.
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, elogiou o "trabalho meritório" desta última comissão e o "inexcedível dinamismo" de Nuno Melo.


PARABÉNS :)

terça-feira, dezembro 06, 2005

Parabéns

Ao JPT, pelo 2º Aniversário do Ma-Schamba!
Uma boa colheita com sabor a África.

Parabéns

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Dos 25 anos de Camarate

Sá Carneiro e Amaro da Costa

A cada ano que passa, parece que foi ontem.
Uma enorme e indescritível tristeza assola; a perda da esperança colhida pela raiz suscita tal.

A ilha me perdeu, sou de nenhuma.
Saudade-amor de mim, pedra que móis
Meu trigo que ceifei por outros sóis
Onde o suor não se evapora em bruma.

Sou valquíria que escolhe os seus heróis.
Minha paixão sou eu. Não me consuma
Outra paixão, amor. Bebo uma a uma
As gotas do veneno com que dóis.

Se as ilhas fossem gente, eu era o Pico,
De coração só feito de mistérios
E os longes das paisagens onde fico.

Das arribas do ser, a vida tomba
E os amores do Amor a morte fere-os.
Não libertem por mim nenhuma pomba.


- Natália Correia, Ao Amor

Parabéns

Pausa no interlúdio de pausa para desejar Muitos Parabéns ao Tomar Partido pelos Excelentes 2 anos de publicação.